110 | The Differences
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110. As Diferenças
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Duvido que esse estresse ou preocupação seja com uma guerra bruxa iminente que pode matar milhares e acabar com todas as coisas boas que conhecem!
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Eu suspirei fundo. Quando Dumbledore falou para mim e Harry tomarmos muito cuidado, eu realmente não esperava que essa dimensão pudesse ser assim tão... boa. É tão igual e ao mesmo tempo tão diferente que… não sei nem explicar, só deixa o coração quentinho, só me faz pensar nos “e se” da vida.
E se essa fosse minha vida?
E se realmente magia não existisse?
E se fossemos apenas adolescentes normais?
Não, não, sei que não posso esquecer do propósito, do porquê Harry e eu viemos a essa dimensão. Mesmo com esses pensamentos, não consigo evitar responder:
— Ele tá feliz aqui, nós namoramos, e minha família aceita isso.
— Meus pais estão vivos aqui. — Foi a vez de Harry suspirar enquanto começamos a caminhar no corredor indo pelo caminho oposto ao que as cobras seguiram
Eu me virei, surpresa, vendo o sorriso triste e os olhos brilhantes do menino.
— Quando eu fiz a travessia e apareci naquele quarto não entendi muito bem. Grande demais, nem se compara com o meu lá nos Dursley. — E pôs as mãos nos bolsos das calças ainda caminhando — E tinha a minha cara, coisas que eu gosto, acredita que tem até uma televisão e um video-game!? Mas então, ouvi a voz da minha mãe, eu nem sabia a voz dela… mas quando eu ouvi “Harry, não vai perder a hora”, eu saltei da cama e desci as escadas correndo… de pijama mesmo — Os olhos dele brilhavam, quase chorando — Ela estava lá na cozinha preparando o café da manhã e eu abracei forte. Não queria ter que soltar ela nunca.
Eu funguei, imaginando bem a dor que ele devia estar sentindo.
— Depois eu vi meu pai. — Ele acrescentou com um sorriso, então me olhou — E pelo visto eu tenho dois irmãos, ou melhor duas praguinhas.
— Fala sério. — Eu ri
— O Hadrian tem catorze anos e tem a Olívia de doze, mas todo mundo chama ela de Liv, acredita que ela roubou minhas torradas e disse que ia quebrar meu videogame se eu chamasse ela de Olivia de novo? — Ele falou, meio indignado, mas mesmo assim achando graça na situação
— Irmãos são assim. — Eu contei com um sorriso, ao invés de perguntar o que raios seria um videogame
— Ah, e levei o nome de louco. Liv até perguntou se eu tinha tomado meu remedinho já hoje. — Ele balançou a cabeça meio incomodado com o pensamento
— Louco? Como assim?
— Pettigrew. — Disse Harry muito enojado só em pronunciar o sobrenome, quando eu fiz um olhar horrorizado, mas perdida, ele emendou: — Pelo visto, Peter Pettigrew não é um traidor aqui, é só… o amigo próximo dos meus pais. E realmente ninguém pareceu entender porquê eu simplesmente empunhei uma faca quando vi ele.
— Uou. — Falei surpresa, embora entendesse bem a reação dele
— Mamãe perguntou se eu tinha me inscrito em um clube de teatro, até mandou eu chamar o Hadrian pra entrar comigo, ele revirou os olhos entediado, então papai e Peter riram, acharam graça na situação, pensaram ser uma brincadeira e a Liv perguntou se eu já tinha tomado meu remédio. — Ele bufou — Pareciam uma família feliz e unida, sabe, a família que o tio Peter foi visitar hoje, porque parece que brigou com a esposa, mesmo aqui ele deve ser um chato, já que não é traidor.
— Sem dúvidas. — Concordei, imaginando toda a cena
— Sirius também tá vivo. — Ele tornou a contar — Casado com a Sienna e pelo visto Vega também tem irmão. Um garoto, Antares Black, ele tem a idade da Liv.
Eu sorri, olhando ao redor quando nós dois chegamos ao pátio, vendo as pessoas rirem, brincarem, conversarem ou simplesmente brigarem por besteira. Não tinham preocupações muito graves ou medo de morrerem ou mesmo de serem atacados a qualquer momento. Eles não precisam se preocupar com uma guerra de bruxos iminente.
— Algum sinal da Ametista? — Harry perguntou indicando um banco para sentarmos
Eu neguei com a cabeça.
— O pior é que nem tive muito tempo para procurar. — Suspirei me sentando — Estava ocupada surtando e me assustando com essa realidade. Também tentando entender essas coisas trouxas… e porque simplesmente de repente eu sou amiga da Daphne e da Pansy e a Parvati nem fala comigo.
Harry riu e apanhou um aparelho celular enorme do bolso enquanto me olhava.
— Aqui tem muitas respostas para entender esse mundo.
— Eu não sei mexer nisso. — Retruquei
— Cadê o seu?
— Eu deveria trazer!? Pra que isso vai me servir na escola?
Harry riu, parecendo surpreso e indignado com minha resposta.
— Esse por acaso é o aparelho essencial na vida de qualquer adolescente ou jovem sem magia. É onde está nossas vidas, Roxanne! — Explicou ele — Pra essas pessoas aqui é até mais importante que uma varinha.
— Ele vira uma arma?? — Perguntei surpresa — Achei que só servia pra fazer ligações ou mandar mensagens.
— Não doida! Não é uma arma, mas como eu falei, é onde está nossa vida, tudo tudinho pode ser encontrado aqui. — Ele insistiu
— Ata, me atualiza então do que tenho que saber para agir com mais naturalidade aqui se esse objeto faz isso. — O desafiei vendo-o assumir uma pose convencida e sorrir
— Ok. O sobrenome Potter não é tão famoso aqui, mas nesta dimensão meu avô também foi responsável por ter criado um produto de cabelo muito conhecido e por isso a minha família vive muito bem, um condomínio de luxo em um lugar de qualidade no centro da cidade. — Começou a contar — Por um acaso minha mãe é professora de Inglês aqui na escola. Ah, e os Black moram no mesmo condomínio que minha família. Sim, os pais da Vega.
— Ok, só isso?
— Não acabei. Calma. — Disse ele rindo — Bom… aqui Hogwarts não é uma escola de magia e bruxaria, é claro, é uma Academia de Artes e Ensino, dividida em quatro clubes. Os Leões ou The Lions, que somos nós que éramos da Gryffindor, são considerados os mais atletas aqui, se somos os Atletas, me pergunto o que a Hermione faz continuando nos Leões, mas ok. Então tem As Serpentes ou simplesmente The Serpens, nossos principais rivais nos esportes. Sim, é a Slytherin. Tem então As Águias ou simplesmente The Eagles, os Intelectuais, que são os alunos da Ravenclaw, e bom, seguindo o raciocínio temos os Good vibes, artistas, as Abelhas ou simplesmente The Bees.
— Hufflepuff. — Comentei
— Isso. — Respondeu ele — Ah e aqui os esportes são basquete para os meninos e futebol para as meninas. Você é capitã do time de futebol feminino dos Leões.
— E você do de basquete.
— Isso. — Concordou com um sorriso —Seguindo a linha das outras mudanças, vamos para as pessoas. Malfoy é um sobrenome de grande poder aqui, já sabe por quê?
Eu neguei com a cabeça.
— É uma marca famosa de roupas e perfumes. Pois é, meu queixo caiu quando eu descobri que simplesmente Lucius Malfoy aqui não é um criminoso e sim um dos estilistas mais renomados da Grã-Bretanha. Dá pra acreditar nisso?
— Quê!? — Meu queixo caiu
— Sim. Ok, ele continua sendo chato, arrogante e ambicioso, mas nada que leve cadeia. — Disse Harry fazendo um aceno desnecessário com a mão enquanto com o celular me apontava algumas fotos que mostrava claramente Lucius parecendo realmente um estilista chato e rigoroso, mas caramba que estilo
— A mãe do Draco…?
— Ex-modelo. — Disse Harry — Mas atualmente também trabalha como estilista. Indo no raciocínio vem seu namorado, o principal modelo das marcas Malfoy. Capa de Revista, a maior cobiça do país e parece fazer ainda mais sucesso quando tira a camisa, hem. As fotos da revista Elle estão se esgotando rápido demais e parece que só saíram antes de ontem.
Me vi boquiaberta novamente quando Harry me mostrou algumas fotografias de Draco em seu aparelho celular, ele tinha jeito pra ser modelo, e acho que entendo porque a revista Elle esgotou tão rápido… será que eu consigo comprar uma e levar pra minha realidade?
— Ôu, não baba. — Pediu Harry me dando uma cotovelada, mas rindo — Ah, já sabe que metade do mundo te odeia, né?
Ergui uma sobrancelha.
— Porque você namora com ele! — Harry explicou — Vocês têm três anos de namoro, vi isso em um aplicativo chamado “instagram”. Então bom, ele nunca deu bola pra nenhuma das milhares de fãs dele, então sim, elas te odeiam, embora você também seja bem famosinha. Muitos seguidores, é atleta, fitness e bem blogueirinha. Gostei de suas fotos com o uniforme de futebol, fica bem em você. Também adorei seus vídeos de maquiagem, mas os treinando são os melhores. Como aguenta levantar peso?
— Quê?
Ele riu.
— A 'você' daqui é maravilhosa, hem. — Ele alfinetou recebendo uma cotovelada minha — Tá, tá. Desculpa. Voltando… Sol também é modelo da marca Malfoy, aliás ela mora com os tios desde criança, pelo visto os pais dela são criminosos mesmo aqui, por isso particularmente ela e o seu namorado são tipo irmãos.
— É, acho que imaginei isso. Ela veio no carro com a gente. — Falei com um dar de ombros
— Pois é, e pra resumir… — Harry suspirou fundo — Seu irmão Charlie é um arqueólogo, o que significa que ele estuda fósseis de dinossauro, e sim, ele e a Evellyn Howard trabalham juntos mesmo nessa dimensão. A Fleur Delacour é uma modelo francesa que agora trabalha aqui na Inglaterra, pelo visto famosinha já que apareceu nos Tabloides que ela está noiva do seu irmão Bill que trabalha na HSBC, sabe, aquele banco mega famoso que a sede fica em Londres. Fred e George também têm uma loja de logros aqui, e nesta dimensão George e Sol nunca terminaram. Acho que você já notou que eu namoro com a Ginny. Não tem Voldemort, eu não tenho aquela cicatriz idiota, ninguém tem preocupação com esse tipo de coisa, eles me parecem felizes…
Eu pisquei os olhos para tanta informação, mas simplesmente captei tudo, as coisas que já eram esperadas e as que não. Nós nos entreolhamos recapitulando tudo antes de apenas assentir com a cabeça um para o outro.
Eu sabia o que Harry pensava, mas não por está lendo sua mente, até porque meus poderes de Médiumaga não me seguiram até aqui. Mas eu sabia o que ele pensava, pois eu também pensava o mesmo. Essa realidade parecia perfeita.
Tirei meu cabelo do rosto suspirando e olhei para o chão, apenas sentindo o vento continuar a fazer meus cabelos voarem.
— Vai ter uma festa amanhã. — Recomeçou Harry depois do que me pareceu uns bons minutos — Aqui em Hogwarts mesmo, não sei bem o motivo, mas parece ser comum eles fazerem esse tipo de festa na primavera. Bom, não sei se você…
— Pelas barbas de Merlim, Harry… — O cortei com um suspiro — Temos que encontrar a outra parte da pedra. Dumbledore estava contando com a gente. Nossa dimensão precisa de nós, não podemos perder tempo com festas de colegial como se fossemos jovens sem preocupações. Temos que salvar o mundo bruxo.
Harry respirou fundo olhando em meus olhos.
— Eu sei, nós temos que arrumar um jeito de achar a Ametista! — Disse ele com um suspiro pesado
Pegou novamente o aparelho trouxa e ficou apenas passando o dedo na tela, sem realmente ver o conteúdo do celular, até que apareceu uma coisa que me fez arregalar os olhos.
— Para! — Peguei a mão de Harry fazendo-o parar de mexer no celular e me olhar
— O quê?
— Isso. — E passei o dedo para baixo no celular fazendo-o subir um pouco e aparecer o motivo do meu susto
Em um quadradinho bem formulado no tão estranho aplicativo de fotos Instagram, lá estava uma fotografia bem diferenciada. Sentada por cima das pernas em posição de lótus, as mãos juntas e os olhos fechados, além das roupas coloridas e diferentes. Era Sibila Trelawney.
Harry olhou para o celular de olhos arregalados, depois se virou pra mim sem entender.
— Não sabe o que fazer? — Li o que se dizia em letras garrafais e brancas em cima da fotografia — Agende sua consulta e eu acabo com todos os seus problemas.
— Mesmo que nem você saiba quais são. — Harry leu a frase final antes da fonte mínima ao lado de umas cartas que dizia “Taróloga Trelawney”
Ele apertou no texto de letras pequenininhas para que pudéssemos ver a legenda da fotografia e bem lá, ao lado de Taróloga Trelawney estava a nossa salvação:
Está perdido?
Não sabe o que fazer? Problemas no trabalho e na vida pessoal?
Agende sua consulta com a Taróloga Trelawney e diga adeus aos seus problemas. Te dou a resposta para tudo e ainda te faço reconquistar seu amor.
Trabalho com Tarot, Runas, Cartas, Búzios, Passes, Defumação, Simpatias e Mais.
Quer saber o que mais eu posso fazer por você?
Não deixe para amanhã, o que eu, a Taróloga Trelawney, posso mudar hoje.
Para mais informações e agendamento. WhatsApp +44 113 450 7632.
Ou me encontre presencialmente na Vila Gumercindo (próximo ao Metrô Alto de Pinheiros) n° 43.
Beijo de luz
Taróloga Trelawney
Assim que terminei de ler, olhei profundamente para Harry.
— O que está pensando? Você não acha que…?
— Harry, está aí a nossa salvação, ok que ela sempre pareceu uma farsante, mas ela é a única aqui que ainda mexe com magia! — Falei começando a ficar positiva com aquilo — Ela pode saber onde está a Ametista, temos que ir nesse endereço. O tempo está passando.
— Ela pode ser uma farsa, Rox! Você sabe muito bem disso.
Impaciente e suspirando eu me levantei daquele banco. Não aguentava mais ficar ali sentada como se fosse uma adolescente sem problemas como todos esses jovens dessa dimensão, eu tenho problemas, até demais.
— Ficar sentado é que não vai ajudar em nada. Não perdemos nada em ir até lá falar com ela, alguma coisa temos que fazer e já.
Harry ficou sentado me observando, então suspirou e também levantou-se, guardando o celular no bolso.
— Ok, vamos pegar meu carro, acho que com o GPS conseguimos chegar no local.
E começou a andar para o estacionamento e eu fui andando atrás dele.
— Você realmente sabe dirigir, não é?
Ele parou e se virou pra mim com o rosto sério.
— Que foi? Acha que eu quero morrer!?
— Sua irmã tá viva e foi eu quem peguei ela pra trazer pra escola. — Murmurou voltando a caminhar
— E onde ela está afinal?
— Em aula, a turma dela foi fazer uma excursão hoje, devem chegar mais tarde. — Disse ele com naturalidade
As pessoas nos olhavam enquanto simplesmente atravessamos o lado principal do pátio para o outro lado onde ficava o estacionamento. Harry tirou do bolso uma chave e apertou em um botãozinho fazendo com que seu carro fizesse um barulho. Ele logo foi até lá, depois de pedir que eu esperasse.
— Belo carro. — Falei abrindo a porta da belezura vermelho escuro que Harry dirigia
— Entra logo vai. — Ele riu meio balançando a cabeça
Sentei na cadeira da frente ao lado dele e joguei minha mochila para o banco de trás onde a própria dele também estava, coloquei o cinto e seguimos.
— Vire à direita na rua Caraúna e siga reto. — Disse uma voz robótica que vinha de algum ponto no painel do carro, onde tinha um aparelhozinho que eu não conhecia e acho que parecia um rádio
Me abaixei para ver direito e Harry soltou uma gargalhada.
— É o GPS, é uma espécie de mapa, entendeu? — Falou com naturalidade, as mãos no volante — Só que mais sofisticado, assim nós não nos perdemos.
— Hum. — Fiz me ajeitando no lugar —Essas coisas trouxas, você entende, né?
Ele apenas riu com um dar de ombros, mas depois o sorriso morreu um pouquinho.
— Esse lugar onde fica esse tal consultório de tarot da Profa. Trelawney é em outra cidade, vamos levar horas. — Disse ele com as mãos no volante e o olhar fixo na estrada à frente
Eu suspirei deitando a cabeça no assento do carro e me pus a observar a bela cidade pela janela de vidro, a torre do relógio, corvos voando, parecia tudo tão calmo, diferente de mim, que mexia sem parar nos dois colares no meu pescoço. Estava nervosa com tudo isso ea ponto de ter uma crise de pânico com tudo o que estava acontecendo. Afinal, o que aconteceria se eu e Harry não encontrássemos a outra parte da Ametista? Se Voldemort conseguir que eu fique do lado dele e me force a usar meus poderes contra minha família, meus amigos… se ele acabar com tudo e só restar trevas…
— Rox? — Ouço a voz suave e calma de Harry ao meu lado; quando o olho o vejo me lançar um olhar calmo transmitindo segurança — Vai ficar tudo bem. Eu tô aqui com você.
Abro um sorriso triste, mas tentando ser positiva.
— Eu sei. — Minto, o medo lutando pra me corroer
— Quer ouvir uma música? — Pergunta ele, com certeza tentando de todas as formas me animar
Eu apenas sorri enquanto Harry coloca umas músicas realmente boas para tocar e animar nossa viagem.
Passaram-se quase três horas até Harry finalmente estacionar o carro em um lugarzinho esquisito e começarmos a caminhar por uma vila calma, mas bem estranha. Eu ainda não tava acreditando que passamos tanto tempo dentro de um carro, mas era por uma boa ação, por isso tentei não me irritar com tudo e apenas comecei a observar o lugar em que estávamos. Tinham algumas crianças correndo na rua a brincar, adultos caminhando para cumprir seus compromissos, alguns até pareciam preocupados com algo.
— Duvido que esse estresse ou preocupação seja com uma guerra bruxa iminente que pode matar milhares e acabar com todas as coisas boas que conhecem! — Resmungo para Harry depois que o homem de terno com uma maleta e celular no ouvido passa por nós, parecia estar reclamando com alguém
— Também duvido. — Harry suspirou parando em frente a uma porta cinza solitária no meio das outras casas brancas e cinzas todas conjuntas
Eram todas casas iguais coladas uma à outra, menos essa. A porta diferenciada estava ligada a uma das casas que parecia ter pelo menos dois andares. Ao lado da porta estava o número 43 de metal e uma plaquinha que dizia: “alugamos salas”.
— Bom… — Disse Harry olhando de um lado a outro na rua e depois de novo na casa — Com certeza é aqui.
E indicou com o dedo uma plaquinha ao lado de um poste que informava claramente “Vila Gumercindo”.
— É bom saber que não nos perdemos. —Falo cruzando os braços nervosa
Harry não me olha, apenas começa a apertar sem parar um botão ao lado da porta, a campainha. Demora quase cinco minutos até a porta ser finalmente aberta, e eu dou um passo pra trás assustada quando vejo um homem enorme parecido com um brutamonte usando jeans e camiseta.
— O que vocês querem!? — Rosnou com uma voz muito grossa e nada simpática
Harry não se deixou abalar.
— Viemos pra falar com a… Taróloga Trelawney.
O homem grande fez uma cara enojada e nos olhou de cima a baixo.
— Hum. Hum, vieram ver a Trelawney. E vocês por um acaso tem horário?
— Horário? — Olhei para Harry de olhos arregalados, dizendo milhares de xingamentos em minha mente
— Ou acham que a grande bruxa atende pirralhinhos do ensino médio por diversão e não tem uma agenda lotado?! — O homem tornou a rosnar
— Nós… não sabíamos que precisava marcar um horário, é… — Harry recomeçou — como fazemos pra marcar?
O homem riu.
— Ora, o casalzinho está com problemas no relacionamento e estão achando que a grande bruxa é terapeuta do amor, é?
— Nós não somos um casal! — Falei assumindo um posto sério por conta da impaciência — E afinal você vai nos ajudar a marcar um horário ou não? Temos dinheiro pra pagar a consulta.
Primeiro ele tinha ficado irritado com o meu tom, depois abriu levemente um sorriso forçado de desdém e saiu da frente da porta, mandando que entrássemos.
Era apenas um sala de espera toda branca e pequena, havia algumas cadeiras a um canto, duas portas do outro lado e um balcão onde tinha uma moça de roupas coloridas, bandanas e várias pulseiras.
O homem ranzinza andou até ela, e eu e Harry o seguimos.
— Mercedes, esses dois querem agendar um horário com a Taróloga Trelawney, passa os arquivos para eles. — Disse ele com a voz um pouco mais educada
A mulher de cabelos negros chamada Mercedes nos olhou com simpatia, um sorriso, enquanto juntava as mãos e abaixava um pouco a cabeça.
— Namastê. — Disse em uma voz totalmente calma e livre de preocupações
Eu e Harry nos entreolhamos antes de voltar a olhá-la e dizer um “Namastê” de volta. O homem que nos acompanhara se retirou.
Mercedes sorriu ao se levantar da saudação e pegou um caderno que tinha a um lado, logo começou a folheá-lo, cantarolando baixinho.
— Sim, sim, como eu imaginei — Tornou a falar sem nos olhar —, a agenda da mãe Sibila ou como vocês conhecem, simplesmente Taróloga Trelawney, está quase completamente cheia, mas posso encaixá-los em um horário às duas da tarde de amanhã até umas três horas, o que me dizem?
— Mas… ela realmente não pode nos ver hoje!? — Perguntei nervosa — Moça é urgente, precisamos falar com ela.
— Sinto muito, mas não há nada que possa ser feito, esse é o único horário disponível. — Disse ela nos olhando
Suspirei fundo olhando pra Harry que simplesmente me lançou um olhar como se dissesse “é o jeito”, e realmente tínhamos ainda um pouco de tempo. Se essa era a única forma, deveríamos esperar até o outro dia.
— Tudo bem. — Falei com um suspiro —Pode ser pra amanhã.
A mulher abriu um sorriso ainda maior e se abaixou, abrindo uma gaveta e pegando um papel.
— A consulta é para os dois juntos?
— Sim. — Harry e eu respondemos
— Certo. — Ela colocou a folha a nossa frente junto com uma caneta — Preciso que coloquem seus nomes na linha indicada, e um x no serviço que querem, caso queiram a consulta completa creio que o plano ficará em torno de trezentas libras.
— Trezentos o quê? — Ergui a sobrancelha e olhei pra Harry sem entender — Que diabretes é libras? —Acrescentei em sussurro
— Dinheiro trouxa. — Resmungou de volta sussurrando enquanto pegava a caneta e escrevia meu nome e o dele e depois marcava o "x" simplesmente em tarô ao lado do que indicava “£50”
Devolvendo o papel, Harry colocou a mão no bolso, apanhando uma espécie de carteira de onde sacou um pedaço de papel branco com laranja com o desenho da cabeça de um homem de um lado e uma mulher no outro.
— Aqui. Tudo certo? — Perguntou a mulher que aceitou o papel, que reconheci se tratar de dinheiro trouxa, sorrindo
— Certíssimo. Obrigada pela visita, tenham um bom dia. Nos vemos amanhã. — Falou com simpatia nos entregando um cartãozinho com nosso horário e a logo que indicava “Taróloga Trelawney” — Namastê.
Harry e eu simplesmente nos viramos e fomos embora depois de repetir a saudação. Quando finalmente fechamos a porta eu me virei para Harry, perguntando:
— Que diacho é Namastê?
Ele meramente balançou a cabeça rindo, parecia divertir-se com o fato de que eu ficava totalmente perdida e fora de sintonia com tudo isso, todas essas coisas trouxas.
— Amanhã. Dá pra acreditar que vamos ter que esperar até amanhã!? —Resmunguei atravessando a rua junto com Harry que puxou meu braço para que eu apertasse o passo e não fosse esmagada por um carro
— Não. Realmente não dá pra acreditar! — Ele retrucou — E nem que você não sabe atravessar uma rua, tu quer morrer, Rox? Pelo amor de Merlim!
Solto um bufo de impaciência parecendo uma criança mimada.
— Olha — Recomeçou Harry com a voz mais suave enquanto segurava meus braços —, temos tempo, amanhã vamos conversar com a Profa. Trelawney e vamos encontrar essa pedra, Rox. Vai ficar tudo bem. Por favor se acalma…
— Harry eu estou a ponto de ter uma crise de pânico, se não… se não encontrarmos…
Deixo a frase solta no ar e faço força pra não chorar. Harry está prestes a abrir a boca pra falar alguma coisa quando um toque de música pop começa a tocar do nada e vejo meu amigo retirar o celular do bolso.
— O Malfoy me ligando. — Diz ele com a sobrancelha erguida ao olhar a tela do aparelho
— Draco? — Solto sem entender
Harry assente colocando o celular no ouvido.
— Oi… sim, Malfoy… Quê?... Ah, sim, sim, a Rox ainda está comigo… Parece que ela esqueceu o celular em casa… Tá, vou passar pra ela… — E retirou o celular do ouvido me olhando — Ele quer falar com você…
Mas antes que Harry terminasse de dizer eu já tinha pegado o celular dele e colocado no ouvido.
— Oi. — Falei com um sorriso, sentindo que lá estava a voz que poderia me acalmar
— Oi, amor. — A voz dele parecia cansada ou só intrigada — Você sumiu. Já almoçou?
— Ah — E só então notei que estava faminta —, não.
— Rox, você não almoçou? Espero que pelo menos tenha lanchado alguma coisa, porque se eu souber que você não comeu nada além daquele capuccino de chocolate nada saudável eu não vou ficar muito feliz. Odeio suas dietas malucas.
— Ah, é…
Ele suspirou fundo chateado, mas eu sorri quase com vontade de chorar, sentindo que ele se preocupava comigo.
— Tá, como assim você esqueceu o celular em casa? Isso nunca aconteceu. E aliás, onde raios você está, amor? São quase duas horas da tarde.
— Eu e Harry tivemos que resolver uma coisa, Draco, mas tá tudo bem, o seu treino já acabou?
— Não. — Suspirou — Hoje tá pesado por causa do próximo jogo e as meninas seguraram o ginásio até tarde, depois teve a pausa para o almoço, mas deve acabar pelo menos umas quatro horas, agora só foi um descanso. Acha que vai estar de volta por essas horas?
Tirei o celular do ouvido e olhei o relógio que marca 01:49. Colocando o celular de volta, respondi:
— Sim, vou estar aí.
— Certo, e ver se come alguma coisa aí com o Harry, pelo amor de Deus. Não quero você passando mal de novo, você sabe que precisa se alimentar direito, e… Já tô indo, Burke! Deixa eu falar com a minha namorada um minuto, caralho! Merda… Desculpa, amor, tenho que voltar pro treino, antes que esse infeliz arranque o celular do meu ouvido. Pede o celular do Hazz e me liga quando vocês estiverem de volta.
— Tudo bem, bom treino.
— Te amo.
Meu coração ficou agitando com aquelas meras duas palavras e meus olhos marejarem de leve, enquanto sussurrei:
— Eu também te amo.
Ele desligou e eu tirei o celular do ouvido com um sorriso. Segurando-o como uma boba.
— Que foi!? — Perguntei vendo a cara de Harry e a sobrancelha franzida enquanto eu devolvia o celular
— Nada. — Respondeu simplesmente enquanto ia até o seu carro e eu o seguia — Vamos passar naquele food truck que fica a uns minutos daqui pra fazer um lanche rápido pra podermos voltar para Londres.
Eu assenti. Harry não transmitiu em palavras seu olhar, mas no fundo eu já sabia o que era. Ele viu minha emoção em falar com o Draco e a verdade em meus olhos quando eu disse “eu te amo” de volta para ele, do mesmo modo Harry sabia bem que essa era uma dimensão alternativa e que sem querer tanto eu quanto ele estávamos nos apegando demais as coisas daqui e esquecendo o nosso mundo.
Tentei me manter calma, já sentada no banco do carro de Harry, enquanto passava o dedo na corrente que Draco, o meu Draco me deu em minha dimensão e fiz esforço para não me entristecer novamente em lembrar dele me mostrando a marca de Comensal da Morte. Não dá, essa realidade é tão perfeita e aqui Draco e eu somos felizes. Podemos ser felizes. É tudo feliz.
Sinto um aperto no coração e em seguida uma beliscadinha no pulso. Abaixo meu olhar para a pulseira que a avó de Lavender me entregou, a que me liga ao meu mundo e impede que eu me corrompa e esqueça quem sou. Agora ela está piscando fracamente me fazendo ficar ainda mais nervosa.
Respiro fundo começando a repetir coisas para mim mesma e me manter calma.
Lembra das diferenças desse mundo para o seu.
Não esqueça das diferenças.
Você não pode ficar nesse mundo… não pode…
Helloooo bruxinhoooos!!
Como estamos??? O que estão achando dessa dimensão?
Eu esqueci de explicar no capítulo anterior sobre a mudança das Casas de Hogwarts para os Clubes apresentados nessa dimensão. E sim, eu sei que o animal da Hufflepuff é um texugo, eu mudei o do clube por motivos de ???, Gente, eu não tenho uma resposta kkkkk, só acho que as abelhas, amarelo e preto é muito Lufa-lufa, abelhas sempre me lembram Lufanos. E além do mais ‘The Bees’ é muito fofoooo. E Texugo não é um nome muito bonito kkkkk, o animal não é muito fofo... e The Badgers não é muito legal, sei lá.
Eu queria deixar diferente os clubes, tipo como na série Greenhouse Academy que tem os Eagles ( Atletas ) e Ravens ( Inteligentes ), mas aí percebi que eu não sabia que outros grupos criar, e teria que dividir os personagens que são de uma casa e teriam que ir pra outra, então pra não diferenciar muito, deixei quatro clubes assim como em Hogwarts mesmo, e cada um continua em sua casa de origem. Membros da Gryffindor nos The Lions, membros da Slytherin nos The Serpens, membros da Ravenclaw nos The Eagles e os Hufflepuff nos The Bees.
Espero que tenha dado pra entender kkkkk.
É isso amoreeees, nos vemos Segunda-feira.
– Bjosss da tia Nick.
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