{46} Caso Solucionado
Passou-se um tempo, não sei ao certo quanto, até que eu e Rony conseguimos fazer na parede um buraco de um bom tamanho para que Harry e Ginny pudessem passar, eu já estava ficando nervosa e esperava que ambos estivessem bem. Eu e meu irmão continuavamos em silêncio e apreensivos até que finalmente ouvimos a voz de Harry.
— Rony! Rox! — Berrou, se apressando — Ginny está bem! Está comigo!
Rony soltou um viva sufocado e eu abri um sorriso grande, ambos colocamos nossas carinhas ansiosa espiando por uma brecha de bom tamanho, que conseguimos abrir entre as pedras desmoronadas.
— Ginny! — Falei animada enfiando um braço pelo buraco para puxá-la primeiro — Você está viva! Fiquei tão preocupada.
— Nós surtamos pensando que algo pudesse ter acontecido com você. — Completou Ron sorridente a olhando — Não acredito que está bem! O que aconteceu!? Como... que... de onde veio o pássaro?
Logo avistei um pássaro vermelho que mergulhou no buraco logo depois de Ginny, era do tamanho de um cisne, tinha uma cauda dourada e faiscante, comprida como a de um pavão e garras douradas e reluzentes.
— É do Dumbledore. — Respondeu Harry, espremendo-se para passar
— Onde arranjou uma espada? — Perguntei boquiaberta ao ver a arma na mão de Harry
— Explico quando sairmos daqui. — Disse Harry com um olhar de esguelhapara Ginny que chorava sem parar
— Mas...
— Mais tarde. — Disse Harry — Onde anda Lockhart?
— Lá atrás. — Disse Rony, ainda com uma expressão intrigada, mas indicando com a cabeça o túnel na direção do cano de entrada
— Ele está bem ruinzinho. Venham ver. — Falei
E guiados pelo pássaro cujas penas vermelhas produziam uma luminosidade dourada no escuro, caminhamos de volta à boca do cano. Gilderoy Lockhart estava sentado, cantarolando tranquilamente para si mesmo.
— A memória dele desapareceu. — Explicou Ron
— Sim. — Dei uma risadinha de leve — Pelo visto o Feitiço da Memória saiu pela culatra. Atingiu ele em vez de nós. Ele não tem a menor ideia de quem é, onde está ou de quem somos. Nós o mandamos vir esperar aqui. É um perigo para ele mesmo.
Lockhart nos olhou, bem-humorado.
— Alô. — Disse ele — Lugar esquisito, esse, não acham? Vocês moram aqui?
— Não. — Rony respondeu, erguendo as sobrancelhas
— Na verdade você mora aqui. — Brinquei com ele que me olhou intrigada
— Eu moro? — Lockart perguntou
Eu me segurava para não rir, mas logo vi Harry se abaixar e espiar para dentro do cano longo e escuro.
— Vocês já pensaram como é que vamos subir por isso para voltar? — Ele perguntou à nós
Eu e Rony sacudimos cabeça, mas o pássaro passara por Harry e agora esvoaçava à sua frente, seus olhos de contas brilhando no escuro. Ela acenava com as compridas penas douradas da cauda. Harry olhou-a hesitante.
— Parece que ela quer que você a agarre... — Ron disse com um olhar perplexo
— Mas ele é pesado demais para um pássaro arrastá-lo por ali... — Observei
— Fawkes não é um pássaro comum. — Harry se virou depressa para nós — Temos que nos segurar uns nos outros. Ginny, agarre a mão de Rony e de Rox. Prof. Lockhart...
— Ele está se referindo ao senhor. — Disse Rony rispidamente a Lockhart
— Segure a outra mão de Rox...
— Sobrou pra mim... — Resmunguei
Harry prendeu a espada e o Chapéu Seletor no cinto, Rony segurou as costas das vestes de Harry e este esticou a mão e agarrou a cauda estranhamente quente de Fawkes. Eu segurava Ginny com uma mão e a outra Lockart. Uma leveza extraordinária pareceu se espalhar por todo o meu corpo e, no segundo seguinte, nós voavamos pelo cano em meio a um farfalhar de asas. Pude ouvir Lockhart, pendurado atrás de mim exclamar: “Espantoso! Espantoso! Isso parece mágica!” O ar frio fustigava os meus cabelos e, antes que eu tivesse enjoado da viagem, ela terminou – nós cinco batemos no chão molhado do banheiro da Myrtle Que Geme, e enquanto Lockhart endireitava o chapéu, a pia que escondera o cano voltou a se encaixar suavemente no lugar.
Myrtle arregalou os olhos para Harry.
— Você está vivo! — Exclamou desconcertada
— Não precisa parecer tão desapontada. — Disse o garoto, sério, limpando os salpicos de sangue e o limo dos óculos
— Ah, bem... é que andei pensando... se você tivesse morrido, seria bem-vindo a dividir o meu boxe. — Disse Myrtle, com o rosto tingindo-se de prateado.
— Credo. — Exclamei com uma risadinha ao sairmos do banheiro para o corredor escuro e deserto
— Credo mesmo, Harry! — Rony concordou — Acho que Myrtle está gostando de você! Ginny você ganhou uma concorrente!
Mas as lágrimas continuavam a escorrer silenciosamente pelo rosto de Ginny, a puxei para perto tentando abraçar de lado minha irmã para a confortar.
— Onde agora? — Perguntou Rony, lançando um olhar ansioso a Ginny
Harry apontou. Fawkes tomou a frente, refulgindo ouro pelo corredor. Nós o seguimos e momentos depois nos encontrávamos à porta da sala da Profa. McGonagall. Harry bateu e empurrou a porta, abrindo-a.
Quando nós cinco surgimos à porta, cobertos de sujeira e limo, e no caso de Harry, sangue, houve um silêncio momentâneo. Em seguida ouviu-se um grito.
— Ginny!
Era mamãe que estivera sentada chorando, diante da lareira. Ela se levantou num salto, seguida de perto por papai e os dois se atiraram na direção da minha irmãzinha.
Eu, no entanto, olhei mais além. O Professor Dumbledore estava parado junto ao console da lareira, sorrindo, ao lado da Professora McGonagall, que inspirou várias vezes, as mãos no peito. Fawkes passou voando pela orelha de Harry e pousou no ombro de Dumbledore, na mesma hora em que eu, Rony e Harry nos vimos envolvidos pelo abraço apertado de mamãe.
— Você salvou minha filha! Você a salvou! Como foi que você fez isso? — Mamãe dizia para Harry
— Acho que todos nós gostaríamos de saber — Disse a Professora McGonagall com a voz fraca
Mamãe soltou Harry, que hesitou um instante, caminhou até a escrivaninha e depositou em cima dela o Chapéu Seletor, a espada cravejada de rubis e o que sobrara do diário de Riddle.
Então começou a contar tudo, a história mais bizarra que já ouvi. Durante uns quinze minutos ele falou cercado de atenção e silêncio: contou sobre a voz invisível que ouvira, como Hermione finalmente percebera que ele estava ouvindo um basilisco na tubulação; como eu, ele e Rony tínhamos seguido as aranhas até a floresta, que Aragogue revelara onde a última vítima do basilisco morrera; como tínhamos adivinhado que Myrtle Que Geme fora essa vítima e que a entrada para a Câmara Secreta poderia estar no banheiro...
— Muito bem... — Encorajou-o a Professora McGonagall quando ele parou — Então vocês descobriram onde era a entrada, e eu acrescentaria: atropelando umas cem regras do nosso regulamento, mas, por Deus, Potter, como foi que vocês conseguiram sair de lá com vida?
Harry, com a voz rouca de tanto falar, contou então sobre a chegada providencial de Fawkes e do Chapéu Seletor com a espada dentro. Até ali, ele não tinha mencionado o diário e eu não entendia o que ele tinha haver e porque Ginny foi levada para Câmara Secreta.
Ginny agora estava de pé, com a cabeça apoiada no ombro de mamãe, e as lágrimas ainda escorriam silenciosamente pelo seu rosto. Harry olhou para Dumbledore, que lhe deu um breve sorriso, os seus óculos de meia-lua refletindo a luz do fogo.
— O que me interessa mais... — Disse Dumbledore com brandura, um breve sorriso e com seus óculos de meia-lua refletindo a luz do fogo — É como foi que Lorde Voldemort conseguiu enfeitiçar Ginny, quando as minhas fontes me informaram que no momento ele está
escondido nas florestas da Albânia.
— Vold... Você-Sabe-Quem!? — Exclamei sem entender
— Q-que foi que disse? — Perguntou Papai com a voz aturdida —Você-Sabe-Quem? En-enfeitiçou Ginny? Mas Ginny não... Ginny não esteve... esteve?
— Com esse diário. — Respondeu Harry depressa, apanhando-o na mesa e mostrando-o a Dumbledore — Riddle escreveu nele quando tinha dezesseis anos...
Dumbledore recebeu o diário de Harry e examinou-o com atenção, por cima do nariz comprido e torto, as páginas queimadas e encharcadas. Eu ainda não entendia o que Riddle tinha haver com Você-Sabe-Quem.
— Genial. — Disse baixinho — É claro, ele foi provavelmente o aluno mais brilhante que Hogwarts já teve.
E se virou para meus pais, que pareciam inteiramente perplexos assim como eu e Ron.
— Muito pouca gente sabe que Lorde Voldemort um dia se chamou Tom Riddle. Eu fui seu professor há cinquenta anos, em Hogwarts. Ele desapareceu depois que terminou a escola... Viajou por toda parte... Aprofundou-se nas Artes das Trevas, associou-se com os piores elementos do nosso povo, passou por tantas transformações mágicas e perigosas que, quando reapareceu como Lorde Voldemort, quase não dava para reconhecê-lo. Muito pouca gente ligou Lorde Voldemort ao garoto inteligente e bonito que, no passado, fora monitor-chefe aqui. — Disse ele
— Mas, Ginny... — Perguntou papai — Que é que a nossa Ginny tem a ver com... Com... ele?
— O d-diário dele! — Soluçou Ginny — And-dei escrevendo no diário, e ele andou me respondendo o ano todo...
— Ginny — Exclamou papai, espantado — Será que não lhe ensinei nada? Que foi que sempre lhe disse? Nunca confie em nada que é capaz de pensar se você não pode ver onde fica o seu cérebro. Por que não mostrou o diário a mim ou a sua mãe? Um objeto suspeito desses, estava obviamente carregado de Artes das Trevas...
— Eu n-não sabia. — Soluçou Ginny — Encontrei o diário junto com os livros que mamãe comprou para mim. P-pensei que alguém o deixara ali e se esquecera dele...
— A Senhorita Weasley devia ir imediatamente para a ala hospitalar — Dumbledore interrompeu ela com firmeza — Ela passou por uma terrível provação. Não haverá nenhum castigo. Bruxos mais velhos e mais sensatos que ela já foram enganados por Lorde Voldemort — Acrescentou encaminhando-se, então, para a porta e logo a abrindo — Repouso e talvez uma boa xícara de chocolate fumegante. Sempre acho que isto me reanima. — Completou ele, dando uma piscadela bondosa para a garota — Os senhores encontrarão Madame Pomfrey ainda acordada. Está administrando suco de mandrágoras, imagino que as vítimas do basilisco irão acordar a qualquer momento.
— Então Mione está bem! — Exclamou Rony, animado
— Não houve dano permanente. — Disse Dumbledore
Mamãe levou Ginny embora e papai a acompanhou, ainda parecendo profundamente abalado.
— Sabe, Minerva... — Disse o Professor Dumbledore pensativo — Acho que tudo isto merece uma boa festança. Será que eu poderia lhe pedir para avisar às cozinhas?
— Certo. — Respondeu a professora, eficiente, encaminhando-se também para a porta — Vou deixar você lidar com Potter e os Gêmeos, concorda?
— Com certeza.
Ela saiu, e nós três olhamos inseguros para Dumbledore. Que será que a professora quisera dizer com aquele lidar com eles.
— Estou-me lembrando que disse aos dois rapazes que teria de expulsá-los se infringissem mais um artigo do regulamento da escola — Ele começou
Rony abriu a boca horrorizado.
— O que prova que até o melhor de nós às vezes precisa engolir o que disse. — Continuou o diretor, sorrindo — Os três receberão prêmios especiais por serviços prestados à escola e... vejamos... é, acho que trezentos pontos para a Gryffindor, por cabeça.
Rony ficou tão vermelho que parecia as flores de Lockhart para o Dia dos Namorados, e tornou a fechar a boca. Eu abri um largo sorriso.
— Mas um de nós parece que está caladíssimo sobre a parte que teve nesta aventura perigosa. — Acrescentou Dumbledore — Por que tão modesto, Gilderoy?
Logo me assustei. Tínhamos esquecido completamente de Lockhart. Virei-me e vi o professor parado a um canto da sala, um sorriso vago ainda no rosto. Quando Dumbledore lhe dirigiu a palavra, ele espiou por cima do ombro para ver com quem o diretor estava falando.
— Professor Dumbledore... — Falei depressa — Houve um pequeno acidente lá na Câmara Secreta. O Professor Lockhart...
— Eu sou professor? — Perguntou Lockhart, ligeiramente surpreso — Nossa! Acho que fui inútil, não fui?
— Bom que ele sabe. — Sussurrei, mas Ron me deu cotovelada logo tornando a falar
— Ele tentou lançar um Feitiço da Memória, e a varinha estava virada para ele. — Explicou Rony, calmamente, a Dumbledore
— Ai, ai. — Exclamou Dumbledore, balançando a cabeça, seus longos bigodes prateados tremendo — Empalado com a própria espada, Gilderoy?
— Espada? — Repetiu Lockhart confuso — Não tenho espada. Mas esse menino tem — Acrescentou apontando para Harry — Ele pode lhe emprestar uma.
— Se importam de levar o Professor Lockhart à enfermaria, também? — Pediu Dumbledore a mim e Ron — Gostaria de dar mais uma palavrinha com o Harry...
Lockhart saiu. Eu e Rony lançamos um olhar curioso a Dumbledore e Harry ao fecharmos a porta.
— O que acha que ele queria falar com o Harry?
— Não sei... — Rony respondeu enquanto caminhavamos
— Bom, que bom que está tudo bem... ainda me sinto culpada...
— Pelo quê?
— Devia ter dado mais atenção a Ginny, ter cuidado dela...
— Ah, fala sério Rox. — Ele parou me encarando — Não tínhamos como saber que uma coisa dessas aconteceria, temos é que agradecer que Ginny está bem. Não é nossa culpa maninha.
Abri um leve sorriso e o abracei de lado, tínhamos finalmente chegada à enfermaria, a abrimos e adentramos sorridentes com Lockart nos seguindo como um idiota.
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Hello meus bruxinhos, tudo bom?
Passando aqui pra primeiramente pedir desculpas por não ter postado o capítulo antes, o dia de hoje ( no caso ontem, já que saí 1:00 kkk) foi muito corrido, tipo muito mesmo. Aniversário de dois anos da minha irmãzinha, aí não tive tempo de publicar. Mas aqui estou eu, publicando agora kkkkkkk🤦🏻♀️😂❤️
Poderia postar hoje de tarde? Poderia. Mas eu estava com tempo... e tá aí o capítulo pra vocês meus amores. 💚
Ah, e mais tarde eu posto o capítulo de hoje, o último de Câmara Secreta, segunda-feira entramos em Prisioneiro de Azkaban... Quem mais tá ansioso? Hahaha ❤️🤭🤧
Muitos mais mistérios por aí...🤭❤️
— Nick
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