{44} Câmara Secreta Pt. 1
ROXANNE WEASLEY
— Tantas vezes estivemos naquele banheiro, e ela ali a apenas três boxes de distância. — Comentei amargurada à mesa do café, na manhã seguinte, assim que eles me contaram
— Pois é. — Ron concordou — Poderíamos ter perguntado a ela, e agora...
Era fato. Fora bastante difícil encontrar as aranhas. Fugir dos professores o tempo suficiente para entrar escondido com eles em um banheiro de meninas, e ainda por cima o banheiro de meninas bem ao lado da cena do primeiro ataque, ia ser quase impossível.
Mas aconteceu uma coisa logo na primeira aula, Transfiguração, que varreu a Câmara Secreta para longe dos nossos pensamentos pela primeira vez em semanas. Minutos depois de entrarmos em sala, a Professora McGonagall avisou que os exames começariam no dia primeiro de junho, dali a uma semana.
— Exames? — Gritou Seamus — E vamos ter exames?
Ouvimos um estrondo atrás de Harry quando a varinha de Neville escapuliu e fez desaparecer um pé de sua carteira. A professora restaurou-a com um aceno da própria varinha e se virou de cara amarrada para Seamus.
— A razão de se manter a escola aberta neste momento é vocês receberem educação. — Disse ela severamente — Portanto, os exames vão se realizar normalmente, e confio que vocês estejam estudando a sério.
Estudando a sério?! Jamais me ocorreu que haveria exames com o castelo naquela situação. E ainda mais sem a Mione pra nos ajudar no teste, isso vai ser impossível. Houve muitos murmúrios de protesto na sala que fizeram a professora amarrar ainda mais a cara.
— As instruções que recebi do Professor Dumbledore foram no sentido de manter a escola funcionando o mais normalmente possível. E isto, não preciso dizer, significa descobrir o quanto os senhores aprenderam neste ano.
Olhei de relance para os dois coelhos que devíamos transformar em chinelos e comecei a pensar no que eu havia aprendido até ali naquele ano. Não conseguia lembrar de nada que me pudesse ser útil em um exame.
Rony parecia que tinha acabado de ser informado de que seria obrigado a ir viver na Floresta Proibida.
— Você pode me imaginar fazendo exames com isso? — Perguntou ele a mim e Harry, mostrando a varinha, que começara a assobiar alto, assim que saímos da sala
— Eu já te falei que devíamos falar com a mamãe sobre isso...
— E eu já disse que não, Roxanne!
Ele saiu batendo o pé irritado, eu não entendia muito bem porque.
— Tem ideia que sem a Mione estamos fritos, né? — Perguntei olhando para Harry — Ela que nos ajudava a engolir os livros, se eu tirar nota baixa vai ser uma vergonha, totalmente.
— Vergonha? — Harry arqueia umasobrancelha me olhando
— Acontece que eu sou a primeira mulher nascida na família Weasley em gerações, tenho que ser a melhor, entende a pressão que eu sofro? Uma entre oito. Eu tenho seis, seis irmãos mais velhos, isso porque querendo ou não o Ron é dez minutos mais velho... é complicado... — Suspiro ainda caminhando — Além de ter que ser tão inteligente quanto os meus irmãos, tenho que ser um exemplo pra Ginny, é muita coisa pra mim, Harry. Muita coisa...
— Acho que te entendo sim... mas tenho certeza que você vai se sair bem, você é muito inteligente Rox. — Ele abriu um sorriso fofo para mim — Sei que já deve ter ouvido muito, mas você é muito boa em azarações.
— Obrigada Harry. — Sorri de volta com minhas bochechas um pouco vermelhas
— Olha só, que lindos.
Me virei para trás vendo Draco com a cara amarrada olhando para mim e Harry.
— Que casal lindo. — Continuou com os dentes semicerrados tentando fingir um pouco de alegria
— Qual o seu problema, Malfoy? Não consegue me deixar em paz ao menos um minuto? — Suspiro irritada logo saindo batendo o pé, olho de relance e vejo Harry e Malfoy se encarando, mas não me dou o trabalho de voltar para ver
Eu não entendo como ele pode ser tão idiota às vezes e outra vezes, eu não sei, eu não entendo ele...
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Três dias antes do primeiro exame, a Professora McGonagall deu outro aviso no café da manhã.
— Tenho boas notícias. — Disse, e os alunos no Salão, ao invés de se calarem, desataram a falar
— Dumbledore vai voltar! — Exclamaram de alegria vários alunos
— Apanharam o herdeiro de Slytherin! — Gritou, esganiçada, uma menina na mesa da Ravenclaw
— Os jogos de quadribol vão recomeçar! — Berrou Oliver animado
— Vamos sair de férias mais cedo e todo mundo vai tirar nota máxima no exame. — Gritei empolgada recebendo vários olhares de relance — Qual é, posso nem sonhar.
Quando o vozerio diminuiu, a professora falou.
— A Professora Sprout me informou que finalmente as mandrágoras estão prontas para serem colhidas. Hoje à noite, poderemos ressuscitar os alunos que foram petrificados. Não será preciso lembrar a todos que um deles talvez possa nos dizer quem ou o que os atacou. Tenho esperanças que este ano tenebroso terminará com a captura do culpado.
Houve uma explosão de vivas. Rony parecia mais feliz do que nos últimos dias.
— Então, não vai fazer diferença nunca termos perguntado nada à Myrtle! — Disse ele — Mione provavelmente terá todas as respostas quando a acordarem! E mais, vai endoidar quando descobrir que vamos ter exames dentro de três dias. Ela não estudou. Seria mais caridoso que a deixassem onde está até os exames terminarem.
— Uii, todo preocupadinho com a namorada né? — Ironizei
— Não enche. — Ele murmura
Nesse instante Ginny se aproximou e se sentou ao lado de Rony. Parecia tensa e nervosa, consegui reparar que ela torcia as mãos no colo.
— O que foi que aconteceu? — Perguntei me servindo de mais mingau
Ginny não disse nada, mas olhava de uma ponta a outra da mesa da Gryffindor com uma expressão apavorada no rosto.
— Desembucha logo. — Disse Ron observando-a
Ela porém se balançava para a frente e para trás na cadeira, parecia estar hesitando, pouco antes de revelar uma informação proibida.
— Tenho que contar uma coisa. — Ela murmurou pra mim e Ron, tomando cuidado para não olhar para Harry
— O quê? — Perguntou Harry
Ginny fez cara de quem não consegue encontrar as palavras certas.
— O que é, Ginny? — Perguntei
— Fala logo. — Ron resmungou
Ginny abriu a boca, mas não saiu som algum. Harry se curvou para a frente e falou baixinho, de modo que somente Ginny, eu e Rony pudessemos o ouvir.
— É uma coisa sobre a Câmara Secreta? Você viu alguma coisa? Alguém se comportando estranhamente?
Ginny tomou fôlego e, naquele exato momento, Percy apareceu, com a cara cansada e pálida.
— Se você já terminou de comer, fico com o seu lugar, Ginny. Estou morto de fome. Acabei de ser liberado do serviço de vigilância.
A garota deu um pulo como se sua cadeira estivesse eletrificada, lançou a Percy um olhar rápido e amedrontado e saiu correndo. Percy se sentou e pegou uma caneca no meio da mesa.
— Percy! — Disse Rony aborrecido — Ela ia começar a nos contar uma coisa importante!
— Tinha que ser o estraga prazeres. — Cruzei os braços
A meio caminho de beber um gole de chá, Percy se engasgou.
— Que tipo de coisa? — Perguntou tossindo
— Acabei de perguntar se tinha visto alguma coisa estranha e ela começou a dizer...
— Ah, isso, não tem nada a ver com a Câmara Secreta. — Disse Percy na mesma hora
— Como é que você sabe? — Perguntei erguendo as sobrancelhas
— Bem, se você faz questão de saber, Ginny, hum, esbarrou comigo no outro dia quando eu estava... Bem, não importa, a questão é que ela me viu fazendo uma coisa e eu, hum, pedi a ela para não contar a ninguém. Devo dizer que achei que ela ia cumprir a promessa. Não é nada, verdade, só que eu preferia...
Eu nunca tinha o visto tão constrangido.
— O que é que você estava fazendo, Percy? — Ron perguntou rindo — Vamos, conte para a gente, não vamos rir.
Percy não retribuiu o sorriso.
— Me passa esses pães, Harry, estou morto de fome.
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Sabíamos bem que o mistério todo poderia ser resolvido no dia seguinte sem a nossa ajuda, mas não podíamos deixar passar uma oportunidade de falar com Myrtle se aparecesse uma – e para minha alegria apareceu, no meio da manhã, quando a minha turma estava sendo levada para a aula de História da Magia por Gilderoy Lockhart.
Lockhart, que tantas vezes nos tranquilizara dizendo que o perigo passara, para em seguida provar-se o contrário, agora estava inteiramente convencido de que nem valia a pena nos levar em segurança pelos corredores. Seus cabelos não estavam tão sedosos quanto de costume; parecia que estivera acordado a maior parte da noite, vigiando o quarto andar.
— Marquem minhas palavras. — Disse, contornando um canto com os alunos — As primeiras palavras que aqueles coitados petrificados vão dizer serão “Foi Hagrid”. Francamente, estou pasmo que a Professora McGonagall continue achando que todas essas medidas de segurança são necessárias.
— Concordo, professor. — Disse Harry, fazendo Rony derrubar os livros de surpresa
O olhei sem entender.
— Obrigado, Harry. — Disse Lockhart, gentilmente, enquanto esperavamos uma longa fila de alunos da Huflepuff passar — Quero dizer, nós, professores, já temos muito o que fazer sem ter que acompanhar alunos às aulas e ficar de guarda a noite inteira...
— Tem razão. — Falei percebendo a jogada
— Sim Professor. — Ron completou —Por que o senhor não nos deixa aqui, só temos mais um corredor pela frente...
— Sabe, Weasley, acho que vou fazer isso. Preciso mesmo preparar a minha próxima aula...
E se afastou depressa.
— Preparar a aula, sei. — Rony caçoou quando o professor se foi — É mais provável que vá é enrolar os cabelos.
— Não tenho dúvidas. — Completei rindo
Logo deixamos o resto dos nossos colegas seguirem em frente, disparamos por uma passagem lateral e corremos para o banheiro da Myrtle Que Geme. Mas quando estavamos se parabenizando pela jogada genial...
— Potter! Weasleys! Que é que os senhores estão fazendo?
Era a Profa McGonagall, e sua boca parecia um fio de linha de tão fina.
— Íamos... íamos... — Gaguejou Rony — Íamos... ver...
— Mione. — Falei depressa
Rony, Harry e a professora olharam para mim.
— Não a vemos há séculos, professora. — Harry continuou depressa entendendo minha jogada e pisando o pé de Rony
— Sim, pensamos em entrar sem sermos vistos na ala hospitalar, sabe, e contar a ela que as mandrágoras já estão quase prontas e... para não se preocupar... — Continuei fingindo estar triste
A Professora McGonagall continuou a olhar fixo para nós e por um instante achei que ela ia explodir, mas quando falou, tinha a voz estranhamente rouca.
— Claro. — Disse ela e espantada vi uma lágrima brilhar nos seus olhos de contas — Claro, compreendo que isto tenha sido mais duro para os amigos dos que foram... compreendo bem. Está bem, é claro que os senhores podem ir visitar a Srta. Granger. Vou informar ao Professor Binns aonde foram. Diga a Madame Pomfrey que têm a minha permissão.
Logo nos afastamos, mal ousando acreditar que tinhamos evitado uma detenção. Quando dobramos o canto do corredor, ouvimos distintamente a professora assoar o nariz.
— Essa... — Disse Rony entusiasmado — Foi a melhor história que vocês já inventaram. Não sério, vocês foram incríveis.
Não havia escolha agora senão ir à ala hospitalar e dizer à Madame Pomfrey que tinhamos permissão da Professora McGonagall para visitar Mione.
Madame Pomfrey nos deixou entrar, com relutância.
— Não tem sentido conversar com uma pessoa petrificada. — Disse ela, e tivemos que admitir que estava certa, depois de se sentarmos ao lado de Mione
Era evidente que a garota nem imaginava que tinha visitas, e que tanto fazia dizermos ao armário de cabeceira para não se preocupar, tal era o bem que a conversa poderia produzir.
— Mas eu me pergunto se ela pode ter visto o atacante. — Falei contemplando com tristeza o rosto rígido de Mione
— Pois é, porque se ele chegou sem ser visto, ninguém nunca vai saber... — Rony completou
Mas Harry desviou seu olhar do rosto dela e eu o acompanhei observando a mão direita de Mione. Estava fechada por cima das cobertas e ao chegar mais perto pude ver que havia um pedaço de papel amarrotado dentro dela.
— Olhem. — Sussurrei
— Tente tirar. — Cochichou Rony, mudando a posição da cadeira de modo a esconder eu e Harry da vista de Madame Pomfrey
Não foi nada fácil. A mão de Mione segurava o papel com tanta força que eu tive certeza de que ia rasgá-lo. Enquanto Rony vigiava, Harry puxou e torceu e, finalmente, depois de alguns minutos tensos, o papel saiu.
Observei que era uma página rasgada de um livro muito velho da biblioteca. Harry alisou-a ansioso, e eu e Rony se curvamos mais para ler também.
“Das muitas feras e monstros medonhos que vagam pela nossa terra não há nenhum mais curioso ou mortal do que o basilisco, também conhecido como rei das serpentes. Esta cobra, que pode alcançar um tamanho gigantesco e viver centenas de anos, nasce de um ovo de galinha, chocado por uma rã. Seus métodos de matar são os mais espantosos, pois além das presas letais e venenosas, o basilisco tem um olhar mortífero, e todos que são fixados pelos seus olhos sofrem morte instantânea. As aranhas fogem do basilisco, pois é seu inimigo mortal, e o basilisco foge apenas do canto do galo, que lhe é fatal.”
E, no pé da página, uma única palavra fora escrita numa caligrafia que reconheci ser de Mione. Canos.
Era como se alguém tivesse acabado de acender uma luz em meu cérebro.
— Merlim! — Exclamei em sussurrro — É isso. Isso. Meu Deus, a Hermione é incrível.
— Sim. — Harry concordou — O monstro na Câmara é um basilisco, uma cobra gigantesca! É por isso que andei ouvindo a voz por todo lado, e ninguém mais ouvia. É porque entendo a língua das cobras...
Ergui meus olhos para as camas que estavam a minha volta.
— O basilisco mata as pessoas com o olhar. Mas ninguém morreu, porque ninguém o encarou. Colin viu o bicho através da lente da máquina fotográfica. — Comecei a observar — O basilisco queimou o filme que havia dentro, mas Colin só ficou petrificado. Justino... Justino deve ter visto o basilisco através do Nick Quase Sem Cabeça! Nick recebeu todo o impacto, mas não podia morrer novamente...
— Sim. — Prosseguiu Harry — ... Mione e aquela monitora da Ravenclaw foram encontradas com um espelho ao lado delas. Mione acabara de perceber que o monstro era um basilisco. Aposto o que você quiser que ela preveniu a primeira pessoa que encontrou para antes de virar um canto, primeiro olhar o outro lado com um espelho! E aquela garota tirou o espelho da mochila... e...
O queixo de Rony caíra.
— E a Madame Nora? — Perguntou, ansioso
Comecei a pensar bastante, imaginando a cena na noite da festa do dia das bruxas e Harry pelo visto fazia o mesmo.
— A água... — Eu e Harry falamos ao mesmo tempo
— Sim. Sim. A inundação do banheiro da Myrtle Que Geme. Aposto como Madame Nora só viu o reflexo... — Completei
Harry examinou a página que tinha na mão, pressuroso. Me estiquei tentando ler também e quanto mais eu lia, mais ela fazia sentido.
— “...O canto do galo... lhe é letal!” — Leu ele em voz alta
— Harry, os galos de Hagrid foram mortos! O herdeiro de Slytherin não queria nenhum perto do castelo quando a Câmara fosse aberta! — Falei com um sorriso enorme — “As aranhas fogem do basilisco!” Tudo se encaixa!
— Mas como é que o basilisco anda circulando pelo castelo? — Perguntou Rony — Se é uma cobra gigantesca... alguém a teria visto...
Eu, porém, apontei para a palavra que Mione escrevera no pé da página.
— Canos. Canos... ela está usando os canos. Tenho ouvido aquela voz dentro das paredes... — Disse Harry
Rony de repente arregalou os olhos.
— A entrada para a Câmara Secreta! — Disse com a voz rouca — E se for um banheiro? E se for o...
— Banheiro da Myrtle Que Geme! — Falamos em coro
Ficamos os três sentados ali, a excitação circulando com rapidez pelo corpo, mal conseguiamos acreditar.
— Isto significa... — Disse Harry — Que não devo ser o único a falar a língua das cobras na escola. O herdeiro de Slytherin deve ser outro que fala também. É assim que ele controla o basilisco.
— E o que fazemos? — Perguntou Rony, cujos olhos faiscavam — Vamos direto à Professora McGonagall?
— Vamos à sala dos professores. — Disse Harry, ficando de pé em um salto — Ela vai para lá dentro de dez minutos. Já está quase na hora do intervalo.
— Ah nós formamos um quarteto tão perfeito. — Falei também me levantando animada
Logo corremos para baixo. Não queríamos ser encontrados perambulando por outro corredor, fomos diretamente à sala dos professores, ainda deserta. Era um aposento amplo, as paredes forradas com painéis de madeira, as cadeiras de madeira escura. Ficamos andando de um lado para o outro, excitados demais para se sentar. Mas a sineta do intervalo jamais tocou. Em vez disso, ecoando pelos corredores, ouvimos a voz da Profa McGonagall, magicamente amplificada.
“Todos os alunos voltem imediatamente aos dormitórios de suas casas. Todos os professores voltem à sala de professores. Imediatamente, por favor.”
— Não outro ataque! Não agora! — Murmurei
— O que vamos fazer? — Disse Rony horrorizado — Voltar ao dormitório?
— Não. — Respondeu Harry, olhando à sua volta. Havia um tipo feio de guarda-roupa à sua esquerda, onde guardavam as capas dos professores — Ali dentro. Vamos ouvir o que foi. Depois podemos contar o que descobrimos.
Logo nos escondemos dentro do armário, escutando o barulho de centenas de pessoas andando no andar de cima e a porta da sala de professores se abrir e bater. Do meio das dobras mofadas das capas, observamos os professores chegarem um a um. Alguns pareciam intrigados, outros completamente apavorados. Então chegou a Professora McGonagall.
— Aconteceu. — Disse ela na sala silenciosa — Uma aluna foi levada pelo monstro. Para a Câmara.
Meus olhos se arregalaram, enquanto observei o Professor Flitwick deixar escapar um grito fino. A Professora Sprout tampou a boca com as mãos. Snape agarrou com muita força o espaldar de uma cadeira e perguntou:
— Como você pode ter certeza?
— O herdeiro de Slytherin — Disse a professora muito pálida — Deixou outra mensagem. Logo abaixo da primeira. “O esqueleto dela jazerá na Câmara para sempre.”
O Professor Flitwick rompeu em lágrimas.
— Quem foi? — Perguntou Madame Hooch, que afundara, com os joelhos bambos, numa cadeira — Que aluna?
— Ginny Weasley. — Respondeu McGonagall.
Meu coração começou a bater mais forte e pude sentir Rony escorregar silenciosamente para o chão do armário do meu lado. Fiz o mesmo que ele e apertei forte a sua mão, me segurando para não chorar.
— Teremos que mandar todos os alunos para casa amanhã. — Continuou ela — Isto é o fim de Hogwarts. Dumbledore sempre disse...
A porta da sala de professores bateu outra vez. Por um momento delirante eu tive certeza de que seria Dumbledore. Mas era Lockhart e ele sorria.
— Lamento muito, cochilei, que foi que perdi?
Ele não pareceu notar que os outros professores o olhavam com uma expressão muito próxima ao ódio. Snape se adiantou.
— O homem de que precisávamos! Em pessoa! Uma menina foi sequestrada pelo monstro, Lockhart. Levada para a Câmara Secreta. Chegou finalmente a sua vez.
Lockhart ficou pálido.
— Isto mesmo, Gilderoy. — Disse a Professora Sprout — Você não estava dizendo ainda ontem à noite que sempre soube onde era a entrada da Câmara Secreta?
— Eu... bem, eu... — Gaguejou Lockhart
— É, você não me disse que tinha certeza do que havia dentro dela? — Falou o Professor Flitwick
— D-disse? Não me lembro...
— Pois eu me lembro bem de você dizendo que lamentava não ter tido uma chance de enfrentar o monstro antes de Hagrid ser preso. — Snape continuou — Você não disse que o caso todo foi mal conduzido e que deviam ter-lhe dado carta branca desde o começo?
Lockhart contemplou os rostos duros dos colegas à sua volta.
— Eu... eu realmente nunca... Vocês devem ter entendido mal...
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