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121 |The Will of Albus Dumbledore

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121. O Testamento
de Dumbledore
       
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Apagar luzes, suponho. Que mais eu poderia fazer com ele? 

 
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    Fiquei apenas olhando incrédula enquanto o Patrono se dissolvia no ar, deixando a família de Fleur assombrada, olhando para o lugar em que o bicho desaparecera.

— Nós não devíamos estar aqui. — Disse Lupin na mesma hora — Harry... lamento... explicarei outra hora...

   E, agarrando Tonks pelo pulso, levou-a embora; ao chegarem à cerca, os dois a transpuseram e desapareceram. Mamãe demonstrava espanto.

— O ministro... mas por quê... Não estou entendendo…

   Não houve, porém, tempo para discutirem o assunto; um segundo depois, papai apareceu ao portão acompanhado por Rufo Scrimgeour, instantaneamente reconhecível pela juba grisalha.

   Os recém-chegados atravessaram o quintal e, com passos firmes, se dirigiram ao jardim e à mesa iluminada pelas lanternas, onde todos aguardavam em silêncio, observando sua aproximação. Quando Scrimgeour entrou no perímetro iluminado pelas lanternas, constatei que o ministro parecia muito mais velho do que da última vez que tínhamos se visto, magro e carrancudo.

— Desculpem a intrusão. — Disse Scrimgeour, ao parar diante da mesa — Principalmente porque posso ver que estou penetrando em uma festa para a qual não fui convidado.

   O seu olhar se demorou por um momento no gigantesco pomo de ouro.

— Muitos anos de vida.

— Obrigado. — Disse Harry

— Preciso dar uma palavrinha com você em particular. — Continuou Scrimgeour — E também com a srta. Roxanne Weasley, o sr. Ronald Weasley e a srta. Hermione Granger.

— Nós?! — Exclamou Rony em tom surpreso — Por que nós?

— Explicarei quando estivermos em lugar mais reservado. Há na casa um lugar assim? — Perguntou a papai

— Naturalmente. — Disse ele, parecendo nervoso — A... a sala de visitas, pode usá-la.

— Mostre-me onde é. — Disse Scrimgeour a mim — Não haverá necessidade de nos acompanhar, Arthur.

   Vi papai trocar um olhar preocupado com mamãe, quando eu, Rony, Harry e Hermione nos levantamos. Enquanto nos dirigíamos à casa em silêncio, eu sabia que os outros três estavam pensando o mesmo que eu: Scrimgeour devia, de algum modo, ter descoberto que estávamos planejando abandonar Hogwarts.

   O ministro não falou quando passamos pela cozinha desarrumada e entramos na sala de visitas d’A Toca. Embora o jardim estivesse iluminado por uma luz noturna suave e dourada, já estava escuro ali dentro: Harry apontou a varinha para os lampiões, ao entrar, e fez-se luz na sala gasta mas aconchegante. Scrimgeour sentou-se na poltrona de molas frouxas que papai normalmente ocupava, deixando que eu, Rony, Harry e Hermione se apertassemos lado a lado no sofá. Uma vez acomodados, o ministro falou:

— Tenho algumas perguntas a fazer aos três, mas acho que será melhor fazê-las separadamente. Se vocês três — Ele apontou para mim, Harry e Hermione — puderem esperar lá em cima, começarei pelo Ronald.

— Haha, muito engraçado. — Caçoei fixando os olhar no Ministro

— Não vamos a lugar algum. — Emendou Harry, secundado por um vigoroso aceno de cabeça de Hermione e um meu — O senhor pode falar com todos juntos ou não falar com nenhum.

   Scrimgeour lançou a Harry um frio olhar de avaliação. Tive a impressão de que o ministro estava refletindo se valeria a pena iniciar as hostilidades tão cedo.

— Muito bem, então, juntos. — Disse ele, sacudindo os ombros. E pigarreou —Estou aqui, como bem sabem, por causa do testamento de Alvo Dumbledore.

   Eu, Rony, Harry e Hermione nos entreolhamos.

— Pelo visto é surpresa! Vocês não sabiam que Dumbledore tinha lhes deixado alguma coisa?

— A... aos quatro? — Perguntou Rony — A mim e Hermione também?

— A todos…

   Harry, no entanto, interrompeu-o.

— Já faz mais de um mês que Dumbledore faleceu. Por que demoraram tanto para nos entregar o que ele nos deixou?

— Não é óbvio?! — Exclamou Hermione, antes que Scrimgeour pudesse responder — Queriam examinar seja lá o que ele tenha nos deixado. O senhor não tinha o direito de fazer isso! — Sua voz tremia levemente.

— Tinha todo o direito. — Disse Scrimgeour sumariamente — O Decreto sobre Confisco Justificável dá ao ministro o poder de confiscar os bens de um testamento…

— A lei foi criada para impedir os bruxos das trevas de legarem seus objetos — Retorquiu Hermione —, e o Ministério precisa ter fortes provas de que os bens do falecido são ilegais antes de apreendê-los! O senhor está nos dizendo que julgou que Dumbledore estivesse tentando nos passar objetos malditos?

— Srta. Granger, está pretendendo fazer carreira em Direito da Magia?

— Não, não estou. — Retrucou Hermione — Tenho esperança de fazer algum bem no mundo!

   Rony riu. Os olhos de Scrimgeour piscaram em sua direção e tornaram a se desviar quando Harry falou.

— Então, por que resolveu nos entregar o que nos pertence agora? Não conseguiu pensar em um pretexto para manter os objetos em seu poder?

— Não, deve ser porque os trinta e um dias venceram. — Respondeu Hermione imediatamente — O Ministério não pode reter objetos por prazo superior, a não ser que sejam comprovadamente perigosos. Certo?

— Você diria que era íntimo de Dumbledore, Ronald? — Perguntou Scrimgeour, ignorando Hermione

   Rony pareceu surpreso.

—  Eu? Não... muito... era sempre Harry e depois Rox quem...

   Rony olhou para nós e viu Hermione lhe dando aquele olhar “cale-já-a-boca!”, mas o estrago já fora feito: Scrimgeour fez cara de quem acabara de ouvir exatamente o que tinha esperado e queria ouvir. Avançou na deixa do meu irmão como uma ave de rapina.

— Se você não era muito íntimo de Dumbledore, como explica que tenha se lembrado de você no testamento? Ele deixou excepcionalmente pouco a indivíduos. A maior parte dos seus bens... sua biblioteca particular, seus instrumentos mágicos e outros pertences... foram legados a Hogwarts. Por que acha que mereceu destaque?

— Eu... não sei. — Respondeu Rony —Quando digo que não éramos íntimos... Quero dizer, acho que ele gostava de mim…

— Você está sendo modesto, Rony. —Interveio Hermione — Dumbledore gostava muito de você.

   Isto era exagerar a verdade quase ao ponto de ruptura; pelo que eu sabia, Rony e Dumbledore nunca tinham estado a sós, e o contato direto entre diretor e aluno fora mínimo. Contudo, Scrimgeour não parecia estar escutando. Meteu a mão sob a capa e puxou uma bolsa de cordões muito maior do que a que Hagrid dera a Harry. Da bolsa, tirou um rolo de pergaminho, que abriu e leu em voz alta.

— “Últimas vontades de Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore...”, sim, aqui está, “a Ronald Bilius Weasley, deixo o meu desiluminador, na esperança de que se lembre de mim quando usá-lo.”

   Scrimgeour tirou da bolsa um objeto que não me era tão estranho: parecia um isqueiro de prata, mas tinha, eu sabia, o poder de extinguir toda a luz de um lugar e restaurá-la com um simples clique. Scrimgeour se inclinou para a frente e passou o desiluminador a Rony, que o recebeu e examinou entre os dedos com ar de perplexidade.

— Isto é um objeto valioso. — Comentou Scrimgeour, observando Rony — Talvez seja único no mundo. Com certeza foi projetado pelo próprio Dumbledore. Por que ele teria lhe legado algo tão raro?

   Rony sacudiu a cabeça, aturdido.

— Dumbledore deve ter tido milhares de alunos. — Innsistiu Scrimgeourn — Contudo, os únicos de que se lembrou em seu testamento foram vocês quatro. Por que será? Que uso ele terá pensado que o senhor daria a esse desiluminador, sr. Weasley?

— Apagar luzes, suponho. — Murmurou Rony — Que mais eu poderia fazer com ele? 

   Evidentemente Scrimgeour não teve outras sugestões a dar. Depois de observar meu irmão com os olhos semicerrados por um momento, voltou sua atenção para o testamento de Dumbledore.

— “Para a sra. Hermione Jean Granger, deixo o meu exemplar de Os contos de Beedle, o bardo, na esperança de que ela o ache divertido e instrutivo.”

   Scrimgeour apanhou, então, na bolsa um livrinho que parecia tão antigo quanto o Segredos das artes mais tenebrosas. A encadernação estava manchada e descascando em alguns pontos. Hermione recebeu-o do ministro em silêncio. Segurou o livro no colo e contemplou-o. Eu vi que o título estava escrito em runas; nunca tinha aprendido a lê-las. Enquanto eu observava, uma lágrima caiu sobre os símbolos gravados em relevo.

— Por que acha que Dumbledore lhe deixou esse livro, srta. Granger? —Perguntou Scrimgeour

— Ele... ele sabia que eu gostava de ler. — Respondeu a garota com a voz empastada, enxugando os olhos nas mangas da roupa

— Mas por que esse livro em especial?

— Não sei. Deve ter pensado que eu gostaria de lê-lo.

— Alguma vez discutiu códigos ou outros meios de transmitir mensagens secretas com Dumbledore?

— Não, nunca. — Disse Hermione, ainda enxugando as lágrimas na manga — E se o Ministério não encontrou nenhum código secreto nesse livro em trinta e um dias, duvido que eu vá encontrar.

   A garota engoliu um soluço. Nós quatro estávamos sentados tão espremidos que Rony teve dificuldade em puxar o braço e passá-lo pelos ombros de Hermione. Scrimgeour tornou a consultar o testamento.

— “A Roxanne Beatriz Weasley” — Leu ele, e as minhas entranhas se contraíram com repentina excitação — “deixo meu anel de prata, na esperança de que sempre que o use lembre-se dos dias de luz. ”

   Scrimgeour pegou um artefato pequeno e estendeu a mão pra mim mostrando-me um anel de prata em sua palma. A vista parecia ser um simples anel, mas bem bonito com uma pedrinha circular branco cravada nele, a pedra era pequena sem exageros e não brilhava tanto assim. Eu o apanhei com um sorriso enquanto o observava.

— Por que Dumbledore lhe deixaria um anel de prata? — Perguntou o Ministro — E o que ele quis dizer com lembrar dos dias de luz sempre que o usar.

— Eu não sei, vai ver ele sabia que eu gosto muito de jóias. — Respondi simplesmente enquanto colocava o anel no meu dedo anelar direito

— Esse anel pode muito bem não ser um anel comum, esses tipos de jóias com pedra são mais aptos para esconder algum tipo de magia. — Tornou ele

— E encontraram algum sinal de magia aqui? Algo… como é que diz mesmo? — E me aproximei dele, ainda sentada, imitando uma voz mais grossa — Das trevas. — Então dei uma risadinha de leve e voltei a me acomodar tornando ao meu tom normal — Pra mim é só um  anel, talvez seja simbólico, um lance mitológico envolvendo a Prata. Não preciso te explicar mitologia, não é?

   O Ministro fez uma cara de impaciência, as pessoas sempre fazem isso quando meto mitologia em um assunto sério, vai saber porquê. Eu, no entanto, abaixei meu olhar pro anel. Na mitologia a prata representa pureza, franqueza, consciência tranquila e fidelidade, mas também é conhecida por proteger contra a negatividade porque reflete a energia de volta de onde veio. Então… será que Dumbledore estava se referindo a isso quando mandou eu lembrar dos dias de luz?

—“A Harry James Potter” — Leu Scrimgeour depois de soltar um muxoxo de impaciência e me fazendo voltar a atenção pra ele — “deixo o pomo de ouro que ele capturou em seu primeiro jogo de quadribol em Hogwarts, para lembrar-lhe as recompensas da perseverança e da competência.”

  Quando Scrimgeour tirou a bolinha de ouro do tamanho de uma noz, suas asas de prata esvoaçaram levemente.

— Por que Dumbledore lhe deixou este pomo? — Perguntou o Ministro

— Não faço a menor ideia. — Respondeu Harry — Pelas razões que o senhor acabou de ler, suponho… para me lembrar o que se pode obter quando se... persevera e o que mais seja.

— Então você acha que é apenas uma lembrança simbólica?

— Suponho que sim. Que mais poderia ser?

— Sou eu quem faz as perguntas. — Disse Scrimgeour, puxando sua cadeira para mais perto do sofá. A noite caía lá fora; a tenda vista da janela se elevava fantasmagoricamente branca acima da cerca. — Reparei que o seu bolo de aniversário tem a forma de um pomo de ouro. — Disse o ministro — Por quê?

   Hermione riu ironicamente.

— Ah, não pode ser uma alusão ao fato de Harry ser um grande apanhador, isso seria óbvio demais. Deve haver uma mensagem secreta de Dumbledore escondida no glacê!

— Não acho que haja nada escondido no glacê — Retrucou Scrimgeour —, mas um pomo seria um esconderijo muito bom para um pequeno objeto. A senhorita certamente sabe por quê.

   Harry sacudiu os ombros. Hermione, no entanto, respondeu ao ministro: ocorreu-me que responder às perguntas com acerto era um hábito tão arraigado que a ela não conseguia controlar o impulso.

— Porque os pomos guardam na memória o toque humano.

— Quê?! — Exclamamos eu e os meninos juntos; nós três considerávamos os conhecimentos de Hermione em quadribol insignificantes

— Correto. — Diisse o ministro — Um pomo não é tocado pela pele humana nua antes de ser liberado, nem mesmo por seu fabricante, que usa luvas. Ele carrega um encantamento mediante o qual é capaz de identificar o primeiro ser humano que o segurou, no caso de uma captura disputada, por exemplo. Este pomo — Acrescentou ele erguendo a minúscula bola — se lembrará do seu toque, Potter. Ocorre-me que Dumbledore, que possuía uma prodigiosa competência em magia, apesar dos defeitos que porventura tivesse, talvez tenha enfeitiçado o pomo para que só se abra ao seu toque.

   Harry ficou observando o pomo com interesse, com certeza pensando no que Dumbledore dissera.

— Você não responde. Talvez já saiba o que o pomo contém, não?

— Não. — Respondeu Harry, parecia pensar como poderia fingir que tocava o pomo sem realmente fazer isso. Ele se virou pra mim com um olhar de súplica como se implorasse pra eu lhe dar a resposta

     “Se eu soubesse Legilimência, soubesse de fato, poderia ler a mente de Hermione: praticamente consigo ouvir as engrenagens do cérebro dela trabalhando daqui.”

   “E o que eu tenho com isso?”, perguntei de volta meio perdida

   “Ler a mente dela e me responde, já que você não consegue ficar sem ler a mente dos outros.”

   “Não consigo sob pressão.”

  “Mas você tá lendo a minha!”

— Pegue. — Disse Scrimgeour calmamente fazendo tanto eu quanto Harry nos sobressaltarmos e voltar a olhá-lo

   Harry encarou os olhos amarelos do ministro e entendeu que não lhe restava opção senão obedecer. Então estendeu a mão e Scrimgeour tornou a se inclinar para a frente e depositou o pomo na palma de sua mão lenta e deliberadamente.

   Nada aconteceu. Quando os dedos de Harry se fecharam em torno do pomo, suas asinhas cansadas esvoaçaram e se imobilizaram. Scrimgeour, Rony, Hermione e eu continuamos a olhar ansiosos para a bola, agora parcialmente oculta, como se esperassemos que pudesse sofrer alguma transformação.

— Essa foi dramática. — Comentou Harry descontraído. Eu, Rony e Hermione rimos juntos.

— Então terminamos, não? — Perguntou Hermione, tentando se erguer do sofá apertado

— Ainda não. — Respondeu Scrimgeour, que agora parecia mal-humorado —Dumbledore lhe deixou outra herança, Potter.

— Qual? — Perguntou ele, sua agitação se renovando. Desta vez Scrimgeour não se deu ao trabalho de ler o testamento

— A espada de Godric Gryffindor.

   Hermione, Rony e eu enrijecemos. Harry olhou para os lados, procurando um sinal da bainha incrustada de rubis, mas Scrimgeour não a tirou da bolsa de couro que, de todo modo, parecia pequena demais para contê-la.

— Então, onde está? — Tornou Harry desconfiado

— Infelizmente — Disse Scrimgeour —, aquela espada não pertencia a Dumbledore para que dispusesse dela. A espada de Godric Gryffindor é uma importante peça histórica, e como tal pertence…

— Pertence a Harry! — Completou Hermione exaltada — A espada o escolheu, foi ele quem a encontrou, saiu do Chapéu Seletor para as mãos dele…

— De acordo com fontes históricas confiáveis, a espada pode se apresentar a qualquer aluno da Gryffindor que a mereça. — Retrucou Scrimgeour — Isto não a torna propriedade exclusiva do sr. Potter, seja o que for que Dumbledore tenha decidido. — O ministro coçou o queixo mal barbeado, estudando Harry — Por que acha...?

— Que Dumbledore quis me dar a espada? — Respondeu Harry se esforçando para não explodir — Talvez tenha achado que ficaria bonita na minha parede.

— Isto não é brincadeira, Potter! — Vociferou Scrimgeour — Teria sido porque Dumbledore acreditava que somente a espada de Godric Gryffindor poderia derrotar o herdeiro de Slytherin? Quis lhe dar aquela espada, Potter, porque acreditava, como tantos, que você está destinado a destruir Ele-Que-Não-Deve-Ser- Nomeado?

— Uma teoria interessante. Alguém já tentou transpassar Voldemort com uma espada? O Ministério talvez devesse encarregar alguém disso, em vez de perder tempo desmontando desiluminadores, examinando anéis de prata ou abafando fugas em massa de Azkaban. Então, é isso que o senhor está fazendo, ministro, se trancando em seu gabinete para tentar abrir um pomo? As pessoas estão morrendo, eu quase fui uma delas, Voldemort atravessou três condados me perseguindo, matou Olho-Tonto, mas o Ministério não disse uma palavra sobre a perda, disse? E ainda espera que cooperemos com o senhor!

— Você está indo longe demais! — Gritou Scrimgeour, levantando-se; Harry pôs-se de pé também. O ministro se encaminhou para Harry, mancando, e lhe deu uma forte estocada no peito com a varinha: o golpe abriu um buraco como o de uma brasa de cigarro na camiseta do garoto

— Ei! — Exclamou Rony, erguendo-se de um salto e empunhando a varinha, quando eu tentei me levantar, Hermione segurou minhas mãos sabendo o que passava na minha mente, e Harry disse:

— Não! Você querem dar a ele uma desculpa para nos prender?

— Lembrou-se de que não está na escola, não é? — Perguntou Scrimgeour, bufando no rosto de Harry — Lembrou-se de que não sou Dumbledore, que perdoava a sua insolência e insubordinação? Você pode usar essa cicatriz como uma coroa, mas não cabe a um garoto de dezessete anos me dizer como dirigir o Ministério! Já é hora de você aprender a ter respeito.

— E do senhor aprender a merecê-lo.

   Ouviu-se um tropel de passos, em seguida a porta da sala de visitas se abriu, de repente papai e mamãe entraram correndo.

— Nós... nós pensamos ter ouvido... —Começou papai, absolutamente assustado ao ver Harry e o ministro virtualmente se enfrentando. Hermione continuava segurando os meus pulsos como se assim fosse evitar de raios roxos aparecerem

— ... vozes alteradas — Ofegou mamãe

   Scrimgeour se afastou uns dois passos de Harry, olhando para o buraco que abrira na camiseta do garoto. Pareceu se arrepender de ter perdido a cabeça.

— Não... não foi nada. — Rosnou o ministro — Lamento... sua atitude. — Disse, encarando Harry mais uma vez — Pelo visto, você pensa que o Ministério não deseja o mesmo que você, o que Dumbledore desejava. Devíamos estar trabalhando juntos.

— Não gosto dos seus métodos, ministro. Está lembrado?

   Pela segunda vez, ele ergueu o pulso direito e mostrou a Scrimgeour as cicatrizes lívidas no dorso de sua mão, em que se liam Não devo contar mentiras. Depois me olhou.

— Mostra as suas, Rox. Acho que o Ministro já esqueceu do preço que carregamos.

  Eu me levantei, a cara fechada e ergui meu pulso esquerdo, enquanto tentava conter a raiva. Lá estava as cicatrizes idênticas a de Harry. Marcas que ficariam pra sempre em nossa pele

   A expressão de Scrimgeour endureceu. Virou-se sem dizer mais nada e saiu mancando da sala. Mamãe apressou-se em acompanhá-lo; Ouvi ela parar à porta dos fundos. Passado pouco mais de um minuto, ela falou da cozinha:

— Ele foi embora!

— E o que ele queria? — Perguntou papai, olhando para nós quatro, no momento em que mamãe voltava a se reunir a nós

— Entregar o que Dumbledore nos deixou. — Disse Harry — Acabaram de liberar o conteúdo do testamento.

   Lá no jardim, os quatro objetos que Scrimgeour nos dera passaram pelas mesas de mão em mão. Todos admiraram o desiluminador, Os contos de Beedle, o bardo, o anel de prata e lamentaram que Scrimgeour tivesse se recusado a entregar a espada, mas ninguém foi capaz de sugerir o motivo por que Dumbledore teria legado a Harry um velho pomo. Quando papai examinava o desiluminador pela terceira ou quarta vez, mamãe arriscou um palpite:

— Harry, querido, estamos mortos de fome, não quisemos começar sem você... posso servir o jantar agora?

   Todos comeram rapidamente e, ao terminarem de cantar um “parabéns para você” igualmente rápido e devorar o bolo, a festa foi encerrada. Hagrid, que tinha sido convidado para o casamento no dia seguinte, mas era grande demais para dormir n’A Toca superlotada, saiu para armar sua barraca em um campo vizinho.

— Encontre a gente lá em cima. —Sussurrou Harry para Hermione, enquanto ajudava a mamãe a devolver o jardim à normalidade — Depois que o pessoal for se deitar.

   No quarto do sótão, Rony examinou seu desiluminador e Harry encheu a bolsa de briba que Hagrid lhe dera, não com ouro mas com os seus objetos mais preciosos: o Mapa do Maroto, um caco do espelho que ele disse ter ganhado de Sirius e o medalhão de R.A.B. Ele fechou bem os cordões e prendeu a bolsa ao pescoço, depois sentou, segurando o velho pomo e observando suas asinhas esvoaçarem debilmente. Eu estava sentada no tapete, Marshall no meu colo enquanto eu olhava para o brilho branco do anel. Finalmente, Hermione bateu à porta e entrou nas pontas dos pés.

Abaffiato. — Sussurrou, acenando a varinha em direção à escada

— Pensei que você não aprovasse esse feitiço. — Implicou Rony

— Os tempos mudam. — Respondeu Hermione — Agora mostre-nos aquele desiluminador.

   Rony atendeu o seu pedido na mesma hora. Erguendo-o à frente, clicou o objeto. A única luz que brilhava no quarto se apagou imediatamente.

— A questão é — Cochichou Hermione no escuro —, poderíamos ter obtido o mesmo efeito com aquele Pó Escurecedor Instantâneo do Peru.

  Ouviu-se um leve estalo, e a chama da luz do candeeiro voou de volta ao teto e nos iluminou.

— Mesmo assim é legal. — Disse Rony na defensiva — E, pelo que dizem, foi o próprio Dumbledore que o inventou!

— Eu sei, mas com certeza ele não teria mencionado você no testamento só para nos ajudar a apagar as luzes!

   Ela veio até mim e se abaixou pedindo pra ver minha mão direita e então começou a observar o anel.

— Tenho certeza que é muito mais do que simbolismo mitológico, deve ter algo aí que não sabemos. — Falou ao soltar minha mão

— Pra mim é só um anel de prata, e eu gosto do simbolismo da prata. — Dei de ombros voltando a observá-lo, a luz branca parecia está girando — Mas essa pedra branca é linda, nunca tinha visto algo igual.

— Nem eu. — Revelou — Mas tenho certeza que Dumbledore não te deixaria um anel sem nenhum motivo, Rox.

— Você acha que ele sabia que o Ministério confiscaria o testamento e examinaria tudo que nos deixou? — Perguntei

— Sem a menor dúvida. — Respondeu Hermione — Não podia nos dizer no testamento por que estava nos deixando essas coisas, ainda assim isso não explica…

— ... por que não poderia ter nos dado uma dica quando estava vivo? — Indagou Rony

— Exatamente. — Concordou ela, agora folheando Os contos de Beedle, o bardo — Se esses objetos são suficientemente importantes para legá-los a nós bem debaixo do nariz do Ministério, seria de esperar que desse um jeito de nos informar o porquê... a não ser que achasse que era óbvio.

— Ele enganou-se, então, não foi? — Disse Rony — Eu sempre disse que ele era doido. Um gênio e tudo o mais, mas pirado. Deixar ao Harry um pomo velho... afinal o que é que é isso?

— Não faço ideia. — Disse Hermione —Quando Scrimgeour fez você segurá-lo, Harry, estava certa de que alguma coisa ia acontecer!

— É, bem. — Disse Harry, seus batimentos parecendo se acelerar ao erguer o pomo entre os dedos — Eu não ia me esforçar muito na frente de Scrimgeour, não é?

— Como assim? — Perguntei sem entender

— O pomo que eu capturei na primeira partida que joguei na vida? — Disse Harry — Você não lembra?

   Hermione pareceu simplesmente aturdida. Eu tentei me lembrar daquele dia. Rony, no entanto, soltou uma exclamação, apontando freneticamente de Harry para o pomo e de volta até recuperar a voz.

— Foi esse que você quase engoliu!

— Exatamente. — Disse Harry, e encostou a boca no pomo

   O pequeno globo alado não se abriu. A frustração e o desapontamento o invadiram: ele baixou o pomo de ouro. Então, foi a minha vez de gritar:

— Letras! Tem uma coisa escrita nele, depressa, olhe, Harry!

   Harry quase deixou cair o pomo, de surpresa e agitação. Gravadas na lisa superfície dourada, onde, apenas segundos antes, não existia nada, agora se viam três palavras, na caligrafia fina e inclinada que o garoto reconheceu ser a de Dumbledore:

   Abro no fecho.

   Mal acabara de ler, as palavras tornaram a desaparecer.

Abro no fecho... Que será que isso significa?

   Eu, Rony e Hermione balançamos a cabeça, perplexos.

— Abro no fecho... no fecho... Abro no fecho…

   Contudo, por mais que repetissemos as palavras, com diferentes inflexões, não fomos capazes de extrair delas qualquer outro significado.

— E a espada — Disse Rony, por fim, quando já tínhamos abandonado as tentativas de adivinhar o significado da inscrição no pomo — Por que ele quis dar a espada ao Harry?

— E por que não pôde simplesmente me dizer? — Comentou Harry, baixinho — Estava lá, na parede do gabinete, bem à vista durante todas as nossas conversas no ano passado! Se queria deixá-la para mim, por que não me entregou a espada pessoalmente?

   Eu tive a sensação de estar sentada, fazendo uma prova, diante de uma pergunta que meu cérebro lerdo e insensível devia ser capaz de responder. Havia alguma coisa que não entendi nas longas conversas com Dumbledore no ano anterior? Será que devia saber o que tudo aquilo significava? Dumbledore tinha esperado que eu e Harry entendessemos? Será que há mesmo algo mais no anel?

— E quanto ao livro. — Disse Hermione — Os contos de Beedle, o bardo... eu nunca ouvi falar deles!

— Você nunca ouviu falar de Os contos de Beedle, o bardo? — Perguntou Rony incrédulo e nisso ele olhou pra mim

— Hermione, você está brincando, né!? — Perguntei sem acreditar

— Não, não estou! — Respondeu Hermione surpresa — Então, vocês os conhece?

   Eu e meu irmão nos entreolhamos, antes de voltar a olhar pra ela e responder juntos:

— Claro que sim!

   Harry ergueu os olhos, parecia está se divertindo. Eu não entendia muito bem. Por que eles estão surpresos que a gente conheça? Como eles podem não conhecer!?

— Ah, gente, que é isso! — Exclamei sem entender nada — Todas as histórias tradicionais para crianças são supostamente de Beedle, não?

— É claro! — Emendou meu irmão —Vocês não tiveram infância!? Como assim não conhecem? A fonte da sorte… — E nisso olhou pra mim enquanto sorríamos cúmplices — O bruxo e o caldeirão saltitante...

Babbitty, a coelha — Prossegui sorrindo enquanto recordava a infância —, e o toco que cacarejava

— Perdão! — Disse Hermione rindo —Como é mesmo essa última?

— Ah, qual é! — Exclamou Rony, olhando para os dois sem acreditar. E então voltou a olhar pra mim — Dá pra acreditar nisso?

— Vocês devem ter ouvido falar pelo menos em Babbitty, a coelha… era a minha história preferida. — Contei incrédula com a cara que os dois faziam

— Rox, Rony, vocês dois sabem muito bem que Harry e eu fomos criados por trouxas! — Lembrou Hermione — Não ouvimos essas histórias quando éramos pequenos, ouvimos Branca de neve e os sete anões e Cinderela…

— Que é isso, uma doença? — Perguntou Rony

Cin? Cin...der…ela… — Comecei a repetir meio pensativa — Cinderela. Parece nome de doença mesmo. Tenho certeza que já ouvi esse nome em algum lugar, mas onde…?

— Então são histórias para crianças? —Perguntou Hermione, reexaminando as runas

— É — Respondeu Rony, inseguro —, quero dizer, é o que contavam para a gente, entende, e todas essas histórias antigas são do Beedle. Não sei como são na versão original.

— Nem eu. — Acrescentei

— Mas por que Dumbledore achou que eu deveria lê-las?

   Alguma coisa rangeu abaixo do sótão.

— Provavelmente é o Charlie. Agora que mamãe foi dormir, ele deve estar saindo escondido para fazer os cabelos crescerem. — Comentei, mesmo meio nervosa

— Mesmo que seja, devíamos voltar para a cama. — Sussurrou Hermione — Não vai pegar bem a gente perder a hora amanhã.

— Não mesmo. — Concordou Rony — A mãe do noivo cometer um homicídio quádruplo e brutal pode estragar o casamento. Vou acender as luzes.

   E ele clicou o desiluminador mais uma vez enquanto Hermione ia saindo do quarto.


Helloooo bruxinhoooos!!

   Como estamos??

   Ai gente, tô exalando felicidade. THE WEASLEY 2 bateu 100K de leituras. Meu Deus eu amo vocês, amo mesmo!!!

  Obrigada por estarem acompanhando a história, cada um de vocês significa muito pra mim.

  Bjinhos, bjinhos. Daqui a pouco vou estar avisando algo nos avisos sobre o capítulo especial de amanhã, pois como bem sabemos é niver do lindo do Tom Felton né? E também, algo pra comemorar os 100K da segunda temporada de TW.

  Amo vocês!

– Bjinhos da tia Nick.

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