𝟎𝟏. 𝐏𝐎𝐓𝐈𝐎𝐍 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐅𝐄𝐍𝐈𝐗
𝗶. 3 𝗽𝗶𝗹𝗲𝘀𝘁𝗶𝗮𝗹
𝗶𝗶 1/2
. _ 5 𝗰𝗼𝗹𝗵𝗲𝗿𝗲𝗼
❝UM❞
🥀 Alerta de gatilho
Alina Forte
Tudo girava, girava e girava.
Sua cabeça doía e estava explodindo irritada.
Onde ela estava?
Essa foi uma boa pergunta que talvez em um momento inoportuno tenha sido um pouco complicada de responder.
Como seu cabelo era áspero e bege, parecia sua casa. Talvez ela ainda esteja em casa.
Mais assim que a percepção chegou ao seu cérebro ela sabia que era impossível.
Impossível no fato de ter morto ou pai dela, ah não, impossível pela loucura no dia anterior.
Ela deu um gemido suave e levantou-se com alguma dificuldade da cama extremamente dura.
— Você não tem cara de culpado, impressionante Alina. — A voz aveludada de Tom Riddle foi ouvida e ela ainda o atende com uma máscara de som.
- Culpa? Ela sussurrou ainda meio fora de ar.
Ele deu um sorri e levanta os olhos do livro com uma capa brilhante e estranha, elevando sua sombra impressionante em um arco que é perfeito.
A compreensão chegou aos olhos do loire diante do mesmo que ela pudesse falar, mencionando todos os detalhes da noite anterior.
[Flashback ativado]
— Obrigada senhor e senhora Honey — A loira disse com um sorriso de ponta a ponta.
O homem ainda olhava desconfiado para a garota mas mesmo assim assinou o contrato e deu o pequeno valor para a menina.
— Sinto muito querida, pelo seu pai é claro — A mulher, senhora Honey falou com um sorriso doce e compreensivo, ela era miúda e os ossos apareciam com bastante facilidade, a pele palida mostrava fácilmente o machucado roxo na bochecha esquerda e no pescoço.
— Obrigada — Alina disse com um sorriso sincero, não pelo pai, claro que não, mas pela solidariedade ao ver mais uma mulher que estava passando aquilo que sua mãe passou.
— Aqui esta garota, se eu souber que você está me enrolando eu mesmo vou me certificar de que você tenha dificuldade de se mexer amanhã.
A loira continuou com o sorriso doce no rosto.
— Não se preocupe senhor, amanhã esta casa será oficialmente sua e da senhora Honey, que vocês sejam tão felizes quanto eu fui aqui.
— Muito bem — o homem falou com uma carranca — Amanhã estaremos aqui.
— Tenham um bom dia — Alina disse enquanto via eles se afastarem.
Ela desfez o sorriso e xingou.
Ela ouviu uma risadinha saindo da cozinha se lembrando da presença dele.
— Você é um péssimo cavalheiro com damas em perigos Riddle.
— Você não estava em perigo Alina. — Ele deu o copo de água para ela que agradeceu com um sorriso — Além disso, você sabe se defender sozinha, é sua casa, seu dinheiro e seu pai, querida, eu sou apenas um mero espectador.
— Então querido espectador eu recomendo você pegar seus óculos porque uma coisa muito bela vai acontecer aqui — Ela disse com um sorrisinho sarcástico jogando o dinheiro na bolsinha de crochê.
Já haviam se passado alguns dias desde a morte do pai, ela já havia surtado, negado e chorado, então agora ela estava agindo um pouco para variar. Os aurores encontraram o corpo em um beco perto de um pub trouxa e decretaram morte por envenenação desconhecida, como não foi um feitiço a causa da morte era impossível rastrear. Eles foram na casa dela e como ela já era maior de idade ela estava livre para fazer o que bem entendesse as poucas posses foram passadas para o nome dela e as dívidas bruxas, que eram poucas comparadas com as trouxas, também.
— O que você vai aprontar agora? — Ele perguntou acompanhando ela para cozinha.
— Me livrar de todo e qualquer vestígio dessa casa miserável, eu não vou deixar mais uma mulher sofrer aqui.
— Bem, então você notou certo?
— Aquela maquiagem estava péssima. Agora vai me ajudar ou só ficar olhando.
Ele suspirou.
— Embora me pareça adorável te ajudar em um crime perigoso, a vingança é sua Alina.
Ela revirou os olhos e abriu a bolsinha de crochê pegando duas folhinhas de maracué.
— Eu acredito que você como rosa negra saiba o que é isso na sua boca não? — Ele perguntou desconfiado.
— Com certeza — Ela respondeu com um sorrisinho se sentando na mesa de carvalho.
— Bom, eu tenho o maldito apresentario no orfanato, volto em uma hora, não seja pega enquanto isso.
— Nem sonharia com isso — Alina disse pegando alguns pós distintos da bolsa — Aliás, por que você não sai de lá? tipo você já é de maior, Dumbledore não teria mais como te obrigar a isso.
— Preciso de um Álibi ainda.
— Alibi? — Ela perguntou confusa, levantando o olhar.
— Uma vingança de cada vez Alina.
Ela franziu o cenho mas antes que pudesse perguntar mais alguma coisa um estalo foi ouvido e ela sabia que ele tinha ido.
Bom hora de começar a queimar algumas coisinhas.
*ligue a música*
Era uma pena seu pai ter negociado aquela propriedade por um preço tão baixo mas ela não tinha tempo nem disposição para aquilo, ela ainda se sentia suja, errada e fora de si. Ela precisava se livrar daquilo, ela precisava se livrar de tudo.
A loira começou a tirar uma bolsinha de pano vermelho da bolsinha de crochê com um sorrisinho cruel.
— Desculpe papai querido, mas sua amada casa vai ruir.
De dentro da bolsa ela encontrou um enorme frasco azul cintilante que havia preparado três dias antes quando recebeu o casal pela primeira vez.
Ele era chamado de Cotor, tinha cheiro de algodão doce mas era altamente inflamável.
Alina pegou sua varinha rapidamente e triplicou o produto dentro do frasco ainda com um olhar levemente maluco, ela mastigou mais uma folha de Maracué e começou a espalhar aquele líquido pela cozinha inteira.
— Ops — Ela falou com um risinho quando encontrou duas garrafas de vodka atrás de um armário na dispensa. Uma garrafa ela abriu e colocou a poção azul e a outra ergueu até os lábios e sorriu.
De repente ao olhar para o quadro da sua mãe no corredor começou a se lembrar das antigas cantigas de ninar e cantarolou baixinho em um alemão quase irreconhecível.
— Leuchtet leuchtet kleiner Stern, dass der Himmel schon ankommt,
In Leben und Tod bleibt eine Rücknahme bestehen.
Ela deu um sorrisinho por ainda se lembrar e se direcionou para aquela poltrona que odiava com todas as suas forças.
— Leuchtet leuchtet kleiner Stern, dass der Himmel schon ankommt,
In Leben und Tod bleibt eine Rücknahme bestehen.
Ela bebeu mais um gole da garrafa sem brilho azul e continuou a despejar as duas naquele carpete manchado de sangue.
Hoch auf dem Berg summend sehe ich sie kommen
Oh Papa, mein Papa, wer sind sie und wohin wollen sie mich bringen?
Leuchtet leuchtet kleiner Stern
dass der Himmel schon ankommt
In Leben und Tod bleibt eine Rücknahme bestehen
Ela saiu daquela sala com os olhos brilhando, por orgulho? Por tristeza? Nem ela sabia.
Ela só queria enterrar tudo, seu passado, sua vida e seu futuro.
Ela suspirou e tomou mais um gole da garrafa normal sentindo a costumeira e quase agradável queimação na garganta. Cambaleando um pouco para a escada que odiava mais que poltronas, carpete duro ou chicote.
— Ich dachte, Rosen wären blau, aber wenn alles in einem glühenden Feuer leuchtet, wird nichts anderes Frieden haben.
Azul, azul e azul.
— Ich bin glücklich und summend, aber glaube nicht, dass ich dich für eine Sekunde vergessen habe, mein Freund. Von den Bergen warte ich auf dich, auf Leben und Tod kannst du nirgendwo rennen.
Dando uma risadinha com mil memórias passando de uma vez ela pegou uma das garrafas, a azul? É normal? Nem ela sabia mas, sua visão estava embaçada e tudo girava e girava.
Jogou tudo que restava e rolou escada abaixo ainda rindo.
Ela tirou um porta retrato antigo de algum buraco com aquela família feliz de 11 anos atrás e sorriu sabendo que mesmo que tudo fosse diferente tudo seria igual.
Se deitou no meio da sala de estar no carpete ainda sujo de sangue e molhado de azul fluorescente.
A hora da vingança estava pronta, a hora que tudo virava cinzas como na música, a hora que ela voltava a ser feliz, certo?
Ela apoiou a cabeça no chão, seus belos, longos e sedosos cabelos loiros sendo manchados de azul, uma ânsia invadiu seu sistema mas ela se obrigou a deixar tudo no lugar, respirando e respirando fundo.
Tudo já estava silencioso mas no fundo ela conseguia ouvir as máquinas passando pela rua de trás, os pássaros cantando desesperados, crianças berrando em algum lugar no parque, aquela porta que sempre insistia em ranger, tudo foi ficando mais aguçado, embasado e escuro.
Ela riu com amargura pensando no que sua mãe falaria se visse ela definhando no monte de álcool azul.
Ela respirou fundo mais uma vez e sem nem mesmo saber onde estava sua varinha fechou os olhos e sussurrou aquela palavrinha que o ministério considerava proibido por alguma razão.
— Fogomaldito.
Tudo em volta da mesma começou a queimar, um fogo escuro e incontrolável, cheio de vida e vontade consumindo cada pedacinho daquela casa e daquele passado.
Agora seria a parte do plano onde ela aparataria mas qual sentido? Ela estava quase, ela estava a um passo de conseguir tudo aquilo que ela sempre quis, uma família.
Então ela começou a tossir e tudo ficou preto mas ela ainda conseguia ouvir o estalar do fogo nas trepadeiras de madeira, os gritos assustados na rua, os pássaros zunindo e todo o calor que aquecia sua pele em um beijo quase celestial.
Ela podia sentir as pontas do cabelo chamuscado, podia sentir as bolhas nos dedos começando a se formar enquanto tudo passava tão lentamente que era quase mais torturante que a fumaça negra que se comprimia em seu pulmão.
— Tod Tod und Asche — Ela sussurrou por fim e tudo começou a amolecer, tudo começou a apagar lentamente.
Mas antes que tudo ficasse finalmente preto ela ouviu um estalo agudo e alguma voz gritando algo entre um palavrão e o nome dela.
[Flashback off]
Ela fez uma careta e se virou para o pequeno espelho na parede analisando a lastimável situação de seu cabelo.
— Devo lhe chamar de meu herói? — Ela perguntou sarcasticamente e pegou uma tesoura que tinha na mesinha dele.
Ele ergueu as sobrancelhas em cinismo.
— O propósito de uma vingança Alina é ficar vivo no final para saborear o sabor da vitória.
Ela analisou o gosto que sentia, algo entre muito álcool e sangue.
A loira juntou o cabelo em um punhado e passou a tesoura de uma vez em todo enorme comprimento cortando assim todo o queimado e chamuscado.
Ela soltou o cabelo restante verificando o tamanho um pouco maior que chanel que havia ficado, totalmente repicado e bagunçado. Ela deu um sorrisinho se sentindo como uma fênix.
— Vingança tem um gosto tão amargo Tom — Ela falou se aproximando da cadeira que ele estava apoiado como um rei até mesmo naquele quarto caindo aos pedaços.
Ela deu um sorrisinho e aproximou o rosto do presunçoso dele.
Ela ergueu uma mão cuidadosamente percebendo que estava cuidadosamente enfaixada nos dedos, olhou bem para aqueles olhos negros com um brilho carmesim e sentiu aquele sentimento estranho à preenchendo.
Ternura? Desejo? Paixão? Ela não sabia mas conseguia distinguir algo a mais crescendo dentro de si, uma ligação mais forte e mais borboletas no seu estômago, era algo que ela já havia sentido anteriormente mas que ao mesmo tempo parecia tão novo, tão lindo e tão complicado que ela queria fugir.
Ela não queria sentir, ela não queria se apaixonar ou seja lá o que ela estava sentindo, ela se sentia doente e nauseada por um motivo muito além do à memória do dia anterior, e acima de tudo ela sentia medo. Ela não gostava de se importar, mas como não se importar quando o universo lhe fornecia alguma coisa?
Como não criar laços e dependência daqueles que a cercavam? Era impossível. Ela sentia novamente a repentina vontade de chorar e um nervosismo estranho, sentia que já tinha realizado aquilo um milhão de vezes mas que quando acontecesse tudo iria mudar.
— Mas eu sinto o gosto de renascimento, isso é bom certo?
E em um singelo gesto, mudou.
Seus lábios se chocaram tão levemente que ela pensou que estava sonhando, seu coração começou a palpitar de um jeito estranho e morno. Tudo pareceu parar e ela sentiu apenas a intensidade daqueles olhos quase carmesim antes de fechar os olhos e se entregar.
Se entregar para o novo e desconhecido, em uma valsa quase doce demais, lábios e línguas se chocando e seu coração martelando. Ela sentiu o desespero das próprias ações, seus sentimentos todos expostos para aquele serzinho abominável. Mas parecia tão certo e tão inexplicável que ela não podia se importar menos.
Naquele momento ela ofereceu, não de bom grado e feliz, mas mesmo assim ofereceu para aquele que menos merecia seu pequeno e quebrado coração.
Tudo parecia tão gelado e quente ao mesmo tempo. Ela era literalmente o fogo que entrava em suas veias e derretia tudo de mais gelado que ele tinha, derretendo suas barreiras. Ele era o gelo que os sustentavam e não os deixava ruir, era a força quase indestrutível que os cercavam.
Ela se sentiu bamba como se pudesse cair a qualquer momento. Sem folego eles pararam e continuaram lá ofegantes com as testas coladas e olhares grudados, verde azulado nos negros carmesim, tão estranho mas tão completo.
Ela não fazia a mínima ideia do que tinha acontecido ou do que estava para acontecer.
Ela se sentia em um sonho mais extasiada do que qualquer folha de maracué. Se sentia apavorada mas como se tivesse um lugar.
— Obrigado— Ela sussurrou com um carinho estranho tanto para ela quanto para ele, não sabia bem pelo que estava agradecendo, por ele ter salvo sua vida? Por ele ter feito ela se sentir viva?
Ela ainda não sabia mas tinha certeza de uma coisa, tudo havia mudado.
[🧪THE POISON]
Olá meus queridos, hoje assim como a Alina começamos mais uma fase dessa fanfic, estamos renascendo de novo, como novos personagens, novos cenários e novos sentimentos. Espero do fundo do meu coração que vocês gostem dessa temporada e apesar de eu demorar séculos para postar não me abandonem, vocês são o que me motivou a continuar escrevendo.
Para quem quiser saber a tradução da musiquinha que ela cantou e esteja pensando que ela é meio mórbida, saiba que acertou e combinado com Mad World de Imagine Dragons foi tudo para mim.
Tradução:
~ Brilha estrelinha que o céu já está chegando
A retirada permanece em vida e morte.
Brilha estrelinha que o céu já está chegando
A retirada permanece em vida e morte.
Eu os vejo chegando, cantarolando no alto da montanha
Ai papai, papai, quem é você e aonde vai me levar?
Brilha pequena estrela
aquele céu já está chegando
Resta um retraimento na vida e na morte
Eu pensei que as rosas fossem azuis, mas quando tudo está brilhando em um fogo ardente, nada mais terá vida
Estou feliz e vibrante, mas não pensei que estivesse fora de você por um segundo, meu amigo.
Das montanhas Eu espero por você, não há para onde correr pela vida ou pela morte.
Morte, morte e cinzas
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro