{100} A Frente de Liberação dos Elfos Domésticos
Eu gostei imensamente da aula de Adivinhação naquela tarde; a turma ainda estava fazendo mapas e predições, mas agora que Harry e Rony tinham voltado a ser amigos a coisa recuperara a antiga graça. Eu não aguentava os dois brigados. A Profa. Sibila, que andara tão satisfeita conosco quando estivemos predizendo mortes horrendas para nós mesmos, não tardou a se irritar quando nós três ficamos de risadinhas na hora em que ela explicava as várias maneiras com que Plutão era capaz de desorganizar a vida diária.
Ela não demorou a predizer morte sobre o castelo mais uma vez e olhou diretamente para Harry enquanto falava; ele bocejou com a boca escancarada e de maneira óbvia.
— Teria sido mais impressionante se ela não tivesse anunciado isso oito vezes antes. — Disse Harry, quando finalmente recuperamos o ar fresco na escada sob a sala de Sibila — Mas se eu caísse duro toda vez que ela diz que vou cair, eu seria um milagre da medicina.
— Seria uma espécie de fantasma superconcentrado. — Falei rindo, ao passarmos pelo Barão Sangrento que ia em sentido contrário, um olhar sinistramente fixo nos olhos enormes
— Pelo menos ela não passou dever de casa. — Comentou Rony — Espero que a Profa. Vector tenha passado um monte para Mione, adoro ficar à toa quando ela está ocupada...
Mas curiosamente, ela não apareceu para jantar, nem estava na biblioteca quando fomos procurá-la. A única pessoa que estava lá era Vítor Krum. Rony ficou parado um tempo atrás das estantes, observando Krum e discutindo aos cochichos comigo e Harry se deveria pedir um autógrafo – mas então percebeu que havia umas seis ou sete garotas rondando entre as estantes ao lado, discutindo exatamente a mesma coisa, e perdeu o entusiasmo pela ideia.
— Onde será que ela se meteu? — Indagou Rony quando nós três partimos rumo à Torre da Gryffindor
— Sei lá... Asnice.
Mas a Mulher Gorda mal começara a girar para a frente quando o ruído de alguém correndo às nossas costas anunciou a chegada de Hermione.
— Harry! — Ofegou ela, derrapando até parar ao lado dele (a Mulher Gorda olhou para a garota, com as sobrancelhas erguidas) — Harry, você tem de vir comigo... tem de vir, aconteceu a coisa mais fantástica... por favor...
Ela agarrou o braço de Harry e tentou arrastar o garoto de volta ao corredor.
— Que é que aconteceu? — Perguntei curiosa
— Sim. — Concordou Harry — Que houve?
— Eu mostro quando a gente chegar lá, ah, anda logo, depressa...
Harry olhou para Rony e em seguida para mim; nós apenas devolvemos o olhar para Harry, intrigado.
— OK. — Disse Harry, começando a retroceder pelo corredor com Hermione, eu e Rony correndo para acompanhá-los
— Ah, não se incomodem comigo! — Gritou a Mulher Gorda irritada para os garotos — Não peçam desculpas por ter me incomodado! Vou continuar pendurada aqui, aberta, até vocês voltarem, não é isso?
— É, obrigada. — Gritei por cima do ombro
— Hermione, aonde é que estamos indo? — Perguntou Harry, depois que a garota nos fizera descer seis andares e já estávamos na escadaria de mármore do saguão de entrada
— Você vai ver, você vai ver já, já! — Disse Hermione excitada
Ela virou à esquerda ao pé da escada e correu para um caminho que eu conhecia bem, logo me liguei pra onde ela estava nos levando. Eu, Rony, e Harry a acompanhamos, descemos um lance de escadas de pedra, mas em vez destas terminarem em uma sombria passagem subterrânea, como a que levava à masmorra do Snape, nos vimos em um corredor de pedra, largo, muito bem iluminado com archotes, e decorado com alegres pinturas, na maioria, de comida.
— Meu Merlim. — Exclamei sem empolgação
— Ah, espera aí... — Disse Harry lentamente, a meio caminho do corredor — Espera um instante,
Mione...
— Quê? — Ela se virou para olhá-lo, o rosto que era só expectativa
— Já sei do que se trata. — Disse Harry
O garoto cutucou Rony e apontou para o quadro logo atrás de Hermione. Era a pintura de uma enorme fruteira de prata.
— Mione! — Exclamou Rony, entendendo — Você não está tentando nos pegar a laço para aquela história do fale outra vez!
— Não, não, não estou! — Apressou-se ela a dizer — E não é fale, Rony...
— Você mudou o nome? — Perguntei franzindo a testa — Que somos então? A Frente de Liberação dos Elfos Domésticos? Olha, Mione, eu não vou invadir a cozinha para fazer eles pararem de trabalhar, não vou fazer isso...
— Não estou lhe pedindo isso! — Disse Hermione impacientemente — Desci aqui agora há pouco para conversar com eles e encontrei... ah, anda, Harry, quero lhe mostrar!
A garota tornou a agarrá-lo pelo braço, puxou-o para diante do quadro da fruteira, esticou o dedo indicador e fez cócegas na enorme pera verde. A fruta começou a se contorcer e rir e, de repente, como sempre fazia, transformou-se em uma grande maçaneta verde. Hermione segurou-a, abriu a porta e empurrou Harry pelas costas, com força, obrigando-o a entrar.
Eu e Rony entramos logo atrás. Enquanto meu irmão olhou de um lado a outro observando como era a cozinha do castelo, eu já estava bem acostumada com a visão. Mas de repente, observei quando alguma coisa pequena se precipitou do meio do aposento ao encontro de Harry, guinchando:
— Harry Potter, meu senhor! Harry Potter!
No segundo seguinte, só vi quando o elfo colidiu com ele na altura do diafragma, abraçando-o com tanta força que parecia que as costelas de Harry iam partir.
— D-Dobby? — Ofegou Harry
— É o Dobby, meu senhor, é sim! — Guinchou a voz na altura do seu umbigo — Dobby teve muita esperança de ver Harry Potter, meu senhor, e Harry Potter veio ver ele, meu senhor!
Dobby soltou o garoto e recuou alguns passos, sorrindo para Harry de orelha a orelha, seus enormes olhos verdes, redondos como bolas de tênis, se enchendo de lágrimas de felicidade. Eu nunca tinha o visto antes, mas era particularmente diferente dos outros elfos no seu modo de vestir, suas roupas eram muito diferentes. Ele vestia a combinação mais extravagante de roupas que eu já vira na vida; fizera uma escolha de peças pior do que a dos bruxos na Copa Mundial. Usava um abafador de chá à guisa de chapéu, no qual estavam presos vários distintivos coloridos; uma gravata com estampa de ferraduras de cavalo sobre o peito nu, calções que pareciam os de uma criança jogar futebol e meias desparelhadas.
Por instantes me lembrei do que aconteceu da última vez que estive na cozinha. Draco. Draco havia visto Dobby.
— Dobby, que é que você está fazendo aqui? — Perguntou Harry surpreso
— Dobby veio trabalhar em Hogwarts, meu senhor! — Guinchou o elfo excitado —O Prof. Dumbledore deu emprego a Dobby e Winky, meu senhor!
— Winky? — Exclamou Harry — Ela também está aqui?
— Está, sim, senhor, está! — Disse Dobby, e agarrando a mão de Harry puxou-o para dentro da cozinha entre quatro longas mesas de madeira que estavam ali. Cada uma das mesas colocadas exatamente abaixo das mesas das casas em cima no Salão Principal
No mínimo uns cem elfos estavam parados pela cozinha, sorrindo, inclinando a cabeça e fazendo reverências quando Dobby passou com Harry por eles. Todos usavam o mesmo uniforme; uma toalha de chá estampada com o timbre de Hogwarts e amarrada como uma toga, como a de Winky. Não consegui ver Gildor nem Aredhel em nenhum canto.
Dobby parou diante do fogão de tijolos e apontou.
— Winky, meu senhor! — Disse ele
Ela estava sentada em um banquinho junto ao fogo. Ao contrário de Dobby, obviamente não saíra catando roupas. Usava uma sainha e uma blusa comportadas, e um chapéu azul combinando, com aberturas laterais para suas orelhonas. Mas, enquanto cada peça da estranha coleção de roupas de Dobby estava impecavelmente limpa e bem cuidada, pois até pareciam novas em folha, era visível que Winky não estava cuidando das próprias roupas. Havia manchas de sopa na blusa e um chamuscado na saia.
— Olá, Winky. — Cumprimentou Harry
Os lábios de Winky tremeram. Então ela rompeu em lágrimas, que transbordaram dos seus grandes olhos castanhos e caíram pela roupa.
— Ah meu Deus! — Exclamou Hermione, que assim como eu e Rony tínhamos seguido Harry e Dobby até o fundo da cozinha — Winky, não chore, por favor, não...
Mas Winky chorava com mais vontade que nunca. Dobby, por outro lado, sorria radiante para Harry.
— Harry Potter gostaria de tomar uma xícara de chá? — Guinchou ele alto, abafando os soluços deWinky
— Hum... ah, OK. — Disse o garoto
Instantaneamente, uns seis elfos domésticos vieram correndo atrás dele, trazendo uma grande bandeja de prata com um bule de chá, xícaras para Harry, eu, Rony e Hermione, uma jarrinha de leite e um grande prato de biscoitos.
— Serviço de primeira! — Exclamou Rony, com admiração na voz. Hermione franziu a testa para ele, mas os elfos pareciam encantados da vida; fizeram uma grande reverência e se retiraram.
— Eles são sempre assim. — Contei para o meu irmão enquanto mordiscava alguns biscoitos
— Há quanto tempo está aqui, Dobby? — Perguntou Harry, quando o elfo serviu o chá para todos
— Bem, já faz alguns meses, Harry Potter, meu senhor! — Respondeu Dobby alegremente — Dobby veio ver o Prof. Dumbledore, meu senhor. Sabe, meu senhor, é muito difícil um elfo doméstico que foi dispensado arranjar outro emprego, meu senhor, muito difícil, mesmo...
Ao ouvir isso, Winky chorou ainda mais alto, seu nariz de tomate amassado pingando pela frente da blusa, embora ela não fizesse o menor esforço para estancar essa pingadeira.
— Dobby viajou pelo país durante dois anos, meu senhor, tentando encontrar trabalho! Mas Dobby não encontrou nada, meu senhor, porque agora ele quer receber ordenado!
Os elfos domésticos por toda a cozinha, que estavam escutando e observando com interesse, desviaram os olhos ao ouvirem isso, como se Dobby tivesse dito alguma coisa grosseira e constrangedora.
Hermione, porém, exclamou:
— Assim é que se faz, Dobby!
— Muito obrigado, senhorita! — Disse o elfo, dando a ela um sorriso que era só dentes — Mas a maioria dos bruxos não quer um elfo doméstico que exige ordenado, senhorita. “Isto não é próprio de um elfo doméstico”, dizem eles e batem a porta na cara de Dobby! Dobby gosta de trabalhar, mas quer se vestir e quer receber ordenado, Harry Potter... Dobby gosta de ser livre!
Os elfos domésticos de Hogwarts agora começaram a se afastar discretamente de Dobby, como se ele tivesse alguma doença contagiosa. Winky, no entanto, continuou onde estava, embora se notasse um decidido aumento no volume do seu choro.
— E, então, Harry Potter, Dobby vai visitar Winky e descobre que ela foi libertada, também! — Conta Dobby com satisfação
Ao ouvir isso, Winky se atirou para a frente e caiu do banquinho, de rosto no chão de lajotas, batendo os pequenos punhos e positivamente urrando de infelicidade. Hermione imediatamente se ajoelhou ao lado dela e tentou consolá-la, mas nada que dissesse produzia a menor diferença.
Dobby continuou sua história, guinchando alto para abafar o choro estridente de Winky.
— Então Dobby teve a ideia, Harry Potter, meu senhor! “Por que Dobby e Winky não procuram um trabalho juntos?”, “Onde é que existe trabalho suficiente para dois elfos domésticos?”, pergunta Winky. E Dobby pensa e se lembra, meu senhor! Hogwarts! Então Dobby e Winky vieram ver o Prof. Dumbledore, meu senhor e o professor nos contratou!
Dobby sorriu muito animado e lágrimas de felicidade brotaram, mais uma vez, dos seus olhos.
— E o Prof. Dumbledore diz que vai pagar a Dobby, meu senhor, se Dobby quer pagamento! E, assim, Dobby é um elfo livre, meu senhor, e Dobby recebe um galeão por semana e um dia de folga por mês!
— Isso é muito pouco! — Exclamou Hermione indignada, ainda curvada para os gritos incessantes e os murros no chão de Winky
— O Prof. Dumbledore ofereceu a Dobby dez galeões por semana e folgas nos fins de semana. — Disse Dobby, estremecendo de repente como se a perspectiva de tanto lazer e riqueza o assustasse — Mas Dobby fez ele baixar a oferta, senhorita... Dobby gosta da liberdade, senhorita, mas não quer tanto assim, senhorita, ele gosta mais do trabalho.
— E quanto é que o Prof. Dumbledore está pagando a você, Winky? — Perguntou Hermione bondosamente
Se a garota achou que isso ia animar Winky, estava delirando. Winky realmente parou de chorar, mas, quando se sentou, ficou encarando Hermione com seus imensos olhos castanhos, seu rosto lavado de lágrimas e inesperadamente furioso.
— Winky é um elfo em desgraça, mas Winky ainda não está aceitando pagamento. — Guinchou ela — Winky não decaiu a esse ponto! Winky está devidamente envergonhada de ter sido libertada!
— Envergonhada? — Perguntou Hermione perplexa — Mas... Winky, espera aí! É o Sr. Crouch que devia estar envergonhado e não você! Você não fez nada errado, ele é que foi realmente horrível com você...
Mas ao ouvir isso, Winky levou as mãos às aberturas laterais do chapéu e achatou as orelhas para não poder ouvir nem mais uma palavra e guinchou:
— A senhorita não vai insultar o meu amo! A senhorita não vai insultar o Sr. Crouch! O Sr. Crouch é um bruxo bom, senhorita! O Sr. Crouch fez bem em mandar a feia Winky embora!
— Winky está tendo dificuldades para se adaptar, Harry Potter. — Guinchou Dobby confidencialmente — Winky se esquece que não está mais presa ao Sr. Crouch; que pode dizer o que pensa agora, mas não quer fazer isso.
— Os elfos domésticos não podem dizer o que pensam dos amos, então? — Perguntei
— Ah, não, não senhorita. — Disse Dobby repentinamente sério — Faz parte da escravidão do elfo doméstico. Guardamos silêncio e os segredos dos amos, senhorita, defendemos a honra da família e nunca falamos mal dela, embora o Prof. Dumbledore tenha dito a Dobby que não faz questão disso. O Prof. Dumbledore disse que a gente é livre para... para...
Dobby pareceu subitamente nervoso e chamou Harry mais para perto. Harry se inclinou para ele. Dobby cochichou de forma que ainda conseguimos ouvir.
— Disse que a gente é livre para chamar ele de... de velho caduco se quiser, meu senhor!
Dobby deu uma risadinha assustada.
— Mas Dobby não quer, Harry Potter. — Disse ele voltando a falar normalmente e balançando a cabeça de modo que suas orelhas abanavam — Dobby gosta muito do Prof. Dumbledore, meu senhor, e tem orgulho de guardar os segredos dele.
— Mas você pode dizer o que quiser sobre os Malfoy agora? — Perguntou Harry sorrindo
Um olhar de temor surgiu nos olhos imensos de Dobby, e eu apenas revirei os olhos.
— Dobby... Dobby poderia. — Disse cheio de dúvida. Aprumou então seus ombrinhos — Dobby poderia dizer a Harry Potter que seus antigos amos eram... eram... bruxos malvados das trevas!
Dobby ficou parado um instante, o corpo todo tremendo, horrorizado com a sua própria coragem – então correu até a mesa mais próxima e começou a bater a cabeça nela, com força, guinchando:
— Dobby mau! Dobby mau!
Harry agarrou o elfo por trás da gravata e afastou-o da mesa.
— Obrigado, Harry Potter, obrigado. — Disse Dobby sem fôlego, esfregando a cabeça — Falando nos meus antigos amos, Dobby tem impressão de ter visto o menino. O menino a quem Dobby servia.
— Draco? — Ron se admirou
— Sim. Dobby tem impressão de ter visto o senhor Draco Malfoy aqui na cozinha já algumas semanas. Dobby acha que ele o viu, então Dobby se escondeu.
Senti minhas bochechas esquentarem e supliquei que Dobby não tivesse me visto.
— Malfoy esteve aqui na cozinha? — Perguntou Harry
— Dobby viu o Senhor Malfoy e Dobby viu...
Mas no instante Aredhel e Gildor se aproximaram enquanto gritavam meu nome, e eu não podia estar mais feliz em vê-los.
— Aredhel, Gildor. — Comprimentei
— Senhorita Roxanne Weasley. — Guinchou Aredhel — Os irmãos Creevey não vieram com a senhorita? E o outro menino?
— Outro. Outro menino? Aredhel, mas eu... eu... que outro menino Aredhel? Apenas Colin e Dênis vem comigo na cozinha. — Falei nervosa e tanto Ron, quanto Mione e Harry me olharam intrigados
— Mas e o menino, senhorita... — Começou Gildor — Mel. Menino Mel, cabelos brancos.
— Eu não sei de quem estão falando.
— Sim. Dobby viu também viu a senhorita. Agora Dobby lembra. — Se adiantou Dobby
— Draco veio na cozinha com você? — Perguntou Hermione me olhando intrigada. Rony estudava meu rosto atento para qualquer mentira
— Vocês poderiam não me olhar como se soubesse todos meus pecados. — Impliquei nervosa
— Rox! — Insistiu Rony — Você estava aqui na cozinha com o Malfoy?
— Querem saber? Ok, eu estava fazendo bolo com Dênis e Colin e o insuportável veio... veio pegar comida, claro, como a maioria dos alunos fazem... e aí... er... ele me viu... foi, ele me viu e... começou a me importunar... é, garoto irritante... foi isso. Fim da história. — Contei da melhor maneira possível, suplicando que eles acreditassem, enquanto cruzava os meus braços
Rony continuou sério.
— Menino irritante. — Repetiu Dobby se tomando de coragem — Menino irritante o senhor Malfoy. Dobby conseguiu. Dobby consegue falar mau do antigo amo.
— Você devia era ter vergonha, Dobby, falando desse jeito dos seus amos! — Guinchou Winky com raiva
— Eles não são mais meus amos, Winky! — Disse Dobby em tom de desafio — Dobby não se importa mais com o que eles pensam!
— Ah, você é um elfo mau, Dobby! — Lamentou-se Winky, as lágrimas escorrendo mais uma vez pelo seu rosto — O coitadinho do meu Sr. Crouch, que é que ele está fazendo sem a Winky? Está precisando de mim, está precisando da minha ajuda! Eu cuidei dos Crouch a vida inteira e minha mãe fez isso antes de mim e minha avó antes dela... ah, o que elas diriam se soubessem que Winky foi libertada? Ah, que vergonha, que vergonha! — Ela escondeu o rosto na saia e abriu um berreiro
— Winky. — Disse Hermione com firmeza — Tenho certeza de que o Sr. Crouch vai indo muitíssimo bem sem você. A gente o viu, sabe...
— A senhorita tem visto o meu amo? — Perguntou Winky sem fôlego, erguendo o rosto manchado de lágrimas da saia, mais uma vez, e arregalando os olhos para Hermione — A senhorita tem visto ele aqui em Hogwarts?
— Tenho. Ele e o Sr. Bagman são juízes no Torneio Tribruxo.
— O Sr. Bagman vem também? — Guinchou Winky e, para minha grande surpresa ( e de Rony, Harry e Hermione também, pela expressão no rosto deles), ela pareceu novamente zangada — O Sr. Bagman é um bruxo malvado! Um bruxo muito malvado! Meu amo não gosta dele, ah, não, nem um pouquinho!
— Bagman... malvado? — Exclamou Rony
— Ah é. — Disse Winky, acenando furiosamente com a cabeça — Meu dono contou a Winky umas coisas! Mas Winky não vai repetir... Winky... Winky guarda os segredos do amo...
E mais uma vez ela se debulhou em lágrimas; a ouviamos soluçar escondida na saia.
— Coitado do meu amo, coitado do meu amo, não tem mais a Winky para ajudar!
Nenhum de nós conseguimos extrair de Winky nem mais uma palavra que fizesse sentido. Então deixamos ela chorar e terminamos o chá.
— Essa é a garota de que senhorita Roxanne falou, ela que quer libertar os elfos? — Perguntou Aredhel com a voz ligeiramente excitada
— Andou falando de mim Rox? — Mione perguntou com um sorriso
— Talvez. Sim Aredhel, Gildor. Minha amiga Hermione Granger. — Apresentei — Ah, esse ruivo chato é meu irmão gêmeo Ronald, e o moreno é o Harry Potter.
— É um prazer conhecê-los meus senhores. — Se adiantou Gildor — Gildor já ouviu muito falar dos senhores.
Hermione de repente começou a tagarelar com Aredhel e Gildor como se os persuadisse a exigir salário e dias de folga, mas nenhum dos dois pareciam ter interesse, apenas Aredhel pareceu ficar com uma pulga atrás da orelha. Dobby então começou a tagarelar alegremente sobre sua vida de elfo liberto e seus planos para o seu ordenado. Gildor resolveu voltar aos seus afazeres pra não ser induzido por Dobby, Aredhel continuou conosco ouvindo.
— A próxima coisa que Dobby vai comprar é uma suéter sem mangas, Harry Potter! — Disse ele alegremente, apontando para o peito nu
— Suéter. — Se admirou Aredhel com um sorriso — Aredhel acha suéters muito lindos.
Eu e Rony rapidamente nos entreolhamos e abrimos um sorriso.
— Vou lhe dizer o que vou fazer. — Disse Rony, que parecia ter se afeiçoado muito ao elfo
— O que vamos fazer. — Corrigi com um sorriso enorme
— Exatamente. Vamos lhes dar um suéter que a nossa mãe tricotar no Natal, sempre ganhamos um. — Explicou Rony
— Vocês não tem nada contra a cor cinza e marrom, né?
Dobby ficou encantado e Aredhel pareceu que ia cair no choro de tanta emoção.
— Talvez a gente tenha que dar uma encolhida neles para caber em vocês, mas tenho certeza que vai combinar bem. — Contei
Quando nos preparavamos para ir embora, muitos elfos que nos cercavam se aproximaram, oferecendo lanchinhos para levarmos. Hermione recusou, com uma expressão constrangida, ao ver a maneira com que os elfos continuavam a se curvar e fazer reverências, mas eu, Rony e Harry enchemos os bolsos com bolos e tortas.
— Muito obrigado! — Disse Harry aos elfos, que tinham se agrupado em torno da porta para nos desejar boa-noite — Até à vista, Dobby.
— Harry Potter... Dobby pode ir ver o senhor de vez em quando, meu senhor? — Perguntou Dobby tenteando
— Claro que pode. — Disse o garoto e o elfo abriu um sorriso
— Tchau Dobby. Tchau Aredhel, tchau Gildor. — Gritei da porta para os elfos que também se despediram
— Sabe de uma coisa? — Disse Rony, depois que nós quatro haviamos deixado a cozinha para trás e já estávamos subindo as escadas para o saguão de entrada — Todos esses anos sempre fiquei realmente impressionado com a capacidade de Fred e George pegarem comida na cozinha, ora não é nada difícil, não é mesmo? Os caras mal podem esperar para dar a comida!
— Acho que foi a melhor coisa que poderia ter acontecido a esses elfos, sabe. — Disse Hermioneseguindo à frente para subir a escadaria de mármore — Dobby ter vindo trabalhar aqui, quero dizer. Os outros elfos vão ver como ele está feliz, depois de libertado, e devagarinho vão se lembrar de desejar a mesma coisa!
— Vamos esperar que eles não prestem muita atenção na Winky, né? — Falei mordendo um pedaço de torta de abóbora
— Ah, ela vai se animar. — Disse Hermione, embora parecesse meio em dúvida — Depois que passar o choque e ela se acostumar a Hogwarts, vai ver que está muito melhor sem o tal do Crouch.
— Mas ela parece que ama o cara. — Disse Rony com a voz engrolada (acabara de morder o bolo).
— Mas ela não tem uma boa opinião do Bagman, não é? — Comentou Harry — Que será que Crouch diz dele em casa?
— Provavelmente diz que Bagman não é um bom chefe de departamento. — Disse Hermione — E vamos ser sinceros... ele tem razão, não acham?
— Mesmo assim, eu preferia trabalhar para ele do que para o velho Crouch. — Disse Rony — Pelo menos Bagman tem senso de humor.
— Concordo plenamente. — Me adiantei em falar
— Não deixa o Percy escutar vocês dizendo isso. — Falou Hermione, dando um sorrisinho
— É, Percy não iria querer trabalhar para ninguém que tivesse senso de humor, não é mesmo? — Disse Rony, agora começando a comer a bomba de chocolate
— Claro que não. — Concordei também comendo um dos meus doces — Percy não reconheceria uma piada nem que ela dançasse pelada na frente dele, usando só o abafador de chá do Dobby na cabeça.
Hello bruxinhos!
Só eu, que com esse final, lembrei do acontecimento de Relíquias da Morte quando Percy conta uma piada?? Fiquei mal agora, mas ok...
Eu tô muito animada com os novos capítulos que escrevi. Espero que estejam preparados para as novidades, estou cada dia mais ansiosa...
Ah, e eu acabei de escrever o bônus da Lavender, vou postar ele antes do capítulo do baile... Mas antes quero saber uma coisa, com quem vocês shippam ela?
– Bjos da Tia Nick
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