MARATONA #2

←CAPITULO QUINZE→

Já havia se passado três semanas desde que Alina havia tido aquela tarde de compartilhamento de segredos com seu amado colega sonserino, na opinião dela bastante proveitosa, aquela câmera secreta era realmente cheia de informações e informações eram conhecimentos, não tinha como não amar.

Descobrir que Riddle era o herdeiro da sonserina foi sim um choque e ela tinha que admitir que depois de tudo que ele havia contado era bem óbvio também, ela sabia que devia parar o sonserino para evitar a ruína do mundo bruxo e do trouxa também mas sinceramente o que é que esses dois mundos fizeram por ela mesmo?

Assim, um criou uma guerra onde sua mãe e seu irmão foram mortos e o outro permitiu que ela vivesse do jeito que ela viveu. É Alina não tinha muita consideração por nenhum deles e que eles se explodissem com a própria hipocrisia de um mundo melhor. Mas ainda sim era idiotice fazer o que ela tava fazendo nesse exato momento, triturar as malditas folhas de açafrão, ralar as cascas de cerebolos, picar pernas de aranha, remover o muco da laranjola e tudo isso que ela fazia, ela suspirou enquanto mexia a poção com um Tom azulado em sentido anti-horário.

Alina sabia que aquilo era muito mais que um grupo de estudos de magias negras e coisas parecidas, por mais que parecesse só uma brincadeirinha de criança aquilo envolvia muito mais, mas sabia que devia parar de pensar tanto com aquele falso bom senso por que por menos ambiciosa que ela fosse às vezes ela tinha uma grande fome por conhecimento e a cada ingrediente colocado naquele caldeirão seus pelos vibravam de emoção.

Alina estava naquela sala mágica conhecida como sala precisa para alguns e sala vai e vem para outros, havia conjurado uma sala simples e escura com apenas uma janelinha que passava a luz da lua e estava sentada confortavelmente atrás de uma mesa cheia de ingredientes e pergaminhos mágicos jogados. O veneno para aquela poção era uma coisa bem complicadinha, ela dizia veneno pois aquela poção praticamente iria induzir a morte de quem bebesse, bom não era nada fácil dividir a alma.

Era por volta de uma da manhã e garota esperava pacientemente o DNA de seu querido colega para completar aquela parte da poção, ela sabia que se ele demorasse pelo menos mais uns 10 minutos todo aquele trabalho teria sido a toa e a poção iria desandar em um nível explosão daquela sala conjurada toda, então torcia para aquele moreno desse a graça de sua presença logo antes que voltasse a estaca zero.

- Alina? - Riddle disse entrando naquela sala ainda com o uniforme de hogwarts enquanto ela estava com um pijama simples com um feitiço aquecedor evitando seu congelamento.

- Que demora, venha cá. - Ela disse mexendo a poção para o outro lado agora - Você tem certeza que quer continuar com isso?

- Toda a certeza do mundo, a morte é nossa fraqueza, todos os nossos feitos nesse mundo não podem acabar por uma coisa tão insignificante dessas - Ele disse suspirando.

- Mecha isso para mim - Ela disse saindo de trás da mesa entregando a colher para ele - Você é só um garoto tolo Tommy, não se pode fugir da morte, ela é nossa única certeza nesse mundo.

- Alina - ele disse em Tom severo como um aviso para que ela não começasse.

- Estou falando sério Tom, vida eterna parece bom mas quem gostaria de viver algo tão entediante? Você tem alguns planos que vão revolucionar esse mundo, vai criar inimigos e pessoas não tão leais a você eu entendo que morrer tão facilmente não é uma opção, mas sinceramente isso de querer viver para sempre é algo ridículo.

- Sua mãe e seu irmão morreram certo? - Ele perguntou como quem não quer nada enquanto mexia a poção e ela molhava uma faca de prata em um líquido dourado. - Mas eles eram bruxos não? Você não acha isso frustrante?

- Onde você quer chegar? - Ela perguntou sem seu típico sorriso sapeca, Touche Riddle.

- Que bruxos deveriam ser poderosos, invencíveis e não derrubados por uma coisa tão simples como a mortes. Minha mãe era fraca, uma bruxa impotente e ameaçada por seus próprios demônios que não foi capaz de me criar por algo tão absurdo quanto a morte, e os trouxas. Então tudo que eu quero é mostrar que nós bruxos somos os seres mais poderosos nesse universo, que somos capazes de tudo e de até superar a morte.

- Acontece Tom que bruxos são apenas uma extensão dos trouxas, não somos os seres mais poderosos dessa galáxia, somos apenas seres humanos com habilidades especiais, e somos tão parecidos com os trouxas que chega a doer, somos ambiciosos, somos trapaceiros e covardes. É sério que sua causa para tudo isso é um ressentimento de criança?

- Meu objetivo é mostrar para o mundo que nós somos poderosos, que não precisamos ser inferiores e nem nos escondermos, que somos capazes de superar o insuperável, isso é o que eu vou fazer Alina. Muitos já começaram uma revolução por muito menos.

- É um sonho bonito Tom, mas sinceramente eu sei que o que te leva a aspirar esse sonho não são causas nobres como paz mundial e coisas parecidas, agora me dê a sua mão. - Alina disse pegando a faca já pronta e a mão do moreno.

- E qual é sua causa Alina? Por que está fazendo tudo isso? Eu sei que não é só por essa coisa de três desejos, até agora você não pediu nada e já vai fazer um més, eu sei que isso não é apenas indecisão.

- Conhecimento, existe coisa melhor que o conhecimento, Riddle? - Ela perguntou enquanto perfurava um corte na mão dele sussurrando alguma coisa como "Sanguinem tuum argumentum ducimus DNA", e despejava as gotas de sangue naquela poção antes azulada agora vermelho escarlate.

Alina pegou um pote vazio do lado e despejou um pouco mais de sangue nele logo fechando-o e colocando um pano sobre o ferimento do moreno, pano esse encharcado com poção de cura.

- Precisava de tanto? - Ele perguntou franzindo o cenho para aquele pote com seu sangue nele.

- Não, não mesmo - Ela disse voltando com um sorriso sapeca - Mas o sangue é o melhor talismã para feitiços localizadores, no futuro quem saiba eu não ganhe uma fortuna por isso?

- Alina - Ele disse tentando pegar o sangue de volta só que parou um pouco tonto.

- Aliás Riddle, não fale mais sobre minha mãe ou sobre meu irmão e nem tente me manipular com esse assunto se não quiser acabar dissecado. - Ela falou ríspida colocando o pote com sangue na bolsa com feitiço de expansão indetectável - Agora sente-se e se recupere, você perdeu muito sangue.

- Por que será né? - Ele perguntou em puro sarcasmo obedecendo a garota sem muito mais opção observando ele trabalhar.

[ 🧪 ] THE POISON

- Acordou, Bela adormecida? - Alina perguntou enquanto guardava a poção não mais vermelha e sim em um tom alaranjado dentro da bolsa enquanto o sol refletia na pequena janela que antes só passava a luz da lua.

- Que horas....são? - ele perguntou entre bocejos se levantando do sofá que estava deitado.

- Não faço a minima ideia mas o sol acaba de nascer então ainda deve estar na hora do café da manhã. - Alina disse se jogando do lado dele no sofá - É, eu devia ter conjurado uma cama para você.

- Pegue - Riddle disse se levantando e desamassando sua capa após entregar um envelope para ela.

" Caro Tom,

convido você e uma acompanhante para meu baile anual de natal, sua presença será de grande alegria para todos nós.

Traje: Gala

Com carinho, seu professor de poções, Horácio Slughorn."

- É impressão minha ou isso é um convite para o famoso e privado baile do professor Slughorn? - Ela perguntou com um sorriso malicioso fazendo ele revirar os olhos.

- Não é bem um pedido, temos uma missão nessa noite.

- Tão romântico, Tom. - Alina ainda sorrindo disse se levantando em seguida. - Agora torcemos para que metade de hogwarts ainda esteja dormindo.

- Groundhog - Riddle recitou fazendo um giro de 360º graus com a varinha fazendo aparecer um relógio "fantasma" que marcava sete horas.

- É, estamos muito ferrado - Alina disse notando seu próprio traje, definitivamente não seria uma boa ideia aparecer de pijama naqueles enormes corredores.

- Pegue - Riddle repetiu em tom mandão estendendo sua capa da sonserina para ela fazendo a mesma olhar para ele confusa - Vamos Alina, você não pode sair assim e pegar uma detenção até a festa de natal.

Ela sabia que ele estava exagerando e ela podia fazer simplesmente um feitiço de transfiguração, mas não era todo dia que Tom Riddle lhe ajudava de bom grado, a loira aproveitou a deixa e pegou a capa com certo receio colocando a mesma que ficou obviamente maior que ela, mas sem ligar para isso deu um sorriso sincero e disse um singelo "obrigada" saindo daquela sala com ele ao seu alcance se perguntando o que diria para suas colegas de quarto quando entrasse com aquele manto da casa rival.

Bom, por hora aquilo não importava, Alina pensou enquanto sentia o cheiro dele naquelas vestes, uma mistura de sabonete infantil, loção para barbear e um pouco de sangue na manga, é de fato um cheiro bem incomum mas ao que parecia uma fragrância bem Tom Riddle, assim dizendo.

[ 🧪 ] THE POISON

Eu queria trazer uma pegada mais maliciosa para esse capítulo confesso, porém eu resolvi mexer um pouco com o passado de cada um e suas inspirações para cometer tantas atrocidades, todos temos passados que não gostamos e traumas da infância e por mais que eu tenha dado uma pequena introdução de como isso afeta eles saibam que eles ainda são humanos, ainda sofrem e choram e criam muita confusão atoa. Eles são movidos pelas suas mágoas e talvez nem o tempo cure isso direito.

Uma coisa que Alina disse aqui é certo, os bruxos apesar de "todos poderosos" ainda são tão humanos quanto os trouxas, ainda são iguais e não superiores, não é uma habilidade a mais que te faz superior tenha isso em mente, todos somos iguais e temos os mesmos direitos, a sociedade é quebrada e não funciona assim, o que pode ser considerado algo mais fraco em você hoje pode ser sua salvação amanhã, lembre-se disso. Todos somos seres humanos cheios de pecados e defeitos no final das contas, todos somos cheios de indecisões e sentimentos diversos e por sermos todos humanos isso nos iguala.

Aguardem o próximo capítulo desse maratona, e me digam o que estão achando???