Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

OS OLHOS DA MORTE

O que eu poderia te dizer para justificar minhas ações?

Nada.

Elas eram simplesmente anos de dores acumuladas que precisavam sair. Um ser humano, na maioria das vezes, é quem faz suas próprias escolhas, consciente de que todas elas têm um preço a se pagar no futuro ou um fruto a colher.

Nenhuma frase dos meus livros, nenhuma teoria ou ideia poderia ser suficiente ou coerente com minhas decisões finais. Talvez a situação, talvez meu passado ou talvez o medo de perder mais pessoas queridas pra mim. Não existe nenhum sentimento no mundo capaz de mudar uma pessoa tanto quanto vingança. 

Não havia nada que conseguisse me parar naquele instante.

Eu iria matá-lo mesmo que custasse minha própria vida.

Existia no mundo uma garota destinada à grandeza.

Ela transitava entre o mundo dos hérois e o submundo dos vilões em busca de informações e criminosos. 

E era vista de diferentes maneiras. 

Espiã, soldada, filha, irmã, amiga, aluna, pupila. Ela foi odiada por muitos, mas amada em dobro por quem a conhecia.

Mas assim como ela tinha amor em seu coração, a semente de ódio e vingança que existia dentro dela cresceu a cada vez que ela era condenada a uma vida miserável e de dor. E um dia, depois de perder todos que amava de diferentes maneiras, ela deixou que aquilo tomasse conta de si.

Culpe o destino ou as circunstâncias, ou ambos.

No dia em que cumpriria a última missão que aceitou receber, assim que o sol despontou no horizonte, a garota se separou de seu amigo e começou a trilha seu próprio caminho. Antes de executar seu trabalho principal, uma ideia que havia se instalado em sua mente a algum tempo a levou à delegacia de polícia perto do hospital central em que se encontrava alguns dos criminosos presos na última guerra, incluindo um de seus fantasmas particulares.

Invadir uma delegacia de polícia era algo irreal para os vilões. 

Mas não para uma espiã altamente treinada, mas ela queria uma abordagem diferente da que utilizava no trabalho.

A garota se esgueirou pelas sombras formadas pelas luzes que falhavam acima dela, mantendo-se silenciosa enquanto se movia pelos corredores. As câmeras? Já haviam sido quebradas pelo poder dela, e os guardas? Os poucos que se encontravam no lugar ficaram desmaiados devido ao ar que ela havia roubado de seus pulmões. Pequenos truques que havia aprendido e acumulado ao longo dos anos.

Ela procurava entre as celas o monstro dos pesadelos dela no lugar que sua superiora havia indicado. 

“Minha mãe se orgulharia?”, ela pensava, “Ela se orgulharia do que eu vou fazer?”.

Quando achou a porta da cela em que o homem de idade avançada se encontrava, ela facilmente quebrou a tranca da porta com seu poder e a abriu para encontrá-lo. Ele olhava a garota na porta como se visse a própria morte em pessoa, iluminada pelas luzes do corredor que piscava atrás dela carregando ódio em suas veias das mãos que brilhavam em vermelho.

__ Doutor Kyudai Garaki…

Vendo a sua frente o homem que havia feito de seu corpo um arma, ela queimava de raiva, sua vontade era gritar até que suas cordas vocais se rompessem, enfiar suas unhas na carne dele até jorrar de sangue. Mas ela precisava manter a calma por fora até o momento de sua luta final ou ela iria perder o único fio de sanidade que lhe restava.

Quando os pequenos tremores na voz do homem à sua frente se transformaram na pronúncia de seu nome, a garota usou seu poder para fechar sua boca e até mesmo sua garganta. Enquanto ele se debatia tentando respirar, ela se aproximou lentamente se lembrando de cada momento em que ele havia quebrado sua mente e a ferido fisicamente. 

__ SIlêncio. Hoje sou eu quem vai fazer alguns experimentos. Fica tranquilo, isso vai ser extremamente doloroso, mas você não vai morrer. Se eu sobreviver ao seu mestre hoje, vou voltar toda vez que você achar que acabou. Vai sentir seu corpo te queimando de dor, vai sentir isso até que prefira morrer. Mas não vou permitir isso. Você tem que sofrer por cada um que feriu.

Se o karma existe mesmo, ela não tinha certeza. 

A única coisa que sabia é que ela seria o karma dos homens que a feriram.

__ Vamos começar… Doutor? - ela sussurrou.

A garota não tinha consciência, mas toda vez que seu ódio tomava sua mente, seu poder transbordava. O que ela chamava de ver o mundo vermelho, na verdade eram apenas seus olhos queimando com a cor demonstrando toda a raiva que guardava dentro de si.

Os olhos vermelhos da Morte.

E enquanto ela mantinha o homem de joelhos com os olhos fixos nela, os gritos de dor e o som de sua respiração falhando preenchiam seus ouvidos.

Eram como uma canção para orquestrar sua vingança.

E então, a garota sorriu.

E quando menos esperava, os gritos em seus ouvidos foram silenciados pela própria risada dela enquanto uma única lágrima escorreu por seu rosto.

A garota se divertiu e sofreu durante o tempo que achava necessário para puni-lo e depois deixou o lugar da mesma maneira em que entrou e decidiu que queria fazer aquilo dali pra frente.

Nunca mais sair por becos e saídas escuras.

Ela queria a porta da frente. 

O centro das atenções.

Ela seguiu seu caminho buscando seu próximo alvo. 

All For One, o Rei dos Demônios.

Ele era o maior vilão do país, foi vencido pelo All Might duas vezes, mas conseguiu ressurgir novamente, mas não havia mais o Símbolo da Paz para vencê-lo e não seria justo deixar que o pupilo do Herói, que havia sido seu colega de turma Deku, carregar a luta de ser professor.

Na mente dela, não era justo que nenhum outro herói se sacrificasse em vão tentando vencer aquele homem na força.

“Heróis também precisam ser salvos”, ela pensou.

Ele foi listado como um vilão Classe-S, o mais alto nível entre os vilões. Era muito mais velho do que aparentava ser devido a alguma de suas individualidades que aumentava seu tempo de vida ou coisa parecida. Dentre as muitas individualidades que possuía, diversas foram roubadas de outros usuários, força e resistência aprimoradas, poder de ataque em nível extraordinário, inteligência absurda e várias outras. Nesse caminho ele havia tirado a vida de muitas pessoas, ferido milhares, causado dor e sofrimento a muitos. Era o maior problema dos heróis, eles não conseguiam um meio para vencer um ser que era mil vezes mais poderoso que qualquer um.

A garota repassava cada detalhe do relatório preparado por sua chefe sobre cada individualidade conhecida dele e cada movimento de luta que conseguiram registrar. Ela tinha um plano em mente, mas dependeria de coisas que estavam fora de seu controle.

Usando sua individualidade para se mover rapidamente, ela seguiu em direção a localização indicada no planejamento dos heróis que seu departamento conseguiu, as montanhas de Gunga. 

Ela se manteve afastada no alto de uma das colinas e caminhou lentamente  recuperando o fôlego. Enquanto andava, mil pensamentos se passavam em sua mente, ela estava nervosa e ansiosa de ter que encarar o homem que destruiu sua vida há anos atrás. Ela tinha ódio por ele, mas por algum motivo, ela não sentia aquilo naquele instante.

Era isso que sua chefe chamava de medo? Medo de não conseguir voltar? Ela já havia sentido isso quando lutou com o Nomu daquele homem, mas seu coração estava mil vezes pior.

Ela se sentou ao pé de uma das árvores tendo vista para o que seria e se tornaria o campo de batalha. Ela cutucava suas unhas de ansiedade enquanto seu coração batia rápido mesmo que estivesse parada. Percebendo que chegaria ao seu limite se não fizesse nada, ela levou a mão ao seu ouvido direito e ligou o ponto de contato, preferindo a companhia da voz de seu veterano do que a solidão.

“Ei princesa, seus níveis cardíacos estão disparados, então é melhor respirar bem fundo”, ele disse diretamente.

__ Como sabe? - ela sussurrou.

“As contenções tem outras funções, estamos monitorando seus passos pra não te perder de vista. Eu tô impressionado em como seu coração ainda não teve um ataque até agora”

__ Eu não me sinto melhor quando me diz isso! Não devia me ajudar?!

“A minha função sempre foi te provocar, não ser um terapeuta ou coisa assim, sabe disso”

__ Ainda não é minha hora - ela disse suspirando ignorando seu veterano - acho que não tenho outra opção a não ser esperá-los. Shin, o que está fazendo aí? 

“Retocando o cabelo. Depois de todo esse drama e estresse entre guerra e romance entre espiã e herói, já tava na hora de mudar o visual ou eu também iria surtar”

__ Qual a cor da vez?

“Não vou te contar. Quero que volte viva pra ver”

__ Certo, é justo - ela disse abrindo um pequeno sorriso - Shin…

“Sim Aki?”

__ Obrigada, por ter ficado do meu lado.

“Isso não é uma despedida, né?”, perguntou com a voz falhando.

__ Não, só estou dizendo o que eu sinto - ela disse encostando a cabeça na árvore - É estranho pensar que eu não fiz nenhum plano pra minha vida até agora? Eu nem sequer sei o que quero além de me vingar… Isso não é vergonhoso?

“Não acho isso. Eu também não fiz planos pra mim”

__ Ah, é mesmo?

“Aki, que tal fazermos compras quando tudo acabar? Podemos usar o cartão da chefe e comprar todos os presentes de aniversário e Natal que ela te deve! Eu descobri a senha há um bom tempo, sei que ela vai ficar zangada, mas posso te levar em umas lojas bem caras da cidade!”

__ Me parece bem legal - ela disse sentindo a animação do garoto - Vamos fazer isso então, Shin.

“Um passo de cada vez princesa. Volte viva e faremos compras e depois disso a gente pensa no que fazer com as nossas vidas. Eu vou fazer dezoito anos em breve, então talvez eu tire um ano sabático às custas da Divisão, o que acha?”

__ Contanto que você fique por perto, pode fazer o que quiser e…

Antes que ela terminasse sua fala, um portal se abriu a menos de um quilômetro de onde estava, jogando tantos os heróis quanto alguns vilões da Liga, e diante dela, estava seu alvo lutando contra o herói número um, Endeavor. Esse era o plano principal dos heróis, separar Tomura Shigaraki e All For One para que não pudessem se tornar algo invencível.

Percorrendo a luta com seus olhos, ela não via o garoto com que tinha uma profunda ligação e só por um pequeno instante ela suspirou de alívio, ela não queria que ele visse o que ela faria e nem que pudesse perder a vida dele para aquele monstro.

A garota se levantou e se colocou em prontidão caso a luta viesse até ela antes do esperado enquanto seu coração disparava. Existe um grande abismo entre uma luta contra somente um Nomu e uma batalha de guerra contra o maior vilão do país. A garota observou de longe cada golpe de fogo que o herói lançava no homem mesmo que não estivesse surtindo efeitos. Ela se preocupava principalmente com seu irmão, Hawks herói número dois, acabasse se ferindo gravemente, já que ele havia perdido suas asas para Dabi, filho do Endeavor, na última batalha. Ela sabia das chances, sabia que ele não havia se recuperado.

Era um risco tão grande que ela nem queria imaginar.

__ Shinkai, está vendo isso?

“Sim, mas as coisas não estão um caos só aí”, ele comentou com a voz pesada.

__ Imagino. Quão difícil está agora?

“Uma zona de guerra em cada canto do país… Isso é maior que qualquer luta que a chefe já orquestrou…”

A garota observou de longe os movimentos de seus irmão com a espada e os golpes de Endeavor que estavam espalhando calor por toda a colina. Mas algo chamou sua atenção quando visualizou seus colegas de turma Tokoyami e Jirou indo em direção ao alvo dela. Ela observou ofegante enquanto via a luta se intensificar cada vez mais, porém ela não poderia interferir, ainda não era hora.

Se permitiram que os alunos viessem para aquele lugar, ela não queria imaginar o que estava acontecendo nas outras áreas. Mas sua afeição por eles falou mais alto e então, finalmente conseguindo falar, buscou por algo que a aliviasse.

__ Shin, como… como eles estão? - ela perguntou com a voz falhando.

“Não se preocupe mais do que precisa, eles… eles estão bem”

Ele hesitou na resposta, ela pensou. Se o garoto que poderia demonstrar qualquer face que fosse necessária para conseguir o que queria havia hesitado, então algo terrível havia acontecido. Naquele momento, seu coração errou as batidas e sua respiração falhou por um instante.

__ Não minta pra mim… - ela disse com a voz quebrada - Você pode ver tudo que está acontecendo aí da Base, como eles estão Shin? Diz a verdade.

“Akira, eles vão ficar bem… mas agora, preciso que acredite na minha mentira uma única vez”, ele respondeu.

A garota respirava fundo enquanto tentava se acalmar e não pensar no pior.

Ela precisava acreditar naquela mentira.

Ela encostou as costas na árvore, repassando em sua mente cada detalhe do plano para não entrar em crise com a hipótese de algum deles ter se machucado.

“Acredite nele. Uma única vez, acredite nessa mentira”, ela pensou.

A batalha diante dela ficava cada vez mais brutal, porém para sua surpresa, nem isso era capaz de conter as pragas que consideravam como repórteres, que sobrevoaram os céus televisionando a luta principal. Ela não entendia o que se passava na mente deles, não importava para ela a desculpa de que precisavam registrar um momento grandioso, eles estavam apenas atrapalhando.

__ Será que dá pra dar um jeito naqueles repórteres? - disse irritada - Eu vim fazer meu trabalho, não dar um show ao país inteiro!

“Se preocupa não, vamos tirar esses idiotas daí quando for a sua deixa”

Hawks e Endeavor a surpreenderam quando conseguiram quebrar a máscara de respiração que o vilão usava e queimá-lo vivo. Os céus foram tomados pelas chamas alaranjadas e por um instante, a garota acreditou que acabaria ali.

Mas ela estava tão enganada.

Assim como os Nomus mais fortes possuíam capacidade de regeneração, a pele queimada foi descartada e All For One retomou a sua forma mais jovem.

"Eles... eles não vão mesmo... conseguir", ela pensava aflita. A luta continuava a distância, seus amigos de turma tentavam conter o vilão, os heróis restantes se envolviam ainda mais na batalha, mas tudo pareciam sem sentido quando observado de longe.

Ela era uma espectadora naquele momento e seu coração doía com aquilo. Precisava que os heróis conseguissem uma vantagem ou seu poder acabaria sendo inútil.

__ Shin… - sussurrou - acho que é a minha vez…

“Vamos tirar aqueles repórteres intrometidos daí. Boa sorte princesa, eu vou estar aqui te vendo brilhar”

Ela desligou o ponto de comunicação e pela primeira vez, sentiu que não conseguiria. Parte dela queria chorar ali mesmo e outra dar às costas e correr.

Mas não dava mais pra viver fugindo de seu passado.

Respirando fundo, a garota ajeitou a portura e se esgueirou entre as árvores que permaneceram de pé devido a luta intensa para se esconder. A chuva havia começado a cair, encharcando sua roupa, mas felizmente graças as tranças seu cabelo se mantinha longe de seus olhos. Aquele era um clima ideal para o ar de uma luta época devia ser o que o universo queria.

Sua atenção foi desviada  por um breve instante para algo azul que caiu sobre seu ombro direito. Olhando de canto, uma borboleta com asas tão vividas quanto o céu azul vibrante se destacava em meio ao tom vermelho sangue do uniforme.

Sua mãe gostava muito de ler um livro específico quando a colocava para dormir.

Com os olhos marejados, a garota observou aquele ser partir à sua frente, sumindo entre as gotas de chuva.

__ Seis coisas impossíveis... Conte Akira - ela sussurrou enquanto fechava seus olhos, tentando ignorar a tremedeira em suas mãos - Primeira, tem uma poção que faz você encolher... Segunda, tem um bolo que faz você crescer... Terceira, animais sabem falar... Quarta, gatos podem desaparecer... Quinta, o país das maravilhas existe...

Para uma garota que teve seus sonhos roubados, palavras de uma sonhadora guerreira pareciam adequadas naquele instante decisivo.

__ Sexta... - disse abrindo os olhos vermelhos como brasas das chamas - Eu posso matar o All For One.

Uma chance era tudo que tinha.

Não poderia se permitir errar.

Ser perfeita como foi criada para ser.

Quando chegou à zona principal, ela acelerou a corrida e se lançou aos céus deixando um rastro vermelho atrás de si. Vendo tudo de cima, ela localizou seu alvo diante do homem que considerava como seu irmão.

"Passarinho idiota... não faz isso", ela pensou.

Quando raios cortaram os céus, a garota pousou no chão entre eles.

Com seus olhos se levantando, o dono de seus maiores pesadelos estava frente a frente com ela mais uma vez.

Ela foi criada em diferentes ambientes. Lutou com vilões e passou noites os observando. Aprendeu diversas artes marciais e métodos de rastreamento com os espiões do governo. Entendeu como deveria ser gentil e proteger as pessoas mais fracas.

Ela era tudo.

Tudo o que temiam, odiavam e amavam.

E sendo tudo, era a única capaz de deter a praga mais mortal de seu mundo. 

__ Não imaginei que iria vê-la outra vez - a voz de seus pesadelos disse - Finalmente voltou, Akira Hattori.

Ele parecia muito mais jovem devido a regeneração, mais ainda possuía os cabelos brancos que se lembrava e o olhar de superioridade misturado com o terror de suas vítimas.

__ Kira... - seu irmão sussurrou atrás dela e quando tentou avançar para cima dele, a garota prendeu seus pés de forma firme no chão e mesmo com os gritos atrás dele, se manteve o mais firme possível.

Havia algo essencial que decidiria aquela luta. All For One havia roubado uma individualidade capaz de detectar mentiras o que seria um desafio já que ela era uma espiã.

Espiões contam mentiras o tempo todo.

Como ela passaria por isso sem que ele a atacasse de uma só vez? Fácil, contando verdades disfarçadas.

A garota ativou a barreira ao redor deles, que cintilava em um vermelho como seu uniforme, os separando dos outros completamente.

Percebendo que deveria se mover, ela fez algo mesmo contra sua vontade, a garota dobrou seus joelhos perante ele.

__ Por que está com medo? - aquela voz poderosa disse a sua frente.

__ Medo de não ser suficiente e de não falhar novamente.

"Verdade". Não com ele, mas com todo seu departamento, seu veterano e seu irmão.

__ Não chore criança - o vilão disse se abaixando e limpando uma lágrima que ela deixou escapar. Ela sentiu repulsa daquele toque, mas fez tudo para não demonstrar - Não vou te ferir como eles fizeram. 

__ Usada por todos esses anos - disse com a voz baixa - Eles nem sequer se importaram comigo.

“Verdade”

__ Senhor, eu não sou a minha mãe mas se você permitir, posso me tornar pior do que ela já foi um dia.

"Verdade"

__ Posso fazê-los pagar. Levá-los à loucura e os destruir lentamente até que desejem a morte.

"Verdade"

O homem olhou fixamente para ela e então sorriu.

__ Você se tornou perfeita. Deve ser tão frustante para esse inútil perceber que não há nada entre vocês! - disse se referindo ao Herói Número dois que gritava pela garota.

__ O Senhor ainda não tomou o corpo do Shigaraki? Vá logo, posso lidar com os heróis aqui!

"Verdade"

O homem ponderou a opção por um instante e então afirmou com certeza. Porém, para a infelicidade dela, ele deu uma ordem que machucaria seu coração.

__ Então comece com o homem que insistiu em te manter longe de mim. Acabe com o frango que ainda está tentando voar.

Ela não moveu um músculo de sua face, apenas se levantou e se virou para encarar o homem atrás dela. Ele já estava cansado e sangrando da lutas, as últimas penas que sobraram em suas costas quebradas, mas ainda assim permanecia firme, mas naquele instante, seus olhos brilharam entre confusão e tristeza.

A garota sempre admirou seu tutor. Quem poderia imaginar que chegariam a esse ponto?

Sua telecinese alcançou o coração do homem o fazendo se curvar de dor enquanto ela diminuia as batidas o apertando.

__ Quieto gaivota - ela disse mantendo a voz firme - Vai ser uma morte lenta e dolorosa. 

Naquele instante, usando o antigo apelido que deu a seu tutor, a garota rezou aos céus para que o homem percebesse o que ela estava fazendo de verdade. 

O vilão por sua vez, gargalhou de felicidade vendo o que pensava ser uma arma cumprindo seu papel. Ele conseguiu descobrir quando saiu da Tartarus que ela estava sob a tutela do Herói e aquela era a prova que ele precisava de sua lealdade a ele. Ela era tudo o que a mãe falhou em ser, obediente independente de tudo.

Ele andou calmamente em frente, enquanto o herói gemia de dor no chão, porém para sua surpresa, ela não desativou a barreira.

__ Eu só precisava fazer com que ele perdesse a consciência e me aproximar de você - ela disse atrás dele.

__ Isso foi uma decepção bem grande - ele disse com um sorriso irônico, mas o canto de seu olho piscava de raiva - Estava esperando que não cometesse os mesmos erros da sua mãe.

__ Eu sou uma ótima mentirosa. Então, como deseja que eu te mate? 

A barreira caiu, ela não poderia acabar machucando seu irmão por sua luta, então a manteve sob ele. Ele não sairia daquele campo de batalha como planejava, mas sim morrer ali.

Ela garantiria isso.

A garota se elevou aos céus assim como o vilão e deixou seu poder tomar conta de si. Todo o ódio que sentia foi concentrado em seu poder e mais uma vez, seus olhos brilharam em vermelho. O primeiro ataque partiu dele em direção a ela com várias garras negras partindo do corpo do vilão, mas a garota a segurou fortemente. Ela invocou sua força e começou a movimentar o ar e a chuva que caia ao seu redor em um tornado vermelho redor dos dois.

Os heróis não poderiam adentrar aquilo, essa era a intenção dela. Mas ainda mantinha uma luta difícil com All For One.

Ela jogou uma de suas rajadas de energia, mas ele se esquivou facilmente mesmo estando dentro daquele tornado. A espiã continuou empregando toda a sua coragem restante e inteligência para vencer.

Ela tinha que vencer.

Ela sentiu o suor escorrendo pelo rosto mas continuava a lutar, seus movimentos precisos enquanto observava as reações do corpo dele. Finalmente, quando enxergou a abertura em sua defesa, um simples movimento de cansaço devido a luta com Endeavor, ela usou toda sua força para mandá-lo para o chão. Ela se jogou em sua direção fechando ainda mais o tornado entre eles.

A luta era dela.

Ninguém mais tinha que se ferir.

Ofegante e ferida devido as garras que rasparam em sua pele, a garota se apressou em aplicar pressão sob o corpo dele que continuava expandindo seu poder que rachava os chão abaixo dele.

"Só mais um pouco mãe... me ajuda uma última vez", pensava. Seu corpo foi tomado pelo amplificador e a telecinese por completo mesmo que as contenções em seus pulsos se opusessem.

Assim como o Nomu, ela precisava o destruir de dentro para fora, mas enquanto ele não parasse de tentar matá-la, isso seria difícil.

Endeavor, Hawks e os outros causaram estragos no corpo dele, então era dever dela continuar.

Enquanto ele tentava escapar, a garota aplicava mais pressão em seu copro com a telecinese, até que alcançou o que queria. Ela começou pelos ossos, que foram quebrados brutalmente causando um urro de dor no homem. Os olhos dele queimavam de ódio e a garota estava sofrendo mais ataques com as garras, mas não podia parar.

Ela rompeu cada fibra que seu poder alcançou, cada músculo e célula de regeneração enquanto o corpo dele era esmagado no chão enquanto ficava cada vez mais vermelho. Mas assim como na luta com o Nomu, a garota foi tomada por uma prazer no que estava fazendo, algo que não conseguia controlar.

Era natural.

Era tão simples ter o coração de alguém sendo apertado pelas suas mãos.

__ Não existe nenhum motivo pra você continuar vivendo - ela disse acima dele - Sua existência foi miserável, assim como sua alma podre.

__ Não pode... Eu proibo... você - All For One disse com dificuldade enquanto ela apertava ainda mais seu coração. O gosto metálico tomou sua boca e logo ele se encontrava tocindo vermelho para fora.

__ Você não é meu mestre - sussurrou em resposta. A garota ergueu a mão a sua frente tendo suas veias brilhando com o mesmo vermelho de seus olhos.

Naquele momento, o Rei dos Demônios viu a própria Morte estendendo a mão em sua direção.

Seu olhar era vazio e ao mesmo tempo trazia o caos consigo.

A imagem da mulher de longos cabelos negros e olhos tão frios quanto a neve, que um dia ficou ao seu lado por medo, pairava acima dela o chamando para o inferno.

A mulher tinha sido o início de sua ruína.

E a garota era o fim para sua vida.

__ Acabou.

__ Eu amaldiçoo você… - ele sussurrou entre as poucas respirações que ainda o restavam - V-vai passar o resto da sua vida fadada à… à carregar as almas que.. ela ceifou…

__ Não diga o que eu vou ou não fazer com a minha vida - ela sussurrou acima dele - A minha mãe vai cuidar de você do outro lado e vai ser bem doloroso por toda a eternidade. 

Os olhos dele começaram a ser inundados de lágrimas de sangue que queimavam a pele dele. Ele tentou lutar contra o controle dela, mas não importa quantas individualidades um homem tenha. No fim, uma mulher que não tem mais nada a perder sempre será o ser mais mortal do lugar.

__ Adeus, Rei dos Demônios - ela sussurrou zombando com um sorriso no rosto olhando em seus olhos.

Ela queria aquilo.

Queria que a última visão dele neste mundo fosse o sorriso de alguém que o superou.

A barreira caiu, porém ela não conseguia ouvir as batalhas ao seu redor. Nem sequer o som dos trovões acima dela. Naquele momento, a única coisa que a garota sentiu foi que já estava morta por dentro. Seu corpo era só uma casca vazia assim como o dele que estava caído aos seus pés.

Ela deu um fim a vida dele, mas a que custo?

E quando ela menos esperava, uma lágrima quente escorre pelo seu rosto. Era difícil de se perceber devido a chuva que caia, mas ela sabia. Sabia o que tinha feito.

Um grito de dor rasgou sua garganta, cortando os céus enquanto seus joelhos bateram no chão. Seu peito quase não conseguia aguentar a dor em seu coração. Não pelos ferimentos, não pelo sangue que manchava suas roupas, mas pelo limite que ela havia cruzado. Por mais que houvesse desejado aquilo, não significa que se sentiria melhor.

Os heróis ao redor do lugar ainda precisavam derrotar os outros vilões e Nomus que se encontravam no lugar, mas quando o grito da garota chegou ao seu irmão, ele não hesitou em correr em sua direção.

As unhas da garota perfuravam o chão enquanto seus olhos deixavam as lágrimas saírem descontroladamente, e mesmo que a voz de seu irmão tentasse alcançá-la, ela não conseguia mais. Ela deu tudo o que tinha, não possuía mais forças no corpo, então quando percebeu que sua visão ficou embaçada não só pelo choro, ela se deixou ser tomada pela escuridão.

Ela se permitiu cair.

Se quer saber o que aconteceu no fim, eu morri ali naquele campo de batalha.

Quer dizer, não morrer, morrer.

Fisicamente não.

Um tipo diferente de morte, do tipo que te coloca em um estado mental em que nada mais importa. Porque se nada importa, se não pudermos sentir algo, se não desejarmos viver nossas vidas, mesmo que o coração ainda esteja batendo, isso significa que morremos, não é?

Então sim, eu morri. 

Mas aí me acordaram outra vez. 






☆(N/A): 10 K????? Caramba isso é muita coisa, obrigada por acompanharem esse história!!!

Eu gosto da versão calculista e meio psicopata da Akira, é bem legal de escrever.

E sendo sincera, All For One nunca foi um vilão que eu achasse legal, o cara tem uns mil poderes diferentes e nenhum motivo interessante pra fazer o que faz, qualquer vilão de MHA é mais legal que ele. Eu acompanho o mangá e já tá me dando raiva esse homem não ir de base logo, então eu me diverti muito nesse cáp. Bjs! :)

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro