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Bônus 60K: O baile, by: Draco

    Hello bruxinhos!

  Sem muitas palavras. Mas quero muitos comentários nesse capítulo ok? Tá ENORME e deu MUITO trabalho. Então por favor dêem o reconhecimento que merece...

  Eu já disse que adoro vocês??

  Prontos para ver o baile de inverno todinho pelos olhos de Draco Lucius Malfoy?

  Fiquem agora com a leitura!

   Encarei o espelho de forma diferente àquele dia. Apertei minha gravata bem no pescoço enquanto vislumbrava a minha mão esquerda com as unhas pintadas de preto. Meu humor não estava legal, eu tive vontade de socar o espelho três vezes nos últimos dois minutos, não por não estar satisfeito com minha aparência, até porque isso é impossível, mas sim porquê eu imaginava o que iria acontecer essa noite, e a perspectiva me assombrava.

   Uma vez eu li algo sobre uma rainha, ela tinha poderes, e arrancou seu próprio coração, o guardando em uma caixa para que não precisasse sentir amor ou sentimento algum; queria que tivesse algum feitiço para eu fazer isso com o meu, o arrancar ou congelar, quem sabe assim eu me sentisse melhor.

— Olha só pra ele. — Uma voz invadiu meus pensamentos. Me virei vendo Blaise que acabara de sair do banheiro do dormitório e fechava os botões de sua camisa branca social despreocupadamente — Se arrumou todo pra ficar bonitão e enlouquecer as meninas, foi?

— Não. — Respondi simplesmente com um dar de ombros, voltando a me olhar no espelho — Porque eu não preciso me arrumar para isso. Já faço isso naturalmente.

— Aham. — Blás riu, e eu o vi pelo reflexo do espelho pegando sua gravata que estava em cima da cama — Só você mesmo, hem Draco?

— Menti por acaso? — Me virei pra ele enquanto pegava um colete branco e vestia por cima da camisa social e a gravata — Então, Blás, vai com a Daphne mesmo para o baile? Sabia que você era afim de loiras.

   Blaise parou de amarrar a gravata na mesma hora e fechou a cara.

— Sou, mas não por essa loira. — Resmungou ele sem olhar para mim — E você, hem Draco. Vai com a Pansy, não sabia que você curtia morenas, sempre achei que você tivesse uma queda por ruivas.

    Dessa vez foi eu quem fechei a cara, enquanto Blaise deixou escapar uma risadinha.

— Idiota.

— Você quem começou. — Retrucou ele

— Falou. Falou, rapaziada. — Disse uma voz entusiasmada abrindo a porta do dormitório. Era Theodore Nott que balançava seu cabelo negro despreocupadamente enquanto ajeitava as mangas do seu blazer — Ainda não estão prontos?

— Cara. — Blaise o olhou intrigado, enquanto eu dava de ombros e voltava a me arrumar — Onde raios você estava se arrumando?

— Aaaah. — Escutei a risada de Nott — Não me faça perguntas e eu não lhe direi mentiras, Zabini. Mas, e aí, cadê o resto do povo desse dormitório?

   Crabbe apenas deu um alô de sua cama, ele disse que já estava pronto há quase dez minutos e só estava me esperando, já Goyle penteava o cabelo olhando-se em um espelho pequeno já que eu ocupava sozinho o espelho grande.

— Posso me olhar ou você vai demorar muito aí, Malfoy? — Perguntou Theo

— Volta pro dormitório de uma das suas p*tas, e me deixa em paz. — Rosnei sem olhar pra ele

— Olha só, alguém tá de mau humor. — Ele riu — Eu não. Pago dez galeões pra quem adivinhar com quem eu vou para o baile.

— Samantha Selwyn? — Propôs Crabbe

— Agatha Rosier? — Perguntou Goyle

— Melanie Shacklebolt? — Falou Blaise por sua vez

— As gêmeas Carrow. — Revirei os olhos virando-me pra pegar meu blazer

— Todos erraram. — Ele riu confiante — Eu vou com... ninguém. Isso porque o pai aqui tá livre pra dançar com quem quiser. Guarde suas meninas, garotos, se não elas vão estar no colo do papai aqui. Ai, que hoje a noite é minha. — Deu uma girada triunfante e ridícula e andou até a porta saindo do quarto novamente

   Blaise, Crabbe e Goyle encararam o lugar que ele antes estava com incredulidade.

— Como ninguém nunca lançou um Avada nele sem querer querendo, hem? — Perguntei revirando os olhos

   Passaram se alguns minutos até que nós quatro também saímos do dormitório indo em direção ao Salão Comunal. Eu normalmente era lindo e confiante, hoje eu estava só lindo, meu humor não estava legal para confiança. O Salão Comunal estava estranho aquela noite, o local que era sempre tão formal com cores neutras, agora estava repleto de cores vivas e diferentes. Eu mal havia colocado meu pé lá quando alguém correu até mim. Era Pansy. Seu cabelo preso em um apertado coque com presilhas prateadas, e ela usava um vestido rosa de babadinhos, talvez estivesse de salto também já que ela parecia mais alta.

— Draco. — Ela cumprimentou com um sorriso que quase me fez revirar os olhos — Você está bonito.

— Eu sei, eu sou lindo. — Respondi enquanto passava o olhar no salão para olhar as roupas das outras pessoas, até era legal observar que nem todos tinham um estilista para desenhar suas vestes a rigor

— Oi, Blás. — Virei-me para o lado direito quando vi Daphne, que usava um penteado parecido com o de Pansy, embora algumas mechas de seu cabelo estivesse soltas, e seu vestido era modelo sereia, de um amarelo cádmio rendado. Ela falava com Blaise — Você está lindo.

   Ele diferente de mim sorriu, um sorriso não tão verdadeiro, vale a pena acrescentar, e disse:

— Valeu. Você também.

  Como Crabbe e Goyle não haviam conseguindo par, e eu não fazia ideia ( nem me importava ) de onde Nott estava, resolvemos que era hora de irmos para o Salão Principal. Subimos então as escadas saindo das masmorras, eu indo a frente com Pansy agarrada ao meu braço.

   O saguão de entrada também estava apinhado de estudantes, todos andando por ali à espera de que dessem oito horas, quando as portas para o Salão Principal seriam abertas. As pessoas que iam encontrar pares de outras Casas procuravam atravessar a aglomeração, tentando localizar uns aos outros. Bando de vândalos, é o que parecia. Não sabiam ter um pingo de ética.

   Eu então parei e observei. Potter e Weasley estavam parados à frente próximo as portas do Salão Principal, cada um com uma das gêmeas Patil. Próximo a eles tinha mais duas pessoas. Uma delas era Lee Jordan, o idiota do comentarista de quadribol, a outra era uma garota ruiva, ela estava de costas, meio virada olhando para o outro lado. Continuei observando. Mas me arrependi.

   Não podia ser ela.

   Me arrependi no determinado momento em que meus olhos acinzentados se encontraram com os azul dela. Ela mal parecia ser ela mesma. Estava maquiada, algo que eu nunca tinha visto antes, era uma maquiagem básica e leve, mais que fez seus olhos azul brilharem mais que nunca. Seu cabelo ruivo tão perfeitamente arrumado estava semipreso, a pele em um bronzeado perfeito. Usava um vestido rosa, meio lilás talvez, coberto de mínimas flores que pareciam ter sido coladas delicadamente em alguns pontos dele, suas mangas compridas eram transparentes, mas também com flores, ela também parecia usar salto alto. Uma combinação que eu nunca imaginei ser usada justo por ela, mas que a deixou deslumbrante. Eu mal tinha palavras para descrever enquanto eu a observava vidrado, meu coração saltando, quase querendo sair pela boca. Minha mente se esvaziou de tudo naquele momento, eu só a observava quase boquiaberto. Ela estava linda. Maravilhosa. Mas, não estava comigo.

   Voltei a mim, assim que o idiota ao lado dela se abaixou o suficiente para poder falar algo no ouvido dela. Mas que raios ele estava falando com ela? Por que ela sorriu? Por que ela veio com esse idiota!?

   Meu mau humor voltou mais negro do que nunca quando eu vi os braços dele passarem pelo dela. Ele estava tocando nela. Como ele ousa fazer isso na minha frente!? Minha vontade foi definitivamente puxar minha varinha que estava no bolso do blazer e o azarar. Azarar Lee Jordan por ter ousado ter a audácia de convidar ela para o baile. Azarar ele por ousar tocar nela, falar com ela, e até mesmo respirar o mesmo ar que ela. Minha respiração ficou ofegante e apertei minhas unhas na palma da minha mão, bufando.

— Draco. — Uma voz baixa me fez virar para trás. Blaise tinha percebido que eu olhava para ela e tocou no meu ombro, me lançando um olhar que só nós dois entendiamos. Eu apenas bufei e me virei para observar as outras pessoas do baile, enquanto Parkinson e Greengrass se entreolhavam sem entender

   Eu estava com ódio de Lee Jordan, mas também estava com raiva dela. Sempre diziam que eu era orgulhoso, que eu só pensava em mim, mas eu estava disposto a abrir mão de tudo isso, esquecer até as coisas que meu pai me fala para poder vim ao baile com ela. Mas ela não quis. Foi ela quem me rejeitou. Roxanne Weasley abriu mão de mim.

   Quando as portas de carvalho se abriram todos viraram para observar a Delegação de Durmstrang entrar. Menos eu. Eu não estava nem aí pra nada daquilo, aquele baile, que mal começou, já perdera a graça.

— Olha, Draco. — Disse Pansy energicamente de repente indicando algo lá fora — Que lindo.

   Por cima das cabeças do grupo, eu vi que a área do gramado logo à entrada do castelo fora transformada em uma espécie de gruta cheia de luzes encantadas – ou seja, centenas de fadinhas vivas encontravam-se sentadas nas roseiras que tinham sido conjuradas ali e esvoaçavam sobre as estátuas que pareciam representar Papai Noel e suas renas.

   Então a voz da Profa. Minerva McGonagall chamou:
  
— Campeões aqui, por favor!

   E os quatro campeões se agruparam, cada qual com seu par. Então as portas do Salão Principal foram abertas e o pessoal começou a entrar. Pansy boquiabriu-se ao passar comigo pela porta, então eu olhei para ver o que a surpreendeu. A menina, que até então para mim era desconhecida, ao lado de Krum era a Granger. Como assim? Eu não entendi, mas era ela. Parece que um baile é uma ótima desculpa para as pessoas se arrumarem pelo visto.

   Depois que estávamos todos sentados no salão, a Profa. Minerva mandou os campeões e seus pares formarem um cortejo, de dois em dois, e a seguirem. Os garotos obedeceram e todos no salão aplaudiram, quase todos na verdade, quando eles entraram e se dirigiram a uma grande mesa redonda no fundo do salão, onde estavam sentados os juízes.
  
   As paredes do salão estavam cobertas de gelo prateado e cintilante, com centenas de guirlandas de visco e azevinho cruzando o teto escuro salpicado de estrelas. As mesas das Casas haviam desaparecido; em lugar delas havia umas cem mesinhas iluminadas com lanternas, que acomodavam, cada uma, doze pessoas.

   A minha mesa só estava composta por pessoas da minha casa, o que era ótimo, embora um tanto perigoso. Pansy estava do meu lado direito, seguida por Tracey Davis, que parecia a própria rainha má dos contos de fadas com seu vestido de tafetá preto; os olhos âmbar da garota percorriam todo o Salão Principal observando atentamente as vestes das pessoas e rindo enquanto aos sussurros conversava com seu par, que era o próprio Nicholas Grimmett, artilheiro do time da nossa casa, os dois estavam saindo a umas duas semanas e pareciam ser as pessoas mais fofoqueiras que existem. Razão para o cabelo comprido de ambos, talvez seja onde eles guardam as fofocas. Adrian Pucey estava ao lado de Nicholas, com seu smoking bordô, observando o menu que estava em cima da mesa enquanto conversava com Milenna Bletchey, a goleira do time, que ostentava um vestido de lamê dourado. Os dois pareciam aqueles casais populares, sem problema algum, ambos do time de quadribol, ambos ricos, ambos de sangue-ouro. Depois de Miles tinha duas cadeiras vazias e então Crabbe, Goyle, Daphne e Blaise do meu lado esquerdo. Mais parecia um ninho de cobras.

— Gente. — Exclamou Tracey meio rindo — Olhem aquilo. — E indicou discretamente uma mesa em que tinham alguns alunos da Huflepuff — O que ela está vestindo? É um saco de lixo?

— Você é má. — Pansy riu concordando com Tracey — Coitado do saco de lixo a ser comparado com aquilo.

— De quem vocês estão falando? — Blaise perguntou com os olhos percorrendo a mesa

— Sally-Ane Perks. — Disse Daphne com uma voz enojada — Aquele loiro dela nem é natural. Por Salazar Slytherin como alguém tem coragem de usar isso?

— Totalmente absurdo. — Concordou Miles, agora virando-se para olhar o salão — Mas o pior é a Fay Dunbar, parece que ela não conseguiu par.

   Me encostei quase deitando na cadeira e cruzei os braços enquanto dava uma risada nasal.

— Aí vocês humilham meninas, Crabbe e Goyle também não arrumaram par. — Falei despreocupadamente

   Miles se virou para os dois, e tentou esconder a vontade de rir.

— Não brinca. — Disse ela — Ah, meninos foi mal.

— Se eu não me engano... — Disse Andrian pousando o menu na mesa — O Matt tá vindo aí, não olhem agora... mas olhem... Olhem só quem ele está trazendo.

— Aquela garota não é da Gryffindor? — Perguntou Nicholas franzindo a testa

— Ele vai sentar aqui com ela!? — Revirei os olhos

— Parece que sim. — Daphne riu

   Matt Burke parou assim que chegou a nossa mesa, com uma garota de cabelos negros e vestes brancas ao seu lado.

— Eai, cobras. — Cumprimentou ele com um sorriso

— Cobra não. — Tracey negou com a cabeça, mas sorrindo divertidamente — Mais respeito que hoje eu tô a própria víbora.

   Burke apenas riu com a afirmação da menina. O par dele pareceu extremamente desconfortável com isso. Mas errada foi ela, vim justo com Matt Burke, o maior galinha, depois do Nott é claro. Ela meio que pediu pra passar por situações humilhantes e constrangedoras.

— Então, podemos sentar aqui? — Matt perguntou

— Ah, claro. — Respondeu Adrian sem olhar para eles

— Tô vendo que você veio com alguém dos leões, Burke. — Miles riu — Oi, docinho. — E então ela imitou um rugido enquanto mostrava as unhas como se fossem garras para a garota

   Eu revirei os olhos. Meus amigos são mesmo umas víboras.

— Meu nome não é docinho, Bletchey. — A garota revirou os olhos

— Gente, a leoa tem língua. — Pansy riu enquanto tomava o menu que agora estava nas mãos de Goyle, mudando totalmente o assunto: — Não sei se perceberam, mas o pessoal das outras mesas já estão comendo, eu vou fazer o mesmo, sabe...

— E o meu não é Bletchey. — Disse Miles ignorando Pansy e olhando com afetação para a garota da casa dos leões — É Milenna, mas pode me chamar de Miles. 

— Heidi Yaxley. — Disse a menina revirando os olhos

— Geral amigos, tudo certo? — Matt riu passando a mão pelo ombro da tal Yaxley

— Amigos não. — Disse Tracey sorrindo enquanto apanhava um dos bolinhos de queijo que Pansy havia pedido ao menu — Amigos não falam mal um dos outros, e nós falamos. Então somos aminimigos, essa é a palavra certa. Bem vinda ao clube das cobras, Yaxley.

— Sentem-se logo. — Ordenou Adrian — Tão parecendo duas estátuas aí, eu quero ver a mesa dos campeões. Saiam logo da frente.

— Ok, ok. — Matt puxou a cadeira ao lado de Crabbe para que o seu par sentasse, a menina o olhou com um sorriso e sentou-se, ele logo fez o mesmo ao se sentar na cadeira ao lado

— Desde quando você banca o cavalheiro, hem Burke? — Cruzei os braços enquanto olhava e ria da atitude do menino

— Eu sou eu, né Malfoy. Apenas sei como tratar uma dama.

   Dessa vez eu não fui o único que ri, e sim todos da mesa. Tomei o menu da mão de Pansy e ordenei ao papel alguns pedidos, enquanto o pessoal fazia o mesmo, e cada um começava a comer envoltos de uma conversa nada saudável sobre quem era a pessoa que tinha vindo mais dessarrumada para o baile. Acabou ficando empatado, entre um garoto do sétimo ano da Huflepuff e uma quintanista da Ravenclaw.

   Quando toda a comida fora consumida, observei que Dumbledore se levantou e pediu aos estudantes que fizéssemos o mesmo. Então, a um aceno de sua varinha, as mesas se encostaram às paredes, deixando o salão vazio, em seguida ele conjurou uma plataforma ao longo da parede direita. Sobre ela foram colocados uma bateria, alguns violões, um alaúde, um violoncelo e algumas gaitas de foles.

   As Esquisitonas subiram, então, no palco sob aplausos delirantemente entusiásticos; Apanharam seus instrumentos e de repente percebi que as lanternas de todas as outras mesas tinham se apagado e que os campeões e seus pares estavam em pé.

— Hora do show. — Disse Tracey entre risinhos

   As Esquisitonas tocaram uma música lenta e triste, e logo os campeões rodopiavam no meio do Salão. Eu cruzei os braços e comecei a procurar com os olhos a única pessoa dali que me importava. Era estranho, ela me magoou, mas eu sentia necessidade de a procurar.
  
— Potter parece um cachorrinho sendo conduzido pela indiana, não é? — Pude escutar a voz de Miles perguntar para as meninas

— Ah, claro. Você viu isso, Draco? — Pansy tocou no meu braço me fazendo olhar para ela

   Eu apenas assenti com a cabeça ainda meio irritado. Por que ela tinha que ser tão irritante?

    Continuei olhando para as pessoas ao redor do Salão. Mas dali a pouco muitas delas também foram para a pista de dança, de modo que os campeões deixaram de ser o centro das atenções. Só aí eu a achei, indo para o centro de mãos dadas com ele, e parecendo se divertir. Senti uma pontada de raiva, no meu peito, só de ver.

— Nicholas, nossa hora. — Tracey o puxou pelo braço arrastando o menino para o meio do Salão. Adrian e Miles já estavam lá, assim como Matt e Heidi

— Vocês não vão dançar? — Blaise perguntou assim que se deixou ser levado por Daphne — Draco, amigo, se diverte um pouco, cara.

   Eu suspirei e olhei para os olhos castanhos suplicantes de Parkinson. Eu estava irritado, sim, eu estava. Mas Rox estava lá na pista de dança se divertindo nem aí para mim, eu merecia um pouco de diversão também, não é?

— Ok. — Suspirei estendendo a mão para Pansy que sorriu vitoriosa segurando minha mão e então fomos até onde Blás e Daph dançavam

   Eu gostava de dançar. Sempre gostei. Fiz aulas quando era criança, então era algo que eu tinha facilidade, era algo que me dava sensação de liberdade. Confesso que por minutos enquanto eu e Parkinson dançávamos, eu me diverti, esqueci um pouco meus problemas e só me deixei levar pela música.
  
   Eu ouvi a última nota trêmula da gaita de foles com alívio. As Esquisitonas pararam de tocar, os aplausos encheram mais uma vez o Salão Principal e eu soltei Pansy.
  
— Aaaah. Essa música é incrível! — Exclamou Pansy quando as esquisitonas começaram a tocar uma música bem mais movimentada

   Eu apenas ri, então começamos a dançar novamente, e dançamos mais uma música antes de irmos nos sentar. Blaise e Daphne fizeram o mesmo.

— Vou pegar uma cerveja amanteigada. — Comunicou Daphne — Pans, você vem comigo.

— Claro. Draco, você vai querer uma?

— Não. — Respondi simplesmente e as duas saíram

— Você parecia estar se divertindo. — Disse Blás olhando para mim

— Talvez. — Falei com um dar de ombros voltando a observar o Salão — Você também parecia.

— Ah, claro. — Riu ele — Ao menos dançando a Daphne cala a boca.

— A Pansy também. — Eu ri concordando

   Meus olhos percorriam cada canto do Salão e tinha pessoas que eu mal conseguia distinguir quem eram. Sério, esse povo todo estuda mesmo aqui!?

   Então eu vi, com um ar vitorioso e empolgado se aproximando de mim e Blaise. O próprio Theodore Nott. Os botões da camisa social abertos até um determinado ponto, e a gravata dele parecia ter desaparecido.

— Como vão meus caros amigos? — Saudou ele com nítida diversão

— Eai, Nott. Quebrou quantos corações na primeira hora de festa? — Perguntei

— Até agora só uns três. — O garoto riu se jogando na cadeira ao lado de Blaise, que ria do comentário dele, até que viu algo que fez o menino ficar sério de repente

   Quando eu olhei para a pista de dança, no ponto em que Blaise olhava, vi que havia duas pessoas rindo e se divertindo, demorei a reconhecer quem era a loira com o Aaron Hansen da Durmstrang, mas logo vi se tratar de Lavender Brow, a melhor amiga da Rox.

— Engraçado. As meninas dizem que homens não prestam, mas muitas vezes elas são bem piores, não é Blás? — Chamei a atenção do moreno que suspirou, mas me deu um sorriso fraco

— Na verdade, ninguém presta nessa vida. Essa é a verdade. — Disse Theo se intrometendo. Então ele riu com afetação de repente olhando diretamente para algo do outro lado do Salão Principal — Ah, papai. Que é aquilo, hem? Esse anjo eu não tinha visto ainda.

   Apenas revirei os olhos sabendo que Nott apenas deveria ter visto alguma garota. Ele era assim, sedento. Blaise porém arqueou uma sobrancelha quando olhou pra onde Theo olhava.

— Agora eu até te entendo, Draco. — Disse Theodore — Agora eu realmente entendo... até porque ela está mó gata agora. Senhor, se é bonita com esse vestido, imagina sem ele. Olha aquele corpinho, não... Uhhh, deu até calor.

     Franzi ligeiramente a testa e olhei primeiro pra Theo, depois diretamente para onde ele olhava. Então eu entendi o choque de Blaise, e senti meu sangue ferver.

   Rox estava sentada conversando com Potter e o irmão dela, e pelo que parecia o olhar de Theo estava fixo nela. Totalmente sedento como um cachorro.

— Vocês não estão ficando, né, nem nada, não, né Draco? — Dizia a voz cínica de Theo — Porque eu...

  Foi rápido, em questão de segundos.
 
   Só percebi quando meu punho estava a milímetros de distância do rosto de Theo, e eu respirava ofegante, segurando a gola da camisa dele com minha outra mão.

— Draco. Pelo amor de Merlim, solta ele, antes que as pessoas vejam. — Pediu Blaise tentando me segurar

— Você ouviu o que esse... esse... escroto falou!? — Falei quase rilhando os dentes

— Qual, é, Draco. — Theo deu uma risada nervosa fingindo não se importar que eu estivesse prestes a bater nele — A gente é parça. Qual o problema de dividir a comida de vez em quando. Ainda mais as gostosas dessa forma!

— Me escuta bem! — O olhei seriamente com meus olhos em fogo, e sentindo cada partícula do meu corpo tremer de raiva

— Draco, solta ele. Os professores vão ver!

— Não até ele escutar! — Insisti sem soltar o idiota, e dando pouco caso à Blaise — Ela não é como as p*ta que você pega... não... tá me ouvindo! Ela não é pro seu bico, idiota! E você nunca vai tocar nela! Nunca! Porque no dia que isso acontecer, eu vou fazer você se arrepender de ter nascido, tá me escutando, Nott!? Eu vou quebrar essa sua cara de uma forma, que nem mesmo sua mãe vai conseguir te conhecer!

— Draco. Ele já entendeu. — Blaise me tirou de cima de Nott tentando me afastar do babaca — E a mãe dele tá morta. — Acrescentou a última frase em voz baixa

— Mas ela não é sua propriedade, Malfoy. Se eu der em cima dela, duvido ela recusar. — O garoto falou com uma risadinha assim que eu virei as costas pra ele

   Meu sangue ferveu mais ainda, e eu me imaginei voltando e quebrando o nariz daquele engomadinho, mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, Blaise me empurrou para sair do Salão. Eu ainda tremia de tanta raiva e tudo que eu queria era socar a cara lisa daquele idiota. Como ele ousa!? Como...

— Eu sei o que você tá pensando. — Disse Blaise me olhando como se tivesse medo que eu voltasse para o Salão a qualquer momento — Deixa pra matar o Theodore quando estivermos no dormitório, lá não tem como você ir pra detenção. Aí você pode quebrar a cara dele a vontade.

   Eu apenas encarei Blás sem falar nada.

— Você escutou o que ele disse! Você... — Tive vontade de quebrar qualquer coisa que tivesse na minha frente. Comecei a passar meu olhar pelo saguão da entrada pra ver se via algo que eu pudesse socar, mas não tinha nada... nada... a não ser a cara de Blaise

— Eu escutei, cara. Mas o Nott é um idiota, você sabe disso. Não é melhor você dar uma volta pra esfriar a cabeça? — Propôs ele — Se quiser, eu...

   Mas antes mesmo que ele pudesse terminar de falar, Pansy e Daphne apareceram vindo ao nosso encontro.

— O que houve, meninos? — Daphne perguntou aturdida — Estavam dizendo que...

— Ninguém se importa, Daphne! — Exclamei fazendo a menina se calar

— Pansy... — Falou Blaise de repente com um olhar estranho — Por que você não vai dar uma volta com o Draco? O que acham?

   Eu o olhei como se ele tivesse tido a pior idéia do mundo, e ele me lançou aquele olhar cúmplice de quem sabia o que estava fazendo. Pansy riu, eu apenas bufei e concordei. Eu continuava com raiva de Nott, mas ele tinha razão em uma coisa. Rox não era minha propriedade, e depois do que aconteceu, não tenho tanta certeza se ela negaria caso ele desse em cima dela... talvez o problema fosse eu.

   As portas do saguão estavam abertas de par em par e as fadinhas luminosas no roseiral piscavam e cintilavam quando eu e Pansy descemos os degraus da entrada e nos vimos cercados de plantas que formavam caminhos serpeantes e de grandes estátuas de pedra. Ouvi um rumorejo de água caindo, que me pareceu uma fonte. Aqui e ali as pessoas estavam sentadas em bancos entalhados. Nós tomamos um dos caminhos que passava pelo roseiral, e andamos calados.

   Na verdade eu estava calado, pensando no fim de poço que eu estava, mas ela tagarelava animada sobre algo que eu nem me dei ao trabalho de ouvir o que era.

    Tínhamos chegado a uma enorme rena de pedra agora, por cima da qual avistamos o jorro cintilante de um alto chafariz. Avistamos também, sentadas em um banco de pedra, as silhuetas escuras de duas pessoas, que contemplavam a água ao luar. Eu apenas observava, quando Pansy de repente pegou na minha mão e me puxou para o outro lado onde tinham mais algumas roseiras.

— Você está bem? — Ela perguntou

— O que você acha? — Apenas suspirei

   A menina apenas balançou a cabeça e começou a olhar a volta, e então soltou uma risadinha de repente.

— O que foi?

   Em resposta, ela apenas levantou a mão apontando para algo acima de nossas cabeças. Meio enrolado, ramando em uma árvore que ela estava de costas, havia a única coisa que poderia piorar a minha noite. Visco.

— Conhece a história, não é? — Ela perguntou entre risinhos

— Não acredito nessas coisas. — Retruquei

— Ah, Draco. — Ela resmungou em uma voz melosa — Os que se beijam debaixo do visco tem a promessa de felicidade e sorte no ano seguinte, e os que não se beijam provavelmente terão um ano de azar.

    Eu apenas revirei os olhos. Só era o que faltava esse visco aqui e agora. Por que as coisas pra mim são sempre assim!?

— Não gosta de mitologia nórdica? Ou das tradições dos druidas?

— É claro que eu gosto de mitologia. — Bufei

— Então, Draquinho. — Ela se aproximou de mim de repente

— Pansy, para. — Eu a afastei. Rox estava nos meus pensamentos, tão vívida, Pansy não era ela e nunca ia ser

   A menina pareceu se incomodar, mas então sorriu. Eu comecei a observar o lago, enquanto escutava alguns passos se aproximando e um besouro estranho que voava acima dos viscos.

— Eu não vou ter azar. Ah, se não vou. — Disse Pansy com convicção

— Quê? — Me virei para a encarar. Então foi tudo tão rápido, quando percebi ela já tinha me puxado pela gola da camisa social e colado seus lábios nos meus, tão de repente que eu mal tive tempo de reagir

   Eu queria ter a empurrado, me afastado dela, mas... não tive forças para isso. Não quando meu coração estava tão magoado, não quando eu lembrava que o amor da minha vida veio ao baile com outra pessoa.

— Rox, você tá bem?

   Aquela voz. Aquele nome. Eu me afastei de Pansy rapidamente olhando para o lado. Eu estava em choque, ela estava ali parada. Seus olhinhos azuis arregalados para mim e quase marejando. Rox. A única garota que eu realmente amei, acabou de me ver beijando outra.

   A ruiva depressa levou as mãos aos olhos enxugando pequeninas lágrimas e saiu correndo. Potter e o irmão dela me olharam por segundos antes de sair atrás dela. Eu queria tanto ter tido forças o suficiente para ir até ela e explicar que não era o que ela estava pensando, e que ela era a única pessoa que eu amava, mas eu lembrei o que aconteceu na Torre de Astronomia e mudei de idéia. Mesmo que eu tenha sentido meu coração partir em a ver daquele jeito por minha causa, eu não conseguia ir atrás dela, não, eu não podia.

   Me virei para Pansy, ela sorria observando o caminho por onde eles tinham ido. Uma fúria então inundou meu corpo novamente.

— Você tinha visto ela, não viu? — Perguntei respirando fundo. Pansy me olhou lentamente fazendo cara de quem não entendeu — Você ouviu os passos. Você viu que era ela, por isso você fez isso. Não foi!? RESPONDE!

— Sim. — Ela me olhou com nítida diversão — Eu vi ela.

— Por que você fez isso? Pansy qual o seu problema!?

— Qual o seu problema, Draco!? — Rosnou ela seriamente — Aquela garota não dá a mínima pra você! Por que você se importa tanto com o que ela pensa? Me diz. Esquece aquela traidora de sangue, Draco. — Ela suavizou a voz e tocou meu ombro — Eu só quero o seu melhor. Por que você não me dá uma chance?

— E por que você não some da minha vida!? — Berrei impaciente começando a andar e a garota veio me acompanhando

— Você não entende...

— Você que não entende! — Me virei para a encarar — Eu amo ela, e nada do que você faça, ou ela própria faça, vai mudar isso.

— Ela pegou seu coração, jogou no chão e pisoteou ele. — Pansy disse com um olhar de raiva — E mesmo assim você olha pra ela como um cachorrinho. Por que não ver tudo que eu faço por você?

— Você não é ela!

— Claro que não sou. Eu te amo. Ela não.

— Você nem sabe o que é amor, Parkinson. — Rosnei me virando para continuar a andar, mas ela então pegou no meu braço me fazendo virar-se novamente para ela

— Você tem razão. — Concordou, parecendo agora triste  — Eu não sei. Somos da casa das cobras. Sentimentos nos tornam fracos. Mas eu faria qualquer coisa por você, mesmo sabendo que você nunca vai me olhar como olha pra ela. A vida é assim, estamos destinados a amar somente aqueles que nos desprezam... e tá tudo bem.

   Eu desviei o olhar dela, ainda sério, mas Pansy colocou a mão no meu rosto.

— Ela me odeia... não é? — Falou ela lentamente — Poderíamos fingir um relacionamento... talvez ela comece a te odiar, talvez perceba que te ame... dos dois um.

— E o que você ganha com isso? — Perguntei a analisando

— Sua atenção. Pra mim é o suficiente.

   Eu afastei seu braço do meu rosto e tornei a andar sem dizer uma única palavra. Os acontecimentos da noite haviam sido demais pra mim, e tudo que eu quis naquele momento foi sumir, esquecer... morrer? É, é uma possibilidade.

   Alcancei o saguão da entrada e estava pronto para me direcionar as masmorras, mas primeiro vi algo estranho. Bom, parecia estranho. Era Moody, ele estava meio que arrastando Amélia Hughes pelo braço, e os dois conversavam em sussurros em um canto bem afastado de todo mundo, próximos a porta do Salão Principal. A garota parecia irritada.

   Sem me importar, mas com uma leve pulga atrás da orelha de curiosidade, apenas continuei a caminhar, revendo pequenas coisas da noite na minha mente. Quando me deitei na cama àquela noite, às onze e quarenta, antes mesmo de qualquer pessoa voltar para o Salão Comunal, eu revi o rosto de Rox, com as pequeninas lágrimas lutando pra cair, me observando com Pansy. Eu me senti mal, doía ver ela daquela forma, e como doía. Embora eu me sentisse satisfeito sempre que lembrava da Torre.

   Na real eu estava irritado, com raiva, com vontade de chorar. Com tudo. Toda vez que eu pensava nela, eu me sentia devastado, horrível.

   Se ela me ama, por que ela fez isso? Por quê?

   Mas então eu pensei no que Pansy falara. Somos da Casa das Cobras, e sentimentos demonstram fraquezas. Naquela noite eu tive uma convicção, e era a que eu ia congelar esse sentimento que eu sentia por Rox. Era a de que eu ia fazer qualquer coisa pra esquecer ela. Eu tentei ser alguém melhor por ela, tentei... mas isso só me quebrou. Então eu vou voltar a ser quem eu sempre fui, o Draco Malfoy de sempre.
  
    E quanto a proposta de Parkinson, isso é assunto pra outro dia...


  É isso bruxinhos!

  Espero que tenham gostado. Desculpa o trauma kkk.

   Espero que tenham dedicado total atenção aos novos personagens da Slytherin que foram apresentados nesse bônus, um deles vai ter uma baita importância e destaque no 5° ano.

  Aliás eu sou da Slytherin, então não se incomodem com o jeito que eu retratei minha própria casa, Ok? Kkk

  É isso bombons. Vos adoro!!

– Bjos da tia Nick.

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