{05} O Cérbero do 3° Andar
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05. O Cérbero do
Terceiro Andar
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Espero que estejam satisfeitos com o que fizeram. Podíamos ter sido mortos ou pior, expulsos. Agora, se vocês não se importam, eu vou me deitar.
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Eu e Ron estávamos bastante preocupados com Harry. Somente na hora do jantar enquanto estávamos sentados comendo, foi que vimos ele se aproximando. O garoto parecia elétrico, sentou-se ao meu lado de imediato, sem dar uma só palavra. Eu estava louca pra saber o que tinham resolvido.
— E então? — Ron perguntou — Vão te expulsar?
— Castigar? — Perguntei
— Não... Vocês não vão acreditar no que aconteceu... A professora Minerva disse que tenho potencial como... huh... como se diz mesmo?
— Apanhador?
— Isso! Ela quer que eu entre no time da Gryffindor!
— Harry... isso é incrível! — Ron falou empolgado
— Pera, mas os alunos do primeiro ano nunca, definitivamente nunca... — Quase engasguei enquanto tentava falar
— Ele vai ser o jogador da casa mais novo do último...
— Século! — Harry completou — Oliver me disse.
— Meu Deus, Harry, estou tão feliz por você.
Eu estava tão surpresa e Rony estava tão admirado, tão impressionado, que ficamos ali sentados, olhando de boca aberta para Harry.
— Vou começar a treinar na próxima semana. — Anunciou Harry — Só não contem a ninguém, Oliver quer fazer segredo.
Fred e George entraram nesse momento no salão, viram a Harry e foram depressa falar com ele.
— Grande lance. — Falou George em voz baixa — Oliver nos contou. Estamos no time também... batedores.
— Sabe de uma coisa, tenho certeza de que vamos ganhar a taça de quadribol deste ano. — Disse Fred — Não ganhamos desde que Charlie terminou a escola.
— Ah, o Charlie sempre foi o melhor! — Tratei de dizer sorrindo
— Só fala isso porque ele é seu “irmãozinho preferido”. — Caçoou Rony
— Ciúmes, bebê? — Eu ri da cara dele
— Sim, o Charlie era ótimo. — Disse Fred — Mas o time deste ano vai ser brilhante. Você deve ser bom, Harry, Oliver estava quase dando pulinhos quando nos contou.
— Em todo o caso, temos de ir, Lee Jordan acha que encontrou uma nova passagem secreta para sair da escola.
— Por que vocês não se casam com esse tal Lee Jordan, hem? — Caçooei enquanto eles se afastavam
Fred e George mal tinham desaparecido quando alguém menos bem-vindo apareceu: Draco, ladeado por seus tão leais cães de guarda.
— Comendo a última refeição, Potter? Quando vai pegar o trem de volta para terra dos trouxas?
Me coloco de pé o encarando.
— Olha só, o fantasminha está bem mais confiante agora que está acompanhado dos seus leais cães de guarda! — O provoco
— Eu enfrento vocês a qualquer hora sozinho!
— Ah, tem certeza?
— Claro, que tal um duelo de bruxos? — Ele propõe com um sorriso de lado — Espero que saiba que tenho grandes habilidades. Hoje à noite, se você quiser é claro, só varinhas, sem contato.
— Ótimo. — Respondi com um largo sorriso
— Eu vou ser o padrinho dela. — Rony prosseguiu se levantando e ficando ao meu lado — Quem vai ser o seu?
Draco mirou Crabbe e Goyle, medindo-os.
— Crabbe, meia-noite está bem? Nos encontramos na sala dos troféus, está sempre destrancada.
Draco logo saiu e eu e Ron retomamos nossos assentos, Harry parecia confuso.
— O que é um duelo de bruxos? — Harry perguntou — E como assim, você vai ser padrinho dela?
— Bom, o padrinho fica lá pra tomar o lugar se você morrer... — Ron explicou — Mas as pessoas só morrem em duelos de verdade, e aliás, se alguém tem chance de morrer é o Malfoy, minha irmãzinha vai fazer picadinho dele.
— Sim, não tenho dúvidas de que acabaria com ele. — Sorri confiante — Mas, eu não vou aparecer na sala dos troféus.
— Então porque aceitou? — Harry me olhou intrigado
— Fala sério meninos, pensem, Draco não vai aparecer, iria avisar a alguém que estaríamos lá e ficaríamos fritos.
— É, faz sentido.
— Claro que faz. — Reviro os olhos — Como não perceberam isso?
— Assim né Ron... — Harry começou a falar — Você tem certeza que a Rox é sua irmã? Ela é tão inteligente.
Ron arqueou uma das sobrancelhas sem entender e eu soltei uma gargalhada voltando a dar atenção a minha comida, mas bem que fazia um pouco de sentido o que Harry disse.
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No dia seguinte, eu estava perfeitamente de bom humor, estava ao lado do meu irmão e Harry quando as corujas invadiram o salão, como de costume, porém a atenção de todos foi atraída exclusivamente para seis corujonas que carregavam um longo pacote. Desceram planando e o largaram bem diante de Harry fazendo a comida de seu prato voar.
— Harry... Isso é... — Falei com os olhos arregalados — Isso é...
— Uma vassoura. — Ron completou minha frase com um sorriso — Vamos, temos que abrir.
Saímos os três, extremamente ansiosos do salão, para desembrulhar a vassoura antes do horário da primeiro aula, mas, parecia que o mundo estava conspirando contra nós, pois somos barrados por Crabbe e Goyle. Draco arranca o embrulho da mão de Harry e começa a apalpar ele.
— É uma vassoura. — Rosnou com uma feição irritada — Você vai se ferrar
Potter, os alunos do primeiro ano não podem ter vassouras.
Empurrei Draco pra trás arrancando a vassoura de suas mãos e a entregando de volta para Harry.
— Não é uma vassoura velha qualquer, é uma Nimbus 2000. — Meu irmão observou
— Qual foi a que você disse que tem em casa mesmo, Draco? — Comecei a gargalhar — Ah, sim, uma Comet 260 não é?
— A Comet é boa, mas não tem a mesma classe da Nimbus.
O melhor de ser gêmeos com certeza era completar as frases, e eu e Ron parecíamos realmente pensar igual, pois sempre fazíamos isso.
— E o que é que vocês dois entendem disso, hen, Weasley? Não poderiam nem comprar a metade do cabo. Vai ver, vocês e seus irmãos tem que economizar para comprar palha por palha.
Avancei pra cima dele tentando o bater, mas Ron me segurou imediatamente.
— Isso, controle a idiota da sua irmã! — Ele riu
Ron continuava segurando meus braços, se ele sequer pensasse em soltar, com certeza eu mataria Draco.
— Você já está testando meu limite, Malfoy! — Ron falou sério — Eu acho melhor você não mexer com a minha irmã, ou eu vou ser obrigado a te matar.
— Você não tem essa coragem... Assim, como eu sei que nenhum dos três foram corajosos o suficiente para irem a sala dos troféus. É, eu sei que não foram, covardes!
Dei uma risada nasal e finalmente Ron me soltou, cruzei os braços olhando para Malfoy.
— Sabe porque não fomos pegos, né? Eu sei o seu joguinho, Malfoy. Sei das suas intenções, não sou idiota, se eu fosse você, me deixava em paz!
Antes que ele tivesse a chance de me responder, somos interrompidos pelo professor Snape que apareceu bem ao meu lado.
— Não estão brigando né meninos?
— Professor, a Roxanne tentou me bater e o irmão dela disse que iria me matar. — Draco falou depressa
— Ah, é mesmo? — Ele se virou para eu e meu irmão irritado
— Mas professor, ele que está nos incomodando! Não suportamos mais a forma que ele nos trata, não ver? — Harry tentou intervir
— Calado Potter, menos cinquenta pontos pra Gryffindor por causa da sua petulância e desses dois Weasley, eu realmente achei que não tinha como serem pior que os outros gêmeos, mas parece que eu estava enganado. Se continuarem assim, vão acabar perdendo a taça das casas.
— Mas... Mas...
— Querem perder mais pontos?
Opto por ficar calada, se não acabaríamos sem nenhum ponto por minha causa.
Snape logo dar as costas e vai embora. Draco tinha um sorriso malicioso e convencido no rosto.
— Posso não te bater agora. — Falo o olhando diretamente — Mas uma hora, você vai ter o que merece, você não perde por esperar, Malfoy!
Ele deu uma risada nasal e saiu colocando as mãos no bolso junto de Crabbe e Goyle. Bufei já sem paciência, eu odiava aquele garoto, maldito loiro, malditos olhos claros.
— Já vi que não vamos ter paz enquanto esse cara estiver em Hogwarts. — Harry comentou
— É, ele vai nos pertubar por muito tempo. — Ron concordou
— Eu odeio Draco Malfoy! — Falei irritada — Eu o odeio com todas as minhas forças, eu quero que aquele branquelo ridículo morra! Maldito loiro!
Saí andando os deixando sem entender meu surto.
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No dia seguinte, enquanto saíamos do Salão Principal, eu, Harry e Rony estávamos apenas jogando conversa fora enquanto subíamos as escadas para nosso salão comunal, já que era quase hora de dormir. Nem tinha percebido que Hermione estava à dois passos da gente, resmungando algo.
Mas, como Percy havia falado, de repente as escadas começam a se mexer, nos levando na direção totalmente contrária, nos deixando em frente a uma porta.
— Melhor irmos por aqui. — Digo
— É... antes que as escadas mudem de novo. — Ron completou
Abrimos a enorme porta de madeira e passamos por ela, a mesma dava em um corredor longo e escuro.
— A gente não devia estar aqui. — Hermione se pronunciou — É o terceiro andar! É proibido!
— Ué, mas as escadas que nos trouxeram. — Ironizei
— Vamos embora...
Assim que nos viramos, escutamos um miado e damos de cara com a gata de Filch, o zelador. Sabíamos bem que estaríamos encrencados caso descobrissem que estávamos aqui.
— CORRAM! — Meu irmão fala
— Nem precisa dizer duas vezes!
E assim fizemos, começamos a correr pelo enorme corredor escuro, até nos depararmos com uma porta. Ron começa a puxar a maçaneta várias vezes, mas não consegue a abrir.
— Está trancada...
— Acabou, estamos perdidos. — Falei nervosa — Vamos morrer.
— Ah, sai da frente! — Hermione fala empurrando a mim e ao meu irmão um pouco para o lado e direcionando sua varinha para a maçaneta da porta — Alohomora.
A fechadura na mesma hora se move, destrancando a porta, eu e Ron entramos na frente e Harry e Hermione entram logo atrás.
— Acho que despistamos eles... — Comentou Harry aliviado — Eles acham que essa porta está trancada.
— Por uma boa razão... — Eu e Ron falamos quase gaguejando, ao mesmo tempo e tremendo
Nossos olhos estavam focados no que estava bem a nossa frente. Um cachorro monstruoso que ocupava todo o espaço entre o teto e o piso. Tinha três cabeças, eram três pares de olhos enormes que giravam enlouquecidos, três narizes, que franziam e estremeciam farejando e três bocas babosas, a saliva escorria em cordões viscosos das presas amarelas.
A única razão pela qual ainda estávamos vivos era porque tínhamos o pegado de surpresa, mas ele já estava se recuperando depressa, não havia dúvida quanto ao significado daqueles rosnados.
Me virei para porta e percebi que Harry já tateava a maçaneta, entre Filch e a morte, era óbvio que preferíamos encarar Filch.
Disparamos para fora da sala pela mesma porta que havíamos entrado, quase voando pelo corredor. Filch devia estar com pressa pra nos procurar em outro lugar, porque não o vimos em parte alguma, felizmente. Mas, isso não importava mais, tudo que queríamos era correr até o retrato da Mulher Gorda no sétimo andar.
— Onde foi que os queridinhos estavam? — Perguntou ela
— Não interessa, focinho de porco, focinho de porco. — Harry falou impaciente
Entramos no salão comunal rapidamente, sem pensar duas vezes, mas logo paramos pra recuperar o fôlego.
— Que é que vocês acham que eles estão querendo com uma coisa dessas trancada na escola? — Ron perguntou enquanto retomava o fôlego
— Se existe um cachorro que precisa de exercícios é aquele. — Harry completou
— Cérbero. — Corrigi
— O quê? — Os dois perguntaram
— O Cérbero na mitologia grega, era um cão monstruoso de três cabeças que guardava a entrada do mundo inferior, o reino subterrâneo dos mortos, deixando as almas entrarem, mas jamais saírem e despedaçando os mortais que por lá se aventurassem. — Expliquei rapidamente quase sem respirar
Os três me olharem como se eu tivesse falado a coisa mais sem sentido do mundo.
— Como é que ela sa... — Harry tentou falar, mas Hermione o interrompeu
— Vocês não usam os olhos!? — Implicou ela — Vocês não viram em cima do que ele estava?
— A entrada pro submundo? — Perguntei
— Eu não estava olhando para as patas dele, fiquei ocupado demais com as cabeças! — Ron disse impaciente
— Por Merlin, ele estava em cima de um alçapão, é claro que está guardando uma coisa. — Explicou ela
— Espero que não seja a entrada pro submundo.— Harry cochichou para Ron, mas ainda pude ouvir
Ela nos olhou irritada.
— Espero que estejam satisfeitos com o que fizeram. Podíamos ter sido mortos ou pior, expulsos. Agora, se vocês não se importam, eu vou me deitar.
E assim ela simplesmente desapareceu.
— Eu acho que ela deveria definir suas prioridades. — Comentou Ron
— Ser expulso é pior que morrer? — Perguntei confusa
— Ele estava guardando alguma coisa... — Harry pensou em voz alta
Acabei soltando um bocejo e percebi que já estava bastante cansada e me despedi dos meninos indo em direção as escadas para o meu quarto.
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