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13 | Frequent Visions

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13. Visões Frequentes
       
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  Nada. Não aconteceu nada. Eu não tô louca!

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    Neville abriu um sorriso enorme que ia de orelha a orelha, no mesmo instante em que Rony me lançava um olhar indagador.

— Ah... Neville, aproveita e faz um favorzinho para mim. — Falei antes que o menino pudesse responder, e tirei Marshall de dentro do bolso da minha capa — Leva o Marshall pra mim, e procura Natália McDonald do segundo ano por gentileza, fala que eu mandei ela deixar ele no meu dormitório.

— Tá certo. — O menino respondeu enquanto pegava o furão com a mão direita e passava o vaso da planta para a outra mão

— Obrigada. — Eu sorri para ele

— Obrigado, Rox. — Respondeu o menino com um sorriso e saiu às pressas subindo as escadas para a Torre da Gryffindor

  Eu fiquei analisando o menino subir, assim como Rony que de repente falou:

— Que diabretes de nome é esse, Beatriz?!

— O nome da plantinha dele, ué. — Respondi simplesmente — E não me chame de Beatriz, Billius! Aliás, primeiranistas estão avisados, se quiserem entrar no Salão Comunal da Gryffindor é bom lembrarem desse nome, agora vamos subindo.

   Rony apenas me olhou de relance de novo, mas não falou nada, e continuamos indicando o caminho para os pequenos. Na altura em que eu cheguei no dormitório, estava exausta e mal falei com ninguém, apenas fiz me jogar dentro do pijama e dar uma olhada em Marshall que estava dormindo em uma caminha improvisada em cima do meu malão, Natty é mesmo um amor. Deitei na minha cama de colunas e dormi em instantes.

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   Eu já estava acostumada com Lavender me acordando quando eu estava em Hogwarts, e como sempre isso aconteceu. Me senti aliviada de não ter tido pesadelos durante a noite, não sei quais seria as reações das meninas se me vissem gritando, embora Mione e Lia já soubessem, mas mesmo assim não posso negar que fiquei feliz de não ter sonhado com nada.

  Mione não estava mais no quarto, então desci para o Salão Comunal na companhia de Lav e as outras meninas. Encontrei com Rony e Harry assim adentrei o Salão, Lav disse que desceria com Pati e Lia e me deixou com os meninos que não estavam com uma cara muito boa.

— Tudo bem? — Perguntei já imaginando a resposta e também com uma cara de quem não estava lá muito bem — Aconteceu alguma coisa?

— Seamus e Harry discutiram. — Disse Rony quando Harry não respondeu nada — Na verdade parece que a mãe do Seamus não queria que ele retornasse à Hogwarts porque acha que Harry está mentindo sobre Você-Sabe-Quem, e que Dumbledore está caduco, essas coisas.

   Apenas suspirei fundo.

— E Neville e Dean?

— Dean disse que os pais dele são trouxas e ele não é nem louco de contar o que está acontecendo em Hogwarts, e Neville disse que a avó dele acha que quem está em decadência é o Profeta Diário e que estão inteiramente do lado de Dumbledore, e acreditam em Harry. — Disse Rony

— Bom... menos mal então se só é o Finnegan, não é? — Comentei, mas Harry me lançou um olhar sério, porém antes que ele pudesse falar algo, Hermione nos alcançou já enquanto íamos atravessando o Salão Comunal para ir tomar café da manhã como os demais

— Que foi que aconteceu, Harry? — Perguntou ela — Você está com uma cara absolutamente... Ah, pelo amor de Deus.

  Ela acabara de olhar para o quadro de avisos da sala comunal, onde fora afixado um enorme aviso.

GALEÕES DE GALEÕES!
Sua mesada não está acompanhando suas saídas?
Gostaria de ganhar um extra?
Procure Fred e George Weasley, sala comunal da Gryffindor,
para trabalhos simples, meio expediente e virtualmente indolores.
(Lamentamos informar que todo o trabalho será realizado por conta e risco do candidato.)

— Eles são o fim. — Disse Hermione séria, retirando o aviso que Fred e George haviam pregado por cima do cartaz, informando a data do primeiro fim de semana em Hogsmeade em outubro — Vocês tem de falar com eles, Rox e Rony.

   Rony pareceu decididamente assustado, enquanto eu revirava os olhos.
  
— Por quê? — Perguntamos ao mesmo tempo. Ele com medo e eu com tédio

— Porque são os monitores! —Respondeu Hermione, enquanto saíamos pelo buraco do retrato — É obrigação de vocês acabar com esse tipo de coisa!

   Rony não respondeu, nem tampouco eu; a perspectiva de impedir Fred e George de fazer exatamente o que gostavam não era uma coisa que eu e meu irmão achassemos convidativa.

— Em todo o caso, que aconteceu, Harry? — Continuou Hermione, enquanto descíamos a escada com a coleção de retratos de velhos bruxos e bruxas, que não nos deram a menor atenção, absortos que estavam nas próprias conversas — Você parece realmente zangado com alguma coisa.

— Seamus acha que Harry está mentindo sobre Você-Sabe-Quem. — Resumiu Rony, ao ver que Harry mais uma vez não respondia

   Hermione, de quem Harry parecia consequentemente esperar uma reação indignada em sua defesa, suspirou.

— É, a Anne também acha isso. — Comentou tristonha

— Anne? — Eu e Rony acabamos falando ao mesmo tempo

— Sim, a Anne. — Disse Hermione, mas e Ron continuamos intrigados — Anne Megalos... — Acrescentou, mas ainda não demos sinais de conhecer — ... da nossa turma... da Gryffindor... fala sério, a ruiva tagarela.

— Ahhhh... — Fizemos eu e Rony finalmente entendendo de quem se tratava e olhamos um para o outro rindo-se — A ruiva.

— Andou batendo um papinho agradável com ela, em que o assunto foi se Harry é ou não um idiota em busca de atenção, foi? — Perguntou Harry em voz alta e de carq fechada

— Não. — Respondeu Hermione calmamente — Na verdade eu disse a ela para parar de ficar falando bobagens sobre você. E seria bem simpático se você parasse de reagir furiosamente com a gente, Harry, porque, caso você não tenha reparado, os gêmeos e eu estamos do seu lado.

   Fez-se uma breve pausa.
  
— Desculpem. — Disse Harry em voz baixa

— Tudo bem. — Respondeu Hermione com dignidade. Balançou então a cabeça: — Você não se lembra do que o Dumbledore disse na festa de encerramento do ano passado?

   Eu, meu irmão e Harry, os três, a olhamos sem entender, e Hermione tornou a suspirar.
  
— Sobre Você-Sabe-Quem. Ele disse que “o dom que ele tem de disseminar a discórdia e a inimizade é muito grande. E só podemos combatê-lo criando laços igualmente fortes de amizade e confiança...”.

— Como é que você se lembra dessas coisas? — Perguntou Rony, olhando a amiga com admiração

— Sua memória é de ouro, hem. —Comentei com os olhos arregalados

— Eu presto atenção. — Respondeu ela, com uma ligeira rispidez

— Eu também, mas ainda assim não conseguiria repetir exatamente o que...

— A questão. — Continuou Hermione em voz alta cortando Rony — É que isto é exatamente o tipo de coisa a que Dumbledore estava se referindo. Você-Sabe-Quem só voltou há dois meses e já estamos brigando entre nós. E o alerta do Chapéu Seletor foi o mesmo: fiquem juntos, fiquem unidos...

— E Harry entendeu certo ontem à noite. — Retorquiu Rony — Se isto significa que teremos de ser amiguinhos do pessoal de Slytherin... pode esquecer.

— Pode esquecer mesmo! — Ressaltei a fala do meu irmão revirando os olhos e torcendo o nariz — Eu nunca seria amiga da cara de buldogue e do — e fiz uma voz enojada enquanto fazia aspas com as mãos — “namorado” dela.

— Bom, acho que é uma pena que a gente não esteja procurando se unir ao pessoal das outras casas. — Respondeu Hermione irritada

   Nós três tínhamos chegado ao pé da escadaria de mármore. Uma fila de quartanistas da Ravenclaw ia atravessando o saguão; ao avistarem Harry, agruparam-se depressa, como se tivessem medo de que ele atacasse os retardatários.

— É, devíamos realmente estar tentando fazer amizade com gente como essa. — Disse Harry sarcasticamente

   Seguimos os alunos da Ravenclaw que entravam no Salão Principal, e instintivamente olhamos, ao mesmo tempo, para a mesa dos professores. A Profa. Grubbly-Plank conversava com a Profa. Sinistra, de Astronomia, e Hagrid mais uma vez esteve conspícuo apenas por sua ausência. O teto encantado refletia o estado de ânimo de Harry: era um cinza-chuva deprimente.

— Dumbledore nem mencionou por quanto tempo aquela Grubbly-Plank vai ficar. — Comentou Harry, ao nos dirigirmos à mesa da Gryffindor

— Talvez... — Disse Hermione pensativa

— Quê? — Perguntaram Harry e Rony ao mesmo tempo. Eu apenas a olhei

— Bom... talvez ele não quisesse chamar atenção para o fato de Hagrid não estar aqui.

— Que é que você quer dizer com chamar atenção? — Perguntou Rony, meio rindo — Como é possível a gente não notar?

   Antes que Hermione pudesse responder, uma garota alta e negra, com longos cabelos trançados, veio diretamente até Harry.

— Oi, Angelina.

— Oi. — Disse ela animada — Boas férias? — E sem esperar resposta: — Escute, fui nomeada capitã da equipe de quadribol da Gryffindor

— Boa! — Exclamou Harry, sorrindo para a garota

— É, bem, precisamos de um novo goleiro e artilheiro agora que Oliver e Alícia foram embora. Os testes para goleiro vão ser na sexta-feira, e para artilheiro no sábado às cinco horas, e eu gostaria que o time todo estivesse lá, está bem? Nos dois dias. Então veremos como os jogadores novos vão se ajustar.

— O.k. — Concordou Harry

— Peraaaa... — Exclamei começando a me animar — Você disse teste pra artilheiro?? Ah, meu Merlim, ah, meu Merlim! Esperei tanto por isso!!

— Ah, sim. Fred, George e Lee comentaram que você queria mesmo entrar no time. — Sorriu Angelina olhando pra mim — Passa lá no sábado, tenho certeza que você vai ser ótima, se for tão boa quanto seus irmãos e entender tão bem de quadribol quanto seu namorado, o que eu tenho certeza que sim, sei que você vai ser a melhor.

— Obrigada. — Falei começando a me sentir bem mais feliz

— Certo... e não esquece hem, Harry. — Angelina sorriu para ele e se afastou.

— Eu tinha esquecido que Wood e Spinett se formaram. — Disse Hermione, distraída, quando se sentou ao lado de Rony e puxou um prato de torradas para perto. Eu sentei do outro lado do meu irmão e comecei a colocar um copo de suco — Suponho que isso vá fazer uma grande diferença para o time?

— Suponho que sim. — Concordou Harry, sentando no banco defronte  — Eram dois bons jogadores...

— Ainda assim, não vai ser ruim receber sangue novo, vai? — Perguntou Rony

— Claro que não. — Afirmou Harry — Se arrumarmos um bom goleiro e a Rox entrar no time, o que eu tenho certeza que sim, a taça das casas vai ser nossa novamente.

   Eu abri um sorriso para o menino, enquanto pegava algo do café da manhã para Marshall, o furão.
  
   Com um forte deslocamento de ar e ruídos de batidas, centenas de corujas entraram voando pelas janelas superiores. Desceram por todo o salão, trazendo cartas e pacotes para seus donos, e deixando cair uma verdadeira chuva de pingos sobre as pessoas que tomavam café; sem a menor dúvida estava chovendo pesado lá fora. Mynes não me levou nada àquela manhã, mas suspeitei que ela ainda estivesse na Romênia, eu a tinha mandado para Charlie com a notícia de que eu e Rony somos os novos monitores. Hermione, porém, teve de afastar depressa o seu suco de laranja para abrir espaço para uma enorme coruja-de-igreja molhada, que trazia um encharcado Profeta Diário no bico.

— Para que é que você ainda está recebendo isso? — Perguntou Harry irritado, enquanto Hermione colocava um nuque na bolsinha de couro presa à perna da coruja que em seguida levantou voo — Eu não estou mais... é um monte de baboseiras.

— É melhor saber o que o inimigo está dizendo. — Respondeu Hermione sombriamente, e, desdobrando o jornal, desapareceu por trás dele, só reaparecendo quando Harry e Rony tinham terminado a refeição. Eu mal havia tocado na comida, diferente de Marshall que parecia bem satisfeito deitado em meu colo — Nada — Disse ela simplesmente, enrolando o jornal e guardando-o ao lado do prato — Nada sobre você nem Dumbledore nem nada.

   A Profa. McGonagall agora vinha passando pela mesa distribuindo os horários.
  
— Olhem só hoje! — Gemeu Rony — História da Magia, dois tempos de Poções, Adivinhação e dois tempos de Defesa Contra as Artes das Trevas... Binns, Snape, Trelawney e a tal Umbridge, tudo no mesmo dia! Gostaria que Fred e George trabalhassem mais rápido para aprontar aqueles kits Mata-Aulas...

— Nem fala... — Me lamentei olhando para a folha

— Será que os meus ouvidos me enganam? — Perguntou Fred, que vinha chegando com George e Lee, os gêmeos se apertaram no banco de Harry, enquanto Jordan sentava-se ao meu lado logo depois de me desejar bom dia e beijar o topo da minha cabeça — Com certeza os monitores de Hogwarts não desejam matar aulas!

— Olhe só o que temos hoje. — Disse Rony rabugento, metendo o horário embaixo do nariz de Fred — É a pior segunda-feira que já vi na vida.

—  Um argumento válido, maninho. — Disse Fred, examinando a coluna do dia — Posso lhe ceder um pouco de Nugá Sangra-Nariz baratinho, se quiser.

— Por que baratinho? — Perguntei desconfiada arqueando uma sobrancelha — Vocês não são de dar desconto só porque somos da família, sei bem disso.

— Porque se o Rony usar não vai parar de sangrar até murchar inteiro, ainda não temos um antídoto. — Disse George, servindo-se de um arenque

— Obrigado. — Disse Rony, mal-humorado, guardando o horário no bolso — Mas acho que fico com as aulas.

  Eu apenas suspirei e deitei a cabeça no ombro de Lee, que se servia de torradas enquanto mostrava seu horário para mim.

— Herbologia, Estudo dos Trouxas e Feitiços, nada mal, né? — Disse ele com um sorriso

— Troca comigo, gatinho, por favor, nunca te pedi nada.— Supliquei em sussurro no qual o menino riu

— E por falar nos seus kits Mata-Aulas. — Disse Hermione em voz alta encarando os gêmeos com um olhar penetrante — Vocês não podem pôr anúncios pedindo cobaias no quadro de avisos da Gryffindor.

— Quem disse? — Perguntou George, espantado

— Digo eu. — Respondeu Hermione —  E Rox e Rony.

— Eu não lembro de ter falado nada. — Falei manhosa

— Me deixe fora disso. — Disse Rony na mesma hora. Hermione olhou feio para ele e para mim. Fred e George deram risadinhas debochadas. E Lee balançou a cabeça negativamente também rindo

— Você vai mudar esse seu tom muito breve, Hermione. — Disse Fred, enchendo de manteiga um pãozinho de minuto — Você vai começar o quinto ano, e não vai demorar muito para nos suplicar por um kit Mata-Aula.

— E por que começar o quinto ano significa que vou querer um kit Mata-Aula? — Perguntou Hermione

— É que o quinto ano é o ano dos exames para obter os Níveis Ordinários em Magia. — Comentou Lee mordiscando uma torrada

— E daí?

— E daí que os seus exames vêm aí, não é? E os professores vão esfregar o nariz de vocês com tanta força naquela pedra de amolar que ele vai ficar em carne viva. — Disse Fred com satisfação

— Metade da nossa turma teve probleminhas nervosos quando estavam se aproximando os exames. — Disse George satisfeito — Crises de choro e chiliques... Patrícia Stimpson não parava de desmaiar...

— O Ken Towler ficou cheio de furúnculos, lembra? — Perguntou Fred, recordando

— Mas foi porque você pôs pó de fura-frunco no pijama dele. — Retrucou Lee olhando para os gêmeos

— Ah, foi mesmo. — Disse Fred, rindo — Tinha me esquecido... às vezes é difícil lembrar de tudo, não é?

— Uhum, sei. — Lee riu

— Em todo o caso, é um ano de pesadelo, o quinto. — Concluiu George — Pelo menos se você costuma se preocupar com os resultados de exames. Bem ou mal, Fred, Lee e eu conseguimos manter nosso moral.

— É... vocês conseguiram, quanto foi mesmo, três N.O.M.s cada um? — Disse Rony

— Ôu. — Lee protestou — Minha nota não foi tão ruim assim não. — Mas depois trocou um olhar pros gêmeos — Ah, que seja. Em Astronomia eu fui bem, é o que importa.

— Foi. — Respondeu Fred, despreocupadamente — Mas achamos que o nosso futuro não será no mundo das realizações acadêmicas.

— Debatemos seriamente se íamos nos dar ao trabalho de voltar e completar o sétimo ano. — Disse George, animado

— Iam mesmo me abandonar? — Lee se fez de ofendido e os três riram

— Bom, agora que temos... — Fred começou a falar, mas parou de repente ao olhar para Harry, o que foi bem estranho

—... agora que conseguimos os nossos N.O.M.s. — Continuou George, depressa — Quero dizer, será que realmente precisamos dos N.I.E.M.s? Mas achamos que mamãe não iria aguentar ver a gente abandonando a escola cedo, não depois de Percy ter virado o maior imbecil do mundo.

— Mas não vamos desperdiçar o nosso último ano aqui. — Disse Fred, correndo os olhos com carinho pelo Salão Principal — Vamos usá-lo para pesquisar um pouco o mercado, descobrir exatamente o que o aluno médio de Hogwarts precisa comprar em uma loja de logros, avaliar cuidadosamente os resultados da nossa pesquisa, e então fabricar a mercadoria exata para atender à demanda.

— Mas onde é que vocês vão arranjar o ouro para abrir uma loja de logros? — Prrguntou Hermione, sem acreditar — Vocês vão precisar de muitos ingredientes e materiais... e de um local também, suponho...

   Harry deixou cair o garfo no chão e mergulhou embaixo da mesa para apanhá-lo na mesma hora.

— Não nos faça perguntas e não diremos mentiras, Hermione. Vamos, George, e Lee, ver se desgruda da nossa irmã um pouquinho. Se chegarmos cedo, talvez a gente consiga vender umas Orelhas Extensíveis antes da aula de Herbologia.

— Mereço. — Lee riu e me deu um beijo rápido, logo se levantando — Tchau, linda, te vejo mais tarde.

— Tchau, lindo.

   Harry saiu de baixo da mesa bem a tempo de ver Fred, George e Lee se afastando, cada um levando uma pilha de torradas.

— Que foi que ele quis dizer com isso? — Perguntou Hermione, olhando de Harry para mim e Rony — “Não nos faça perguntas...” Isso quer dizer que eles já têm algum ouro para começar a loja de logros?

— Sabe, eu tenho pensado nisso. — Disse Rony, com a testa enrugada — Eles me compraram um conjunto de vestes a rigor este verão e não consegui entender onde arranjaram o dinheiro.

— É uma boa questão. — Comentei encarando o a porta do Salão pela qual os três saíram — Acham que Lee sabe? Vou perguntar a ele mais tarde.

— Vocês acham que é verdade que o ano vai ser realmente duro? Por causa dos exames? — Perguntou Harry mudando o assunto de repente

— Ah, vai. — Respondeu Rony — Com certeza, não acham? Os N.O.M.s são muito importantes, afetam os empregos a que a gente vai poder se candidatar e tudo.

— Recebemos orientação profissional também, mais para o fim do ano, o Chay me contou. Assim a gente pode escolher os N.I.E.M.s que vai querer fazer no ano seguinte. — Comentei completando a fala do meu irmão

— Vocês sabem o que vão querer fazer quando terminarem Hogwarts? — Perguntou Harry para nós, quando deixavamos o Salão Principal, pouco depois, para assistir à aula de História da Magia

— Não tenho muita certeza. — Disse Rony lentamente — Exceto que... bom...

   Ele pareceu ligeiramente encabulado.
  
— Quê? — Insistiu Harry

— Bom, seria legal ser auror. — Disse Rony, em tom displicente

— Ah, isso seria. — Apoiou Harry, com fervor

— São legais, mas não acho o emprego mais top do mundo. — Comentei segurando Marshall no colo como se fosse um bicho de pelúcia, e depois percebendo, tarde demais, que eu realmente deveria está parecendo uma criança, já que era bem mais baixa que Mione e os meninos

— Mas eles são, tipo, a elite. — Disse Rony — É preciso ser realmente fera. O que pode ser melhor do quê isso?

— Sei lá. Eu quero um emprego que envolva quadribol. — Respondi com um sorriso me imaginando voando em uma vassoura — Ser Jogadora profissional talvez. Eu gosto de voar, me faz se sentir livre. E você, Mione?

— Não sei. Acho que gostaria de fazer alguma coisa que realmente valesse a pena.

— Ser auror vale a pena! — Disse Harry

— É, claro que vale, mas não é a única coisa que vale a pena. — Disse Hermione, pensativa — Quero dizer, se eu pudesse levar o FALE adiante...

   Eu e os meninos tomamos o cuidado de evitar se olhar.

   A História da Magia era, por consenso, a disciplina mais chata que a bruxidade inventara, e o Professor Binss deixava tudo bem mais chato. Ele jamais variava a maneira de dar aulas, falava sem fazer uma única pausa, enquanto a turma anotava suas palavras, ou melhor, mirava sonolentamente o vazio. Eu e os meninos até agora tínhamos conseguido passar raspando, copiando as anotações de Hermione antes dos exames; somente ela parecia capaz de resistir ao poder soporífico da voz de Binns. Embora, muitas vezes eu conseguisse uma nota boa por simplesmente gostar de ler e saber de informações desnecessárias de histórias.

   Hoje, sofremos quarenta e cinco minutos de cantilena sobre as guerras dos gigantes. Eu ouvi o bastante em apenas dez minutos para perceber, mesmo vagamente, que nas mãos de outro professor o assunto poderia ter tido algum interesse, depois o meu cérebro se desligou, e eu passou os trinta e cinco minutos restantes jogando jogo da velha com Lavender em um canto do pergaminho, ao meu lado Rony e Harry jogavam forca, enquanto Hermione lançava a nós três olhares de censura pelo canto do olho.

— E como seria. — Perguntou ela friamente, quando nós quatro saíamos da sala para o intervalo (Binns desaparecia através do quadro-negro) — Se este ano eu me recusasse a emprestar as minhas anotações a vocês?

— Não passaríamos no N.O.M. Se você quiser isso pesando na sua consciência, Mione...

— Ora, seria bem merecido. Vocês nem ao menos tentam escutar o que ele diz, tentam?

— Escutar e entender são duas coisas tão diferentes. — Comentei seguida de um bocejo

— Tentamos. — Disse Rony — Só que não temos o seu cérebro nem a sua memória nem a sua concentração... você é simplesmente mais inteligente do que nós... você acha bonito esfregar isso na cara da gente?

— Ah, não me venha com essa baboseira. — Disse Hermione, mas pareceu um pouco menos zangada quando saiu à nossa frente para o pátio molhado

   Caía uma chuvinha fina e nevoenta, que fazia os contornos das pessoas paradas em grupos ao redor do pátio parecerem esfumados. Eu, Rony, Harry e Hermione escolhemos um canto isolado sob uma sacada que pingava abundantemente, virando para cima as golas das vestes para nos protegermos do ar gelado de setembro, enquanto conversávamos sobre o dever que Snape pediria na primeira aula do ano.

   Tínhamos chegado a concordar que, muito provavelmente, seria algo de extrema dificuldade para nos apanhar desprevenidos ao fim de dois meses de férias, quando alguém entrou no pátio e veio na nossa direção.

— Olá, Harry!

   Era Cho Chang e, mais, vinha sozinha outra vez. Isto era muito incomum. Quase sempre Cho estava cercada por um bando de garotas risonhas e com caras de metidas.
  
— Oi. — Disse Harry

— Você conseguiu limpar aquela coisa, então? — A garota perguntou e eu fiquei tentando pensar a quê ela se referia

— Claro. — Disse Harry, tentando sorrir — Então, você teve... hum... as férias foram boas?

   Fiquei pensando se Harry sabia o tão idiota a pergunta dele tinha sido – Cedric era o namorado de Cho e a lembrança de sua morte devia ter afetado as férias dela fortemente. Alguma coisa pareceu retesar no rosto de Harry, mas ela respondeu:

— Ah, foram bem, você sabe...

— Isso é um emblema dos Tornados? — Perguntou Rony de repente, apontando para a frente das vestes de Cho, só então vi que havia um emblema azul-celeste brasonado com um T duplo dourado — Você não torce por eles, torce?

— Torço. — Respondeu Cho

— Você sempre torceu por eles, ou só depois que começaram a ganhar destaque na divisão? — Perguntou Rony, no que eu considerei um tom desnecessariamente inquisitivo

— Tá achando que ela é como você que só torce pra quem tá ganhando? — Alfinetei meu irmão com um risinho, mesmo sabendo que ele não era assim

— Eu sou devoto aos Cannons até a morte. — Ele retrucou

— E eu torço por os Tornados desde que tinha seis anos. — Respondeu Cho tranquilamente — Em todo o caso... a gente se vê, Harry.

   Ela se afastou, e Hermione aguardou até Cho ter atravessado metade do pátio para brigar com Rony.

— Você não tem um pingo de sensibilidade!

— Quê? Eu só perguntei a ela se...

— Você não percebeu que ela queria falar com Harry sozinha?

— E daí? Podia ter falado, eu não estava impedindo...

— Droga, por que você estava atacando a garota por causa do time de quadribol?

— Atacando? Eu não estava atacando a Cho, estava só...

— Quem se importa se ela torce pelos Tornados?

— Ah, nem vem, metade das pessoas que a gente vê usando esses emblemas só os compraram na última temporada...

— E que diferença faz?

— Quer dizer que não são fãs de verdade, só estão aproveitando a onda...

— A sineta. — Disse Harry desanimado, porque Rony e Hermione estavam alterados demais para ouvi-la. Os dois não pararam de discutir durante todo o caminho para a masmorra de Snape, algumas vezes eu pensei em falar algo, mas resolvi ficar calada

   Harry pareceu bem pensativo o caminho todo, mas também não falou nada. O som agourento da porta da masmorra de Snape rangendo ao abrir foi ouvido, e eu e Harry entramos na sala atrás de Rony e Mione, e os acompanhamos à mesa de sempre, no fundo da sala, ignorando os ruídos ríspidos e irritados que ambos produziam.

— Quietos. — Disse Snape friamente, fechando a porta ao passar

  Não havia real necessidade de dar essa ordem; no momento em que a turma ouviu a porta fechar, o silêncio se instalou e todo o bulício terminou. A mera presença de Snape era, em geral, suficiente para garantir o silêncio da classe.

— Antes de começarmos a aula de hoje. — Disse o professor, caminhando imponente até a escrivaninha e correndo os olhos pelos alunos — Acho oportuno lembrar a todos que em junho próximo prestarão um importante exame, no qual provarão o quanto aprenderam sobre a composição e o uso das poções mágicas. Por mais debiloides que sejam alguns alunos desta turma, eu espero que obtenham no mínimo um “Aceitável” no seu N.O.M., ou terão de enfrentar o meu... desagrado.

  O seu olhar recaiu desta vez sobre Neville, que engoliu em seco.
 
— Quando terminar este ano, naturalmente, muitos de vocês deixarão de estudar comigo. — Continuou Snape — Só aceito os melhores na minha turma de Poções preparatória para o N.I.E.M., o que significa que alguns de nós certamente vamos dizer adeus.

   Seu olhar pousou em Harry e seu lábio se crispou. O garoto encarou-o de volta, eu senti um prazer sinistro em pensar que poderia desistir de Poções depois do quinto ano.

— Mas ainda teremos um ano antes do feliz momento das despedidas. — Disse Snape suavemente — Portanto, pretendam ou não tentar os exames dos N.I.E.M.s, aconselho a todos que se concentrem em obter a nota alta que sempre espero dos meus alunos de N.O.M.

  “Hoje vamos aprender a misturar uma poção que sempre é pedida no exame dos Níveis Ordinários em Magia: a Poção da Paz, uma beberagem para acalmar a ansiedade e abrandar a agitação. Mas fiquem avisados: se pesarem muito a mão nos ingredientes, vão mergulhar quem a beber em um sono pesado e por vezes irreversível, por isso prestem muita atenção no que vão fazer.”

   À esquerda de Harry, Hermione sentou-se mais reta, com uma expressão de extrema atenção.
  
— Os ingredientes e o método. — Snape fez um gesto rápido com a varinha — Estão no quadro-negro — (eles apareceram ali) — Encontrarão tudo de que precisam. — Ele tornou a agitar a varinha — No armário do estoque — (a porta do armário mencionado se abriu) — E vocês têm uma hora e meia... podem começar.

   Exatamente como eu, Rony, Harry e Hermione havíamos previsto, Snape não poderia ter passado para os alunos uma poção mais difícil e demorada. Os ingredientes tinham de ser acrescentados ao caldeirão na ordem e quantidade precisas; a mistura tinha de ser mexida o número exato de vezes, primeiro no sentido horário, depois no anti-horário; o calor e as chamas em que a poção ia cozinhar tinham de ser reduzidos a um nível exato, por um número específico de minutos antes do último ingrediente ser adicionado.

— Um vapor claro e prateado deve se desprender da poção. — Avisou Snape — Dez minutos antes de ficar pronta.

   Eu corri o olhar pela masmorra. Meu caldeirão estava liberando uma enorme quantidade de vapor cinza-prateado; o de Rony cuspia fagulhas verdes, enquanto o de Harry lançava um vapor cinza-escuro. Seamus cutucava febrilmente as chamas na base do caldeirão com a ponta da varinha, pois elas pareciam estar se apagando. O cabelo de Lia parecia estar em pé enquanto ela olhava irritada para as fagulhas que saiam do seu caldeirão, que eram bem próximas do dourado, o que me leva a pensar, que raios ela fez com a poção dela!? A de Pati e Lav estavam bem melhores que a dela. A superfície da poção de Hermione, no entanto, apresentava uma névoa prateada de vapor, e quando Snape passou por ela olhou do alto do seu narigão sem fazer comentários, o que significava que não conseguira encontrar nada a criticar. Junto ao caldeirão de Harry, porém, o professor parou, e olhou-o com um horrível sorriso de afetação no rosto.

— Potter, que é que você acha que isto é?

   Os alunos da Slytherin sentados na frente da sala ergueram a cabeça, pressurosos: adoravam ouvir Snape implicar com Harry.

— A Poção da Paz. — Respondeu o garoto, tenso

— Diga-me, Potter. — Perguntou Snape baixinho — Você sabe ler?

   Draco deu uma risada que me fez o encarar com raiva.
  
— Sei, sim senhor. — Disse Harry, os dedos apertando a varinha

— Leia a terceira linha das instruções para mim, Potter.

  Harry apertou os olhos para ver o quadro-negro; não era fácil ler as instruções através da névoa de vapor multicolorido que agora enchia a masmorra.

— Acrescente a pedra da lua moída, mexa três vezes no sentido anti-horário, deixe cozinhar durante sete minutos, depois junte duas gotas de xarope de heléboro.

— Você fez tudo que estava na terceira linha, Potter?

— Não, senhor. — Respondeu Harry baixinho

— Como disse?

— Não. — Repetiu o garoto mais alto — Esqueci o heléboro.

— Eu sei que esqueceu, Potter, o que significa que essa porcaria não serve para nada. Evanesco!

  O conteúdo do caldeirão de Harry desapareceu; ele ficou parado como um tolo ao lado do caldeirão vazio. E eu bufei de raiva do professor.

— Os alunos que conseguiram ler as instruções encham um frasco com uma amostra de sua poção, colem uma etiqueta com o seu nome escrito com clareza e tragam-no à minha escrivaninha para verificação. — Disse Snape — Dever de casa: trinta centímetros de pergaminho sobre as propriedades da pedra da lua e seus usos no preparo de poções, a ser entregue na terça-feira.

  Enquanto todos a nossa volta enchiam os frascos, Harry guardou o que era seu, espumando de raiva. Sua poção não estava pior do que a de Rony, que agora exalava um cheiro horrível de ovo podre; ou a de Neville, que atingira a consistência de cimento recém-misturado, e agora ele tentava extrair do caldeirão; mas era apenas ele, Harry, que iria receber zero no trabalho do dia. Ele guardou a varinha na mochila e se largou na carteira, observando os demais se dirigirem à escrivaninha de Snape com frascos cheios e arrolhados.

   Escrevi meu nome na etiqueta meio atordoada, mas quando levava meu frasco para o professor, meus olhos se surpreenderam com o que eu vi, Harry. Não, não era Harry. Harry estava sentado atrás de mim, mas era uma cópia fiel de Harry, só que um pouco mais velho e de olhos castanhos, ele olhava pra Snape com ódio, como se quisesse lhe meter um soco bem dado. Ele estava prestes a berrar com o professor quando me viu boquiaberta olhando para ele.

— Vo... você tá me vendo? — Sua voz era perplexa e assustada, como se ele não acreditasse que fosse possível alguém ali o ver. Como em um flash uma mulher ruiva apareceu ao seu lado, meio séria — Lily, olha! Ela pode nos ver! Ela pode...

— Eu sei! — Exclamou ela com seriedade, tocou no ombro do homem e em instantes eles desapareceram, sumindo como Mia e Arc costumavam fazer. Mas que droga acabou de acontecer?

— Srta. Weasley. — A voz severa do professor me trouxe de volta a realidade. Olhei a volta percebendo que todos me olhavam; eu, no meio da sala segurando o frasco e olhando para o nada — Viu um fantasma por acaso?

   Respirei fundo e andei depressa até o professor sentindo minhas bochechas esquentarem.

— O que você viu?

— Nada... nada... eu juro que... eu não vi nada. — Falei quase que sem ar. Eu não estou louca, estou?

— Nada? — Ele me olhou quase que sem acreditar e arrancou o frasco da minha mão — Hum... se voltar a ver o “nada”, acho bom me procurar, Srta. Weasley.

   E então a sineta tocou enquanto o professor ainda me encarava e eu corri para o meu lugar para guardar as minhas coisas na mochila.

— Rox, você tá bem? O que te deu? Você travou como se tivesse visto algo... — Rony começou a falar parando ao meu lado. Mione estava com ele, mas percebi que Harry já tinha saído

— Nada. Não aconteceu nada. Eu não tô louca! — Resmunguei jogando a mochila nas minhas costas e saindo às pressas da sala

— Mas, eu não disse que você... — Rony começou a falar, mas nem deixei ele terminar logo correndo em descer para o Salão Principal

— Você tá bem? — Perguntou Harry que já começara a almoçar quando eu me sentei ao seu lado na mesa da Gryffindor

— Você está? — Devolvi a pergunta, e ele me deu um sorriso vago

   Rony e Hermione não se demoraram a se juntar a nós. O teto se transformara em um cinza ainda mais sujo durante a manhã. A chuva fustigava as janelas.

— Foi realmente injusto. — Disse Hermione, consolando-a Harry e, sentando-se ao seu lado, serviu-se do empadão de batata com carne moída. Fiquei feliz que ela não se dirigisse a mim, embora Rony me olhasse sem piscar — A sua poção estava quase tão ruim quanto a de Goyle; quando ele a despejou no frasco a coisa explodiu e incendiou as vestes dele.

— É, fazer o quê. — Disse Harry, olhando carrancudo para o prato — Desde quando Snape foi justo comigo?

   Nenhum dos dois responderam; Nós quatro sabiamos que a inimizade de Snape e Harry fora absoluta desde o momento em que ele pusera os pés em Hogwarts. Eu comecei a mexer minha comida de um canto a outro enquanto sentia minha perna direita tremendo, e minha cabeça girando... Será que estou ficando louca?

— Eu realmente pensei que talvez ele fosse melhorar um pouquinho este ano. — Disse Hermione, desapontada — Quero dizer... sabe... — Ela olhou para os lados cautelosamente; havia meia dúzia de lugares vazios de cada lado nosso e ninguém passava pela mesa — Agora que ele está na Ordem e tudo.

— Cogumelos venenosos não mudam sua natureza. — Disse Rony sabiamente. — Em todo o caso, eu sempre achei Dumbledore meio matusquela por confiar em Snape. Onde está a prova de que ele realmente parou de trabalhar para Você-Sabe-Quem?

— Acho que Dumbledore provavelmente tem muitas provas, mesmo que não as revele a você. — Retorquiu Hermione.

— Ah, calem a boca, vocês dois. — Disse Harry, rudemente, quando Rony abriu a boca para responder. Hermione e Rony congelaram, demonstrando estar zangados e ofendidos. E eu desviei o olhar da comida e levantei a cabeça assustada — Será que não podem dar um tempo? Sempre brigando um com o outro, estão me enlouquecendo. E não sei como a Rox, que está nesse estado consegue aguentar vocês, é sério. Isso é insuportável! — E, largando o empadão pela metade, atirou a mochila às costas e nos deixou sentados ali

   Hermione e Rony se encararam incrédulos.

— Acho que seria legal se ele parasse de descontar a raiva dele na gente, não acham? — Hermione resmungou mexendo na comida

   Eu os olhei, mas não respondi coisa alguma, tinha algo estranho, e foi quando desviei meu olhar de Rony e Hermione foi que eu notei... vários vultos passando por trás deles, e um barulho de correntes arrastando pelo chão, foi como se de repente o Salão ficasse mais escuro, e escutei uma risada amedrontadora que fez cada pelo do meu corpo arrepiar. Mas de repente uma dor, senti uma dor que vinha da minha mão esquerda que estava posicionada em cima da mesa, abaixei meu olhar depressa para ela, enquanto eu sentia como se algo rasgasse minha pele, então eu vi palavras... palavras que se formavam lentamente nas costas da minha mão esquerda, gravadas na pele como se tivessem sido riscadas por um bisturi, era um corte brilhante, e vi o sangue pingando caindo de cada uma das letras... a dor era quase insuportável.

— Não... devo contar mentiras. — Li a frase assim que a última letra foi escrita na minha mão e soltei um lamento sem entender

— Rox? — Escutei uma voz distante, como vinda de um rádio — Rox?

   Um bater de palmas bem a frente dos meus olhos. Eu pisquei. Estava de volta no Salão Principal, tudo estava normal, sem vultos, e sem som algum. Rony e Hermione me olhavam assustados sem entender, ambos na minha frente. Minha respiração estava ofegante, abaixei meu olhar para minha mão de imediato, não sentia mais dor alguma e ela parecia ter voltado perfeitamente ao normal.

— Rox... o que... — Rony começou a falar, mas eu nem deixei o menino terminar

— Eu tô bem! — Falei séria me levantando da mesa e saindo da mesma forma que antes Harry fizera, deixando Rony e Hermione para trás

   Subi dois degraus de cada vez da escadaria de mármore, passando por alguns estudantes que não haviam ido almoçar, mas nenhum conhecido. Em um dos patamares, eu passei pelo grande retrato de Sir Cadogan; o cavalheiro desembainhou a espada e brandiu-a ferozmente contra um garoto da Slytherin, que passava por mim, indo na direção oposta, o menino não lhe deu atenção.

— Volte aqui seu cão pestilento! Fique parado e lute! — Berrou com a voz abafada pelo visor da armadura, mas o garoto simplesmente continuou o seu caminho e, quando Sir Cadogan tentou segui-lo, correndo para o retrato do lado, foi repelido por seu dono, um cachorrão de cara feroz

   Eu passei o resto do intervalo para o almoço observando os quadros da Torre Norte e tentando me convencer que eu não estava louca. Quando a sineta tocou, fui uma das primeiras pessoas a subir a escada prateada que levava à sala de aula de Sibila Trelawney.

  Ela estava atarefada, colocando exemplares de livros encadernados em couro, mas muito usados, sobre cada uma das mesinhas instáveis que atravancavam sua sala, quando eu entrei. Porém, a luz refletida pelos abajures cobertos por lenços de seda e pelo fogo baixo e nauseante da lareira era tão fraca que a professora pareceu não ter notado a minha presença na porta. Olhei de um lado a outro e vi Harry sentado nas sombras e logo rumei ao encontro dele.

— Cansou deles também? — Harry perguntou no instante que eu me sentei

— Am? — Perguntei sem entender jogando minha mochila em cima da mesa

— Rony e Hermione, cansou das brigas deles também?

— Ah... é... — Respondi sem jeito meio que desviando o olhar dele

   Os demais alunos foram chegando nos cinco minutos seguintes. Rony apareceu no alçapão, olhou atentamente a toda volta, localizou eu e Harry e se encaminhou direto para nós, ou o mais diretamente que pôde, depois de contornar mesas, cadeiras e pufes repolhudos.

— Hermione e eu paramos de discutir. — Disse ele, sentando-se ao meu lado, mas se dirigindo à Harry

— Ótimo. — Resmungou Harry

— Mas Hermione diz que acha que seria legal se você parasse de descontar sua raiva na gente.

— Eu não estou...

— Eu estou só transmitindo o recado. — Disse Rony, interrompendo-o — Mas acho que ela tem razão. Não é nossa culpa o modo do Seamus e do Snape tratarem você. Ver só como a Rox está também.

   Levantei a cabeça, porém não falei coisa alguma.
  
— Eu nunca disse isso...

— Bom-dia. — Saudou a Profa. Trelawney, com a voz difusa e sonhadora de sempre, e Harry parou de falar — E bom retorno à Adivinhação. Eu estive naturalmente acompanhando o destino de vocês com a maior atenção durante as férias, e estou felicíssima que todos tenham voltado a Hogwarts sãos e salvos, como, aliás, eu sabia que aconteceria.

   “Vocês vão encontrar nas mesas à sua frente exemplares do Oráculo dos sonhos, da autoria de Inigo Imago. A interpretação dos sonhos é um meio dos mais importantes para adivinhar o futuro, e que por isso pode muito provavelmente ser exigido no seu N.O.M. Não que eu acredite, é claro, que ser aprovado ou não em um exame tenha a mais remota importância, quando tratamos da arte sagrada da adivinhação. Se a pessoa tem o Olho que Vê, os certificados e as séries concluídas não vêm ao caso. Contudo, o diretor gosta que vocês prestem exames, portanto...”

   A voz da professora foi baixando delicadamente, não deixando aos alunos a menor dúvida de que ela considerava a sua disciplina acima de detalhes sórdidos como exames.

— Abram, por favor, na Introdução, e leiam o que Imago tem a dizer sobre a interpretação de sonhos. Depois, quero que se dividam em pares e usem o Oráculo dos sonhos para interpretar os sonhos mais recentes um do outro. Comecem.

   Quando a professora falou ‘pares’, Rony e Harry se entreolharam no mesmo momento logo voltando a olhar pra mim, sei bem o que eles pensavam.

— Tá, tudo bem. Façam juntos. — Falei antes que eles pudessem falar qualquer coisa — Vou fazer com a Lav.

   Então peguei minhas coisas e fui até a loira, já que Pati e Lia iriam fazer juntas.
  
   Uma coisa boa a dizer desta aula é que não durava dois tempos. Na altura em que todos terminamos de ler a introdução ao livro, restavam menos de dez minutos para a interpretação de sonhos. Na mesa ao lado da minha e de Lav, Dean fizera par com Neville, que imediatamente embarcou em uma interminável explicação sobre um pesadelo que envolvia uma tesoura gigantesca usando o melhor chapéu de sua avó; observei Lia que olhava o livro perplexa e perdida enquanto Pati contava seus sonhos mirabolantes envolvendo chapéis, sapatos e bolsas amaldiçoados. Então olhei para Harry e Rony, na mesa atrás de mim e Lav, eles apenas se entreolharam sombriamente.

   Eu sabia bem que Rony não era de lembrar o que sonhava, mas Harry não parecia de boa para contar o que andava sonhando e insistiu para Rony falar qualquer coisa.

— Bom, uma noite dessas eu sonhei que estava jogando quadribol. — Disse meu irmão, contraindo o rosto num esforço para se lembrar — Que é que você acha que isso significa?

— Provavelmente que você vai ser devorado por um marshmallow gigante ou outra coisa assim. — Disse Harry, folheando as páginas do Oráculo dos sonhos, sem interesse

   Então percebi um bater de palmas à frente do meu rosto. Era Lav que estivera tentando chamar minha atenção.

— Rox, você tem que me contar um dos seus sonhos para eu olhar no livro. — Insistiu ela

— Tem certeza que precisa ser um dos meus? Não pode ser um dos seus? — Resmunguei. Não estava nenhum pouco a vontade para falar do que eu andava vendo em sonhos, ou até mesmo acordada

— Até poderia, mas você sabe que eu amo essa matéria, me fala algo vai. — Implorou ela

   Me remexi desconfortável na cadeira e tentei com esforço pensar em qualquer besteira.

— Sonhei que era uma jogadora profissional de quadribol. — Falei, e por incrível que pareça não tinha animação na minha voz

   Lav me lançou um olhar de que não acreditava muito, mas mesmo assim abaixou a cabeça para folhear o livro. Era um trabalho muito sem graça procurar fragmentos de sonhos no Oráculo, e eu não me senti mais animada quando a professora mandou preparar um diário com os sonhos de um mês, como dever de casa. Quando a sineta tocou, eu, Rony e Harry fomos os primeiros a descer pela escada, Rony resmungando em voz alta.

— Vocês já perceberam quanto dever de casa já temos? Binns mandou fazer um trabalho de quarenta e cinco centímetros sobre as guerras dos gigantes, Snape quer trinta centímetros sobre o uso das pedras da lua, e agora temos de fazer um diário de sonhos durante um mês para Trelawney! Fred, George e o Jordan não estavam errados sobre o ano dos exames, sabe? É melhor aquela tal Umbridge não nos dar nada...

   Mas infelizmente, eu não estava com uma impressão nada boa daquela aula.

  Hello bruxinhoooos!!

   Aproveitando as férias??

   Esse capítulo ficou enorme kkkk, mas eu gostei, a partir daqui às coisas só pioram, bom já tem um tempo que elas só pioram, né? Kkkk

  Então, como estamos??
  Próximo capítulo vai mostrar a aula da Umbridge, o que acham que pode acontecer??

   Ah e o que acharam dos nossos visitantes do além de hoje??

  Ansiosos pros próximos capítulos??

  Nos vemos na quarta-feira!

– Bjos da tia Nick.

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