111 | The Potters
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111. Os Potter
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Tio Peter, me ajuda na minha atividade.
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ᴴᵃʳʳʸ ᴾᵒᵗᵗᵉʳ
O relógio marca 04:16 quando finalmente eu estaciono na escola, minha cabeça está martelando um pouco e Rox parece ter cochilado pelo menos ¼ do tempo do trajeto, então agradeço de finalmente termos chegado. Rox e eu descemos e andamos até o pátio, ambos calados, não nos falamos desde que compramos um lanche umas boas horas atrás.
— Vai ligar pra ele? — Pergunto para ela, quebrando o silêncio enquanto apanho o meu aparelho celular do bolso — Temos tempo até amanhã, acho que não há nenhum problema se… se…
— Aproveitarmos um pouco as coisas que essa dimensão nos propõe? — Ela pergunta, com certeza lendo a expressão no meu rosto e entendendo bem o que tô sentindo, sabendo o quanto eu estou com vontade de curtir Ginny e mais ainda meus próprio pais
— É, não vai nos matar, e não há nada que a gente possa fazer por enquanto, né? — Pergunto com um sorriso culpado a entregando o celular já no contato do Malfoy
Ela sorriu. Sei que ela também quer muito isso. Ela acha que eu não sei, mas estou vendo bem o quanto ela está assustada com tudo isso e o quanto tem vontade de chorar toda vez que fala com o Draco desta dimensão… ela fica lembrando do Malfoy, nem imagino o que minha amiga deve ter passado ao descobrir que ele é um Comensal, ao vê-lo ir embora, ela está mal, eu sei que está.
— Oi, meu amorzinho. — Ela diz com a voz animada e o ouvido no telefone, e eu começo a passar o olhar pelo pátio com a mão nos bolsos — Sim, eu e Harry acabamos de chegar na escola, onde você está?... Ah, sim… Uhum… Claro, sim, sim, faz uma hora eu acho… Tá, tá bom… Ok, estamos indo aí. Beijo.
Vejo a minha melhor amiga radiante ao me devolver meu celular, toda a preocupação esquecida.
— Ele está na lanchonete com os meninos, vamos lá?
Apenas assinto com a cabeça e sigo com ela para a entrada do colégio, só temos dado alguns passos quando sinto meu coração agitar e um sorriso involuntário se formar no meu rosto. Descendo os degraus com uma bolsa de lado e alguns livros grossos nos braços está uma mulher ruiva e muito linda, toda jovem e viva em seu terninho feminino.
— Harry, Harry, posso saber de onde você vem, mocinho? — Pergunta em falsa repreensão ao emparelhar comigo e Rox
— Oi, mãe. — Falo sorrindo. Quero abraçá-la forte e não soltar nunca mais, quero chorar, quero só ficar nos braços dela pra sempre
— Ôu. — Rox se boquiabre finalmente entendendo quem é a pessoa na sua frente
— Olá, Rox. — Minha mãe olha pra ela com simpatia enquanto ajeita a bolsa no ombro — Como vai, querida?
— Ah, muito bem, é… sim, muito bem, senhora... Potter. — Respondeu nervosamente
— Que bom. — Respondeu Lilian Potter voltando a me olhar — Bom, Harry, a Liv já deve estar em casa há séculos, mas o Hadrian ainda está na escola com o clube de tecnologia. Eu já preciso ir, então você leva seu irmão no seu carro, né querido?
— Claro, mãe. — Respondo com um sorriso bobo que não consigo evitar de a ver
— Ótimo. Ginny vai jantar lá em casa hoje, não é querido? — Ela pergunta, mas antes mesmo que eu responda, ela já acrescenta: — Perfeito, vou preparar Molho Matriciana, sei que sua namorada adora comida italiana, aliás todos adoramos. Rox, você bem que podia ir jantar qualquer dia lá em casa também, o Hadrian ia adorar te ver.
— Ah… — Rox parece bem perdida, mas mesmo assim abre um sorriso simpático
— O Hadrian já ver ela na escola. —Retruco meio rindo ainda
Mamãe volta a me olhar.
— Você entendeu, Harry.
E começa a andar em direção ao estacionamento.
— A Rox namora, mãe, há três anos, manda o Hadrian superar. — Acrescento rindo me virando para a observar ir até seu carro, ela não se vira só dizendo um “tchau” divertido com um aceno
Eu fico olhando para ela com um sorriso enquanto Rox me olha completamente perdida.
— Meu irmão tem uma queda por você. — Respondo com um dar de ombros voltando a caminhar para a entrada do colégio
— O quê!? — Pergunta ela boquiaberta — Seu irmão de catorze anos?! Harry, eu tenho dezessete, já sou maior de idade. Tenho dezessete nessa dimensão também, né?
— O Hadrian é um iludido. — Eu ri como se conhecesse Hadrian a vida toda e realmente tivéssemos crescido juntos — Papai disse que é o sangue Potter dele, a essência de que nós Potter só nos apaixonamos por ruivas.
— E não tem ruivas na turma dele? — Ela perguntou ainda assustada, só me fazendo rir mais
— Sim — Falei virando o corredor que levava a lanchonete —, duas. Mas parece que ele gosta de você desde criança, então.
— Oh, meu Merlin. — Rox se permitiu soltar uma risadinha quando entramos na grande lanchonete do colégio
Havia muitas mesas e cadeiras como uma lanchonete normal, mas para diferenciar das outras e lhe dar um ar estudantil tinha uma pista de boliche ao lado e algumas daquelas máquinas fliperama, umas cinco pra ser exato. Alguns dos meninos do ano dois e três ficavam até tarde na escola só pra jogar naquilo.
Mais a frente, no balcão, se encontrava Draco Malfoy com seus amigos cobras, que aqui até são simpáticos. Apenas ajeitei a jaqueta de basquete nas costas vendo Rox sorrir enquanto nos aproximávamos.
— Eai. — Ela comprimentou
— Jesus me ouviu, aleluia! — Exclamou Draco rindo ao virar e vê-la — Potter, você se superou no sequestro dessa vez, pode perguntar aos meninos, quase tive um ataque de saudade da minha ruiva.
Theodore Nott e Blaise Zabini riram.
— Ele estava já chorando, mas não conseguiu bebida pra afogar as mágoas. — Dedurou o Nott, obviamente brincando; entendi logo que eles estavam zuando o fato de Malfoy e Rox serem sedentos por álcool e não vender aqui na escola
— O drama. — Rox riu
— Eaí, Potter. — Disse Blaise enquanto levantava seu copo vermelho na minha direção — Eu ia perguntar “E a cervejinha”, mas com pesar lembrei-me que aqui não vende cerveja, então… um refrigerantezinho conosco, Potter?
— Porque não somos alcoólatras como o casal estrela da escola. — Acrescentou Theodore rindo-se
— Não são, sei. — Alfinetou Rox também sorrindo — Você não ser alcoólatra, Theodore? Não me faz rir, por favor.
Eu sorri para os três. Nem em meus sonhos mais insanos imaginaria uma cena dessa, claro que só é possível porque eu e Rox estamos em outra dimensão, sei bem que na outra, não há como, nunca, eu ser amigo de Malfoy, Zabini e Nott. Não mesmo.
— Adoraria meninos, mas tenho que vazar. Tenho que ver se o chato do meu irmão já largou, mas falou gente.
E não hesitei em fazer um high-five e um soquinho de punho com os três como se fossemos realmente amigos aqui.
— Tchau, Harry. Até amanhã. — Rox me diz com um sorriso calmo e feliz; ela vai aproveitar um pouco o que essa dimensão propõe e ela não tem na outra e eu, é claro, vou fazer o mesmo
Estou seguindo pelos corredores do colégio, não faço a menor ideia de onde os alunos do clube de tecnologia devem ficar, nem tudo dá pra se descobrir em um aparelho celular infelizmente. Vou caminhando com as mãos no bolso, às vezes notando algumas pessoas em um canto ou outro, as salas fechadas devem ser dos alunos da tarde que ainda estão em aula, mas pelo que dá pra ver pela parede de vidro das salas de aula, não há sinal algum do bendito Hadrian Fleamont Potter.
Resolvo subir as escadas para o primeiro andar da escola, só deixando o tempo passar e sem realmente ver tudo o que está passando na frente dos meus olhos, mas me surpreendo quando escuto um baque forte. Levanto minhas íris verde para frente e vejo uma garota pálida, seus cabelos são curtos com uma franjinha a cobrir a testa, de uma tonalidade loira muito clara, quase platinado, já seus olhos são âmbar. Ela está toda de preto e parece inconfundívelmente irritada, tendo acabado de bater uma porta de uma sala a frente. Ela não olha pra mim quando imita uma boca com a mão e resmunga umas coisas, em seguida apontando o dedo do meio para porta e começando a andar em passos firmes no corredor, só então ela me ver parada a sua frente.
— Que foi? — Rosna; seu rosto não me é nada estranho, ela estava na sala de aula, na prova mais cedo, mas quem é ela?
A porta que a loira bateu se abriu e uma mulher mais velha com feições severas e vestes formais saiu, fosse por causa do fato das roupas serem trouxas, mas demorei muito pra notar que a mulher era a Profa. McGonagall.
— Então… detenção amanhã de novo, Srta. Pettigrew? — Perguntou com a voz séria e vi um músculo se formar na testa da garota a minha frente, mesmo que Minerva estivesse uns bons passos atrás dela; o punho da garota se fechou e a vi suspirar fundo — Da próxima vez lembre-se de fechar a porta com mais delicadeza.
— Claro — A garota, que agora descobri se tratar da filha do rato imundo, rosnou com falsa simpatia —, professora McGonagall.
— Ótimo. — Disse Minerva severa voltando a entrar na sala e fechar a porta
Eu continuei observando a loira que parecia prestes a me engolir, rosnando ela levantou um dedo na direção do meu rosto:
— Se você contar ao meu pai ou principalmente a minha mãe, eu juro que te mato, Harry Potter!
E com isso passou trombando em meu ombro e desceu as escadas para o andar de baixo sem virar pra trás, mas exalando mau humor. Era estranho, muito estranho. Pettigrew não tem filhos na outra dimensão, mas essa garota… eu tenho certeza que já a vi em Hogwarts, tenho certeza.
Desvio dos meus pensamentos ouvindo umas risadas a frente e observo o grupinho do meu irmão. Hadrian tem quase o meu tamanho, sendo uns dois centímetros mais baixo, seus cabelos são mais claros que o meu, um castanho escuro quase ruivo e ele herdou os olhos de papai, ele é bem reservado e um tanto nerd pelo que notei e parece gostar mais de videogames do que qualquer um que já conheci, mais até que Duda. Ele está com dois de seus amigos, um deles eu lembro de ter visto em Hogwarts, da turma de Vega, sei que Hadrian também estuda com ela, ele deve fazer quinze anos em breve.
— Não, não vou poder ir no fliperama hoje — Hadrian ia dizendo para os amigos antes mesmo de me ver parado à frente —, tenho que fazer umas coisas, mas vou entrar no Xbox depois do jantar. Vocês tem que ver a nova arma que eu consegui, e papai me deu um gift card com PUBG UC, disse que é presente de aniversário antecipado, ainda não decidi se compro skins para armas, roupas ou outros equipamentos.
— Hoje a noite eu não posso jogar. — Disse o garoto loiro e baixo ao lado dele — Tenho que ir a um jantar com minhas mães na casa da vó Lucy, um saco, é aniversário da irmã dela, então a Kathleen e a chata da irmã dela vão estar lá, e eu simplesmente não suporto as filhas da tia Chel, vocês sabem. Queria mesmo é que minhas mães fossem que nem os seus pais, Hadrian. Como elas podem ter sido amigas da sua mãe na época da escola e serem tão diferentes? A mãe Lene vive dizendo que videogame não faz bem, nem ela e nem a mãe Dorcas nunca me dariam um gift card, tenho certeza, tenho que sobreviver esperando ganhar as coisas na marra do jogo mesmo.
— Bom, eu vou entrar no Xbox hoje, espero que as meninas não fiquem pedindo pra jogar de novo. — Disse o outro garoto, o com um headphone preto no pescoço — Só quero saber quando raios elas vão embora, odeio quando minhas primas tão lá em casa. Bom, papai também nunca me deu um card, mas lembram que eu fiquei de castigo por um mês quando, no ano passado, peguei o cartão de crédito da minha mãe escondido pra comprar um?
— Lembro. — Hadrian riu — Mas parem de agir como se meus pais fossem solidários com jogos, minha mãe surtou quando viu que meu pai gastou quase duzentas libras em um negócio pra jogo, então ela é igualzinha a tia Lene e a tia Dorcas, Vini. Mamãe queria que papai me desse um presente melhor, que, segundo ela, eu realmente precisasse… depois ficou me enchendo dizendo que ano que vem quando eu ganhar o meu carro, vou ter que ser mais responsável e blá blá blá…
Os outros dois riram junto com ele, até que finalmente me viram, simplesmente parado a frente e sendo agraciado com seus assuntos.
— Olha, Hadrian, seu irmão. — O loiro chamado Vini, que pelo jeito parecia ser filho de duas amigas da minha mãe, aponta
Vejo Hadrian suspirar ao levantar a cabeça e fazer um semi-aceno.
— Vamos pra casa agora? — Pergunta meio murmurando enquanto ajeita a mochila nos ombros
Estou prestes a responder quando escuto meu celular tocando e o apanho no bolso vendo a foto de Ginny e o nome “Minha Ruiva” ao lado de um coração brilhar pra mim.
— Ginny está me ligando, me espera no estacionamento e depois podemos ir. — Digo para ele que revira os olhos, mas desce a escada junto com os amigos, outra vez conversando sobre jogos
— Hey Harry. — Ginny cumprimenta ao telefone meio suspirando assim que atendo
— Oi, Gin, tudo bem?
— Não. Depois da excursão eu vim dar uma passada no shopping pra fazer umas compras, você pode vim me buscar? Aliás, onde você estava esse tempo todo?
Suspiro fundo passando as mãos por meus cabelos e vou descendo os degraus, ainda com o celular no ouvido.
— Foi mal, tive que fazer uma coisa e depois esperar o Hadrian, mas eu já estou indo aí.
— Hum.
— Vai jantar lá em casa, hoje? Mamãe vai fazer comida italiana.
Nesse momento, mesmo por uma ligação de voz, percebo o ar duro de Ginny amolecer, ela está sorrindo.
— Sério? Ah… claro, amor, eu adoraria. Só preciso avisar a minha mãe. Vai ser que horas?
— Posso ir te pegar às sete se você achar melhor.
— Acho ótimo, mas primeiro vai vim me pegar no shopping ou eu vou ter que pedir um táxi? Sabe que o Rony não viria nem se eu implorasse.
Soltei uma gargalhada de leve.
— Estou chegando. Só me manda o nome do shopping por mensagem que em alguns minutos eu tô aí.
— Ok. Te amo.
Sinto meu coração se agitar e um rubor no meu rosto ao ouvir aquilo, em minha própria dimensão Ginny nunca me disse isso, e isso só me faz mais nervoso, mas mesmo assim eu retribuo, com toda a verdade do mundo:
— Também te amo.
Ela desliga, em segundos chega sua mensagem com o nome do shopping, ela não colocou o endereço, com certeza acredita que eu sei onde é. Bom, o meu eu dessa dimensão deve saber.
— Você demorou. — Hadrian resmunga, encostado no meu carro com os braços cruzados, ao me ver se aproximar
— Banco de trás. — O aviso — Vou passar no shopping pra pegar a Ginny e levar ela na casa dela antes de irmos.
— O quê!? — Hadrian rosna enquanto eu viro para poder entrar no carro — Eu quero ir pra casa! Tenho um jogo importante em uns minutos, sua namorada não sabe pedir um táxi, não!?
— Por que você não pede? — Retruco entrando no carro e o observando resmungar do lado de fora
— A mamãe me disse que você ia me levar pra casa. Eu tenho compromisso daqui a pouco e você sabe que eu detesto andar de táxi.
— Ouvi você dizendo aos seus amigos que só ia jogar depois do jantar. — Suspiro impaciente com o protótipo de adolescente que diz ser meu irmão
— Mas eu tenho uma partida marcada com… não é da sua conta! Só me leva pra casa logo, Harry! — Implora me olhando pela janela do assento ao meu lado
— Uhh… arrumou uma namoradinha online e esqueceu a Rox, Hadrian? — Começo a rir vendo-o corar — Parabéns, já era hora.
— A LadyPrince14 não é minha namorada, ok? E… sobre a… ver se me erra, Harry!
— Hadrian, entra logo nessa droga de carro que quanto mais cedo eu ir buscar a Ginny, mais cedo eu te deixo em casa e você pode ficar quanto tempo quiser com sua “LadyPrince blá blá”, ok!? Só não esqueça de me chamar pra ser o padrinho quando marcarem o casamento.
Vejo o rosto do garoto endurecer, irritado, mas mesmo assim eu acho graça, vendo-o abrir com força a porta de trás do carro e entrar logo a fechando com a mesma força.
— Só não quebra o meu carro, por favor. — Pedi meio rindo enquanto colocava a mão no volante
Hadrian solta um bufo de impaciência e pega um headphone na mochila, logo colocando no ouvido para evitar me ouvir, enquanto coloca o rosto sobre a mão e começa a observar a paisagem pela janela. Sinto um aperto no coração de leve ao lembrar que Hadrian existiria na minha dimensão se Voldemort não tivesse matado os meus pais. Eu adoraria ter Hadrian ou Olívia no meu mundo...
Suspiro tentando não pensar nisso e tiro o carro do estacionamento, ignorando a beliscadinha que a pulseira no meu pulso direito começa a fazer. Sim, a pulseira que a Sra. Waterhouse me deu, a que me conecta ao meu mundo, a minha dimensão.
Ginny está parada no lado de fora do shopping com duas grandes sacolas, antes mesmo que eu pare o carro ela já se aproxima ajeitando uma bolsa de lado. Ela está linda como sempre e me dói lembrar que eu terminei com ela na minha realidade, mas só fiz isso, pois não quero que ela se machuque, ela é tão importante pra mim.
— Finalmente. — Falou abrindo a porta do carro e entrando enquanto colocava as duas sacolas no piso do automóvel; se inclinou para o lado e me cumprimentou com um beijo — Tudo bem, peixinho? — E virando-se para trás: — Oi, Hadrian.
Meu irmão meramente fez um aceno com a cabeça voltando a olhar, emburrado, a paisagem pela janela.
— Está com raiva porque quer jogar videogame com a namoradinha online dele. — Eu expliquei em voz baixa quando ela voltou a me olhar
Ginny soltou uma risadinha.
— Meus pés estão me matando. — Ela resmunga de leve esticando as pernas — Deve ser esses sapatos, eu não sei porque calcei eles, são da Rox, ela nem percebeu que peguei emprestado.
Claro, ela obviamente nem sabe que é dela.
— Porque não tira eles um pouco? —Pergunto enquanto sigo o caminho para a chácara dos Weasley
— Chegar em casa eu troco. — Ela suspira — Sabe, ainda bem que hoje não teve treino, o pessoal dos The Serpens seguraram o ginásio o dia todo e eu pude ter um tempinho pra fazer compras, bem que eu estava precisando disso.
— Comprou muita coisa?
— Ah, não. Só uma roupa pra festa de amanhã e uma calça legging para academia. — Disse ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha — Mas e aí, como foi a sua prova?
O resto do trajeto foi leve, uma conversa calorosa e divertida, quando me despedi de Ginny e segui para o meu apartamento já era mais de cinco horas, Hadrian estava impaciente, mas eu estava me sentindo tão bem comigo mesmo.
Isso tudo antes de trombar com o idiota do Pettigrew jogado no sofá da minha casa.
— Eai, garotos, boa aula? — Perguntou como se fosse o tio bacana; ele não estava terrivelmente acabado como o Pettigrew da minha dimensão, só parecia um adulto cansado com um pouco menos do ar de rato
Hadrian passou direto para o quarto com apenas um aceno de cabeça e eu, implorei, que alguém chegasse na sala pra me impedir de matar esse homem.
— Tio Peter, me ajuda na minha atividade. — Pediu uma vizinha aguda, mas firme
Olivia Potter é a cópia perfeita da minha mãe, claramente a versão dela mais nova, o cabelo ruivo, os olhos verde, embora seja uma praguinha. Ela está segurando um caderno e um cartaz branco, além de um pote cheio de canetas e lápis coloridos que ela leva até a mesa redonda que fica na segunda sala, ao lado da principal.
Por sorte, o rato esquece de mim e se vira para a minha irmã já levantando do sofá.
— Claro, querida, é atividade do quê?
— Eu não pediria ajuda se não quisesse levar um zero. — Ouço a voz brincalhona do meu pai que chega na sala bem na hora me fazendo sorrir
É tão interessante e emocionante o ver mais velho, claramente uma versão minha de barba e com trinta e poucos anos. Ele usa roupas casuais que incluem uma jaqueta, e trás consigo uma caixa marrom nos braços.
— Não avacalha, James. — Peter o olhou se fazendo de ofendido enquanto puxava uma cadeira ao lado de Liv — Eu sempre ajudei a Bonnie e a Kathleen nas atividades, não é coisa de outro mundo.
— Elas zeraram os exercícios? — Meu pai gargalhou fazendo Peter o olhar sério
— É atividade de artes, pai, quero ajuda do tio Peter porque ele pinta melhor do que você. — Alfinetou Liv ficando de joelhos na cadeira e separando alguns pincéis na mesa
— Viu, James? Eu sei pintar. — Pettigrew disse sorrindo como se orgulhoso de si mesmo
— Eu também sei pintar, Liv. — Agora era papai que se fazia de ofendido cruzando os braços
— Papai. — Resmungou Olivia
— Ok, ok, fica com o tio Peter, então, eu tô muito ocupado, eu vou… — Então papai me viu enquanto eu tirava a jaqueta e colocava a mochila no sofá — Harry, e aí, filhão. Estão vendo, vocês dois? O Harry precisa de mim, vocês podem ficar aí pintando que nós, eu e o meu primogênito aqui, vamos conversar, conversar assuntos de homem.
E se aproximou, logo depois de colocar a caixa em cima de uma estante.
— Eaí, filho, como foi a aula?
Eu sorri vendo-o sentar na poltrona na minha frente. Mal conseguia acreditar na sorte que eu tinha de poder conversar sobre qualquer coisa com o meu pai, em saber que ele estava aqui.
Na hora do jantar, um tempo mais tarde, eu me vi observando as pessoas na mesa, olhando atentamente para cada um. O modo como mamãe amarrava o cabelo em um rabo de cavalo perfeito e a forma como colocava os pratos na mesa, ou mesmo com que se servia, apenas a si mesma, deixando que cada um de nós montásemos nosso próprio prato. As piadas sem graça de papai, sentado na cadeira principal de frente pra mamãe, e o jeito divertido que ele tinha de fazer com que cada um da mesa se divertisse. A maneira com que Olivia olhava para Pettigrew com admiração, como se fosse seu tio preferido, e o jeito que ela parecia odiar comer salada mesmo que nossos pais insistissem. O rato estava sentado ao lado da minha irmã, agindo como se fosse parte da família, servindo-se do molho italiano que mamãe fez e elogiando a comida dela, rindo das piadas de papai e mesmo soltando umas de vez em quando ou falando de suas filhas. Hadrian, no entanto, sentado do outro lado do meu tio era o calado da mesa, o headphone no pescoço e o olhar fixado no prato que ele parecia comer com pressa, como se quisesse voltar o mais depressa possível para o videogame. Ginny estava do meu lado, rindo das piadas do meu pai, elogiando a comida da minha mãe, conversando com Olivia, simplesmente sendo parte da família e radiante como sempre.
Eu olhava para tudo sorrindo, mas no fundo, com vontade de chorar. Isso poderia ser verdade, meus pais poderiam estar vivos, sei que eles amariam Ginny se tivessem tido a oportunidade de conhecê-la, eu ia adorar ter irmãos, seria tudo tão perfeito, tudo…
Mas por culpa de Voldemort, por culpa desse rato imundo… desse…
Sinto uma mão apertar a minha por debaixo da mesa, olho para o lado vendo Ginny sorrir pra mim, antes de voltar a olhar pra mamãe e responder a pergunta que ela tinha feito. Sinto meu coração quentinho, enquanto sorrio de volta, é verdade que eu não tenho meus pais na minha realidade, mas tenho Ginny, e vou fazer de tudo para derrotar Voldemort e poder ficar com ela. Eu e Rox vamos encontrar essa Ametista, sei que vamos.
Vai ficar tudo bem…
Tem que ficar tudo bem...
Hello bruxinhoooos!!
Como estamos??
Eu quis escrever um capítulo especial no Mundo Invertido e o que mais especial do que uma narração do Harry com a família, né?
Pois é, esse capítulo dói, acho que todo o mundo invertido dói, porque parece “perfeito demais”.
Aiai, estão gostando do mundo invertido? Acham que Rox e Harry vão conseguir pegar a Ametista a tempo?? Quem, que ainda não apareceu, mas vocês esperam que apareça no mundo invertido? Alguém especial que vocês tão ansiosos pra ver?
É isso... nos vemos quarta-feira bruxinhoooos..
– Bjosss da tia Nick.
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