{20} Floreios e Borrões
Segundo Harry, a vida na toca era bem diferente da vida na rua dos Alfeneiros. Pois, os Dursley, seus tios gostavam de tudo limpo e arrumado; já nós, bem, nossa casa era cheia de coisas estranhas e inesperadas. Foi engraçado o susto que Harry teve na primeira vez que se mirou no espelho sobre o console da lareira da cozinha, pois o espelho gritou: “Ponha a camisa para dentro, seu desleixado!”. Eu amava muito aquele espelho, ele era hilário, mesmo que às vezes ele vivesse dizendo que meu cabelo estava muito cheio e eu me irritava bastante quando ele me pedia pra usar uma saia ou um vestido porque é mais feminino, eu odeio quando falam isso.
O vampiro no sótão uivava e derrubava canos, sempre que sentia que a casa estava ficando demasiado quieta, e as pequenas explosões que vinham do quarto de Fred e George sempre foram consideradas perfeitamente normais, assim como eu bancar a baterista de vez em quando. Mas era engraçado ver a cara de Harry confuso com aquilo tudo.
Era bom ter ele por perto, mas mamãe me fez ceder minha cama para ele, e eu tive que dormir com Ginny no andar de baixo, é claro que não gostei nada disso.
— Você tem que ser uma boa menina e fazer boas ações, Roxanne. Harry fica no quarto com Rony e você fica com Ginny. — Mamãe falou
— Mas, mamãe, eu também sou amiga do Harry.
— Roxanne! — Ela se virou séria para mim e eu rapidamente entendi o recado e me calei concordando
Mamãe se preocupava muito com Harry, tipo muito mesmo, com o estado das meias dele e tentava forçá-lo a repetir a comida três vezes por refeição. Já papai gostava que Harry se sentasse ao lado dele, à mesa do jantar, para poder bombardeá-lo com perguntas sobre a vida com os trouxas, pedindo-lhe para explicar como algumas coisas funcionava.
— Fascinante! — Papai exclamou, quando Harry lhe contou como se usava um telefone — Engenhoso, verdade, quantas maneiras os trouxas encontraram de viver sem o auxílio da
magia.
— Eu prefiro usar magia. — Exclamei um pouco emburrada
Numa bela manhã, cerca de quase uma semana depois do acontecimento com o carro enfeitiçado, eu estava sentada à mesa do café, com papai e Ginny, quando Ron e Harry desceram para cozinha. O estranho foi que no instante em que os olhos de Ginny se encontraram com Harry, ela sem querer derrubou a tigela de mingau no chão fazendo um estardalhaço. Isso já estava acontecendo com frequência, sempre que ela via ele acabava derrubando algo sem querer. Mais que depressa, ela mergulhou debaixo da mesa para apanhar a tigela e reapareceu com o rosto rubro como um sol poente. Harry, fingindo não notar o que aconteceu, sentou-se à mesa e aceitou a torrada que mamãe lhe oferecia.
— Cartas da escola. — Papai falou de repente, enquanto passava a mim, Harry e Ron envelopes idênticos de pergaminho amarelado, endereçados com tinta verde, pelo visto ele esperou os meninos descerem para poder entregar a minha — Dumbledore já sabe que você está aqui, Harry, ele não perde um detalhe, aquele homem. Vocês dois também receberam. — Ele acrescentou quando Fred e George entraram descontraídos, ainda de pijamas
Durante alguns minutos fez-se silêncio enquanto todos liam as cartas. Na minha dizia para tomar o Expresso de Hogwarts como sempre na estação de King’s Cross, no dia 1° de setembro. Trazia também uma lista dos novos livros que íamos precisar para o próximo ano letivo.
MATERIAL PARA OS ALUNOS DA SEGUNDA SÉRIE
Livro padrão de feitiços, 2ª série
de Miranda Goshawk
Como dominar um espírito agourento
de Gilderoy Lockhart
Como se divertir com vampiros
de Gilderoy Lockhart
Férias com bruxas malvadas
de Gilderoy Lockhart
Viagens com trasgos
de Gilderoy Lockhart
Excursões com vampiros
de Gilderoy Lockhart
Passeios com lobisomens
de Gilderoy Lockhart
Um ano com o Iéti
de Gilderoy Lockhart
— Fala sério, a maioria dos livros são desse cara de nome estranho. —Comentei assim que terminei de ler
Fred, que tambem já tinha terminado de ler sua lista, deu uma espiada na minha carta.
— Puxa, mandaram vocês comprar todos os livros de Lockhart também! — Ele se admirou — O novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas deve ser fã dele, aposto que é uma bruxa.
Ao dizer isto, o olhar de Fred cruzou com o de mamãe e ele rapidamente voltou a atenção para a sua geleia. Era verdade que mamãe amava os livros de Lockart e achava as coisas que ele fazia incrível, eu só achava tudo uma baboseira.
— Acho que nossos materiais não vai sair nada barato. — George comentou — Os livros de Lockhart são bem carinhos...
— Daremos um jeito. — Mamãe falou com uma expressão preocupada — Espero poder comprar a maioria do material da Ginny de segunda mão.
— Ah, você vai entrar para Hogwarts este ano? — Harry perguntou olhando para Ginny
Ela confirmou com a cabeça, corando até a raiz dos cabelos flamejantes e enfiou o cotovelo na manteigueira. Felizmente ninguém viu exceto eu e Harry porque, naquele momento, Percy, entrou na cozinha. Já estava vestido, o distintivo de monitor de Hogwarts preso no suéter sem mangas.
— Dia. — Ele falou animado — Lindo dia.
Sentou-se na única cadeira desocupada, mas quase imediatamente levantou-se de um salto, erguendo do assento um espanador de penas cinzentas que parecia estar na muda, na verdade logo notei que era uma coruja.
— Errol! — Exclamou Ron, recolhendo a coruja inerte da mão de Percy e pegando a carta que ela trazia presa sob a asa — Finalmente chegou a resposta de Hermione. Escrevi a ela avisando que íamos tentar salvar você dos Dursley.
Ele levou Errol até um poleiro na porta dos fundos e tentou fazê-lo encarrapitar-se, mas a coruja tornou a desmontar, por isso Ron a deitou na tábua de escorrer, resmungando “Patético”, eu só ria da situação. Em seguida ele abriu a carta de Mione e leu-a em voz alta.
Queridos Rony, Rox e Harry se estiver aí.
Espero que tudo tenha corrido bem, que Harry esteja bem e que vocês não tenham feito nada ilegal para tirá-lo de lá, porque isso criaria problemas para o Harry também, espero que saibam disso.
Tenho estado realmente preocupada e, se Harry estiver bem, por favor mande me dizer logo, mas talvez seja melhor usar outra coruja, porque acho que mais uma entrega talvez mate essa aí.
Estou muito ocupada, estudando, é claro...
— Nas férias? — Exclamei horrorizada, mas logo Ron retomou a leitura
... E vamos a Londres na próxima quarta-feira comprar os livros novos. Por que não nos encontramos no Beco Diagonal?
Mandem notícias do que está acontecendo, assim que puder.
Afetuosamente,
Mione.
— Bom, isso se encaixa perfeitamente. Podemos ir comprar o material de vocês, também. — Mamãe falou, começando a tirar a mesa — O que é que vocês estão planejando fazer hoje?
Logo depois que eu juntamente com os meninos escrevemos uma carta respondendo Mione e mandamos Mynes entregar, decidimos subir o morro para praticar um pouco de quadribol, às vezes nos revezavamos para voar na Nimbus 2000 de Harry, e puxa que vassoura rápida, eu e Ron tínhamos uma velha Shooting Star e às vezes ela perdia a corrida até para algumas borboletas que apareciam, tudo que eu mais queria era uma vassoura boa pra entrar no time, mas mamãe e papai mal sabiam como iriam comprar nossos materiais, quanto mais uma vassoura.
Na quarta-feira seguinte, mamãe nos acordou bem cedo. Depois de comermos rapidamente uma dúzia de sanduíches de bacon cada um, vestimos nossos casacos e mamãe apanhou um vaso de flor no console da cozinha, que continha pó de Flu e espiou dentro dele.
— Estamos com o estoque baixo, Arthur. — Ela suspirou. — Teremos que comprar mais hoje... Ah, muito bem, hóspedes primeiro! Pode ir, Harry querido.
E ela lhe ofereceu o vaso de flor. Harry nos olhou sem entender.
— Q-que é que eu tenho que fazer? — Ele gaguejou
— Ele nunca viajou com Pó de Flu, mamãe. — Expliquei logo me lembrando — Desculpa Harry, a gente esqueceu.
— Nunca? — Mamãe se admirou — Mas como foi que você chegou ao Beco Diagonal para comprar seu material escolar no ano passado?
— Fui de metrô...
— Verdade?! — Papai exclamou animado — Havia escapadas rolantes? Como é que...
— Agora não, Arthur! — Mamãe o repreendeu – O Pó de Flu é muito mais rápido, querido, mas meu Deus, se você nunca o usou antes...
— Ele vai conseguir, mamãe. — Fred falou — Harry observe a gente primeiro.
Ele apanhou uma pitada de pó brilhante no vaso de flor, foi até a lareira e atirou o pó no fogo. Com um rugido, as chamas ficaram verde-esmeralda e mais altas do que Fred, que entrou nelas e gritou “Beco Diagonal!” e desapareceu.
— Você precisa falar bem claro, querido. — Mamãe explicou quando George mergulhou a mão no vaso — E se certifique se está saindo na grade certa...
— Na o quê certa? — Perguntou Harry nervoso enquanto as chamas rugiam e arrebatavam George de vista
– Bem, há um número enorme de lareiras de bruxos para você escolher, sabe, mas se você falar com clareza...
— Ele vai acertar, Molly, não se preocupe. — Papai logo falou
— Mamãe, eu posso ir primeiro? — Perguntei rapidamente
— Ah, claro querida. Bom... Está bem... Harry, você vai logo depois da Rox. — Mamãe tornou a falar — Quando entrar no fogo, diga claramente aonde vai...
— E mantenha os cotovelos colados ao corpo. — Ainda escutei Ron aconselhar
Mergulhei minha mão dentro do vaso e corri até a lareira.
— Vejo vocês depois. Boa sorte, Harry. — Sorri confiante logo lançando o pó nas chamas — Beco Diagonal.
Eu amava viajar com Pó de Flu, a sensação era de estar sendo sugado por um enorme ralo, enquanto a pessoa vai girando muito rápido. Era legal, não demorou para que eu chegasse à lareira do caldeirão furado, no beco diagonal e encontrasse com Fred e George.
— Cadê o Harry? — Perguntaram depressa, com os rostos um pouco sujo, assim como eu
— Mamãe disse que ele viria logo depois. — Expliquei passando a mão por minha roupa para cair um pouco da poeira
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Mamãe, papai, Ginny, Percy e Ron não demoraram a chegar, mas por incrível que pareça Harry não estava com eles, demorou um pouco até que Hagrid apareceu trazendo Harry junto dele. Mamãe correu até o garoto preocupada e descobrimos que ele tinha ido parar na Travessa dos Tranco e tinha visto Draco e seu pai, coitado. Logo encontrarmos com Hermione que estava junto de seus pais.
— Mas vocês são trouxas! — Papai exclamou encantado ao ver eles — Precisamos tomar um drinque! Que é que têm aí? Ah, estão trocando dinheiro de trouxas. Molly, olhe! — Então ele apontou excitado para as notas de dez libras na mão do Sr. Granger
Soltei uma leve gargalhada, era engraçado ver meu pai agindo dessa forma.
Logo depois que mamãe, papai e Harry foram ao banco de Gringotes e eu fiquei do lado de fora conversando com Hermione e Rony, todos começamos a nos separar. Percy murmurou alguma coisa sobre a necessidade de comprar uma pena nova e saiu. Fred e Jorge tinham visto Lee Jordan e foram até o encontro dele. Mamãe e Ginny iam a uma loja de vestes de segunda mão. Já papai insistia em levar os Granger ao Caldeirão Furado para tomar um drinque.
— Vamos nos encontrar na Floreios e Borrões dentro de uma hora para comprar o material escolar. — Mamãe falou enquanto se afastava com Ginny — E nem pensar em entrar na Travessa do Tranco! — Gritou ela para Fred e George que seguiam na direção oposta
Eu, Ron, Harry e Hermione caminhamos pela rua tortuosa, calçada de pedras. Harry que estava com dinheiro no bolso comprou quatro grandes sorvetes de morango e manteiga de amendoim, que nós quatro lambemos felizes enquanto subiamos o beco, examinando as vitrines fascinantes das lojas. Eu e Ron admiravamos com os olhos brilhantes, um conjunto completo de vestes da grife Chudley Cannon, na vitrine da Artigos de Qualidade para Quadribol, até que Hermione nos puxou para irmos comprar tinta e pergaminho na loja ao lado. Na Gambol & Japes – Jogos de Magia, encontramos Fred, George e Lee Jordan, que estavam fazendo um estoque de fogos de artifício Dr. Filibusteiro, que disparavam molhados e, não aqueciam, e num brechó cheio de varinhas quebradas, balanças de latão empenadas e velhas capas manchadas de poções, demos de cara com Percy, estava profundamente absorto na leitura de um livro muito chato intitulado Monitores-chefes que se tornaram poderosos.
— Um estudo dos monitores-chefes de Hogwarts e suas carreiras. — Li alto na quarta capa
— Parece fascinante... — Ron Ironizou
— Deem o fora. — Percy falou com rispidez
— É claro que ele é muito ambicioso, o Percy já planejou tudo... Quer ser Ministro da Magia... — Comentou Rony para Harry e Hermione em voz baixa quando deixamos nosso irmão sozinho
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Uma hora se passou, até que nós quatro começamos a caminhar em direção ao Floreios e Borrões. Não éramos de maneira alguma os únicos que se dirigiam à livraria. Assim que se aproximamos, fomos surpreendidos pela quantidade de gente que se acotovelava à porta da loja, tentando entrar. A razão disso estava anunciada em uma grande faixa estendida nas janelas do primeiro andar.
GILDEROY LOCKHART
autografa sua autobiografia
O MEU EU MÁGICO
hoje das 12:30 às 16:30
Fala sério, tínhamos que enfrentar aquele monte de gente, só porque ele estava aqui!?
— Vamos poder conhecê-lo! — Hermione gritou esganiçada — Quero dizer, ele é o autor de quase toda a nossa lista de livros!
— Aham. — Ri um pouco da sua empolgação
A aglomeração parecia ser formada, em sua maioria, por bruxas mais ou menos da idade de mamãe. Um bruxo de ar atarantado estava postado à porta.
— Calma, por favor, minhas senhoras... Não empurrem, isso... Cuidado com os livros — Ele falava
Nós quatro nos esprememos para conseguir entrar. Uma longa fila serpeava até o fundo da loja, onde Gilderoy Lockhart autografava seus livros. Apanhamos cada um, um exemplar de Livro padrão de feitiços, 2° série, e se enfiamos sorrateiros no início da fila onde mamãe, papai e meus irmãos já estavam esperando por nós.
— Ah, que bom que chegaram! — Mamãe parecia ofegante e não parava um minuto de ajeitar os cabelos — Vamos vê-lo em um minuto...
Aos poucos Gilderoy Lockhart se tornou visível, sentado a uma mesa, cercado de grandes cartazes com o próprio rosto, todos piscando e exibindo dentes ofuscantes de tão brancos. O
verdadeiro Lockhart estava usando vestes azul-miosótis que combinavam à perfeição com os seus olhos e tinha cabelos loiros levemente ondulados.
Um homenzinho irritadiço dançava à sua volta, tirando fotos com uma máquina enorme que soltava baforadas de fumaça púrpura a cada flash enceguecedor.
Gilderoy passava seu olhar pela loja, até que ergueu os olhos e viu Harry. Encarou-o, mas logo se levantou de um salto e decididamente gritou.
— Não pode ser, Harry Potter!
A multidão se dividiu, murmurando agitada; Lockhart adiantou-se, agarrou o braço de Harry e puxou-o para a frente. A multidão prorrompeu em aplausos. Harry parecia bem perdido quando Lockhart apertou sua mão para o fotógrafo, que batia fotos feito louco.
— Dê um belo sorriso, Harry. — Pude ouvir Lockhart dizer por entre os dentes faiscantes — Juntos, você e eu valemos uma primeira página.
Quando ele finalmente soltou a mão de Harry, ele tentou voltar para onde estávamos, mas Lockhart passou um braço pelos seus ombros e segurou-o com firmeza ao seu lado.
— Minhas senhoras e meus senhores. — Falou em voz alta, ao mesmo tempo que pedia silêncio com um gesto — Que momento extraordinário este, quando o jovem Harry Potter entrou na Floreios e Borrões hoje! Creio que é o momento perfeito para anunciar uma novidade que estou guardando só para mim há algum tempo!
“O jovem Harry queria apenas comprar a minha autobiografia, com a qual eu terei o prazer de presenteá-lo agora.” A multidão tornou a aplaudir. “Ele não fazia ideia”, continuou Lockhart, dando uma sacudida em Harry que fez os óculos do menino escorregarem para a ponta do nariz, “Que em breve estaria recebendo muito, muito mais do que o meu livro O meu eu mágico. Ele e seus colegas irão receber o meu eu mágico em carne e osso. Sim, senhoras e senhores, tenho o grande prazer de anunciar que, em setembro próximo, irei assumir a função de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts!”
A multidão deu vivas e bateu palmas, eu nem tinha notado que Hermione e Ron haviam saído para comprar seus livros, pois meus olhos estavam fixos em Gilderoy que agora entregava a Harry todas as suas obras completas. O garoto cambaleando sob o peso dos livros, conseguiu fugir das luzes da ribalta para a periferia do salão, onde Ginny estava parada alguns passos a minha frente com o seu novo caldeirão.
— Fique com eles. — Harry murmurou para a minha irmã, enquanto, virava os livros no caldeirão — Eu vou comprar os meus...
Eu estava preparada para subir as escadas para comprar meus livros no andar de cima, quando tomei um belo de um susto.
— Aposto que você adorou isso, não foi, Potter? — Era Draco bem ao fim da escada e parecia irritado com um sorriso de desdém — 'O famoso Harry Potter'. Não consegue nem ir a uma livraria sem parar na primeira página do jornal.
— Inveja, Malfoy? — Perguntei quando finalmente me recuperei do susto e o olhei com um sorriso
Ele me encarou, mas não falou coisa alguma, me ignorando totalmente.
— Oh, Harry, tira uma foto comigo. — Ironizou imitando uma voz arrastada
— Deixe ele em paz! — Ginny falou com firmeza encarando Draco, eu e Harry nos surpreendemos, era a primeira vez que ela falava algo na frente dele — Ele nem queria isso.
– Olha só Potter, arranjou uma namorada! — Draco falou arrastando as sílabas
Ginny ficou escarlate e pude ver Ron e Mione lutando para chegar até nós, sobraçando pilhas de livros de Lockhart. Pelo visto, só eu que não tinha comprado os meus.
— Não enche Draco! — Falei o olhando, mas ele estava definitivamente decidido a me ignorar
— Ah, é você! — Ron exclamou assim que se aproximou o suficiente da gente e encarava Draco, sério — Aposto como ficou surpreso de ver o Harry aqui, hein?
— Não tão surpreso como estou de ver vocês numa loja, Weasley. — Ele retrucou — Imagino que seus pais vão passar fome um mês para pagar todas essas compras.
Eu e Ron ficamos tão vermelhos quanto Ginny. Mas ele respirou fundo tentando manter a calma, enquanto segurava seus livros, já eu não consegui me conter e tentei partir pra cima de Draco, mas Harry e Hermione agarraram meu casaco.
— Roxanne! — Papai me chamou enquanto se aproximava com Fred e George — O que está fazendo? Está muito cheio aqui, vamos para fora.
— Ora, ora, ora, Arthur Weasley.
Somos surpreendidos por um homem alto de cabelos louros-brancos e compridos, usava roupas chiques e formais. Estava parado com a mão no ombro de Draco, com um sorriso de desdém igual ao dele.
— Lucius. — Papai falou dando um frio aceno com a cabeça
— Muito trabalho no Ministério, ouvi dizer. — Ele prosseguiu — Todas aquelas blitze... Espero que estejam lhe pagando hora extra!
Aquele homem era exageradamente insuportável, agora eu sabia que Draco tinha a quem puxar.
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