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122 | The Wedding

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122. O Casamento
       
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  Por que as pessoas sempre choram em casamento?

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     Eu estava impaciente.

   Como sempre, na verdade a impaciência é bem natural pra mim, mas o fato de mamãe não ter deixado eu ir receber os convidados na tenda juntamente com Harry, Rony, Fred e George me incomodou um tantinho, ou muito. Tive que ficar em casa para ser arrumada como uma dama. Que merda!

   Era sorte, muita sorte, que pelo menos meus parentes fossem um pouco sensatos e entenderam que sou velha demais pra ser daminha de honra, deixando esse trabalho apenas para Ginny e Gabrielle. Mas mesmo assim fui forçada a me sentar em uma bendita cadeira enquanto Evellyn muito simpaticamente fazia minha maquiagem.

   Normalmente Evellyn Howard tem a vibe “garota da floresta”, mas quando quer ela consegue se arrumar mais que decentemente. Seu cabelo castanho está todo preso em bobes para os ondular, mas ela ainda não vestiu a roupa da festa, claro, falta umas boas horas pra começar.

   No momento, cá estou eu, sentada na cadeira da penteadeira de Ginny com Evellyn na minha frente, a maleta de maquiagem dela em cima da cama da minha irmã com um pouco do conteúdo espalhado nela. Pincéis, esponjas e umas outras coisas que nem faço ideia do que seja.

   Vega está sentada ao lado e seus cabelos também estão em bobes enquanto ela espera a vez de ser maquiada. Hermione já está quase pronta, ela terminou há poucos minutos de passar o produto que deixa seu cabelo totalmente liso e sua maquiagem já está feita.

   O motivo de estarmos no quarto de Ginny, no entanto, é bem claro, Rony e Harry estão se arrumando no nosso quarto, e Evellyn achou melhor fazer a maquiagem das garotas tudo aqui. Pelo menos a minha, de Vega, de Mione e a dela própria, pois Ginny como daminha de honra vai ser maquiada juntamente com Fleur e Gabrielle.

— Eu ainda acho injusto! — Exclamei, pela talvez décima vez, balançando os pés, os olhos fechados enquanto Evellyn os pintava

— Me diz uma coisa que você não ache injusta, Rox. — Retrucou Vega olhando a vista pela janela

— Mas eu queria ir receber os convidados também.

— Não vejo graça em receber os convidados, o que parece é que você não consegue se desgrudar do Rony. — Disse Hermione olhando para mim que cruzei os braços na hora

— Não é verdade, eu consigo muito bem ficar longe daquele chato!

— Rox, tenta não piscar, se não eu vou acabar borrando a maquiagem. — Pediu Evellyn em um suspiro simpático me fazendo parar de se mexer, mesmo que emburrada

   Em algum ponto do quarto o relógio apitava indicando que o tempo está passando e o casamento começará em breve.

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ᴴᵃʳʳʸ ᴾᵒᵗᵗᵉʳ

   Já são três horas da tarde e enquanto as meninas ainda se arrumam, eu, Rony, Fred e George estamos agora parados diante da grande tenda branca no pomar, aguardando a chegada dos convidados para o casamento. Eu tomei uma boa dose de Poção Polissuco e virei o duplo de um trouxa ruivo, morador da aldeia local, Ottery St. Catchpole, de quem Fred roubara alguns fios de cabelo usando um Feitiço Convocatório. O plano era me apresentar como o “primo Barny” e confiar que o grande número de parentes dos Weasley me camuflasse.

   Nós quatro estamos segurando mapas da disposição das cadeiras para poder levar os convidados aos seus lugares. Uma legião de garçons vestidos de branco chegou uma hora antes, ao mesmo tempo que uma banda de paletós dourados. No momento, todos esses bruxos estavam sentados a uma pequena distância sob uma árvore; eu via uma nuvem azulada de fumaça de cachimbos se elevando do local.

   Atrás de mim, a entrada da tenda revelava filas e mais filas de frágeis cadeiras douradas dispostas nas laterais de um longo tapete roxo. Os postes de sustentação estavam enfeitados com guirlandas de flores brancas e douradas. Fred e George tinham prendido um enorme buquê de balões dourados sobre o ponto exato em que Bill e Fleur em breve se tornariam marido e mulher. Fora da tenda, abelhas e borboletas pairavam preguiçosamente sobre a grama e a sebe. Eu me sentia bastante desconfortável. O garoto trouxa cuja aparência eu assumi era ligeiramente mais gordo, e mimhas próprias vestes a rigor estavam quentes e apertadas à claridade ofuscante do dia de verão.

— Rox deve estar até agora reclamando porque mamãe não deixou ela vim receber os convidados com a gente. — Rony comentou com um suspiro enquanto folgava um pouco a gravata em seu pescoço

— Deve mesmo. — Concordei lembrando da birra que minha melhor amiga fez um tempo antes

— Quando eu me casar — Disse Fred também repuxando a gola de suas vestes —, não vou me preocupar com nenhuma dessas bobagens. Vocês todos podem vestir o que quiserem, e lançarei um Feitiço do Corpo Preso na mamãe até terminar a cerimônia.

— Ela não esteve tão ruim assim hoje de manhã. — Comentou George — Chorou um pouco porque Percy não veio, mas quem queria a presença dele? Ah, caramba, se preparem... aí vêm eles, olhem.

   Vultos muito coloridos vinham surgindo do ar, um a um, na distante divisa do quintal. Em minutos formou-se uma procissão, que começou a serpear pelo jardim em direção à tenda. Flores exóticas e pássaros enfeitiçados esvoaçavam nos chapéus das bruxas, e pedras preciosas cintilavam nas gravatas de muitos bruxos; o murmúrio das conversas animadas foi crescendo cada vez mais, abafando o zumbido das abelhas à medida que a multidão se aproximava da tenda.

— Excelente, acho que estou avistando algumas primas veelas — Disse George, espichando o pescoço para ver melhor — Elas vão precisar de ajuda para entender os nossos costumes ingleses, podem deixar que eu cuido delas.

— Calma aí, seu mal-amado — Disse Fred, passando como uma flecha pelo bando de bruxas de meia-idade que vinham à frente da procissão — Por aqui, permettez-moi de assister vous — Ofereceu-se ele a duas belas francesinhas, que aceitaram entre risadinhas, que ele as conduzisse à tenda. A George, couberam as bruxas de meia-idade, Rony se encarregou de um velho colega do sr. Weasley no Ministério, Perkins, e, para mim, sobrou um casal um tanto surdo.

— E aí, beleza? — Disse uma voz conhecida quando tornei a emergir da tenda e deparei com Tonks e Lupin à frente da fila. Ela virara loura para a ocasião — Arthur disse que você era o de cabelos crespos. Desculpe pela noite passada — Acrescentou a bruxa em um sussurro, enquanto eu os conduzia pelo corredor central da tenda — No momento, o Ministério está se mostrando muito antilobisomem, e achamos que a nossa presença poderia prejudicar você.

— Tudo bem, eu entendo. — Respondi mais para Lupin do que para Tonks. O bruxo sorriu brevemente, mas, assim que os dois viraram as costas, percebi que o rosto do ex-professor retomou as rugas de infelicidade. Eu não estava entendendo, mas não tinha tempo para aprofundar o assunto. Hagrid estava causando um certo tumulto. Tendo entendido mal a orientação que Fred lhe dera, acomodou-se, não na cadeira magicamente aumentada e reforçada que lhe prepararam na última fila, mas em cinco cadeiras que agora pareciam uma montanha de palitos dourados.

   Enquanto o sr. Weasley reparava o dano e Hagrid gritava suas desculpas para quantos quisessem ouvi-lo, voltei rapidamente à entrada e encontrei Rony diante de um bruxo excepcionalmente excêntrico. Um tanto vesgo, cabelos brancos que lembravam a textura do algodão-doce e lhe desciam pelos ombros, ele usava um barrete cuja borla balançava diante do seu nariz e era cor de gema de ovo tão berrante que fazia doer os olhos. Um símbolo estranho, em forma de um olho triangular, brilhava em uma corrente de ouro pendurada ao seu pescoço.

— Xenophilius Lovegood — Apresentou-se, estendendo a mão a mim — Minha filha e eu moramos ali atrás do morro, foi muita gentileza dos Weasley nos convidarem. Mas acho que conhece a minha Luna, não? — Acrescentou para Rony

— Conheço. Ela não veio com o senhor?

— Luna parou um instante naquele jardinzinho encantador para dizer alô aos gnomos, que gloriosa infestação! São muito poucos os bruxos que entendem o quanto podemos aprender com esses pequenos gnomos sábios, ou, para chamá-los pelo seu nome correto, os Gernumbli gardensi.

— Os nossos sabem realmente um tesouro de palavrões — Acrescentou Rony —, mas acho que aprenderam com Fred e George.

   Dito isso, saiu para levar um grupo de bruxos à tenda no momento em que Luna nos alcançava.

— Alô, Harry! — Cumprimentou-me a garota

— Ãh... meu nome é Barny. — Respondi surpreso

— Ah, você trocou o nome também? — Replicou Luna animada

— Como soube...?

— Ah, a sua expressão.

   Tal como o pai, a garota estava usando vestes amarelas berrantes, que complementara com um grande girassol nos cabelos. Uma vez que os olhos se acostumassem com o excesso de cor, o efeito geral era bem agradável. Pelo menos desta vez não trazia rabanetes pendurados nas orelhas.

   Xenophilius, que estava absorto a conversar com um conhecido, perdera o diálogo entre mim e Luna. Despedindo-se do bruxo, virou-se para a filha, que, erguendo o dedo, disse:

— Papai, olhe... um dos gnomos me mordeu!

— Que maravilha! A saliva de gnomo é extremamente benéfica! — Comentou o sr. Lovegood, segurando o dedo que a filha lhe estendia e examinando os furinhos ensanguentados — Luna, meu amor, se hoje você sentir um novo talento despontar, talvez uma inesperada vontade de cantar ópera ou de declamar em serêiaco, não se reprima! Talvez tenha recebido uma dádiva dos Gernumblies!

   Rony que cruzava por eles, desdenhou com uma risadinha.

— Rony, pode rir — Comentou Luna serenamente, enquanto eu conduzia ela e o sr. Lovegood aos seus lugares —, mas meu pai fez muitas pesquisas sobre a magia Gernumbli.

— Sério?! — Exclamei; já há muito tempo resolvi parar de questionar as excêntricas opiniões de Luna e seu pai — Mas tem certeza que não quer pôr alguma coisa nessa mordida?

— Ah, não se preocupe. — Disse Luna, chupando o dedo, distraidamente, e me medindo de alto a baixo — Você está elegante. Eu disse a papai que a maioria das pessoas provavelmente usaria vestes a rigor, mas ele acredita que se deve usar cores solares em um casamento, para dar sorte, entende.

   Quando ela se afastou para acompanhar o pai, Rony reapareceu com uma bruxa idosa agarrada ao seu braço. Seu nariz curvo, os olhos de contornos vermelhos, e o chapéu rosa enfeitado com penas lhe davam a aparência de um flamingo mal-humorado.

— ... e os seus cabelos estão compridos demais, por um momento cheguei a pensar que você era a Ginevra. Quase imaginei se tratar de Roxanne, mas aquela sua irmã gêmea é tão baixa que não dá pra confundir com ninguém, mesmo que agora ela insista naqueles sapatos extremamente altos, por que ela não aceita que puxou aos Prewett na altura? Bom, pelo menos o cabelo dela cresceu, eu tinha odiado o corte que ela fez no ano passado, não sei como Molly deixou ela fazer aquilo, mas pelo visto a mãe de vocês deixa que façam o que quiser com os cabelos, não é!? Pelas barbas de Merlim, que é que o Xenophilius está vestindo? Parece uma omelete. E quem é você? — Perguntou rispidamente a Harry

— Ah, sim, tia Muriel, esse é o nosso primo Barny.

— Mais um Weasley? Vocês se reproduzem como gnomos. E Harry Potter não está aqui? Eu tinha esperança de conhecê-lo. Pensei que fosse seu amigo e da sua irmã, Ronald, ou você e ela andaram apenas se gabando?

— Não... ele não pôde vir…

— Humm. Deu uma desculpa, foi? Então, não é tão retardado quanto aparenta ser nas fotos da imprensa. Estive ensinando a noiva como é melhor usar a minha tiara — Gritou para mim, quase me assustando — Artesanato dos duendes, sabe, está na minha família há séculos. Ela é uma moça bonita, mas... francesa. Bem, bem, me arranje um bom lugar, Ronald, tenho cento e sete anos e não devo ficar em pé muito tempo.

   Ao passar por mim, Rony lançou-me um olhar significativo e não reapareceu por algum tempo; quando tornamos a se encontrar na entrada, eu já tinha levado mais de dez pessoas aos seus lugares. A tenda estava quase cheia agora e, pela primeira vez, não havia fila do lado de fora.

— Um pesadelo, essa Muriel! — Exclamou Rony, enxugando a testa com a manga da roupa — Costumava vir todo ano passar o Natal conosco, então, graças a Deus, se ofendeu porque Fred e George estouraram uma bomba de bosta embaixo da cadeira dela na hora da ceia. Papai sempre comenta que ela deve ter riscado os dois do testamento, como se eles se importassem; nesse ritmo, eles vão acabar sendo os mais ricos da família... uau — Acrescentou, pestanejando rapidamente quando viu Hermione vindo apressada ao encontro dos dois — Que máximo!

— Sempre o tom de surpresa. — Respondeu Hermione, embora sorrisse. Usava um esvoaçante vestido lilás com sapatos altos da mesma cor; seus cabelos estavam lisos e sedosos — Sua tia-avó Muriel não concorda, acabei de encontrá-la lá em cima entregando a tiara a Fleur: “Ai, não, essa é a menina que nasceu trouxa?”, e em seguida “má postura e tornozelos finos demais”.

— Não se ofenda, ela é grosseira com todo o mundo. — Disse Rony

— Grosseira. — Repetiu Vega parecendo impaciente; usava um belo vestido azul-marinho com manga capa que a deixava com um ar mais velho, em seu cabelo tinha leves ondas — É porque vocês não viram o que ela disse comigo.

— O que ela disse? — Perguntei, mas a minha irmã meramente fez um muxoxo; nós mal conversamos desde que cheguei A Toca, ela vive irritada com algo que não faço ideia do que deve ser

— Tá e cadê a minha irmã? — Rony perguntou

— Ela sim deve está xingando a tia de vocês sem parar. — Contou Hermione — Ela fez Rox voltar para trocar os sapatos, disse algo sobre a altura dela. Bom, o fato é que a Rox se irritou e disse que ia calçar um salto de doze centímetros, então desapareceu em direção às escadas.

  Rony balançou a cabeça negativamente enquanto olhávamos as pessoas ao redor já esperando uma Rox em brasas aparecendo a qualquer hora na festa.

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ᴿᵒˣᵃⁿⁿᵉ ᵂᵉᵃˢˡᵉʸ

   Desci as escadas xingando e basicamente não dei ouvidos a ninguém enquanto seguia para a tenda explodindo de insatisfação e sem conseguir parar de amaldiçoar a minha maravilhosa tia-avó Muriel.

   Eu esbanjava um vestido de cetim preto rodado, sem mangas e com uma lasca na perna direita. Agora eu calçava um salto alto prata brilhante com doze centímetros. A Ametista casava perfeitamente com o look brilhando no meu pescoço em contraste com o lindo anel de prata no meu dedo anelar e com a presilha também prateada no meu cabelo.

   Avistei Rony, Harry, Hermione e Vega já de longe no lado de fora da tenda e rumei pra lá dando um pouco de intervalo aos meus xingamentos.

— Eu odeio ela. — Falei assim que parei perto deles, sem tempo pra dizer um “oi” ou agradecer ao elogio de Harry — Será que ninguém percebe que eu já sei que tenho um metro e cinquenta e três!?Ninguém precisa ficar me lembrando. Qual é, eu nem sou tão mais baixa que ela!

  Vejo Vega olhar para meus sapatos meio intrigada, estou passando dela por dois centímetros e isso me deixa extremamente feliz.

— Ah, salto meia-pata, menos mal. É que doze centímetros é demais, fiquei imaginando como você aguentaria. — Comentou ela parecendo aliviada, sendo que só eu sabia o meu desconforto com o calçado

  Eu soltei um muxoxo enquanto cruzava os braços.

— Ela é impossível! — Exclamei

— Falando de Muriel? — Perguntou George, emergindo da tenda com Fred — É, ela acabou de dizer que as minhas orelhas estão desiguais. Morcega velha. Mas eu gostaria que o tio Abílio ainda fosse vivo; ele era gargalhada certa em casamentos.

— Não foi ele que viu um Sinistro e morreu vinte e quatro horas depois? — Perguntou Hermione

— Bem, foi, ele ficou meio esquisito mais para o fim da vida. — Admitiu George

— Mas, antes de ficar caduco, ele era a alma das festas. — Comentou Fred — Costumava beber uma garrafa inteira de Whisky de fogo, depois ia para o meio do salão de dança, levantava as vestes e começava a tirar buquês de flores do…

   Harry lançou um olhar pra mim meio rindo como se pra me lembrar da merda que fiz na festa de aniversário de Theodore na Câmara secreta.

— É, era realmente encantador. —Hermione interrompeu Fred, enquanto Vega se acabava de rir

— Jamais casou, não sei por quê. — Disse Rony

— Você me espanta. — Replicou Hermione

   Estávamos rindo tanto que nenhum de nós notou um convidado atrasado, um rapaz de cabelos escuros com um narigão curvo e grossas sobrancelhas negras, até ele apresentar o convite a Rony e dizer, com os olhos em Hermione:

— Você está marravilhosa!

— Vítor! — Exclamou ela, deixando cair a bolsinha de contas, que produziu um baque desproporcional ao tamanho. Ao se abaixar, corando, para recuperá-la, disse: — Eu não sabia que você foi... nossa... que prazer ver... como vai?

   As orelhas de Rony tinham mais uma vez ficado muito vermelhas. Examinando o convite de Krum como se não acreditasse em uma palavra do que via escrito, falou, um pouco alto demais:

— Por que está aqui?

— Fleur me convidou. — Respondeu Krum, erguendo as sobrancelhas

— Bom, seja muito bem vindo. — Falei sorrindo como boba enquanto apertava a mão dele com entusiasmo

   Ele me olhou meio surpreso, antes de parecer finalmente me conhecer. Eu vi a cara do meu irmão e achei mais prudente retirá-lo das imediações de Rony, oferecendo-me para lhe mostrar onde sentar enquanto puxava o mapa com a distribuição de assentos da mão de Harry.

— O seu irrmão não ficou satisfeito em me verr. — Comentou Krum, entrando na tenda agora inteiramente lotada

— Não liga, ele é um chato. — Respondi, mas Krum parara de escutar. Sua aparição estava causando certo rebuliço, particularmente entre as primas veelas de Fleur: afinal, era um famoso jogador de quadribol. Eu as chamaria de piranhas se eu não tivesse achado elas particularmente lindas

   Enquanto as pessoas ainda se esticavam para dar uma boa olhada nele, Rony, Harry, Hermione, Vega, Fred e George vieram, apressados, pelo corredor central.

— Hora de sentar — Disse Fred a mim —, ou vamos ser atropelados pela noiva.

   Eu, Rony, Harry e Hermione nos sentamos na segunda fila atrás de Fred e George. Evellyn chegou no mesmo instante e sentou-se perto deles e ao lado de Vega. Mione ainda estava muito rosada, e as orelhas de Rony continuavam escarlates. Passados alguns instantes, ele resmungou para Harry, mas ainda pude ouvir:

— Você viu a barbicha idiota que ele deixou crescer?

   Harry respondeu com um grunhido indefinido.

   Uma sensação de ansiedade perpassava a tenda quente, os murmúrios eram pontuados por ocasionais risadas de excitação. Papai e mamãe entraram no corredor sorrindo e acenando para os parentes; ela trajando um conjunto novo de vestes de um roxo ametista e um chapéu da mesma cor. No momento seguinte, Bill e Charlie se postaram à frente da tenda, os dois de vestes a rigor com grandes rosas brancas nas botoeiras; Fred deu um assovio de aprovação, que foi acompanhado por nova erupção de risinhos das primas veelas.

   Então a multidão fez silêncio e o volume da música foi aumentando, aparentemente vinda dos balões dourados.

— Aaaah! — Exclamou Hermione virando-se na cadeira para olhar a entrada

   Um suspiro coletivo se ergueu dos bruxos e bruxas reunidos quando Monsieur Delacour e Fleur entraram pelo corredor, ela deslizando, ele balançando o corpo com um largo  sorriso no rosto. A noiva usava um vestido branco simples e parecia desprender uma forte aura prateada. Embora, por comparação, sua radiância normalmente empanasse a de qualquer pessoa, hoje embelezava todos sobre quem incidia. Ginny e Gabrielle, ambas usando trajes dourados, pareciam ainda mais bonitas do que de costume, e quando Fleur chegou aonde estava Bill, ele pareceu jamais ter enfrentado Lobo Greyback.

— Senhoras e senhores — Anunciou uma voz ligeiramente cantada, e, com um leve choque, reconheci o mesmo bruxo franzino com cabelos em tufos que presidira o funeral de Dumbledore, agora diante de Bill e Fleur — Estamos aqui reunidos para celebrar a união de dois fiéis…

— Decididamente, a minha tiara valoriza toda a cerimônia. — Comentou tia Muriel, com um poderoso sussurro — Mas é preciso que se diga, o vestido de Ginevra está decotado demais.

   Eu tentei com muito esforço não revirar os olhos, tia Muriel também reclamou da minha roupa, não gostou do fato do vestido ser costa nua, ou do lascão na perna.

— Willian Arthur Weasley, você aceita Fleur Isabelle Delacour...?

   Na primeira fila, mamãe e Madame Delacour choravam baixinho em lencinhos de renda. Sons de trombeta ao fundo da tenda anunciaram que Hagrid puxara do bolso um dos seus lenços tamanho toalha. Hermione virou-se sorridente; seus olhos também estavam marejados de lágrimas.

— Por que as pessoas sempre choram em casamento? — Perguntei totalmente perdida e tanto Harry quanto Rony me devolveram o olhar intrigado

— ... então eu os declaro unidos para toda a vida.

   O bruxo de cabelos em tufos ergueu a varinha sobre as cabeças de Bill e Fleur e uma chuva de estrelas caiu sobre os noivos, envolvendo em espirais os seus corpos agora entrelaçados. Enquanto Fred e George puxavam uma salva de palmas, os balões dourados no alto estouraram: flutuaram no ar aves do paraíso e minúsculos sinos de prata que somaram seus cantos e tinidos à zoada geral.

— Senhoras e senhores! — Falou o bruxo de cabelos em tufos — Por favor, queiram se levantar!

   Todos obedeceram, tia Muriel resmungando audivelmente; ele acenou a varinha. As cadeiras em que as pessoas tinham estado sentadas se ergueram graciosamente no ar, ao mesmo tempo que as paredes da tenda desapareciam, deixando agora os convidados apenas sob o toldo sustentado pelos postes dourados, com uma vista gloriosa do pomar ensolarado e do campo ao redor. Em seguida, uma poça de ouro líquido se espalhou do centro para a periferia da tenda formando uma pista de dança reluzente; as cadeiras suspensas se agruparam em torno das mesinhas, cobertas com toalhas brancas, o conjunto flutuou suavemente de volta ao jardim, e a banda de paletós dourados marchou em direção a um pódio.

— Agora sim. — Comentei animada

— Legal. — Aprovou Rony, enquanto os garçons surgiam de todos os lados, alguns trazendo bandejas de prata com suco de abóbora, cerveja amanteigada e Whisky de fogo, outros equilibrando montanhas de tortinhas e sanduíches

— Temos que ir cumprimentá-los! — Disse Hermione, ficando nas pontas dos pés para localizar onde Bill e Fleur tinham desaparecido cercados por uma multidão que lhes desejava felicidades

— Bem, teremos tempo depois. — Disse Rony dando de ombros, e, tirando quatro cervejas amanteigadas de uma bandeja que passava, entregou uma a Harry e outra pra mim que olhei para a bebida como se ele tivesse me dado um copo de água — Hermione, é agora, vamos pegar uma mesa... ali não! O mais longe da Muriel…

— Eu quero uma garrafa de Whisky, não essa água. — Falei horrorizada, mas meu irmão não me deu ouvidos

   Rony atravessou a pista de dança vazia, olhando para os lados: tive certeza de que ele estava atento a Krum. Quando finalmente alcançamos o lado oposto do toldo, a maior parte das mesas já estava tomada: a mais vazia era a que Luna ocupava sozinha.

— Tudo bem se a gente sentar com você? — Perguntou Rony

— Ah, claro. — Respondeu ela contente — Papai foi entregar a Bill e Fleur o nosso presente.

— Que é... um estoque de raízes-de-cuia para a vida toda? — Perguntou Rony

   Hermione deu-lhe um pontapé por baixo da mesa, mas acertou em mim. Com os olhos lacrimejando de dor, perdi o fio da conversa por alguns momentos, só escutando o pedido de desculpas de Mione.

   A banda começara a tocar. Bill e Fleur foram os primeiros na pista de dança, sob os aplausos gerais; passado um momento, papai chegou com Madame Delacour, no que foi seguido pela mamãe com o pai de Fleur. Percebi Charlie tentando convencer Evellyn a ir dançar, mas ela parecia corada, não devia gostar de dança.

— Gosto dessa música. — Disse Luna, balançando-se no ritmo de uma valsa, e segundos depois ela se levantou e deslizou para a pista, onde dançou sem sair do lugar, sozinha, agitando os braços de olhos fechados

— Ela é ótima, não é? — Comentou Rony com admiração — Sempre vale a pena olhar.

   O sorriso, porém, apagou-se imediatamente do seu rosto: Vítor Krum havia sentado na cadeira desocupada por Luna. Hermione pareceu agradavelmente perturbada, mas desta vez Krum não viera cumprimentá-la. Com o rosto contraído, ele perguntou:

— Quem é aquele homem de amarrelo?

— É o Xenophilius Lovegood, pai de uma amiga nossa — Respondeu Rony. Seu tom agressivo indicava que não iríamos rir de Xenophilius apesar da clara provocação — Vamos dançar. — Acrescentou ele, bruscamente, para Hermione

   Ela pareceu surpresa, mas também feliz, e se levantou: eles desapareceram na pista de dança que agora ia enchendo de dançarinos. Eu ergui os olhos surpresa, mas sorrindo que finalmente meu irmão tomou coragem.

— Ah, eles estão juntos agora? — Perguntou Krum, momentaneamente distraído

— Ah... mais ou menos. — Respondeu Harry

— E você quem é? — Tornou Krum

— Barny Weasley.

   Eles se apertaram as mãos, antes de Krum olhar pra mim.

— É Roxanne, não é?

— Sim, mas pode me chamar de Rox. —Respondi com um sorriso

— Cerrto, Rox. Bom, vocês… conhecem bem esse tal Lovegood?

— Não, nós o conhecemos hoje. Por quê?

   Krum franziu o cenho por cima da borda do copo de bebida, observando Xenophilius, que conversava com vários bruxos do lado oposto da pista de dança.

— Porrque — Disse Krum — se ele não fosse convidado da Fleur, eu o desafiarria parra um duelo aqui e agorra, porr usarr aquele símbolo nojento no peito.

— Símbolo? — Me admirei olhando também para o pai de Luna. Havia um estranho olho triangular brilhando em uma corrente no seu pescoço — Por quê? Qual é o problema?

— Grrindelvald. Aquele é o símbolo de Grrindelvald.

— Grindelwald... o bruxo das trevas que Dumbledore derrotou? — Harry perguntou

— Exatamente. — Os músculos do queixo de Krum se moveram como se estivesse mascando, e ele continuou: — Grrindelvald matou muitas pessoas, meu avô, porr exemplo. Naturralmente ele nunca foi muito poderroso em seu país, diziam que temia Dumbledorre: e com razão, sabendo como foi derrotado. Mas isto... — Ele apontou para Xenophilius — Isto é o símbolo dele, reconheci na hora: Grrindelvald grravou-o em uma parrede de Durrmstrrang quando estudou lá. Alguns idiotas o copiarram nos livros e nas roupas, querrendo chocarr, se fazerr de imporrtantes, até que aqueles, como nós, que tínhamos perrdido familiarres porr culpa de Grrindelvald demos uma lição neles.

   Krum estalou as juntas dos dedos ameaçadoramente, amarrando a cara para Xenophilius. Harry e eu ficamos perplexos. Parecia-me extremamente improvável que o pai de Luna fosse um seguidor das Artes das Trevas, e ninguém mais na tenda parecia ter reconhecido o triângulo, cujo formato lembrava uma runa.

— Você tem, ah, certeza que é de Grindelwald...?

— Não estou enganado. — Replicou Krum com frieza — Passei porr aquele símbolo durrante anos, conheço-o bem.

— Bem, tem uma probabilidade de que Xenophilius não saiba o que o símbolo realmente significa. Os Lovegood são muito... incomuns. — Comentei

— Sim. — Emendou Harry — Ele pode muito bem tê-lo comprado por aí, achando que é o corte transversal de uma cabeça de Bufadores de Chifre Enrugado ou outra coisa qualquer.

— Um corrte trransverrsal do quê?

— Bom, não sei muito bem o que são, mas aparentemente ele e a filha viajam nas férias para procurá-los…

   Senti que não estávamos sendo muito convincentes ao explicar Luna e o pai.

— É ela ali. — Falei apontando a garota, que ainda dançava sozinha, agitando os braços em torno da cabeça como quem tenta espantar maruins

— Porr que ela está fazendo aquilo? — Perguntou Krum

— Provavelmente está tentando se livrar de um zonzóbulo. — Arriscou Harry

   Krum não soube dizer se Harry estava ou não gozando com a cara dele. Puxou a varinha de dentro das vestes e bateu-a ameaçadoramente na coxa; da ponta saltaram faíscas. Eu estava olhando para lá, até que uma voz diferente e suave me chamou a tona.
  
— Perdon… Licence, mademoiselle.

   Um garoto pálido de cabelos loiros claros estava parado à mesa olhando diretamente para mim, com certeza deveria ser um primo de Fleur. Se não fosse por seus olhos incrivelmente azuis e seu rosto tão sorridente, além do terno todo branco com a lapela e a gravata vermelha, além de um detalhezinho prata, talvez eu o tivesse confundido com Draco. Se bem que Draco é mais alto e tem o cabelo bem mais platinado.

— É… oi? — Falei sem jeito, meio corando

— Désolé pour l'intrusion. Mais tu es très belle. Magnifique. — Prosseguiu o garoto com um olhar galanteador, mesmo que eu tivesse entendendo apenas ⅓ da sua fala, tive uma vaga impressão de que ele me chamou de bonita — Voulez-vous danser?

   Eu sorri sem jeito, bem perdida.

— É… o quê? 

— Ele está te chamando prra dançar. — Explicou Krum

— Ahh! — Sorri abertamente finalmente entendendo — Bom, sí… digo oui.

   E me levantei sorridente aceitando a mão que ele me oferecia e acenando para os meninos que ficavam na mesa.

   O garoto era um ótimo dançarino, bem diferente de mim, se bem que eu estava na altura dos meus saltos de doze centímetros que ainda me deixavam bem mais baixa que ele. Ele era simpático, mas eu adoraria entender ao menos um pouco do que ele falara. Pelo menos, eu estava me divertindo

— Je falarr pouco o inglês. — Ele sorriu pra mim, seu sotaque super fofo — Je comprrends mais que parrle.

— É? Eu não falo praticamente nada de francês. — Falei, fazendo-o rir; minha mão em seu pescoço enquanto ele segurava minha cintura e dançávamos junto aos demais

— Quel est ton nom? Nomble tu?

— Meu nome? — Perguntei e ao vê-lo rir e balançar a cabeça respondi: — É Roxanne, mas pode me chamar de Rox.

Roxy. — Repetiu meio puxando o “x” e me fazendo sorrir

— É, isso. E… tu nomble? — Devolvi rindo tendo consciência que estava falando mais espanhol do que inglês

— Damien, enchanté. — E abriu um enorme sorriso de dentes muito brancos que faria qualquer garota desmaiar — Tu serr famille de noivo?

— Oui. — Respondi contente de saber ao menos algo de francês e entender pelo menos um pouco — Ele é meu irmão.

   Eu e Damien estávamos rodopiando na pista de dança, às vezes falando algumas coisas, quando sem querer trombamos em outro casal que dançava.

— Desculpe, desculpe, muita gente. — Me virei sorrindo antes do meu sorriso morrer um pouquinho

   Era Ginny que até pouco dançava com muito entusiasmo com justamente meu ex-namorado Lee Jordan, a quem eu nem sabia que estava na festa.

— Perdon. — Disse Damien aos dois com um sorriso culpado — Nous empolgarr um pouco.

— Você fisgou um francês, mana. — Ginny deu uma risadinha quase sussurrando pra mim para que Damien não escutasse

   Mas meus olhos azuis estavam fixos nos castanhos à minha frente. Ele tirou as tranças, mas continuava bonito como sempre com suas vestes a rigor azul escuro.

— Oi, Rox. — Cumprimentou abrindo um sorriso simpático

— Oi, Lee. — Finalmente sorri me aproximando para um abraço rápido e um pouco sem jeito

— Então… é… como vai? Você tá bonita. Como sempre, claro… ah. — Ele se atrapalhou um pouco, mas logo sorriu de forma simpática, mostrando que estava tudo bem, podíamos ser amigos

— Eu estou bem, é… — Mas me virei para Damien que parecia bem perdido com a situação — Ah… este é Damien. — E o olhei — Você é primo da Fleur, né?

— Oui. Je famille de novia. Mien nomble serr Damien Delacour. — O garoto sorriu para minha irmã e o meu ex-namorado, mas uma vez misturando o espanhol com francês e um tantinho de inglês

— Bom, Damien, essa é minha irmã Ginny e ele é meu… bom, ele é o Lee.

   Ginny e Lee cumprimentaram Damien com educação, antes de eu inventar qualquer coisa e chamar o francês gato para tomar um copo de Whisky.

    Pouco tempo depois os noivos cortaram a primeira fatia do bolo de casamento coroado por duas fênix falsas que levantaram voo assim que isso aconteceu, então garrafas de champanhe flutuaram entre os convidados. A noite foi chegando e as mariposas começaram a mergulhar sob o toldo, agora iluminado por lanternas douradas suspensas no ar, e a festa foi se tornando mais descontraída. Fred e George tinham desaparecido na escuridão, havia muito tempo, com duas primas de Fleur, Damien, que estava me fazendo companhia já há um bom tempo, me disse que uma das garotas se tratava da sua irmã mais velha; Charlie, Hagrid e um bruxo atarracado com um chapéu de abas reviradas entoavam, a um canto, “Odo, o herói”, enquanto Evellyn conversava com Vega numa mesa próxima.

   Percebi não tão rápido que Damien estava expressando a vontade de querer sumir na escuridão comigo tal como sua irmã e sua prima fizera com meus irmãos, e se não fosse o fato de eu está um pouco alcoolizada e ele ser tão parecido com Draco eu não teria ido, mas eu fui.

   Quando percebi já estava encostada na parede da parte de trás da Toca em um canto escuro e bem afastado da festa, uma das mãos de Damien estava na minha coxa e nossos lábios colados. Algo na mente diria que eu me arrependeria muito disso depois, mas aqui no escuro ele era ainda mais parecido com Draco, além do fato das revistas terem muita razão sobre os beijos francês, são divinos e muito quentes.

  Eu e Damien ficamos nisso por muito tempo, só nos separamos quando ouvimos uns passos e bem assustados nos deparamos com George e uma garota veela. Quase toda a boca do francês estava manchada com meu batom e seu cabelo bagunçado, além da gravata frouxa, eu também não devia está muito apresentável, então dava pra entender porque eu estava tão nervosa e George parecia irritado.

— Rox… mas que p…!? — Meu irmão me olhava incrédulo enquanto eu puxava o lascão do vestido para esconder mais minha perna e tentava ajeitar meus cabelos

— Chloé Delacour! — Exclamou Damien em um sotaque francês irritado — Félicitations, papa adorera savoir ce que vous faisiez!

— Et qu'est-ce que tu faisais!? —Devolveu a menina num tom igualmente irritado

   Eu e George nos entreolhamos totalmente perdidos no diálogo deles.

— Eles são irmãos. — Sussurrei para ele que fez um “a” de entendimento

— Georrgito, ela serr tu errmã? — A veela perguntou em um sotaque forte e meio bravo enquanto George confirmava com a cabeça e eu sentia vontade de rir do “Georgito”

   Alguns minutos depois eu estava tomando Whisky direto da garrafa enquanto George me levava de volta à tenda, ele procurava Harry e ia me dizendo várias coisas sobre como os garotos franceses são namoradores descarados e que eu não devia estar fazendo aquilo. Eu teria retrucado se não fosse o fato da garrafa que ele me deu está agindo como uma chupeta consoladora e eu não sentia vontade alguma de reclamar. Damien e Chloé Delacour estavam sabe-se lá onde, enquanto Fred e sua veela ainda não voltaram.

— Harry está ali. — Disse George ao localizá-lo e segurando no meu pulso me levou até a mesa, onde com muita insatisfação notei também se encontrar tia Muriel e um velho bruxo. A nuvem de cabelos brancos que envolvia sua cabeça lhe dava a aparência de um diáfano dente-de-leão, encimado por um fez roído de traças

— Não. Não. — Pedi quase implorando, mas George continuou andando me fazendo sentar na cadeira vazia ao lado de Harry

— Pode ficar com essa chata, por favor, Ha-Barny? Não deixa ela sair. — Pediu George lançando um olhar cúmplice, mas irritado à Harry antes de se retirar

   Eu levei a garrafa de Whisky a boca, percebendo vagamente que algo incomodava Harry, mas não era minha presença.

— E bebe como um vândalo. —Resmungou tia Muriel fazendo um nervo se formar na minha testa — Não sabe beber como uma dama?! Um copo de Whisky por vez e não uma garrafa como se fosse uma alcoólatra.

   Mas ela própria estava com uma garrafa de conhaque. Então tentei com muito esforço ignorá-la. Fiquei olhando para frente, mas sem realmente enxergar nada, mal notando o que estava acontecendo ao meu redor, e não percebi que Hermione se destacara da multidão de convidados, até ela puxar uma cadeira e sentar entre eu e Harry.

— Simplesmente não consigo dançar mais. — Ofegou, tirando um dos sapatos e esfregando a sola de um pé — Rony foi buscar mais cerveja amanteigada. Que coisa estranha, acabei de ver Vítor se afastando enfurecido do pai de Luna, parecia que estiveram discutindo... — Ela baixou a voz, olhando-nos — Vocês estão bem?

   Eu não sabia se queria falar, mas não fez diferença. Naquele momento, algo volumoso e prateado atravessou o toldo sobre a pista de dança. Gracioso e reluzente, o lince aterrissou com leveza entre os espantados convidados. Cabeças se viraram, e as pessoas que estavam mais próximas congelaram absurdamente em meio a passos de dança. Então a boca do Patrono se abriu desmesuradamente e ele anunciou na voz alta, grave e lenta de Kingsley Shacklebolt:

O Ministério caiu. Scrimgeour está morto. Eles estão vindo.


   Hello bruxinhos!

   Deveria explicar umas coisas aqui nas notas, mas vou explicar tudo no próximo capítulo. Um comunicado que tenho a tratar com vocês, ok?

– Bjos da tia Nick.

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