𝚜𝚒𝚡𝚝𝚎𝚎𝚗
— Só manda a porra da mensagem — A voz irritada de Jean preencheu toda a sua sala de estar, fazendo você bufar de raiva mais uma vez, mas não respondeu — Caralho, [Nome], vocês 'tão saindo faz mais de um mês e você não tem coragem de chamar o cara pra cá?
— A gente não 'tá saindo — Você corrigiu, enquanto andava de um lado para o outro do enorme cômodo, com o celular em mãos — E sim, eu não tenho coragem de chamar ele do nada. Nunca fizemos nada assim.
— Vocês só transavam? — Mais uma vez, você não respondeu, apenas tentava pensar em uma desculpa plausível para chamar Levi para jantar na sua casa, sem parecer nada estranho — Só manda esse caralho logo.
— Calma, Jean! — Você praticamente gritou — E se ele só quiser sexo casual mesmo?
— Você não falou que foi ele que te mandou as flores? — Você concordou com a cabeça — Então, sua tonta. No mínimo, ele te vê como mais do que só uma transa de vez em quando.
Durante quase duas horas inteiras, você resolveu contar tudo o que aconteceu entre você e Levi para seu melhor amigo. Desde o dia em que se conheceram na festa do Eren, até o que aconteceu na festa da noite anterior. Você não conseguia nem explicar o enorme peso que ia saindo das suas costas a medida em que você ia contando os últimos acontecimentos para ele.
— Eu ainda não tenho certeza disso.
— Você deve gostar mesmo dele — A fala de Jean fez você arquear uma sobrancelha e parar de andar, finalmente olhando na direção do amigo, que estava jogado no sofá — Nunca te vi tão insegura em relação a um cara antes.
Isso foi o suficiente. No fundo, você sabia que era apenas uma provocação dele, principalmente pelo tom de brincadeira que o moreno usou, mas isso mexeu com o seu ego.
Irritada, você desbloqueou o celular e foi atrás do contato de Levi, percebendo que vocês nunca haviam trocado nenhuma mensagem pelo WhatsApp. Todas as vezes que vocês se falaram por mensagens foi para tratar de algo da empresa e, para isso, vocês usavam sempre os e-mails.
Você teve que digitar e apagar umas quatro vezes, pensando em como falaria com ele, até que escolheu a abordagem mais direta possível. Se ele recusasse, você apenas apagaria a conversa de vocês e tentaria se convencer de que isso nunca aconteceu.
Você: Quer jantar aqui em casa?
Assim que apertou, de forma hesitante, no botão de enviar, você bloqueou o celular e o jogou em uma poltrona, correndo para longe dele e se jogando ao lado de Jean no sofá.
— Finalmente — O Kirstein brincou, quando você deitou ao lado dele — Já já eu tenho que ir pra casa do Armin — Ele continuou a falar, olhando para o relógio que tinha no pulso — Certeza de que não quer ir?
— Tenho — Você respondeu enquanto se aconchegava nos braços do amigo — Mesmo que Levi não venha, não quero sair de casa hoje.
— Beleza, mas me avisa se ele não vier, que eu passo aqui depois pra ver como você 'tá.
Um sorriso involuntário tomou conta de seus lábios. Jean sempre foi extremamente atencioso e cuidadoso com você, como um irmão faria. Desde que se conheceram, ele sempre foi assim. No início, você até pensou que ele tinha uma paixão secreta ou algo do gênero por você, até que percebeu que ele só te via como uma irmã caçula, que precisava proteger de todo o mal do mundo.
— Eu te amo, sabia disso? — Você disse, o abraçando e enterrando o rosto no peitoral dele.
— Eu também te amo, maninha — Ele respondeu, rodeando o seu corpo com os braços dele.
Vocês passaram um tempo assim, sem falar absolutamente nada. Jean fazia carinho no seu cabelo, enquanto você deixava a ansiedade pela resposta de Levi e a insegurança de uma possível rejeição assolarem a sua mente.
Por mais que não quisesse admitir, você tinha sentimentos pelo Ackerman, mas ainda não sabia se isso era só por causa do sexo. Foi ideia de Jean que você convidasse Levi para jantar, para ver como vocês lidariam em um cenário que não envolvesse só transas casuais.
Foi quando o seu celular apitou, notificando uma nova mensagem, que você deu um pulo do sofá, arrancando um grunhido irritado do moreno, e foi até o aparelho, o pegando rapidamente da poltrona.
Levi: Chego aí em uma hora.
Seus olhos se arregalaram no instante em que você leu a mensagem e, sem nem explicar a Jean, correu para o quarto e começou a tirar as roupas. Se jogou de baixo do chuveiro, não se importando em fechar a porta do pequeno cômodo, se lavando só do pescoço para baixo, já que tinha lavado o cabelo ainda de manhã.
Enrolada em um roupão, você foi até o closet e não demorou muito para escolher um vestido justo azul marinho, com alças finas e cobertas por pedras prateadas. A peça se ajustava perfeitamente no seu corpo e tinha um decote que valorizava muito os seus seios, além de deixar boa parte das suas pernas expostas.
Assim que acabou de colocar a peça de roupa, correu novamente para o banheiro, se concentrando em fazer uma maquiagem leve no rosto e soltar o cabelo, preferindo deixar ele natural.
Ainda teve que ir até o closet novamente escolher um colar de pedras prateado e o par de brincos, além dos saltos escuros, mas confortáveis, que usaria durante toda a noite.
Quando, finalmente, se analisou no espelho, deixou um sorriso satisfeito tomar conta de seus lábios. A produção tinha ficado perfeita, e isso tudo em apenas quarenta minutos. No momento em que voltou novamente para a sala, viu Jean sentado no sofá, digitando algo no celular. O moreno levantou o olhar para você e arqueou levemente as sobrancelhas.
— Fez isso tudo em quarenta minutos? — Você riu da pergunta dele — Caralho, isso que eu chamo de habilidade — Ele se levantou do sofá e veio até você, lhe envolvendo com um dos braços — Eu tenho que ir, mas a gente se vê amanhã.
Jean deu um beijo no topo da sua cabeça e saiu do apartamento, lhe deixando ainda mais nervosa do que antes.
Como você já tinha planejado tudo imaginando que o Ackerman aceitaria jantar na sua casa, você já tinha pedido o jantar e ele já tinha chegado. Enquanto você esperava ele, a única coisa que fez foi arrumar a mesa e colocar a comida em pratos apresentáveis.
Também tinha desligado algumas luzes da sala, deixando apenas algumas amarelas ligadas, para que o cômodo ficasse levemente escuro. Ainda separou uma garrafa de vinho e a colocou em cima da mesa, juntamente com duas taças.
Pouco antes de dar a hora que ele tinha combinado, você foi até o seu quarto e o organizou, a final, não sabia que iriam acabar lá no final da noite. Quando estava no corredor, voltando para a sala, ouviu o som da campainha tocando.
Seu coração deve ter errado uma batida no processo. Você nunca tinha ficado tão nervosa em encontrar com algum homem assim. Teve que respirar fundo algumas vezes, enquanto se dirigia até a entrada, repetindo para si mesma que isso não passava de só mais um encontro, e você já teve vários. Mas esse não parecia com nenhum dos outros encontros que você já teve. Você nunca se importou tanto em agradar alguém como agora.
Tentando afastar os pensamentos da cabeça, você se forçou a ir até a porta e abri-la, se forçando a não arquear as sobrancelhas quando viu um buquê de rosas azuis nas mãos de Levi. Os olhos dele passaram algum tempo analisando sua roupa, mas você nem percebeu. Estava concentrada demais em analisar toda a obra.
O Ackerman usava um blazer azul marinho, que acabou combinando muito com o vestido que você usava. Você poderia jurar que ele estava ainda mais perfeito do que sempre foi.
Só então, percebeu que estava o encarando por tempo demais e, mesmo que Levi nem tivesse notado isso, você limpou a garganta e se forçou a parar de olhar para o corpo dele e encarar as íris azuis.
— Pode entrar, por favor — Você saiu da frente da porta e fez um gesto para que ele entrasse.
O Ackerman assentiu com a cabeça, também acordando dos próprios pensamentos, tentando afastar o quanto você ficou linda nesse vestido da cabeça.
— Isso é para você — Ele disse, estendendo o buquê de flores na sua direção.
— Obrigada — Tentou não esboçar o sorriso bobo, mas não conseguiu — Eu vou colocar a mesa, pode ficar a vontade.
— Não quer ajuda?
— Obrigada, mas não precisa.
Levi assentiu com a cabeça e você saiu rapidamente de lá, já sentindo suas bochechas corarem. O efeito que o Ackerman tinha em lhe deixar envergonhada ainda era novidade para você.
Enquanto você acabava de ajeitar a mesa, as íris azuis de Levi percorreram por toda a sua sala de estar. Ele já havia a visto outras vezes, quando veio passar as noites na sua casa, mas nunca tinha parado para prestar atenção.
Os olhos dele só pararam de se mover quando encontraram com uma série de porta retratos, a maioria com fotos suas. Elas retratavam vários momentos inesquecíveis da sua vida, além de também ter vários dos seus amigos.
Ele pegou um dos porta retratos com as mãos e, enquanto analisava a foto que tinha nela, um micro sorriso se formou no canto dos lábios dele. Era uma foto de você bem pequena, ainda criança, provavelmente emburrada por estar vestida de princesa. Você estava uma gracinha, e Levi não deixou de perceber isso.
Somente o som dos seus saltos batendo contra o chão fizeram ele acordar dos pensamentos e colocar o objeto de volta na prateleira, se virando para você, que vinha na direção dele.
— Você prefere vinho branco ou tinto? — Você perguntou, mostrando as duas garrafas que tinha em mãos.
— Tinto — O Ackerman respondeu, começando a andar na sua direção e, quando chegou perto, pegou a garrafa com o líquido escuro da sua mão — Pode deixar que eu abro.
Sem contestar, você acompanhou Levi até a cozinha, onde o entregou o abridor de vinhos. Se encostou no balcão enquanto o observava abrir a garrafa, sem fazer um mínimo de esforço. Ele colocou o líquido escuro em duas taças, que você tinha colocado em cima da mesa, e lhe entregou uma delas, ao mesmo tempo em que levava a que tinha em mãos até os lábios, dando um gole pequeno.
— Para ser sincera, não esperava que você fosse aceitar o convite — Você confessou, enquanto passava suavemente o dedo indicador na borda da taça, olhando para ela e evitando as íris azuis do Ackerman.
— Para ser sincero, não esperava que fosse me convidar para jantar — Ele devolveu, o que fez você rir e olhar novamente para ele, mas não tinha nenhum traço de brincadeira no rosto dele. Apenas aquela mesma expressão séria e indiferente de Levi já lhe deixava extremamente animada. A ideia de conseguir quebrar essa expressão e colocar um sorriso no rosto dele parecia um desafio e tanto — Mas, quando eu vi sua mensagem, fiquei bem surpreso, e poucas coisas conseguem me deixar surpreso hoje em dia.
— Não precisa se preocupar com isso — Você deu um passo na direção dele, se desencostando do balcão, deixando seus corpos mais próximos um do outro — Eu ainda vou lhe deixar muito surpreso, Senhor Ackerman.
— E eu não duvido nada disso — Um mini sorriso de canto de boca se formou nos lábios dele e, por menor que fosse, você não deixou de notar — Senhorita Smith.
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