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{108} A Segunda Tarefa

ᴺᵃʳʳᵃᵈᵒʳ ᴼⁿⁱˢᶜⁱᵉⁿᵗᵉ’

    Fazia um dia nublado quando amanheceu o dia da segunda tarefa do torneio, se notava que as arquibancadas que tinham rodeado o picadeiro dos dragões em novembro agora estavam dispostas ao longo da margem oposta do lago, em breve estariam quase explodindo de tão lotadas, e se refletiria nas águas embaixo; a algazarra excitada dos espectadores que ecoaria estranhamente pela superfície das águas.

   Harry Potter estava nervoso e esperava fielmente que a sugestão de Neville Longbottom o ajudasse a respirar por uma hora embaixo d’água. Fred e George Weasley, no entanto, não perdiam a chance de fazer os seus negócios.

— Vamos lá. — Gritavam juntos no caminho do gramado a medida que as pessoas começavam a descer para ocuparem seus lugares nas arquibancadas — Apostas. Apostas. Quem vai querer apostar? Não fiquem acanhados. Apostas!

— Três garotos. — Grita Fred

— Uma dama. — George completa

— Os quatro vão mergulhar.

— Será que os quatro vão voltar?

   Ginny Weasley que vinha descendo para assistir o torneio acaba trombando nos dois, ao passar pelo meio deles, os meninos se viram para ela.

— Não sejam tão maus.

  Os meninos sem se importar com a irmã mais nova, apenas voltam a se virar para o pessoal perguntando quem queria fazer apostas. Em outro ponto, também descendo os gramados saindo do castelo vinha Harry Potter ao lado de Neville Longbottom.

   Neville meteu a mão no bolso do casaco e retirou de lá uma bola que parecia feita de rabos de rato, viscosos e verde-acinzentados, logo o passando para Harry, e colocando a mão de volta no bolso.

— Tem certeza disso? — Perguntou Harry ao analisar o guelricho

— Absoluta. — Neville respondeu

— Por uma hora?

— Mais ou menos.

— Mais ou menos? — Harry se espanta

— Bom é que existem divergências entre os herbologistas sobre os efeitos na água doce e na água salgada...

— E você me diz isso agora!? Deve estar brincando...

— Eu só... só estava querendo ajudar...

— O que o torna bem melhor que Rox e Hermione. Onde é que elas estão?

— Parece meio tenso, Harry...

— Ah, é? — Harry o olha como se o motivo fosse óbvio

— Boa sorte, Harry. — Rony Weasley corre para os acompanhar

— Você vai ser ótimo, sei que vai. — Vega Misttigan correu até o menino o abraçando

— Valeu. — Disse Harry e começou a andar, ou melhor correr, pela outra margem do lago em direção aos juízes que estavam sentados a uma mesa coberta com tecido dourado. Cedric Diggory, Fleur Delacour e Vitor Krum já estavam lá, parados ao lado da mesa, observando Harry se aproximar

— Estou... aqui... — Ofegou Harry, derrapando na lama ao parar e, acidentalmente, sujando as vestes de Fleur

— Onde é que você esteve? — Disse uma voz autoritária censurando-o — A tarefa vai começar.

   Harry olhou para os lados. Percy Weasley estava sentado à mesa dos juízes – o Sr. Crouch mais uma vez não comparecera.

— Ora, vamos, Percy! — Disse Ludo Bagman, que parecia extremamente aliviado de ver Harry — Deixe-o recuperar o fôlego!

  Dumbledore sorriu para Harry, mas Karkaroff e Madame Maxime não pareceram nem um pouco satisfeitos de vê-lo... Era óbvio, pela expressão dos seus rostos, que tinham pensado que o campeão não ia aparecer.

   Harry dobrou o corpo, as mãos nos joelhos, procurando respirar; sentia uma pontada do lado do corpo que lhe dava a sensação de ter uma faca enfiada nas costelas, mas não havia tempo para se livrar dela; Ludo Bagman agora andava entre os campeões, espaçando-os pela margem a intervalos de três metros. Harry ficou bem no fim da fila, ao lado de Krum, que estava de calções de banho e segurava a varinha em posição.

   Enquanto isso as arquibancadas vibravam, agora já extremamente lotadas, quando Rony Weasley juntamente com Neville Longbottom se agruparam lá com os demais alunos, Rony notou uma coisa. A sua irmã gêmea não estava ali... e nem Hermione Granger.

— Hey, Lav, Lav. — Chamou ele quando viu a garota de cabelos louros ondulados

  Lavender Brown, que estivera sentada a um canto conversando empolgada com Amélia Hughes e Parvati Patil virou-se para o ruivo.

— Cadê a Rox?

   Lav fez uma cara surpresa e intrigada.

— Eu esperava que você soubesse... pra ser sincera não vejo ela desde ontem a tarde. — Respondeu acanhada

— Como assim você não sabe onde ela está!? — Exclamou Rony — E a Mione, você viu?

— Nenhuma das duas dormiu no dormitório ontem. — Amélia respondeu observando a cara assustada de Rony

— Relaxa, vou... um minuto, vou ver se encontro ela. — Disse Lavender se levantando e com esforço tentando passar pelas pessoas amontoadas nas arquibancadas

   Lavender também estava preocupada, pois não fazia idéia de onde sua melhor amiga estava, mas esperava que ao menos o irmão gêmeo dela soubesse.

— Jordan. — Chamou Lav ao encontrar o garoto de cabelos rastafári que estava com os gêmeos Weasley

— Oi, Brown. — Lee Jordan a comprimentou

— Sabe da Rox?

— O que tem a Rox?

— Você viu ela? O Rony não sabe onde ela tá, e eu muito menos, só sei que ela não dormiu no dormitório.

— Como assim você não sabe onde ela está!? — O menino exclamou parecendo aturdido e ficando assustado — Vocês perderam a minha namorada?

— Meu Merlim. Ok, Lee, ok. — Lav falou e voltou a descer as escadas da arquibancada

   Então ela parou, lançou um olhar a mesa dos campeões, e notou que a prova não começara ainda, o que significava que ela ainda tinha um tempo. Lavender começou a passar seu olhar pelas pessoas na arquibancadas, mas só quando seus olhos azuis caíram sobre o caminho da escola até o lago, foi que ela achou quem procurava. Draco Malfoy vinha descendo ao lado de seus fiéis escudeiros, Vicente Crabbe, e Gregório Goyle, mas também com Blaise Zabini, o então melhor amigo da mesma.

   Lavender correu até o encontro dos garotos que pareceram intrigados ao ver a aproximação da loira.

— Malfoy, podemos conversar? — Perguntou rapidamente. Draco a analisou com seriedade e desdém — É sério. — Reforçou ela

— Que foi? — O garoto de cabelos louros-brancos perguntou em resposta

— Você sabe onde a Rox está? Viu ela? Ela sumiu desde ontem.

  Draco sentiu um profundo remorso ao ouvir o nome dela, mas apenas revirou os olhos e suspirou fundo, evitando se concentrar na preocupação que passou a sentir ao ouvir que o amor da sua vida tinha simplesmente sumido. Mas óbvio que ele não demonstraria a ninguém que se importava com ela.

— Como é que eu vou saber? — Vociferou ele — Tenho cara de babá de traidores de sangue por acaso?

— Dá pra não ser babaca? Acha que eu não sei o que sente por ela? E o que ela sente por você? Vocês dois são tão infantis. — Rebateu Lavender irritada

— Eu concordo. — Zabini falou com um risinho ganhando um olhar sério de Draco — Que foi? Eu sou sincero.

  Lavender bateu com a mão no rosto e respirou fundo. Onde Rox se meteu? Onde raios aquela garota foi parar?

— Era só isso? — Disse a voz arrastada de Draco — Vou indo ver essa droga de torneio então, quem sabe eu tenha sorte e o Potter morre afogado.

— E a Weasley também.

— Quê? — Exclamaram Lavender e Draco ao mesmo tempo para Blaise

— Não me digam que só eu notei? Os campeões tem que pegar um tesouro que foi roubado deles, de cada um é uma pessoa, alguém que eles sentiriam muita falta. Só eu percebi que a Weasley é o tesouro do Potter? Ela tá debaixo da água, óbvio. Meu Deus, vocês tem cérebro?

   Draco e Lavender se entreolharam em choque e ao mesmo tempo pensando como não tinham notado isso.

— Espera... — Sibilou Lavender — Você disse que eu não tenho cérebro?

— Lala, eu te adoro, cê sabe, né? — O moreno se apressou em acrescentar enquanto sorria para a melhor amiga

   Lav Brown apenas sorriu de volta, mas logo cada um deles correu para os seus lugares na arquibancada, a segunda tarefa estava prestes a começar.

   Ludo Bagman deu um breve aperto no ombro de Harry e voltou à mesa dos juízes; depois apontou a varinha para a própria garganta como fizera na Copa Mundial, disse “Sonorus!” e sua voz reboou sobre as águas escuras até as arquibancadas.

— Bem vindos à segunda tarefa! — Começou ele com uma voz calorosa — Ontem a noite algo foi roubado de nossos campeões. Um tesouro. Esses quatros tesouros estão agora no fundo do lago, e os nossos campeões estão prontos para a buscar, quando eu apitar. Eles têm exatamente uma hora para recuperar o que foi tirado deles. Uma hora somente. Depois disso estarão sozinhos, nenhuma magia irá salvar-los. Então, quando eu contar três. Um... dois... três!

  O apito produziu um som agudo no ar frio e parado; as arquibancadas explodiram em vivas e palmas; sem se virar para ver o que os outros campeões estavam fazendo, Harry descalçou os sapatos e as meias, tirou um punhado de guelricho do bolso, meteu-o na boca, começando a se contorcer. Cedric, Fleur e Krum, no entanto, fizeram saltos espetaculares no lago, que se tivessem que receber notas por isso, eles com certeza teriam excelentes notas, Harry no entanto precisou de um empurrãozinho. Moody deu um soco de leve nas costas de Harry para o menino poder entrar logo no lago.

   O lago estava tão frio que ele sentiu a pele das pernas arder como se estivesse no fogo e não na água, à medida que ele foi se aprofundando; Harry mastigou o guelricho com mais força e pressa que pôde; era borrachudo e viscoso como tentáculos de polvo. Com a água gélida, ele parou, engoliu a erva e esperou que alguma coisa acontecesse.

   Então, inesperadamente, Harry teve a sensação de que uma almofada invisível estava cobrindo sua boca e seu nariz. Ele tentou respirar, mas isto fez sua cabeça girar; seus pulmões se esvaziaram e ele sentiu uma dor súbita e lancinante dos dois lados do pescoço...

   Harry levou as mãos à garganta e sentiu duas grandes aberturas abaixo das orelhas abanando no ar frio... ganhara guelras.

   O primeiro gole de água gelada do lago lhe pareceu um sopro de vida. Sua cabeça parou de girar; ele tomou mais um gole e sentiu-o passar suavemente pelas guelras e bombear oxigênio para o seu cérebro. Ele estendeu as mãos para a frente e olhou-as. Pareciam verdes e fantasmagóricas debaixo d’água e haviam nascido membranas entre os dedos. Ele se contorceu para ver os pés descalços – tinham se alongado e igualmente ganho membranas; parecia também que saíam nadadeiras do seu corpo.

  As pessoas nas arquibancadas estavam nervosas, já que Harry tinha caído tão desajeitado e não havia dado sinal de magia, pelo contrário, o pessoal da Slytherin ria e vaiava.

   Draco parecia em uma luta consigo mesmo, sabia que se Harry não reagisse, algo poderia acontecer com a garota que ele amava, então ele não conseguia rir como os outros, o loiro só queria que aquele idiota do Potter reagisse.
 
— Que será que ele tem? — Seamus Finnegan tentou olhar o reflexo de Harry na água, ao perceber ele parado e afundando

— Não sei, não consigo ver. — Dean Thomas respondeu também se esticando as para observar

   Neville Longbottom, por outro lado estava surtando. Observou a conversa de Seamus e Dean, e se virou relutante, levando as mãos a cabeça, desesperado.

— Ah, meu Deus. Eu matei Harry Potter!

  Mas logo, Harry saltou sobre a água, dando uma cambalhota e voltando a mergulhar nas profundezas, mas foi o suficiente para todos o virem com uma aparência totalmente diferente, como um sereiano. As pessoas começaram a bater palmas, rir e comemorar, Neville se virou surpreso e aliviado.

   Harry percebeu que a água não parecia mais gelada, pelo contrário, se tornara agradavelmente fresca e muito leve... Harry recomeçou a bracejar, admirando-se como seus pés com nadadeiras o impeliam pela água e registrando que estava enxergando com muita clareza e não sentia mais necessidade de piscar. Logo nadara uma distância tão grande em direção ao meio do lago que deixara de ver seu leito.

   O silêncio pesou em seus ouvidos ao nadar por uma paisagem estranha, escura e enevoada. Só conseguia ver três metros ao redor, por isso à medida que se deslocava novos cenários pareciam surgir repentinamente da escuridão à sua frente; florestas ondulantes de plantas emaranhadas e escuras, extensões de lodo coalhadas de pedras lisas e brilhantes. Ele nadava cada vez mais para o fundo e para o centro do lago, os olhos abertos, espiando, através da misteriosa claridade cinzenta que iluminava as águas, rumando para as sombras além, em que as águas se tornavam opacas.

   Pequenos peixes passavam velozes por ele como flechas prateadas. Uma ou duas vezes ele viu um vulto maior nadando mais adiante, mas quando se aproximou, descobriu que era apenas um grande tronco enegrecido ou uma moita densa de plantas. Não viu sinal algum dos outros campeões, nem dos sereianos, nem, muito menos do seu tesouro – nem, graças a Deus, da lula gigante.

   Plantas verde-claras se estendiam à sua frente até onde sua vista podia alcançar, como um prado coberto de relva muito crescida. Harry olhava para a frente sem piscar, tentando discernir as formas na obscuridade... e então, sem aviso, alguma coisa agarrou seu tornozelo.

   Harry se virou e viu um grindylow, um pequeno demônio aquático de chifres, que saía do meio das plantas, seus dedos compridos apertando a perna de Harry, as presas pontiagudas à mostra – o garoto enfiou a mão palmada depressa dentro das vestes e procurou a varinha, até conseguir apanhá-la, mais dois grindylows tinham emergido das plantas, agarrado as vestes de Harry e tentavam arrastá-lo para o fundo.

— Relaxo! — Disse ele, só que não produziu som algum... uma grande bolha saiu de sua boca, e sua varinha, em vez de atirar faíscas contra os grindylows, golpeou-os com algo que pareceu um jato de água fervendo, pois onde os atingiu surgiram manchas muito vermelhas em sua pele verde

   Harry livrou o tornozelo do aperto dos demônios e nadou o mais rápido que pôde, ocasionalmente disparando, a esmo, mais jatos de água quente por cima do ombro; de vez em quando ele sentia um grindylow prender novamente seu pé e o chutava com força; por fim, seu pé fez contato com um crânio chifrudo e, olhando para trás, ele viu um grindylow se afastar boiando, vesgo, enquanto seus companheiros sacudiam os punhos para Harry e tornavam a submergir entre as plantas.

   Harry diminuiu um pouco a velocidade, guardou a varinha nas vestes e olhou ao redor, apurando os ouvidos. Fez uma volta completa na água, o silêncio pesava mais que nunca em seus tímpanos. Sabia que devia estar bem mais fundo, mas nada se mexia exceto as plantas ondulantes.

   O garoto continuou a nadar por uns vinte minutos ou assim lhe pareceu. Atravessava agora grandes extensões de lodo escuro, que redemoinhavam sujando a água agitada por ele. Então, finalmente, ouviu um trecho da música misteriosa dos sereianos.

Uma hora inteira você deverá buscar,
Para recuperar o que lhe tiramos...

   Harry nadou mais rápido e não tardou a ver um grande penhasco emergindo na água lodosa à frente. Nele havia pinturas de sereiano: carregavam lanças e caçavam algo que parecia ser a lula gigante.

   Harry deixou o penhasco para trás seguindo a música dos sereianos:
  
... já se passou meia hora, por isso não tarde
Ou o que você busca apodrecerá aqui...

   Um punhado de casas toscas de pedra, manchadas de algas, tomou forma de repente no lusco-fusco que rodeava o garoto. Aqui e ali, às janelas escuras, Harry viu rostos... rostos que não tinham qualquer semelhança com o quadro da sereia no banheiro dos monitores-chefes... Os sereianos tinham peles cinzentas e longos cabelos desgrenhados e verdes. Seus olhos eram amarelos, como seus dentes quebrados, e eles usavam grossas cordas de seixos ao pescoço.

   Lançaram olhares desconfiados quando Harry passou. Um ou dois saíram das tocas para examiná-lo melhor, seus fortes rabos de peixe prateados golpeando a água; as lanças nas mãos. Harry continuou a nadar veloz, olhando para os lados, e logo as casas se tornaram mais numerosas: havia jardins de folhagens ao redor de algumas, e ele chegou a ver um grindylow amarrado a uma estaca do lado de fora de uma porta. Os sereianos apareciam por todos os lados agora, observando-o ansiosos, apontando para suas mãos palmadas e guelras, falando entre si, com a mão encobrindo a boca. Harry virou um canto e deparou com uma cena estranha.

   Um grande número de sereianos flutuava diante de casas enfileiradas que pareciam uma versão local de uma praça de povoado. Um coro cantava no centro, chamando os campeões e, por trás, erguia-se uma estátua tosca; um gigantesco sereiano esculpido em um pedregulho. Quatro pessoas estavam firmemente amarradas à cauda da estátua.

   Rox Weasley estava amarrada ao lado de Hermione Granger e Cho Chang bem ao lado da mesma. Havia ainda uma garota que não aparentava ter mais de oito anos e cujas nuvens de cabelos prateados deu a Harry a certeza de que era irmã de Fleur Delacour. As quatro pareciam profundamente adormecidas. Suas cabeças balançavam molemente sobre os ombros e um fluxo contínuo de pequenas bolhas saía de suas bocas.

   Harry correu em direção aos reféns, meio que esperando os sereianos baixarem as lanças para o atacarem, mas eles nada fizeram. As cordas que atavam os reféns à estátua eram grossas, viscosas e muito fortes. Por um instante fugaz ele pensou no canivete que Sirius lhe presenteara no Natal – guardado em seu malão no castelo a uns quatrocentos metros de distância, não tinha a menor utilidade.

   Harry deu uma volta completa no corpo olhando. Alguma coisa afiada, qualquer coisa... Havia muitas pedras no leito do lago. Ele mergulhou e apanhou uma de aspecto afiado e voltou à estátua. Começou, então, a golpear a corda que prendia Rox e, depois de alguns minutos de esforço, elas se romperam. Rox flutuou, inconsciente a alguns centímetros do leito do lago, acompanhando o movimento da água.

   Harry correu o olhar à volta. Não viu sinal dos outros campeões. Onde poderiam estar? De que é que estavam brincando? Por que não se apressavam? Ele se virou para Hermione, ergueu a pedra afiada e começou a golpear as cordas dela também...

   Na mesma hora, vários pares de fortes mãos cinzentas o seguraram. Meia dúzia de sereianos começaram a afastá-lo de Hermione, balançando as cabeças de cabelos verdes e dando risadas.

— Você leva a sua refém. — Disse um deles — Deixe os outros...

— Nem pensar! — Respondeu Harry indignado, mas apenas duas bolhas saíram de sua boca

— Sua tarefa é resgatar a sua amiga... deixe os outros...

— Ela é minha amiga, também! — Berrou Harry, gesticulando em direção a Hermione, uma enorme bolha prateada desprendendo-se silenciosamente dos seus lábios — E tampouco quero que os outros morram!

   A cabeça de Cho descansava no ombro de Hermione; a garotinha de cabelos prateados parecia pálida e fantasmagoricamente esverdeada. Harry lutou para afastar os sereianos, mas eles riam com mais vontade que nunca, empurrando-o para trás. O garoto olhou alucinado para os lados. Onde estavam os outros campeões? Será que ele teria tempo de levar Rox até a superfície e voltar para buscar Hermione e as outras? Será que ele conseguiria encontrá-las de novo? Consultou o relógio para ver quanto tempo lhe sobrava – o relógio parara de trabalhar.

   Mas, então, os sereianos que o rodeavam começaram a apontar excitados para alguma coisa acima da cabeça dele. Harry ergueu os olhos e viu Cedric nadando em direção ao grupo. Havia uma enorme bolha em torno de sua cabeça, que fazia suas feições parecerem estranhamente largas e esticadas.

— Me perdi! — Disse ele silenciosamente, com uma expressão de pânico — Fleur e Krum estão vindo agora!

   Sentindo-se imensamente aliviado, Harry viu Cedric puxar uma faca do bolso e libertar Cho. Ele a puxou para cima e desapareceu de vista.

   Sem demora, Harry se virou ao perceber algo se aproximando e viu algo monstruoso cortando as águas em direção a eles: um corpo humano de calções de banho com uma cabeça de tubarão... Era Krum. Parecia ter se transformado – mas de maneira incompleta.

   O homem-tubarão nadou direto para Hermione e começou a puxar e a morder as cordas que a prendiam; o problema é que os novos dentes de Krum estavam posicionados de forma imprópria para morder qualquer coisa menor do que um golfinho, e Harry tinha quase certeza de que se Krum não tivesse cuidado, ia cortar Hermione ao meio. Correndo para ele, Harry bateu com força em seu ombro e estendeu a pedra afiada. Krum agarrou-a e começou a libertar Hermione. Em segundos, ele terminou; agarrou Hermione pela cintura e, sem ao menos olhar para trás, começou a subir rapidamente com a garota para a superfície.

   “E agora?”, pensou Harry desesperado. Cho e  Hermione já deviam estar na superfície, mas onde estaria Fleur?

  Ele agarrou a pedra que Krum largara, mas os sereianos voltaram a se aproximar de Rox e da garotinha, balançando a cabeça para Harry.
 
   O garoto puxou a varinha.
  
— Saiam da frente!

   Somente bolhas voaram de sua boca, mas ele teve a nítida impressão de que os sereianos o haviam entendido, porque subitamente pararam de rir. Seus olhos amarelos se fixaram na varinha de Harry e eles revelaram medo. Eram muitos e Harry era apenas um, mas o garoto notou, pela expressão dos seus rostos, que os sereianos conheciam tanta magia quanto a lula gigante.

— Vocês têm até três! — Gritou o menino; um grande jorro de bolhas saiu de sua boca, e ele ergueu três dedos para ter certeza de que os sereianos tinham entendido a mensagem — Um... – (ele ergueu um dedo) — dois... — (ergueu o segundo)...

   Eles se dispersaram amedrontados. Harry se adiantou depressa e começou a golpear as cordas que prendiam a garotinha à estátua; e finalmente libertou-a. Ele a agarrou pela cintura, logo virando-se e fazendo o mesmo com Rox, a agarrando com sua outra mão, e deu um impulso para a superfície.

  Foi uma subida muito lenta. Ele já não podia usar as mãos palmadas para se impulsionar; bateu as nadadeiras furiosamente, mas Rox e a irmã de Fleur eram verdadeiros sacos de batatas que o arrastavam para o fundo... Harry firmou a vista em direção ao céu, embora soubesse que ainda devia estar muito fundo, as águas acima estavam tão escuras...

   Os sereianos o seguiram na subida. Harry os via rodando à sua volta sem esforço, vendo-o lutar para vencer a força das águas... será que o puxariam de volta às profundezas quando seu tempo se esgotasse? Será que comiam seres humanos? As pernas de Harry se moviam lentamente com o esforço de nadar; seus ombros doíam horrivelmente com o esforço de arrastar Rox e a garota...

   Ele inspirava com extrema dificuldade. Voltou a sentir a dor dos lados do pescoço... logo percebeu que era porque já estava voltando ao normal. Quando bateu as nadadeiras com força, descobriu que já não havia nada além de pés... a água entrava aos borbotões em sua boca e invadia seus pulmões... ele estava começando a sentir tonteira, mas sabia que a luz e o ar estavam a apenas três metros acima... tinha que chegar lá... tinha que...

   Harry sacudiu as pernas com tanta força e rapidez que teve a sensação de que seus músculos gritavam em protesto; o próprio cérebro parecia encharcado de água, ele não conseguia respirar, precisava de oxigênio, tinha que continuar, não podia parar...

   Então sentiu sua cabeça varar a superfície do lago; um ar maravilhoso, frio, claro, fez seu rosto molhado arder; ele o engoliu, tendo a sensação de que jamais o respirara antes como devia e, ofegante, puxou Rox e a menininha com ele. A toda volta, cabeças com cabelos verdes emergiram da água, mas sorriam para ele.

   Os espectadores nas arquibancadas faziam um estardalhaço; gritavam, berravam, todos pareciam estar de pé; Harry teve a impressão de que pensavam que Rox e a menininha poderiam estar mortos, mas tinham se enganado... as duas tinham aberto os olhos; a menina parecia apavorada e confusa, mas Rox meramente expeliu um grande jato de água, piscou para a claridade, virou-se para Harry e comentou:

— Um bocado molhado, não acha? Espero que meu cabelo esteja bonito mesmo assim. — Depois viu a irmã de Fleur — Para que foi que você trouxe a garota?

— Fleur não apareceu. Eu não podia largar ela lá. — Ofegou Harry

— Harry, seu débil. — Disse Rox — Você não levou aquela música a sério, levou? Dumbledore não teria deixado nenhum de nós morrer afogado!

— Mas a música dizia...

— Só para garantir que você voltasse dentro do prazo dado! Espero que você não tenha perdido tempo lá embaixo bancando o Salvador da Pátria!

   Harry se sentiu no mesmo instante idiota e chateado. Estava tudo muito bem para Rox, ela estivera adormecida, não sentira como era fantasmagórico lá no lago, cercado por sereianos armados de lanças com cara de que eram bem capazes de matar.

— Vamos. — Disse Harry com rispidez — Me ajude com a garota, acho que ela não sabe nadar muito bem.

— Harry, idiota. — Rox se segurou em seu ombro assim que ele fez menção de a soltar para ajudar a outra garota, e a ruiva quase engoliu uma boa quantidade de água — Eu também não sei nadar.

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ᴿᵒˣᵃⁿⁿᵉ ᵂᵉᵃˢˡᵉʸ


— Como assim você não sabe nadar!? — Exclamou o menino parecendo irritado

— Eu não sei, ué! — Devolvi — Sou obrigada por acaso?

— Deveriam ter levado o Rony.  — Resmungou

— Ah, óbvio. Concordo plenamente, porque ele que é o seu melhor amigo e claro que você sentiria mais saudades dele do que de mim.

— Eu não disse isso. — O menino se apressou a dizer

— Mas foi o que pareceu, Harry Potter.

— É que você não sabe nadar.

— E daí? Vai me deixar morrer por causa disso?

   O menino bufou, mas cedeu, logo me ajudando a não afundar.

   Eu não podia negar que tremia de frio, a água estava muito gelada, e eu tinha odiado ficar lá embaixo, embora eu mal tenha percebido nada. Harry puxou a mim e a irmã de Fleur pela água, até a margem, onde os juízes aguardavam de pé nos observando, vinte sereianos nos acompanhavam como uma guarda de honra, cantando aquelas horríveis músicas agudas.

   Avistei Madame Pomfrey cuidando de Hermione, Krum, Cedric e Cho, todos enrolados em grossos cobertores. O que significava que sim, Harry tentou bancar o herói e salvar todo mundo. Dumbledore e Ludo Bagman estavam parados na margem, e sorriram para mim e Harry quando nos aproximamos, mas Percy, que parecia muito pálido e, por alguma razão, mais jovem do que era, saiu espalhando água ao nosso encontro. Entrementes, Madame Maxime tentava conter Fleur Delacour, que estava muito nervosa, lutando com unhas e dentes para voltar à água.

— Gabrielle! Gabrielle! Ela está viva? Ela está machucada?

— Ela está ótima! — Harry tentou lhe dizer, mas se sentia tão exausto que mal conseguia falar, quanto menos gritar

   Percy me agarrou e saiu me arrastando para a margem.

— Rox, você está bem? Se machucou? Meu Deus, eu fiquei tão preocupado! Você tá um gelo! — Exclamava ele enquanto me abraçava forte

— Ok, Percy, também amo você, mas me larga por favor. Eu estou bem! — Resmunguei enquanto me sentia sufocada

   Dumbledore e Bagman ergueram Harry; Fleur se desvencilhara de Madame Maxime e abraçava a irmã.

— Forram os grrindylows... eles me atacarron... ah, Gabrrielle, pensei... pensei...

— Venha aqui, você. — Ouviu-se a voz de Madame Pomfrey; ela agarrou Harry e levou-o até Hermione e os outros, e empurrou uma dose de uma poção muito quente pela garganta do garoto. Saiu vapor por suas orelhas

— Muito bem, Harry! — Exclamou Hermione — Você conseguiu, você descobriu como conseguir, sozinho!
  
— Bem... — Disse Harry. E então os olhos dele caíram sobre Karkaroff. Era o único juiz que não abandonara a mesa; o único juiz que não dava sinais de satisfação nem alívio que Harry, eu e a irmã de Fleur tivéssemos voltado sãos e salvos — É, é verdade.

— Você tem um besourro-de-água prreso nos cabelos, Hermi-ô-nini. — Disse Krum

   Eu tive a leve impressão de que Krum estava tentando fazer a garota voltar sua atenção para ele; talvez para lembrá-la que ele acabara de resgatá-la do lago, mas Hermione sacudiu o besouro para longe com impaciência.

— Mas você ultrapassou muito o tempo dado, Harry... Você levou muito tempo para nos encontrar?

— Não... encontrei vocês logo...

  Madame Pomfrey felizmente decidiu ir me salvar dos abraços de Percy; ela me levou para onde estavam os outros garotos, e me deu um pouco de Poção Estimulante, logo também me senti ser embrulhada num cobertor tão apertado que eu parecia estar presa numa camisa de força, e então ela saiu. Passei meu olhar pra arquibancada no mesmo instante em que Rony vinha a toda pressa para ver como eu estava, e Jordan também. Mas para minha surpresa, pude ver Draco parado ao pé da arquibancada mesmo de longe tentando me ver.

— Rox, você está bem? — Rony perguntou ligeiramente me trazendo a tona

— Honey. — Lee me abraçou rapidamente — Fiquei preocupado com você, meu Merlim, você está um gelo.

— Eu estou bem meninos. — Forcei um sorriso, mas até que era bom o fato de Lee ter me abraçado, eu estava mesmo congelando

   Dumbledore se encontrava agachado à beira da água, absorto em conversa com alguém que parecia ser o chefe dos sereianos, uma fêmea particularmente selvagem, de aspecto feroz. Emitia o mesmo tipo de guinchos que o de seus companheiros quando estavam embaixo da água; era óbvio que Dumbledore sabia falar serêiaco. Finalmente ele se ergueu, virou-se para os demais juízes e disse:

— Acho que precisamos conversar antes de dar as notas.

   Os juízes se agruparam. Logo notei quando Madame Pomfrey voltava com Fleur e a irmã. Fleur tinha muitos cortes no rosto e nos braços, e suas vestes estavam rasgadas, mas ela não parecia se importar, nem queria deixar Madame Pomfrey tratá-la.

— Cuide da Gabrrielle. — Disse a garota e voltou  virando-se para Harry — Você salvou minha irrmã. — Disse ofegante — Mesmo ela não sendo sua rrefém.

— Foi. — Disse Harry, parecendo sem animação

   Fleur se abaixou, beijou Harry nas duas bochechas, comecei a rir quando percebi que ele ficou vermelho, mas em seguida ela se virou pra mim.

— E você, também... você ajudou...

— É... foi sim. — Respondi meio intrigada

   No mesmo momento que Lee me soltou, Fleur se atirou no meu pescoço e me abraçou enquanto agradecia. Naquele momento eu senti que ela não era tão horrível e mimada quanto parecia, até que ela poderia ser legal. Abri um sorriso simpático para ela.

   Naquele instante, a voz magicamente ampliada de Ludo Bagman reboou ao nosso lado, pregando-nos um susto e fazendo os espectadores nas arquibancadas mergulharem num grande silêncio.
  
— Senhoras e senhores, já chegamos a uma decisão. A chefe dos sereianos, Murcus, nos contou exatamente o que aconteceu no fundo do lago e, portanto, em um máximo de cinquenta, decidimos atribuir a cada campeão, as seguintes notas...

  “A Srta. Fleur Delacour, embora tenha feito uma excelente demonstração do Feitiço Cabeça-de-bolha, foi atacada por grindylows ao se aproximar do alvo e não conseguiu resgatar sua refém. Recebeu vinte e cinco pontos.”

  Aplausos das arquibancadas.
 
— Eu merrecia zerro. — Disse Fleur com uma voz gutural, sacudindo a magnífica cabeça

— O Sr. Cedric Diggory, que também usou o Feitiço Cabeça-de-bolha, foi o primeiro a voltar com a refém, embora tenha chegado um minuto depois da hora marcada. — Ouviram-se grandes aplausos dos alunos da Ravenclaw entre os espectadores; Eu vi Cho lançar um olhar feio a Cedrico — Portanto, recebeu quarenta e sete pontos.

   O ânimo de Harry pareceu despencar. Se Cedric ultrapassara o limite de tempo, com certeza ele fizera o mesmo.

— O Sr. Vítor Krum usou uma forma de transformação incompleta, mas ainda assim eficiente, e foi o segundo a voltar com a refém. Recebeu quarenta pontos.

   Karkaroff bateu palmas com especial entusiasmo, fazendo ar de superioridade.
  
— O Sr. Harry Potter usou guelricho com grande eficácia. — Continuou Bagman — Ele voltou por último e ultrapassou em muito o prazo de uma hora. Contudo, a chefe dos sereianos nos informou que o Sr. Potter foi o primeiro a chegar aos reféns, e o atraso na volta se deveu à sua determinação de trazer todos os reféns à segurança e não apenas o seu.

   Eu, Rony e Hermione lançamos a Harry olhares meio exasperados, meio penalizados.
  
— A maioria dos juízes. — E aqui Bagman olhou com muita indignação para Karkaroff — Acha que tal atitude revela fibra moral e merece o número máximo de pontos. Mas... o Sr. Potter recebeu quarenta e cinco pontos.

   O estômago de Harry pareceu dar um solavanco – agora ia disputar o primeiro lugar com Cedric. Eu, Rony e Hermione, apanhados de surpresa, olhamos para Harry, começamos a rir e a aplaudir com entusiasmo com o resto dos espectadores.

— Lá vai você, Harry! — Gritei sobrepondo-se ao tumulto — Afinal você não agiu como débil, revelou fibra moral!

   Fleur também o aplaudia freneticamente, mas Krum não pareceu nada feliz. Tentou puxar conversa com Hermione outra vez, mas ela estava ocupada demais aplaudindo Harry para lhe dar ouvidos.

— A terceira e última tarefa será realizada ao anoitecer do dia vinte e quatro de junho. — Continuou Bagman — Os campeões serão informados do que os espera exatamente um mês antes. Agradecemos a todos o apoio dado aos campeões.

   Terminou, pensei atordoada, quando Madame Pomfrey começou a arrebanhar os campeões e reféns em direção ao castelo para trocarmos nossas vestes por roupas secas... terminara, e Harry conseguira... não precisava se preocupar com coisa alguma agora até o dia vinte e quatro de junho...

   Eu ainda estava tremendo de frio, mas Lee vinha ao meu lado me abraçando, afinal estava tudo bem... Por enquanto.


  Hello bruxinhos!!

  Eu ia deixar esse capítulo pelo ponto de vista do Harry, mas achei melhor assim... Porque dessa forma eu podia descrever o pensamento dos outros além do Harry, o que acharam??

  Espero que tenham gostado, lembrando que o capítulo de sexta é especial, é a primeira parte que vai contar do segredo da Rox e porquê ela e o Charlie Weasley são tão próximos. Ansiosos? Curiosos?

  Nos vemos Sexta-feira.

  Amo vocesssss

– Bjos da tia Nick.

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