
102 | The Overheard Seer
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102. A Vidente
Entreouvida
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... A Torre atingida pelo raio.
Calamidade. Catástrofe. Cada dia mais próxima…
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ᴿᵒˣᵃⁿⁿᵉ ᵂᵉᵃˢˡᵉʸ
O fato de Harry Potter estar saindo com Ginny Weasley parecia interessar a muitas pessoas. Tipo muitas, a fofoca estava mesmo rolando solta depois que souberam do caso do meu melhor amigo com a minha irmãzinha mais nova. Harry, porém, parecia sentir-se, de uma forma nova e feliz, indiferente às fofocas, nas semanas que se seguiram. Afinal de contas, devia ser bem agradável ser assunto de conversas por algo que o deixava mais contente do que lembrava haver sido em muito tempo, em vez de por sua participação em terríveis cenas de magia das trevas.
Eu fiquei muito feliz por eles. Minha vida amorosa podia está uma merda, já que ultimamente eu vinha evitando ficar com as pessoas ou passar o rodo como vinha fazendo, mas estava muito feliz por eles estarem se permitindo viver finalmente esse amor.
— Eu achava que as pessoas teriam mais o que fofocar. — Comentou Ginny, no chão da sala comunal, recostada nas pernas de Harry e lendo o Profeta Diário — Três ataques de dementadores em uma semana, e só o que a Romilda Vane me pergunta é se é verdade que você tem um hipogrifo tatuado no peito.
Eu, Rony, Vega e Hermione caímos na gargalhada. Harry fingiu não ouvir.
— Que foi que você respondeu?
— Que era um rabo-córneo húngaro. — Informou Ginny, virando lentamente a página do jornal — Muito mais macho.
— Obrigado. — Disse Harry rindo — E o que foi que você disse a ela que o Rony tem?
— Um mini-pufe, mas eu não disse onde.
Rony ficou sério, enquanto Hermione e Vega rolavam de rir.
— Olha. — Ameaçou ele, apontando para Harry e Ginny — Só porque dei licença não quer dizer que não possa retirar…
— “Licença” — Caçoou Ginny — Desde quando você dá licença para eu fazer alguma coisa? Aliás, foi você mesmo que disse que preferia o Harry ao Michael ou o Dean.
Dessa vez eu também deixei escapar uma risadinha.
— Preferia mesmo. — Concordou Rony de má vontade — E desde que vocês não comecem a se agarrar em público...
— Seu hipócrita nojento! E você e a Lavender que ficavam se enroscando feito um par de enguias por toda a escola? — Quis saber Ginny
Mas a tolerância do meu irmão gêmeo não seria posta à prova porque começou junho, e o tempo de Harry e Ginny juntos foi se tornando mais limitado. Os N.O.M.s dela estavam próximos e, com isto, ela era obrigada a rever a matéria noite adentro. Em uma dessas noites, em que Ginny se recolhera à biblioteca e Harry se sentou junto à janela da sala comunal, supostamente para terminar o dever de Herbologia, Hermione largou-se na cadeira entre ele e Rony com uma expressão desagradavelmente decidida no rosto. Eu, do lado de Rony, até ergui a sobrancelha para ver.
— Quero falar com você, Harry.
— Sobre o quê? — Perguntou ele, desconfiado. Ainda na véspera, Hermione o censurara por distrair Ginny, quando ela devia estar estudando a sério para os exames
— O tal do Príncipe Mestiço.
— Ah, outra vez, não — Gemeu ele — Quer esquecer isso?
Pelo que sei, Harry não ousara voltar à Sala Precisa para recuperar o livro, e o seu desempenho em Poções estava sofrendo proporcionalmente (embora Slughorn, que aprovava Ginny, atribuísse isso, brincando, ao fato de Harry estar apaixonado). Mas meu amigo parecia ter certeza de que Snape ainda não perdera a esperança de pôr as mãos no livro do Príncipe, por isso resolvera deixá-lo onde o guardara, enquanto o professor estivesse vigiando.
— Não vou esquecer — Repondeu Hermione com firmeza — enquanto você não escutar tudo. Então, estive investigando um pouco quem poderia ter o passatempo de inventar feitiços das Trevas…
— Não era um passatempo para ele…
— Ele, ele... quem disse que era ele?
— Já discutimos isso — Retrucou Harry irritado — Príncipe, Hermione, Príncipe!
— Certo! — Disse Hermione, manchas vermelhas afogueando seu rosto enquanto tirava uma notícia de jornal muita antiga do bolso e a batia na mesa diante de Harry — Olhe isto aqui! Olhe a foto!
Harry apanhou o pedaço de papel quebradiço e estudou a foto animada, que o tempo amarelara; Rony se inclinou para ver também e consequentemente eu fiz o mesmo. A foto mostrava uma garota magricela de uns quinze anos. Não era bonita; seu rosto expressava, ao mesmo tempo, raiva e mau humor, com sobrancelhas grossas e um rosto pálido e comprido. Sob a foto, havia a legenda: Eileen Prince, Capitã do Time de Bexigas.
— E daí? — Perguntou Harry, passando os olhos pela pequena notícia que a foto ilustrava; era uma história meio sem graça sobre competições interescolares
— O nome dela era Eileen Prince. Príncipe, Harry.
Os dois se entreolharam, e Harry pareceu finalmente entender o que Hermione estava tentando dizer. Ele caiu na gargalhada.
— Nem pensar.
— Quê?
— Você acha que ela era o Príncipe...? Ah, qual é?
— E por que não? Harry, não existem príncipes de verdade no mundo bruxo. Ou é um apelido, um título que alguém inventou, ou até mesmo o sobrenome verdadeiro, não? Não, escute! Vamos dizer que o pai dela fosse um bruxo com o sobrenome “Prince”, e a mãe fosse uma trouxa, isso faria dela um “Príncipe Mestiço”!
Eu franzi a testa, isso não parecia fazer sentido, ao menos não na minha cabeça. Harry meramente balançou a cabeça e disse:
— Ah, muito engenhoso, Hermione…
— Mas faria! Talvez ela sentisse orgulho de ser meio Príncipe!
— Escute aqui, Hermione, sei que não é uma garota. Simplesmente sei a diferença.
— A verdade é que você acha que uma garota não seria inteligente o bastante. — Retrucou Hermione, zangada
— Como é que eu poderia conviver com você e Rox durante cinco anos e achar que garotas não são inteligentes? — Perguntou Harry ofendido — É o jeito de ele escrever. Sei que o Príncipe era um cara, sei a diferença. Essa garota não tem nada a ver com a história. Mas, afinal, onde foi que você arranjou esta notícia?
— Na biblioteca. — Respondeu Hermione previsivelmente — Tem uma coleção completa de Profetas antigos. Bem, vou descobrir mais sobre a Eileen Prince, se puder.
— Divirta-se. — Desejou Harry irritado
— Pode deixar. — Respondeu Hermione — E o primeiro lugar onde vou procurar — Atirou para Harry, ao chegar ao buraco do retrato — é nos registros dos prêmios de Poções!
Harry acompanhou-a com um olhar feio por um momento, então voltou à contemplação do céu que escurecia.
— Ela deveria olhar se essa tal… era Ellen?? Não sei, mas ela deveria pesquisar se ela tem um irmão. Acho que faria mais sentido. — Comentei observando o lugar pelo qual Mione saíra
— O caso é que Hermione jamais conseguiu se conformar que você seja melhor do que ela em Poções, Harry. — Disse meu irmão, retomando a leitura do seu exemplar de Mil ervas e fungos mágicos
— Vocês não acham que eu sou maluco por querer o livro de volta, acha?
— Claro que não. — Respondeu Rony lealmente — Ele era um gênio, o Príncipe. Aliás... sem aquela dica do bezoar... — Ele riscou a garganta com o dedo significativamente —, eu não estaria aqui para discutir isso, não é? Quero dizer, não estou dizendo que aquele feitiço que você usou contra o Malfoy foi legal…
— O feitiço que me atingiu, né? — Suspirei vendo Harry desviar o olhar chateado — Olha, o Príncipe fez coisas realmente eficazes, mas ele era meio estranho, convenhamos, mas não vou te julgar. Eu também iria atrás do livro no seu lugar. Ok, que não desejo pra ninguém sentir o que eu senti, mas… eu tô bem, né?
— E eu estou feliz que você esteja bem. Sabe que eu não queria te machucar, né? — Harry se apressou em dizer — Também não achei aquele feitiço era legal.
— Mas você se recuperou rápido, não? —Comentou meu irmão
Eu só assenti.
— É — Concordou Harry — Graças ao Snape...
— Você ainda tem uma detenção com ele nesse sábado? — Continuou Rony
— Tenho, e no sábado seguinte e no sábado depois do sábado seguinte — Suspirou Harry — E, agora, ele anda insinuando que, se eu não terminar todas as caixas até o fim do trimestre, continuaremos no próximo ano.
— Pesado, amigo. — Suspirei
Harry parecia achar essas detenções particularmente chatas porque consumiam o tempo já limitado que ele poderia passar com a minha irmã. Na verdade, ultimamente eu estava me perguntando se Snape não saberia disso, porque percebido que ele estava liberando Harry cada vez mais tarde e parecendo sempre mais desagradável. Eu e Harry fomos despertados de amargas reflexões pelo aparecimento de Jimmy Peakes, que nos estendia um rolinho de pergaminho.
— Obrigado, Jimmy... ei, é do Dumbledore! — Eclamou Harry excitado, desenrolando e lendo o pergaminho — Ele quer que a gente vá ao escritório dele o mais rápido que puder, Rox!
Nós nos entreolhamos.
— Caramba. — Sussurrou Rony — Vocês supõem que... será que ele achou...?
— É melhor ir ver, não é? — Disse Harry, pondo-se em pé de um salto
Eu também dei um salto, mas parei ao me lembrar de repente de uma coisa.
— Um minuto. — Anunciei desaparecendo da Comunal e aparecendo no meu quarto, com bastante pressa mexendo na minha caixinha até finalmente encontrar a Ametista
Coloquei ela no bolso do meu short e voltei para a Comunal do mesmo jeito que tinha saído.
— O que foi? — Os meninos perguntaram ao mesmo tempo
— Nada! Vamos! — Exclamei
Harry e eu saímos correndo da sala comunal e continuamos pelo corredor do sétimo andar o mais rápido que pudemos, sem encontrar ninguém exceto Pirraça, que passou voando na direção oposta, atirando pedacinhos de giz em nós dois, de um jeito meio rotineiro, e soltando grandes gargalhadas ao se desviar das azarações defensivas de Harry ou dos meus raios roxos. Quando Pirraça desapareceu, o silêncio voltou aos corredores; faltando apenas quinze minutos para o toque de recolher, a maioria das pessoas já voltara para suas salas comunais.
Então ouvi um grito e um baque. Nós dois paramos abruptamente apurando os ouvidos.
— Como... é... que... você... se... atreve... aaaaarre!
O estardalhaço vinha de um corredor vizinho; nós acorremos, empunhando a varinha, viramos um canto e vimos a professora Trelawney esparramada no chão, a cabeça coberta com seus muitos xales, várias garrafas de xerez caídas a um lado, uma delas quebrada.
— Professora…? — Chamei completamente perdida
Harry adiantou-se depressa e ajudou a professora Trelawney a se pôr de pé. Alguns de seus colares cintilantes tinham embaraçado em seus óculos. Ela soluçou alto, ajeitou os cabelos e se levantou apoiada no braço que Harry oferecia.
— Que aconteceu, professora? — Ele perguntou
— É mesmo de se perguntar! — Respondeu ela esganiçada — Eu estava andando, refletindo sobre certos portentos das Trevas que por acaso vislumbrei...
Mas eu não estava prestando muita atenção. Acabara de reparar onde estávamos parados: ali, à direita, encontrava-se a tapeçaria dos trasgos dançarinos e, à esquerda, aquele trecho liso e impenetrável de parede que ocultava...
— Professora, a senhora estava tentando entrar na Sala Precisa? — Perguntei intrigada; Harry se sobressaltou olhando para os lados e percebendo o mesmo que eu
— ... oráculos que me foram confiados... quê?
Ela pareceu repentinamente esquiva.
— A Sala Precisa. — Repetiu Harry — A senhora estava tentando entrar aí?
— Eu... bem... não sabia que alunos tinham conhecimento...
— Nem todos. — Expliquei — Mas que aconteceu? A senhora gritou... como se tivesse se machucado…
— Eu... bem. — Disse a professora, cobrindo-se defensivamente com os xales, e fixando em mim e Harry os olhos imensamente aumentados pelas lentes — Eu queria... ah… depositar... hum... certos pertences meus na Sala... — E murmurou alguma coisa sobre “acusações perversas”.
— Certo. — Concordou Harry, olhando para as garrafas de xerez dela — Mas a senhora não conseguiu entrar para escondê-los?
Isto era muito estranho; afinal, a Sala abrira-se para Harry, quando ele quisera esconder o livro do Príncipe Mestiço.
— Ah, eu entrei sem problema. — Explicou a professora Trelawney, olhando aborrecida para a parede — Mas já havia alguém lá dentro.
— Alguém lá...? Quem? — Perguntou Harry me assustando — Quem estava lá dentro?
— Não faço ideia. — Respondeu a professora, parecendo também um pouco assustada com a urgência na voz de Harry — Entrei na Sala e ouvi uma voz, o que nunca me aconteceu em todos esses anos em que escondi... em que usei a Sala, quero dizer.
— Uma voz? Dizendo o quê? — Perguntei intrigada
— Não sei se estava dizendo alguma coisa. Estava dando... vivas.
— Vivas? — Harry parecia mais interessado do que eu
— Gritos de alegria. — Ela confirmou com a cabeça.
Harry olhou-a espantado.
— Homem ou mulher?
— Eu arriscaria dizer que era homem. Não, não, eram duas pessoas. Um homem e uma mulher.
— E pareciam felizes?
— Muito felizes. — Disse a professora fungando
— Como se estivessem comemorando?
— Sem a menor dúvida.
— E então…?
— Então perguntei: “Quem está aí?”
— A senhora não poderia descobrir sem perguntar? — Questionou-a Harry, ligeiramente frustrado
— O Olho Interior — Replicou a professora com dignidade, ajeitando seus xales e os muitos fios de contas reluzentes — estava contemplando questões muito distantes da esfera mundana de vozes que gritam de alegria.
— Certo. — Apressou-se Harry a dizer — E a voz respondeu quem era?
— Não, não respondeu. Ficou tudo escuro como breu e, no momento seguinte, eu estava sendo arremessada de cabeça para fora da Sala!
— E a senhora não previu isso?! —Exclamei, incapaz de me conter e indiferente ao interesse de Harry pelo assunto
— Não, não previ, como disse, ficou tudo escuro como... — A professora parou e me olhou desconfiada
— Acho melhor a senhora contar ao professor Dumbledore. — Sugeriu Harry — Ele precisa saber que Malfoy e Lestrange estão comemorando... quero dizer, que alguém arremessou a senhora para fora da Sala.
Eu ergui a sobrancelha com o comentário de Harry, enquanto, para minha surpresa, a professora Trelawney empertigou-se ao ouvir sua sugestão, com ar de superioridade.
— O diretor insinuou que preferia receber menos visitas minhas. — Disse ela friamente — Não sou pessoa de impor a minha presença àqueles que não a apreciam. Se Dumbledore prefere ignorar os avisos dados pelas cartas...
Sua mão ossuda agarrou subitamente o pulso de Harry.
— Repetidamente, seja qual for o modo com que eu as ponha...
E, dramaticamente, Trelawney puxou uma carta de baixo dos xales.
— ... A Torre atingida pelo raio. —Sussurrou ela — Calamidade. Catástrofe. Cada dia mais próxima…
Senti um arrepio percorrer todo meu corpo ao ouvir aquilo. O pressentimento ruim de que o mal está se aproximando.
— Certo. — Concordou Harry outra vez — Bem... continuo achando que a senhora deveria contar a Dumbledore sobre a voz e a Sala escurecer de repente e a senhora ser arremessada para fora…
— Você acha? — A professora Trelawney pareceu considerar a questão por um momento, mas percebi que ela gostara da ideia de tornar a contar sua pequena aventura
— Estamos indo vê-lo agora. — Disse ele me fazendo ter vontade de lhe meter um tapa na nuca — Eu e Rox temos uma reunião com ele. Poderíamos ir juntos.
— Ah, bem, neste caso. — Replicou a professora Trelawney com um sorriso. Ela se abaixou, recolheu suas garrafas de xerez e atirou-as sem cerimônia dentro de um grande vaso azul e branco em um nicho próximo.
— Ótimo. — Resmunguei pra mim mesma em uma voz bem baixa
— Sinto falta de vocês dois nas minhas aulas, garotos. — Disse a professora comovida, quando começamos a andar — Principalmente você, Harry. É fato que você nunca foi grande coisa como vidente... mas era um Objeto de estudo maravilhoso…
Harry não respondeu.
— Receio — Continuou ela — que aquele pangaré... desculpe, centauro... não saiba nada de cartomancia. Perguntei-lhe, de um vidente para outro, se também não tinha sentido as distantes vibrações do advento da catástrofe. Mas, pelo jeito, ele me acha quase cômica. Isso mesmo, cômica!
Sua voz alteou-se histericamente, e senti uma forte baforada de xerez, embora as garrafas tivessem sido deixadas para trás.
— Talvez o cavalo tenha ouvido pessoas dizerem que não herdei o dom das minhas tataravós. Há anos os invejosos têm espalhado esses boatos. Sabe qual a minha resposta para essa gente, meninos? Será que Dumbledore teria me deixado ensinar nesta grande escola, confiado em mim todos esses anos, se eu não tivesse comprovado o meu valor?
Harry murmurou alguma coisa inaudível. Eu já tinha os braços cruzados, impaciente com o tanto que essa mulher fala.
— Lembro-me muito bem da minha primeira entrevista com Dumbledore. — Continuou a professora Trelawney, com a voz rouca — Ele ficou profundamente impressionado, é claro, profundamente impressionado... eu estava hospedada no Cabeça de Javali, que, aliás, não recomendo... percevejos, meus caros… mas eu estava sem recursos. Dumbledore fez a gentileza de ir até o meu quarto na estalagem. Interrogou-me... devo confessar que, a princípio, achei que parecia pouco favorável à Adivinhação... e lembro que comecei a me sentir meio estranha, não tinha comido quase nada naquele dia... mas então...
E agora, pela primeira vez, eu estava realmente prestando atenção, porque sabia o que tinha acontecido: a professora Trelawney fizera uma profecia que alterara o curso de toda a minha vida, a profecia sobre mim, Harry, Sol e Voldemort.
— ... então fomos rudemente interrompidos por Severo Snape!
— Quê? — Eu e Harry dissemos juntos
— Sim, houve uma agitação no corredor, a porta do quarto se escancarou, e lá estava aquele barman rude, parado com Snape, que tentava confundi-lo, dizendo que se enganara ao subir, embora eu ache que ele foi apanhado escutando a minha entrevista com Dumbledore; você entende, ele próprio estava procurando emprego à época, e com certeza esperava ouvir umas dicas! Bem, depois disso, entende, Dumbledore pareceu bem mais disposto a me contratar, e não pude deixar de pensar, que ele deve ter percebido o violento contraste entre o meu jeito modesto e o meu talento discreto comparados aos do rapaz cavador e intrometido, que se dispunha a escutar às portas... Harry, querido?
Trelawney olhou por cima do ombro, e eu também olhei sem entender, acabara de perceber que Harry não estava mais conosco; o garoto parara e agora havia três metros de distância entre nós.
— Harry? — Repetiu a professora insegura, preocupada e decididamente assustada
Eu franzi a testa, Harry estava branco, paralisado, parecendo sentir o impacto de ondas de choque, onda após onda, que obliteravam tudo, exceto a informação que lhe haviam negado por tanto tempo…
Foi com um baque que eu também entendi a informação e senti o mesmo choque que ele.
Snape é quem tinha ouvido a profecia. Snape é quem tinha levado a notícia da profecia a Voldemort. Snape e Peter Pettigrew, juntos, tinham feito Voldemort sair caçando Lílian, James e seu filho... Snape quem me fizera ter a pior vida que eu poderia ter tido…
Foi tudo ele e nada mais importava no momento.
— Harry? — Chamou de novo a professora — Harry... pensei que íamos ver o diretor juntos?
— A senhora fica aqui. — Disse Harry com firmeza
— Mas, querido... eu ia contar a ele que fui atacada na Sala...
— A senhora fica aqui! — Repetiu Harry com raiva
Trelawney fez um ar assustado quando Harry olhou pra mim, meio que chamando e em seguida passou correndo por ela, eu o acompanhei fazendo esforço para o alcançar. Entramos pelo corredor de Dumbledore, onde a gárgula solitária montava guarda. Harry gritou a senha para a gárgula e subiu correndo a escada móvel em espiral, três degraus de cada vez. Achei mais fácil me teletransportar para o encontrar na porta. Ao chegar, Harry não bateu, esmurrou-a; e a voz calma respondeu “Entre”, depois que Harry já se precipitara para dentro da sala e eu, como um pimentão, entrava atrás.
Fawkes, a fênix, girou a cabeça, seus olhos vivos e negros refletindo o dourado do sol poente. Dumbledore estava parado à janela, contemplando os terrenos da escola, uma longa capa de viagem nos braços.
— Bem, meninos, prometi que vocês poderiam vir comigo.
Por um momento, eu não compreendi; a conversa de Trelawney varrera tudo o mais da minha cabeça, e meu cérebro parecia estar funcionando muito vagarosamente.
— Ir... com o senhor...?
— Somente se vocês quiserem, é claro.
— Se eu…
E então lembrei do por que inicialmente estivera ansiosa para vir ao escritório de Dumbledore.
— O senhor encontrou uma? Encontrou uma Horcrux? — Harry perguntou por nós dois
— Creio que sim.
A fúria e o ressentimento entraram em conflito com o choque e a excitação: por um longo momento, Harry não conseguiu falar, muito menos eu. Além desses sentimentos, eu estava com um pressentimento muito ruim.
— É natural ter medo. — Disse Dumbledore
— Não é isso… — Falei sem jeito, e era a absoluta verdade: medo não era uma emoção que eu estivesse sentindo
— Não estou apavorado! — Harry retrucou imediatamente — Qual é a Horcrux? Onde está?
— Não tenho certeza qual é, embora pense que podemos excluir a cobra... acredito que esteja escondida em uma caverna na costa, a muitos quilômetros daqui, uma caverna que venho tentando localizar há muito tempo: a caverna em que, no passado, Tom Riddle aterrorizou duas crianças do orfanato no passeio anual que faziam, lembram?
— Sim. — Confirmei — Como está protegida?
— Não sei; tenho algumas suspeitas que talvez estejam completamente erradas. — Dumbledore hesitou, em seguida disse: — Garotos, prometi que vocês poderiam vir comigo, e mantenho a promessa, mas seria um grande erro se eu não os prevenisse de que será excepcionalmente perigoso.
— Eu vou. — Disse Harry, quase antes de Dumbledore terminar de falar. Ele devia está muito enfurecido com Snape, dava pra ver em seu rosto. Algo que o diretor também notou, porque logo depois que eu disse que também iria, Dumbledore se afastou da janela e olhou mais atentamente para Harry, uma leve ruga entre suas sobrancelhas prateadas.
— Que aconteceu com você?
— Nada. — Mentiu Harry prontamente
— Que foi que o perturbou?
— Não estou perturbado.
— Harry, você está e Rox também. — E nisso ele me olhou, mas sem se demorar — Mas a diferença é que ela não transparece seus sentimentos e você, Harry, nunca foi um bom Oclumente…
A palavra foi a faísca que desencadeou a fúria de Harry.
— Snape! — Disse ele muito alto, e Fawkes soltou um leve grasnido às suas costas — Snape foi o que me aconteceu! Ele contou a Voldemort sobre a profecia, foi ele, ele escutou à porta do quarto, Trelawney me contou!
A expressão de Dumbledore não se alterou, mas tive a impressão de que seu rosto empalidecia à claridade avermelhada do sol poente. Por um longo momento, o diretor nada disse.
— Quando foi que descobriram isso? — Perguntou ele por fim
— Agora! — Respondeu Harry, que, com enorme dificuldade, parecia reprimir a vontade de gritar. Então, de repente, não conseguiu mais se conter: — E O SENHOR DEIXOU ELE ENSINAR AQUI E ELE DISSE A VOLDEMORT PARA ATACAR OS MEUS PAIS!
Eu já tinha me assustado com a situação, embora entendesse o lado do meu amigo. Ofegando como se lutasse, Harry se afastou de Dumbledore, que ainda não movera um único músculo, e começou a andar para cima e para baixo no escritório, esfregando os nós dos dedos nas mãos e exercendo todo o seu controle para não derrubar nada. Dumbledore tem razão, Harry é um péssimo oclumente. Eu sabia que ele queria explodir com Dumbledore, mas, ao mesmo tempo, também quer acompanhá-lo para tentar destruir a Horcrux; queria dizer ao diretor que ele era um velho tolo por confiar em Snape, mas estava aterrorizado que Dumbledore não nos levasse se não dominasse sua raiva…
Eu estava quieta, não por não estar perturbada, mas principalmente por estar dessa forma e achar melhor ficar na minha. Me deu um frio na barriga de repente e senti como se o colar, que continha o pingente com a letra do meu nome, esquentasse em meu pescoço. O mal pressentimento de novo.
— Harry — Disse Dumbledore em voz baixa — Por favor, me escute.
Harry hesitou, mordendo o lábio, e encarou o rosto enrugado de Dumbledore.
— O professor Snape cometeu um terrível...
— Não me diga que foi um engano, senhor, ele estava escutando à porta!
— Por favor, me deixe terminar. —Dumbledore aguardou até ver Harry assentir bruscamente com a cabeça, então prosseguiu: — O professor Snape cometeu um terrível engano. Ele ainda estava a serviço de Voldemort na noite em que ouviu parte da profecia da professora Trelawney. Naturalmente, correu a contar o que ouvira, porque afetava profundamente o seu senhor. Mas ele não sabia, não tinha a menor possibilidade de saber, qual era o garoto que Voldemort iria perseguir daquele dia em diante ou que os pais que ele destruiria em sua busca homicida eram pessoas que ele próprio conhecia, que eram seu pai e sua mãe…
Harry soltou uma gargalhada sombria.
— Ele odiava meu pai como odiava Sirius! O senhor não reparou, professor, como as pessoas a quem Snape odeia têm uma tendência a aparecer mortas?
— Credo, Harry. — Acabei deixando escapar, começando a passar as mãos por meus braços
— Você não faz ideia do remorso que o professor Snape sentiu quando percebeu como Lorde Voldemort interpretara a profecia, Harry. — Disse o diretor — Acredito que tenha sido o maior arrependimento da vida dele, e o motivo por que voltou...
— Mas ele é um Oclumente muito bom, não é, senhor? — Contrapôs Harry, cuja voz tremia com o esforço de mantê-la firme — E, Voldemort não está convencido de que Snape está do lado dele, ainda hoje? Professor... como o senhor pode ter certeza de que o Snape está do nosso lado?
Dumbledore ficou calado por um momento; parecia estar tentando tomar uma decisão. Por fim, disse:
— Tenho certeza. Confio plenamente em Severo Snape.
Harry respirou fundo por alguns momentos, esforçando-se para se controlar. Não adiantou.
— Bem, eu não! — Bradou ele como antes — Ele está tramando alguma coisa com Draco Malfoy e Sol Lestrange neste instante, bem debaixo do seu nariz, e o senhor continua…
Dessa vez eu me segurei pra não implicar com meu melhor amigo, apertando minhas unhas fortes contra a palma da mão para conter a raiva. O problema é que eu esqueci que tinha deixado minhas unhas crescerem de novo. Abaixei o olhar para o carpete do diretor e vi o sangue escorrer entre as juntas dos meus dedos e pingar no chão.
— Já discutimos isso antes, Harry. — E o tom do diretor retomou a severidade anterior — Dei-lhe a minha opinião.
— O senhor vai sair da escola esta noite, e aposto como nem considerou que Snape e Malfoy, ah e é claro, a Lestrange, podem decidir…
— O quê? — Perguntou Dumbledore, com as sobrancelhas erguidas — Que é que você suspeita que eles estejam fazendo, exatamente?
— Eles estão armando alguma coisa! — Insistiu Harry, fechando os punhos ao dizer isso — A professora Trelawney acabou de entrar na Sala Precisa, tentando esconder garrafas de xerez, e ouviu Malfoy e a prima dele dando vivas, comemorando! Eles estão tentando consertar alguma coisa perigosa lá dentro e, se o senhor quer saber, eles finalmente conseguiram, e o senhor daqui a pouco vai sair porta afora sem…
— Basta. — Dumbledore falou calmo, mas Harry calou-se imediatamente; percebeu que enfim ultrapassara alguma linha invisível. Eu olhava pra Harry indignada, com meu sangue pingando e o coração agitado — Você acha que deixei a escola desprotegida uma única vez nas minhas ausências deste ano? Não. Hoje à noite, quando eu viajar, mais uma vez teremos proteção adicional instalada. Por favor, não insinue que eu não levo a sério a segurança dos meus estudantes, Harry.
— Eu não... — Murmurou Harry, um pouco envergonhado, mas Dumbledore interrompeu-o
— Não quero mais discutir este assunto.
Harry engoliu o que ia dizer, receoso de que tivesse ido longe demais, de que tivesse estragado sua chance de acompanhar o diretor, mas este prosseguiu:
— Você quer ir comigo hoje à noite?
— Quero. — Respondeu Harry prontamente
O diretor olhou para mim.
— Rox, você vai com a gente?
— Claro, diretor. Sim. — Confirmei na hora, suspirando fundo e parando de cravar as unhas na palma da mão
— Muito bem, então ouçam.
Dumbledore aprumou-se.
— Levo vocês com uma condição: que vocês obedeçam a qualquer ordem que eu lhes dê, imediatamente e sem fazer perguntas.
— Claro. — Respondemos juntos
— Entendam bem. Estou dizendo que deverão obedecer até a ordens como “corram”, “se escondam” ou “voltem”. Vocês me dão sua palavra?
— Eu... é claro.
— Si-sim, diretor.
— Se eu mandar que se escondam, vocês farão isso?
— Faremos. — Dissemos em uníssono
— Se eu os mandar fugir, vocês obedecerão?
— Obedeceremos. — Respondemos juntos mais uma vez
— Se eu lhes disser para me abandonar e se salvarem, vocês farão que mandei?
— Eu…
— AM? — Franzi a testa
— Harry? Rox?
Nós três nos encaramos por um momento.
— Farei, sim, senhor.
O diretor olhou pra mim.
— Ah, sim, senhor.
— Muito bem. Então, quero que Harry, você vá buscar a sua Capa da Invisibilidade e me encontrem os dois no Saguão de Entrada dentro de cinco minutos.
Dumbledore voltou a contemplar a janela flamejante; o sol era um clarão vermelho-rubi na linha do horizonte. Mas antes de Harry sair eu já chamara a atenção do professor, lembrando-me de algo.
— É que eu tenho que te mostrar uma coisa, professor. — Falei suspirando fundo — Harry, você pode ir pegando a capa se quiser, enquanto eu falo com o professor Dumbledore.
E Harry saiu depressa do escritório, mas não sem antes lançar a mim um olhar curioso e intrigado.
— E então, Rox, o que anda lhe perturbando? — O diretor perguntou voltando-se pra mim
Passei minhas mãos suadas pelo short, as enxugando antes de mergulhar minha mão direita no bolso, logo vendo a preciosidade lilás na minha mão. Estendi para o professor a minha palma direita mostrando a pedrinha brilhando bem no meio, acima dos cortes feitos com minhas próprias unhas.
Vi a surpresa transparecer no rosto do diretor que olhava interessado e muito surpreso para a pedra.
— Onde conseguiu isso? — Ele finalmente perguntou
— Eu… recebi junto com um enigma. —Revelei não sabendo se deveria dizer quem me deu — Dizia que eu deveria proteger o meu Calcanhar de Aquiles… meu ponto fraco, na verdade, e... encontrar a outra peça.
Ajeitei a pedra em minha mão e a virei nas pontas dos dedos para Dumbledore ver.
— Está lascada, o que quer dizer que ela não funciona. Precisa da outra parte.
— Posso? — O diretor perguntou e eu assenti permitindo que ele a tocasse —Muito interessante. Sabe o que é isto, Rox?
— Hermione me disse que é uma Ametista e que…
— Sim, uma simples pedrinha capaz de evitar que sejamos controlados por um feitiço. — Ele concordou, os olhos fixos na pedra, não em mim — Achei que nunca veria uma de novo. Essas simples rochas pequeninas estão sendo extintas de nosso mundo, foram roubadas e usadas para o mal. Essa daqui… essa que você recebeu, Rox, não é do nosso mundo.
— Então… então…?
— Certamente. — Ele respondeu — Essa Ametista é de outra dimensão, o que significa que a outra parte dela está lá, não há vibrações de que ela possa está aqui.
— Mas… — Senti meu coração agitar — O senhor acha que tem… tem como eu… eu recuperar ela? Eu…
— Ir para outra dimensão? — Ele perguntou; eu assenti sem piscar os olhos — Sim, Rox, existe uma forma.
— Existe?? — Meus olhos se arregalaram
— Tome isto, e guarde-o bem. — Mandou o diretor — Preciso escrever uma carta, me espere no saguão de entrada com Harry.
— Mas diretor e…
— Falaremos sobre isso depois.
Entendendo bem o recado, guardei a Ametista no mesmo lugar e desci calmamente as escadas até o saguão. Esperei apenas alguns minutos, pra ser sincera o professor Dumbledore ainda chegou primeiro que Harry. O diretor aguardava comigo junto às portas de carvalho. Virou-se quando Harry apareceu derrapando e pisou o degrau mais alto da escadaria, muito ofegante, sentindo uma pontada ardida do lado.
Eu ergui uma sobrancelha, meu sexto sentido dizia que Harry tinha feito alguma coisa antes de vim. Mapa do Maroto… Rony, Hermione e Ginny… Proteger o Castelo… Deter Malfoy e Lestrange… Bebam a Poção da paz…
Tive que me segurar pra não fechar o punho na cara do meu amigo, embora eu também tivesse com umas preocupações estranhas.
— Gostaria que vocês dois usassem a Capa da Invisibilidade, por favor. —Pediu o diretor, e esperou até nós dois nos cobrirmos, antes de dizer: — Muito bem. Vamos?
Dumbledore começou a descer imediatamente os degraus de pedra, sua capa de viagem quase imóvel no ar parado do verão. Harry e eu corríamos a seu lado, sob a Capa da Invisibilidade, ainda ofegantes e suando muito.
— Mas que é que as pessoas vão pensar quando o virem saindo, professor? —Perguntou Harry, parecendo pensar em Malfoy e Snape
— Que vou a Hogsmeade beber alguma coisa. — Respondeu Dumbledore brincando.
— Às vezes, dou preferência a Rosmerta, outras visito o Cabeça de Javali... ou finjo visitar. É uma boa maneira de disfarçar o verdadeiro destino.
Fomos descendo pela estrada da escola à claridade crepuscular. O ar estava impregnado de aromas de capim aquecido, água do lago e fumaça de madeira da cabana de Hagrid. Era difícil acreditar que estávamos caminhando para algo perigoso ou assustador.
— Professor — Falei baixinho, quando avistamos os portões no início da estrada —, vamos aparatar?
— Vamos. Vocês já sabem aparatar, creio eu.
— Sim, senhor. — Confirmei
— Eu sei, mas ainda não tenho licença. — Disse Harry achando melhor ser honesto
— Não faz mal. — Disse o diretor — Posso ajudá-lo novamente.
À saída dos portões, viramos para a estrada deserta de Hogsmeade. A escuridão foi descendo rapidamente durante a caminhada e, quando por fim alcançamos a rua principal, já era quase noite. As luzes brilhavam nas janelas sobre as lojas, e, assim que nos aproximamos do Três Vassouras, ouvimos gritos estridentes.
— ... e fique fora daqui! — Gritava Madame Rosmerta, expulsando, à força, um bruxo malvestido — Ah, olá, Alvo... saindo tarde…
— Boa-noite, Rosmerta, boa-noite... me desculpe, estou indo ao Cabeça de Javali… não se ofenda, mas gostaria de um ambiente mais tranquilo hoje à noite…
Um minuto mais tarde, viramos para uma rua lateral onde o letreiro do Cabeça de Javali balançava, rangendo, suavemente, embora não houvesse brisa. Ao contrário do Três Vassouras, o bar parecia estar completamente vazio.
— Não precisaremos entrar. —Murmurou Dumbledore, olhando para os lados — Desde que as pessoas não nos vejam desaparecendo... agora, apoie a mão no meu braço, Harry. Não precisa apertar com muita força, vou apenas guiá-lo. Rox, pode segurar aqui no meu outro braço se quiser, apenas pra saber o local que vamos aparecer. Quando eu contar três: um... dois... três...
Eu me virei. Na mesma hora tive aquela horrível sensação de que me empurravam à força para dentro de um grosso cano de borracha; não conseguia respirar, cada parte de meu corpo comprimia-se insuportavelmente, então, quando pensei que ia sufocar, a cinta invisível pareceu se romper, e me vi parada em uma fria escuridão, enchendo os meus pulmões de ar fresco e salgado.
Hello bruxinhoooos!!
Como estamos??
A partir de hoje os capítulos vão vim mais tarde já que as minhas aulas voltaram hoje e pense em uma rotina cansativa kkkk... Pois é, vida de universitário não é fácil...
Vocês tem noção que sexta-feira que vem já é o último capítulo de Enigma do Príncipe...?? Ihhhhh, muita coisa vem por aí gente.
E pra quem será que o Dumbledore enviou a carta?? Curiosos? Kkkk
Nos vemos quarta-feira!
– Bjosss da tia Nick.
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