{37} A Poção Polissuco
O ataque duplo a Justino e a Nick transformou o que até ali fora nervosismo em verdadeiro pânico. Curiosamente, era o destino do fantasma que mais parecia preocupar as pessoas. O que poderia fazer aquilo a um fantasma? Que poder terrível poderia fazer mal a alguém que já estava morto? Houve quase uma corrida para reservar lugares no Expresso de Hogwarts que iria levar os alunos para casa no Natal.
— Nesse ritmo, seremos os únicos a ficar para trás. — Murmurou Ron para nós — Nós, Draco, Crabbe e Goyle. Que beleza de férias vamos ter!
Crabbe e Goyle, que sempre acompanhavam o que Draco fazia, tinham se inscrito para permanecer na escola durante as férias também, e por ironia do destino, Pansy Parkison.
Mas Harry parecia contente de que a maioria das pessoas estivesse partindo. Estava cansado de ser evitado nos corredores, como se o pessoal achasse que lhe fossem crescer presas e pudesse cuspir veneno a qualquer momento; ele já estava cansado de ser comentado, de ser apontado, de levar vaias ao passar. Fred e George, porém, achavam muita graça em tudo. Saíam do caminho para andar à frente de Harry nos corredores, gritando: “Abram caminho para o herdeiro de Slytherin, um bruxo realmente maligno vai passar...” Meus irmãos de fato eram tão bobos.
Percy desaprovava inteiramente esse comportamento.
— Não é motivo para graças. — Disse friamente
— Ah, sai do caminho, Percy. Harry está com pressa. — Disse Fred
— É, ele está indo para a Câmara Secreta tomar uma xícara de chá com seu criado de caninos afiados. — Completou George, dando uma risadinha debochada
— Não fala em criado que eu lembro do meu mini elfo doméstico que foi petrificado. — Cruzei os braços tristonha
— Tá falando do Colin? — Hermione perguntou franzindo a testa
— Óbvio, né?
Ginny também não achava graça nenhuma no que Fred e George faziam.
— Ah, não façam isso. — Choramingava todas as vezes que Fred perguntava a Harry em voz alta quem ele pretendia atacar a seguir, ou quando George, ao encontrar Harry, fingia afugentá-lo com um grande dente de alho
Harry não se importava, parecia se sentir melhor que ao menos Fred e George achassem a ideia de ele ser herdeiro de Slytherin muito ridícula. Mas as brincadeiras dos gêmeos pareciam estar irritando Draco, que amarrava cada vez mais a cara sempre que os via aprontando.
— É porque está morrendo de vontade de dizer que o herdeiro é ele. — Disse Rony com ar de quem sabe das coisas — Vocês sabem que Draco detesta quando alguém o supera em alguma coisa, e você está recebendo todo o crédito pelo trabalho sujo que ele fez.
— Não acho que foi ele. — Falei impaciente
— Bom, logo saberemos, a Poção Polissuco está quase pronta. Vamos extrair a verdade dele a qualquer momento. — Anunciou Hermione satisfeita
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Enfim o período letivo terminou, e um silêncio profundo como a neve desceu sobre o castelo. Eu achei que o lugar ficara tranquilo, em vez de sombrio, e gostei do fato de que eu, Mione, Harry e meus irmãos tivéssemos a Torre da Gryffindor só para a gente, assim podíamos brincar de snap explosivo à vontade sem incomodar ninguém e praticar duelos sozinhos. Fred, George e Ginny tinham preferido ficar na escola a visitar Bill no Egito com o Papai e a Mamãe. Percy, que desaprovava o que chamava de comportamento infantil dos gêmeos, não passava muito tempo no Salão Comunal. Tinha declarado pomposamente que ele só ficara para o Natal porque era seu dever, como monitor, ajudar os professores em tempos tão tempestuosos.
A manhã de Natal despontou fria e branca. Eu não fiquei no dormitório com os meninos dessa vez, já que tinha Mione no meu dormitório, fui acordada muito cedo naquela manhã por Hermione, que praticamente me puxou ainda de pijama e sonolenta para o quarto dos meninos, ela entrou de repente, completamente vestida, trazendo presentes.
Eu ainda tinha os olhos pesados e assim que ela me soltou eu despenquei na cama vazia que devia ser de Seamus ou Dean, talvez de Neville.
— Acordem! — Disse em voz alta, afastando as cortinas da janela
— Mione, você não podia estar aqui... — Disse Rony, protegendo os olhos da claridade
— Feliz Natal para você também. — Disse a garota lhe atirando um presente que bateu em seu rosto — Estou de pé há quase uma hora, acrescentando hemeróbios à poção. Está pronta.
Eu continuei murmurando com a cabeça apoiado no travesseiro e quase dormindo de novo.
— Tem certeza? — Ouvi Harry perguntar
— Positivo. — Confirmou Hermione, empurrando Perebas, para poder se sentar na beirada da cama de Rony — Se vamos usá-la, eu diria que deve ser hoje à noite.
— Cadê a Rox? — Ron perguntou de repente
— Eu... — Murmurei levantando a mão sem olhar para eles ainda deitada com a cabeça para baixo e bocejando — Estava sonhando, aí ela me acordou e me puxou pra cá, sem mais nem menos. Feliz... Páscoa... Am? Natal, isso...
— Eu acordada a mais de uma hora e vocês cheios de frescura! — Hermione rebateu
Me sentei na cama olhando enraivecida pra eles que riram, meu cabelo ruivo encaracolado devia estar em pé e meus olhos inchados, além do fato que eu ainda estava de pijama, meu clássico pijaminha azul bebê com desenhinhos de estrelas pretas.
— Tô acordada. — Falei seguida de um bocejo
Naquele momento, Edwiges entrou voando no quarto, trazendo um pequeno pacote no bico. Harry disse que era um presente dos Dursley, se é que dava pra ser chamado de presente, era apenas um palito e um bilhete pedindo a ele que verificasse se não poderia ficar em Hogwarts durante as férias de verão também. Observei eles continuando a abrir os presentes e Hermione me entregou uma caixa com uma caneta de penas linda, disse que meus outros presentes estavam no meu quarto me esperando. Mamãe mandou um suéter para Harry e Hermione, e o dela era rosa, eu não acredito que mamãe deu um rosa a Hermione, fala sério, não que eu gostasse dessa cor, achava muito tosca de princesinha.
Quando fui até meu quarto, vestir uma roupa decente e arrumar meu cabelo, estava bastante ansiosa para ver meus presentes, não me surpreendi tanto com eles, um suéter de mamãe, chocolates, livros ou doces mandando de Parvati, Seamus e Lavender. Mas uma caixa me chamou a atenção, bem parecida com a que eu tinha recebido no ano anterior com os chocolates, tinha um bilhete pequeno e apenas três palavras:
Feliz natal, Rox.
Era a mesma letra, e não estava assinado. Abri cuidadosamente me deparando com duas barras de chocolate e ao lado uma caixinha vermelha com um colar, uma corrente dourada que tinha um pingente com a letra R e um coração em volta. Tão lindo. Coloquei rapidamente no meu pescoço e combinava lindamente comigo. Mas quem havia me mandado isso, e porque não assina o bilhete?
Mas logo meu humor melhorou e esqueci totalmente do meu suposto admirador secreto. Ninguém, nem mesmo alguém morto de medo de tomar a Poção Polissuco, dali a pouco, ou com medo de ser petrificado a qualquer momento poderia deixar de se alegrar com o almoço de Natal em Hogwarts.
O Salão Principal estava magnífico. Não só tinha uma dúzia de árvores de Natal cobertas de cristais de gelo e largas guirlandas de visco e azevinho que cruzavam o teto, como também caía uma neve encantada, morna e seca.
Dumbledore puxou o coro de algumas de suas músicas de Natal preferidas. Hagrid cantava cada vez mais alto a cada taça de gemada de vinho quente que consumia. Percy, que não reparou que Fred havia enfeitiçado o seu distintivo de monitor – agora com os dizeres “Cabeça de Alfinete” –, não parava de perguntar aos garotos por que ficavam dando risadinhas.
Tentei não ligar para Malfoy, sentado à mesa da Slytherin, que estava fazendo comentários altos e debochados sobre nossos suéteres, embora em nenhum momento falasse meu nome. Com um pouco de sorte, Draco receberia o troco dentro de algumas horas, isso se realmente fosse ele.
— Nossa, tão lindos combinando, todos de trapinhos. — Parkison comentou perto do trio de Draco fazendo mais alguns Slytherin rirem e nesse momento eu quis quebrar a cara dela
— Olha sua cara de buldogue do cabaré, você lave bem sua boca antes de falar qualquer merda que envolva minha família! Eu não tenho culpa se você não tem uma mãe maravilhosa pra te fazer um suéter, ô boca suja! Agora, acho bom ficar quieta, se não eu acabo com você! — Falei impaciente com os olhos focados nela, e a garota se calou — Se quiser eu arranco seu cabelo e costuro um suéter pra você.
Eu, Rony e Harry mal tínhamos acabado de comer o terceiro prato de pudim de Natal quando Hermione nos levou para fora do Salão para finalizar os planos para aquela noite.
— Ainda precisamos de uns pedacinhos das pessoas em que queremos nos transformar. — Disse Hermione num tom trivial, como se estivesse nos mandando fazer algo simples — E é claro que será melhor se pudermos conseguir alguma coisa de Crabbe e Goyle; eles são os melhores amigos de Malfoy, que contará aos dois qualquer coisa. E também temos que garantir que os verdadeiros Goyle e Crabbe não apareçam de repente enquanto interrogamos Draco.
— Tá, os meninos vão virar Crabbe e Goyle, mas e eu? — Perguntei
— Consegue pegar um fio do cabelo de Pansy? O Malfoy gosta dela, então seria bom se fosse dela.
— Ele gosta mesmo dela? — Franzi a testa — Não sabia que Draco gostava de alguém que não fosse ele mesmo.
— Mas gosta. E então, consegue?
— Eu posso mesmo arrancar todo o cabelo dela e costurar um suéter para ela com ele? — Perguntei com meus olhos brilhando
— Não vá arrumar confusão, Roxanne. Bom em questão a eles não aparecerem, já tenho tudo resolvido. — Continuou ela calmamente, não dando atenção às nossas caras espantadas. E nos mostrando três pedaços de bolo de chocolate — Recheei eles com uma simples Poção do Sono. Vocês só precisam se certificar de que Crabbe, Goyle e a Parkison encontrem os bolos. Sabem como são esganados, com certeza vão querer comê-los. Depois que caírem no sono, arranquem uns fios de cabelo deles e escondam os três num armário de vassouras.
Nos entreolhamos, incrédulos.
— Mione, acho que isso não...
— Poderia dar tudo errado...
— A Parkison não é tão idiota, seria melhor eu dar um soco nela e depois empurrar o bolo guela abaixo, seria bem mais fácil. — Falei e eles me olharam como se eu tivesse dito a maior idiotisse do mundo
Mas Hermione tinha um brilho de aço nos olhos, muito semelhante ao que a Professora McGonagall às vezes exibia.
— A poção será inútil sem os fios de cabelo de Crabbe, Goyle e Parkinson. — Disse a garota com severidade — Vocês querem investigar Malfoy, não é?
— Ah, está bem, está bem. — Concordou Harry — Mas e você? Vai arrancar o cabelo de quem?
— Isso mesmo bonitinha, vamos, diga! — Rebati
— Já tenho o meu! — Disse ela animada, tirando um frasquinho do bolso e mostrando um único fio de cabelo dentro — Lembram que a Emília Bulstrode lutou comigo no Clube dos Duelos? Ela deixou o fio de cabelo na minha roupa quando estava tentando me estrangular! E como foi passar o Natal em casa... Então só preciso dizer ao pessoal da Slytherin que resolvi voltar.
Quando Hermione saiu apressada para verificar outra vez a Poção Polissuco, Rony se virou para mim e Harry com uma expressão de fim de mundo no rosto.
— Você já ouviu falar de um plano em que tantas coisas pudessem dar errado?
— Pior que não. — Sussurrei de volta
Eu não entendia porque tínhamos esse complexo de herói de sempre querer resolver tudo. Mas para completa surpresa nossa, a primeira etapa da operação transcorreu suavemente, conforme Hermione previra. Eu e os meninos ficamos rondando o saguão deserto depois do chá de Natal, esperando Crabbe e Goyle que tinham sido deixados sozinhos à mesa da Slytherin, devorando o quarto prato de pão de ló com calda de vinho. Harry equilibrara os bolos de chocolate na ponta do corrimão. Quando viram Crabbe e Goyle saindo do Salão Principal, ele e Rony se esconderam depressa atrás de uma armadura próxima à porta de entrada.
— Como se pode ser tão tapado? — Ron cochichou em êxtase quando Crabbe apontou alegremente os bolos para Goyle e os pegou
Sorrindo, idiotamente, enfiaram os bolos inteiros nas bocas enormes. Por um momento, os dois mastigaram vorazes, com expressões de triunfo no rosto. Depois, sem a menor mudança de expressão, desmontaram de costas no chão. Eu tive que me segurar para não rir deles, íamos até seus encontros os levar até um armário e assim procurar por Parkison, mas o destino parecia estar ao nosso favor.
— Crabbe? Goyle? O que vocês tem? — A garota apareceu olhando intrigada para os meninos e os tocando com o pé
Levantei minha varinha sorridente e inclinei para ela.
— Dormiens. — Sussurrei e a garota caiu no sono por cima deles
Ron e Harry olharam imediatamente pra mim que abri um sorriso confiante.
— Mais eficiente que o bolo, não acham?
De longe, a parte mais difícil foi escondê-los no armário do outro lado do saguão. Quando finalmente estavam guardados em segurança entre baldes e esfregões, Harry arrancou uns fios do cabelo curto e duro que cobria a testa de Goyle, e Rony arrancou vários fios do cabelo de Crabbe. Eu com toda força e raiva arranquei alguns fios do cabelo encrespado de Parkison. Roubamos também os sapatos, porque os nossos eram, em comparação, demasiado pequenos. Depois, ainda aturdidos com o que tinhamos acabado de fazer, corremos escada acima para o banheiro da Myrtle Que Geme.
Mal conseguiamos enxergar devido à fumaça que saía do boxe em que Hermione mexia o caldeirão. Puxando as vestes para proteger o rosto, batemos de leve na porta.
— Mione?
Ouvimos um barulho de chave e Hermione apareceu, o rosto brilhando, cheia de ansiedade. Atrás dela ouvia-se o glube-glube da poção viscosa que borbulhava. Havia quatro cálices
preparados sobre a tampa do vaso sanitário.
— Vocês conseguiram? — Perguntou Hermione sem fôlego
Levantamos nossas mãos mostrando os fios de cabelo.
— Ótimo. E eu tirei escondido estas vestes da lavanderia. — Disse Hermione, mostrando um pequeno saco — Vocês precisarão de números maiores porque vão ser Crabbe e Goyle. Mas eu e a Rox podem ser esses dois mesmo.
Os quatro espiamos dentro do caldeirão. De perto, a poção parecia uma lama escura e espessa que borbulhava devagar.
— Tenho certeza de que fiz tudo direito. — Disse, nervosa, relendo a página manchada de Poções muy potentes — Parece que o livro diz que deve... Depois que bebermos a poção, teremos exatamente uma hora antes de voltarmos a ser nós mesmos.
— E agora? — Sussurrou Rony
— Separamos a poção nos quatro cálices e acrescentamos os cabelos.
Hermione serviu grandes conchas da poção em cada cálice. Depois, com a mão trêmula, sacudiu o fio de cabelo de Emília Bulstrode do frasco para dentro do primeiro cálice. A poção assobiou alto como uma chaleira fervendo e espumou feito louca. Um segundo depois, mudou de cor para um amarelo doentio.
— Grrr, essência de Emília Bulstrode. — Disse Ron, olhando-a com nojo — Aposto que tem um gosto horrível.
— Mais horrível que a essência de Vicente Crabbe que você vai tomar? — Ironizei
— Ponha os fios na de vocês! — Disse Hermione
Harry deixou cair os fios de cabelo de Goyle no cálice do meio, e Rony pôs os de Crabbe no outro e por fim joguei o fio de Pansy no último. Os três cálices assobiaram e espumaram: o de Goyle mudou para um cáqui cor de piolho, e o de Crabbe para um castanho encardido e escuro. Já o de Parkison ficou quase completamente preto.
— Calma aí. — Disse Harry quando estendemos a mão para os cálices — É melhor não bebermos tudo aqui... Quando nos transformarmos em Crabbe e Goyle não vamos caber no boxe. E Emília Bulstrode não é nenhuma fadinha. Só a Pansy que é magrinha e baixinha.
— Bem pensado. — Disse Rony, destrancando a porta — Ficaremos em boxes separados.
Tomando cuidado para não derramar nem uma gota de Poção Polissuco, saí de onde estava, entrando no boxe ao lado.
— Prontos? — Perguntei receosa
— Sim. — Responderam as vozes de Ron, Harry e Mione
— Um... Dois... Três...
Apertando o nariz, eu bebi a poção em dois grandes goles. Tinha gosto de repolho passado do ponto de cozimento. Imediatamente meu estômago começou a revirar como se tivesse acabado de engolir duas cobras – dobrada ao meio, me perguntei se ia enjoar –, depois pude sentir uma sensação de queimação, que se espalhou rapidamente da minha barriga até as pontinhas dos dedos dos pés e das mãos – em seguida, caí de quatro, sem ar e tive a sensação de que estava derretendo, quando a pele de todo o meu corpo borbulhou como cera quente – e, antes que meus olhos e mãos começassem a crescer um pouco, os dedos engrossaram, as unhas alargaram, os nós dos dedos se estufarem como parafusos de cabeça de lentilha – os ombros se esticaram dolorosamente e um formigamento na testa me informou que meus cabelos estavam crescendo em direção às sobrancelhas, logo ganhei uma franja e senti meu cabelo encolher, não mudei muito de tamanho, devia ter crescido uns dez centímetros, Parkison era pouco mais alta que eu.
Tão de repente quanto começara, tudo cessou. Eu estava deitado de borco no piso frio como pedra, ouvindo Myrtle gargarejar mal-humorada no boxe da ponta. Com dificuldade, fiquei em pé, ainda com um pouco de dor. Então era assim que a pessoa se sentia, na pele de Parkison. Eu estava me sentindo estranha. Ergui a mão para afastar os cabelos dos olhos, mas logo me lembrei que era uma franja e era tão estranho um cabelo tão curto.
— Vocês três estão bem? — Perguntei logo me arrependendo, pois o que saiu da minha boca foi a voz baixa e irritante de Pansy
— Estou. — Veio o rosnado profundo de Crabbe da sua direita
— Sim. — Ouvi do outro lado o rosnado de Goyle
Destranquei a porta e fui até o espelho rachado, encarando Pansy com aqueles olhos opacos e fundos. Eu estava me sentindo horrível, como eu queria meu lindo rostinho de volta.
A porta de Rony e Harry se abriram. Eles se entreolharam. Exceto que parecia pálido e chocado, Rony era indistinguível de Crabbe, do corte de cabelo em cuia até os braços compridos de gorila. Assim como Harry que era exatamente igual à Goyle.
— Isso é incrível. — Disse Rony, aproximando-se do espelho e cutucando o nariz chato de Crabbe
— Vocês tão horríveis. — Ri deles
— Falou a rainha da perfeição. — Eles ironizaram
— É melhor irmos andando. — Disse Harry, afrouxando o relógio que ficara apertadíssimo no pulso grosso de Goyle — Ainda temos que descobrir onde fica o Salão Comunal da Slytherin. Só espero que a gente encontre alguém para seguir...
Observei que Hermione ainda não tinha aparecido, então fui até a sua porta e comecei a bater.
— Vamos Hermione, precisamos ir...
Uma voz aguda respondeu.
— Eu... eu acho que afinal não vou. Vão indo sem mim.
— Mione, nós sabemos que a Emília Bulstrode é feia, ninguém vai saber que é você...
— Não... Verdade... Acho que não vou. Vocês andem depressa, estão perdendo tempo...
Nos entreolhamos intrigados.
— Mione, você está bem? — Perguntou Harry através da porta.
— Muito bem... Muito bem... Vão andando...
Harry consultou o relógio. Pelo visto cinco dos preciosos sessenta minutos já se tinham passado.
— Na volta nos encontramos aqui, está bem? — Falou ele
Abri a porta do banheiro com cautela, e os dois vieram logo atrás de mim, enquanto eu verificava se a barra estava limpa e então saímos.
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