𝟷𝟻. 𝚂𝚝𝚊𝚛𝚔𝚜 𝚠𝚎𝚛𝚎 𝚋𝚘𝚛𝚗 𝚝𝚘 𝚜𝚊𝚌𝚛𝚒𝚏𝚒𝚌𝚎
𝐵𝑒𝑐𝑎𝑢𝑠𝑒 𝑡𝘩𝑒𝑠𝑒 𝑡𝘩𝑖𝑛𝑔𝑠 𝑤𝑖𝑙𝑙 𝑐𝘩𝑎𝑛𝑔𝑒
𝐶𝑎𝑛 𝑦𝑜𝑢 𝑓𝑒𝑒𝑙 𝑖𝑡 𝑛𝑜𝑤?
𝑇𝘩𝑒𝑠𝑒 𝑤𝑎𝑙𝑙𝑠 𝑡𝘩𝑎𝑡 𝑡𝘩𝑒𝑦 𝑝𝑢𝑡 𝑢𝑝 𝑡𝑜 𝘩𝑜𝑙𝑑 𝑢𝑠 𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑊𝑖𝑙𝑙 𝑓𝑎𝑙𝑙 𝑑𝑜𝑤𝑛
𝑇𝘩𝑖𝑠 𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙𝑢𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑇𝘩𝑒 𝑡𝑖𝑚𝑒 𝑤𝑖𝑙𝑙 𝑐𝑜𝑚𝑒
𝐹𝑜𝑟 𝑢𝑠 𝑡𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙𝑙𝑦 𝑤𝑖𝑛
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Lis estava sentada em frente à máquina do tempo, os dedos correndo habilmente pelos comandos enquanto rabiscava anotações em um caderno já gasto. Seus olhos estavam fixos no visor, a mente completamente concentrada nos cálculos que precisavam ser ajustados, nas coordenadas que deveriam ser perfeitas.
Do outro lado da sala, Steve observava em silêncio, os braços cruzados sobre o peito, o rosto tenso. Ele já não sabia mais como fazê-la mudar de ideia.
Ele nunca gostou de brigar com ela e ver o quanto ela estava empenhada nesse plano o machucava profundamente.
Mas o que Lis estava tentando fazer, era sequestrar alguém de outra linha do tempo, parecia um desastre anunciado para ele. O conceito de mexer com o passado era muito mais arriscado do que ela parecia entender, ou talvez ela entendesse bem demais e mesmo assim, estivesse disposta a correr o risco.
— Isso é loucura... — murmurou Steve para si mesmo, mas alto o suficiente para que Lis o ouvisse.
Ela parou por um momento, seus dedos pairando sobre o teclado, antes de suspirar pesadamente e voltar ao trabalho, como se aquele murmúrio fosse apenas mais uma das muitas barreiras que ela já havia decidido ignorar.
Steve deu alguns passos para frente, o som das botas ecoando no chão da sala silenciosa. Ele se aproximou dela com cuidado, como se temesse que um movimento brusco pudesse piorar a situação.
— Lis... — disse ele, a voz baixa e cansada. — Você tem noção do que está fazendo? As consequências disso... podem ser catastróficas. A linha do tempo, as pessoas. Não é só sobre salvar o Tony. Você está brincando com algo que pode nos destruir. E eu... — Ele hesitou. — Eu não posso perder você por causa disso.
Ela fechou os olhos por um breve momento, tomando fôlego antes de virar-se para encará-lo. Seu olhar estava firme, mas havia uma dor oculta, algo que talvez só ele pudesse ver.
— Eu sei o que estou fazendo, Steve — respondeu Lis, sua voz mais suave do que antes, mas ainda determinada. — Sei o que está em risco. E também sei o que nós perdemos
Lis respirou fundo, sua expressão cansada e pesada pela determinação que a guiava. Mesmo que estivesse dizendo que não estava contando tudo a ele, que ainda havia algo a ser revelado, Steve sabia que ela já estava firmemente decidida.
E aquilo, para ele, era o início de uma longa batalha. Uma batalha que ele não sabia como vencer.
Na manhã seguinte, o clima estava tenso. Lis estava preparada, trajada com o uniforme da S.H.I.E.L.D., cada detalhe de seu equipamento ajustado com precisão. O colete ajustado ao corpo, as armas presas com segurança e o cabelo loiro preso em um rabo de cavalo alto.
Ela estava pronta para a missão, qualquer que fosse o desfecho. Seus olhos estavam focados na máquina do tempo, enquanto Fitz e Simmons, os dois cientistas brilhantes que ela confiava, faziam ajustes finais nos controles.
Eles sabiam que aquilo era uma loucura, mas ainda assim, estavam dispostos a seguir com ela, ajudando de qualquer maneira que pudessem.
— Tudo pronto? — perguntou Lis, a voz firme, mas os olhos cheios de incerteza.
Fitz trocou um olhar nervoso com Simmons, que assentiu levemente antes de responder.
— Sim, estamos prontos para trazê-los de volta, mas... Lis, você sabe que isso é uma loucura, certo? — disse Fitz, a preocupação evidente em sua voz. — Nós não podemos prever todas as variáveis. Qualquer coisa pode acontecer.
Simmons completou, a voz mais calma, mas igualmente preocupada:
— Vamos fazer o nosso melhor, mas até para nós, isso é território desconhecido.
Lis olhou para os dois com um pequeno sorriso, como se agradecesse pela honestidade deles. Sabia que eles estavam certos, que os riscos eram imensos, mas seu coração estava decidido.
— Confio em vocês. — Ela respondeu simplesmente, virando-se para ajustar o comunicador no ouvido.
Foi nesse momento que Steve entrou na sala. Ele estava com o uniforme completo do Capitão América, o icônico escudo preso nas costas. O peso da missão, da decisão que ela havia tomado, estava claramente refletido em seus olhos, mas ele também trazia uma determinação silenciosa.
Eles se encararam por um momento, como se uma conversa inteira acontecesse entre os dois sem que uma palavra fosse dita.
— Você não precisa vir comigo, Steve. — disse Lis, a voz baixa, mas cheia de seriedade. — Eu já disse que vou fazer isso, com ou sem você. Não precisa se colocar em risco por minha causa.
Steve franziu as sobrancelhas, o olhar firme em Lis, e respondeu, o tom grave:
— E você acha que eu ficaria parado, deixando você fazer isso sozinha?
Ele deu alguns passos em direção a ela, a tensão palpável no ar. Mesmo que estivessem em lados opostos dessa decisão, o laço entre eles era inquebrável.
Steve nunca a deixaria enfrentar aquilo sem ele. Não importava o quão errada ou perigosa a situação fosse, ele a seguiria.
— Você sabe que eu não consigo ficar longe de você, Lis. Não quando você está correndo esse tipo de risco. — continuou Steve com a voz suave, mas carregada de emoção. — Eu te seguiria até o inferno, se fosse preciso.
Ele parou por um instante, os olhos azuis perfurando os dela, buscando algo que ela parecia não querer compartilhar.
Rogers conhecia cada nuance do olhar de Lis, e naquele momento, algo estava diferente. Steve viu a hesitação, a incerteza. E percebeu, de repente, que ela não queria que ele a acompanhasse.
— Mas eu estou vendo nos seus olhos... — ele disse, a voz agora mais grave. — Você não quer que eu vá, não é?
Lis desviou o olhar por um segundo, respirando fundo. As palavras que ela precisava dizer pareciam pesar em sua garganta, e sem conseguir encará-lo, suas mãos subiram até os ombros dele, acariciando lentamente, quase como se buscasse conforto na proximidade física.
Steve suspirou, a mão dele subindo até segurar a dela suavemente, os olhos ainda fixos no rosto de Lis.
— Você está com medo de não voltar, não é? — A voz dele saiu firme, mas cheia de preocupação, como se estivesse tentando ler os pensamentos que ela não conseguia dizer em voz alta.
Lis parou por um momento, o toque dele sendo uma âncora, mas seu olhar evitava o dele. Ela sentiu o peso das palavras dele ecoando em sua mente e por um breve instante, quase se rendeu àquela vulnerabilidade que ele estava tentando fazer com que ela admitisse.
Mas, em vez disso, ela balançou a cabeça, forçando um pequeno sorriso, como se aquilo pudesse dissipar a tensão crescente entre os dois.
— Você está pensando demais, Steve. — A voz dela saiu com um tom de leveza forçada, enquanto seus dedos deslizavam pelo braço dele até segurá-lo com firmeza. — Eu vou voltar. Sempre volto.
Ela tentou manter a convicção em suas palavras, mas o silêncio que se seguiu parecia pesado, como se ambos soubessem que ela não estava sendo completamente honesta, nem consigo mesma, nem com ele.
Steve respirou fundo, soltando um suspiro pesado enquanto observava Lis por um momento a mais. Ele sabia que não havia como fazê-la mudar de ideia, mas seu coração estava apertado, um pressentimento sombrio o acompanhando como uma sombra.
— Então vamos. — disse ele, sua voz carregada de resignação. Por mais que seu instinto gritasse que aquilo iria terminar mal, ele não conseguia deixá-la ir sozinha.
Eles caminharam em direção à máquina do tempo, as engrenagens zumbindo ao redor deles, como se o próprio universo estivesse prendendo a respiração. Steve lhou para Lis uma última vez antes de entrar no portal temporal. Ele sabia que essa missão era diferente. Muito diferente.
As luzes piscavam, e, num piscar de olhos, tudo mudou. O zumbido da máquina deu lugar ao som ensurdecedor da batalha — explosões, gritos e o rugido familiar das forças de Thanos. Eles estavam de volta. De volta àquela batalha terrível, a maior que já lutaram.
O campo de batalha diante deles era uma visão de caos absoluto. O céu estava cinza, escurecido pelas cinzas das explosões e pela presença colossal de Thanos e seu exército. O mesmo cenário que os tinha quebrado uma vez.
Lis olhou ao redor, seu coração batendo descompassado, enquanto Steve se posicionava ao lado dela, seus olhos varrendo o campo com precisão.
— Estamos de volta... — disse ele, com a voz baixa, tentando absorver o peso daquela realidade.
Antes que ele pudesse continuar, Lis o interrompeu:
— Vai. Encontre o Tony. E tenta não ser visto... por você mesmo.
Ele abriu a boca para protestar, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, uma criatura alienígena investiu contra Lis.
Sem perder tempo, ela estava pronta. Movendo-se com a precisão de uma guerreira experiente, Lis derrubou o oponente com golpes rápidos, como se tivesse previsto o ataque. Ela o esfaqueou sem hesitação, seus movimentos calculados.
Steve também foi atacado, um alienígena caindo sobre ele com força, mas ele o neutralizou com um golpe certeiro do escudo, sem perder tempo. Seus olhos ainda estavam presos em Lis, mas ele sabia que não havia como discutir com ela agora.
Com uma última troca de olhares, ele correu pelo campo de batalha, desviando dos ataques e das explosões, com o objetivo claro de encontrar Stark.
Enquanto procurava, cada segundo que passava aumentava sua preocupação. Sabia que o que estavam fazendo era uma loucura e a sensação de que isso daria terrivelmente errado estava mais forte do que nunca.
Steve avançava pelo campo de batalha, derrubando alienígenas com o escudo em golpes precisos e calculados.
O caos ao redor era avassalador, mas ele seguia em frente, em busca de Tony. Cada criatura abatida era um passo mais perto de sua missão, mas o peso do que estava por vir o sufocava.
Encontrar Tony Stark para sequestrá-lo de sua própria linha do tempo era algo que nunca imaginou que faria.
Finalmente, ele avistou o Stark à distância, lutando como sempre, com coragem e inteligência. Mas o tempo estava correndo contra eles.
Steve sabia que precisava agir agora ou tudo seria perdido. Ele correu, desviando de explosões e ataques, até que finalmente ficou cara a cara com Tony.
Tony, visivelmente surpreso, olhou para Steve e, com um ar de confusão, soltou uma de suas tiradas características:
— Quando foi que você tirou a barba? — Tony disse, entre respirações pesadas, sem tirar os olhos de uma criatura próxima que acabara de derrubar.
Steve, ainda um pouco em choque por estar ali e pela missão impossível que tinha nas mãos, sentiu o nó se apertar em sua garganta.
Ele sabia que não tinha muito tempo, e também sabia que não podia explicar tudo naquele momento.
Seus olhos encontraram os de Tony, e por um segundo, ele quase hesitou. Mas precisava continuar.
— Tony... Não dá para explicar agora. — Ele falou com urgência, tentando manter a voz firme. — Mas eu tenho um plano. Um jeito de derrotar Thanos de uma vez por todas. Você precisa confiar em mim e me seguir.
Tony arqueou uma sobrancelha, claramente desconfiado, mas também conhecia Steve bem o suficiente para saber que ele não diria algo assim sem motivo.
Ele olhou ao redor, para o caos da batalha que se desenrolava e depois para Steve.
— Certo, Rogers... Isso parece ainda mais maluco do que o normal. Qual é o plano?
Steve engoliu em seco. Não havia tempo para explicar todos os detalhes e todas as consequências. Ele só precisava de Tony, vivo, e fora dali.
Tony hesitou por um segundo, mas os instintos de sobrevivência e a confiança em Steve falaram mais alto. Ele acenou com a cabeça, olhando uma última vez para o campo de batalha ao redor.
— Tudo bem, Capitão. Vamos nessa. — Tony disse, ajustando o traje de Homem de Ferro enquanto se preparava para seguir Steve.
O relógio invisível que marcava o destino do universo continuava a correr, e agora, eles estavam oficialmente correndo contra ele.
Steve observou o caos ao seu redor, a pressão na garganta aumentando enquanto ele acompanhava Tony.
Sabia que estava cometendo um erro, agindo contra seus próprios princípios ao tentar impedir o sacrifício que salvaria o universo.
Era a vontade de Lis, mas ele se perguntava a que custo isso viria.
A linha do tempo estava destinada a desaparecer. Se Stark não estalasse os dedos com a manopla, toda aquela linha temporal morreria.
Steve sentia o peso da responsabilidade esmagá-lo enquanto tentava manter o foco na missão impossível que agora parecia errada.
Ele estava prestes a falar com Tony, tentando encontrar uma maneira de convencê-lo a confiar sem revelar a verdade, quando um som alto interrompeu seus pensamentos, um barulho tão familiar que o fez congelar no lugar.
Thanos, à distância, erguia a mão com a manopla falsa, sua voz ecoando no campo de batalha:
— Eu sou inevitável.
Steve observou, preso entre a culpa e o horror, quando Thanos estalou os dedo e nada aconteceu.
A cena se desenrolava diante de seus olhos como um déjà vu, mas, desta vez, algo estava terrivelmente errado.
Steve olhou para o lado, seu coração quase parando quando viu Lis. Ela estava ali, mais perto do que ele imaginava, com uma expressão determinada no rosto. E em sua mão, a verdadeira manopla.
Antes que Steve pudesse fazer algo, antes que ele pudesse gritar para ela parar, Lis ergueu a mão e estalou os dedos.
A luz brilhante e as faíscas douradas surgiram no ar, uma onda de poder esmagadora e impossível varreu o campo de batalha.
O que veio a seguir foi um silêncio sepulcral, como se o próprio universo prendesse a respiração diante do que acabara de acontecer.
Tony e Steve observavam em horror enquanto o impossível acontecia diante deles.
O poder destrutivo das Joias do Infinito fluía por Lis, devastando-a de dentro para fora. Aquela radiação que teria destruído Tony agora estava consumindo o corpo dela, da mesma forma implacável.
Cada segundo parecia uma eternidade enquanto todo o exército de Thanos começava a desaparecer, transformando-se em poeira.
Eles correram em direção a ela, caindo no chão, o corpo de Lis já se contorcendo de dor. Sua pele estava pálida, os lábios roxos e os olhos pareciam perder o brilho a cada momento.
Steve, com o coração acelerado, a segurou nos braços, tentando manter a calma, mas o desespero o tomava por dentro.
Ao redor deles, as versões variantes de si mesmos observavam com confusão, sem entender o que estava acontecendo.
Steve ignorou seus olhares, focando apenas em Lis. Ele mal podia ouvir Tony gritando, em choque, repetindo para ela aguentar firme, implorando para que ela ficasse bem.
— Lis, por favor... — sussurrou Steve, segurando-a mais firme, sentindo o corpo dela ficando mais frio.
Sem perder mais tempo, ele alcançou o pequeno dispositivo de viagem no tempo que trazia consigo e com mãos trêmulas, colocou-o em Tony. Era a única saída, a única maneira de voltar.
— Eu sinto muito... — Steve murmurou, antes de ativar o dispositivo.
Em um piscar de olhos, o cenário da batalha desapareceu, sendo substituído pela sala onde Fitz e Simmons os aguardavam. O silêncio opressor da missão concluída caiu sobre eles.
A missão estava concluída e Tony estava vivo, de volta ao presente.
Mas a que custo? Lis estava morrendo.
Steve gritou, sua voz carregada de desespero, rasgando o silêncio da sala.
— Façam alguma coisa! — ele implorou, os olhos arregalados, sem saber o que mais fazer enquanto segurava o corpo de Lis. O
sangue dele corria mais rápido, o coração martelando no peito, mas por dentro ele se sentia paralisado. Ele precisava de uma solução, qualquer solução.
Fitz e Simmons correram, tentando estabilizar Lis, movendo-se com rapidez e precisão, mas seus olhares preocupados revelavam a gravidade da situação.
Tony, ainda em estado de choque e confusão, desativou sua armadura, deixando as peças caírem no chão enquanto se aproximava dos cientistas.
Ele não conseguia entender tudo o que tinha acabado de acontecer, mas a visão de Lis naquele estado, ofuscando a alegria de ainda estar vivo, o acertou como um soco no estômago.
— O que... o que vocês fizeram?! — Tony sussurrou, em um misto de pânico e confusão, observando Fitz e Simmons desesperados em seus esforços para salvar Lis.
Mas Steve, não se mexeu. Ele estava congelado, sentindo a culpa que o paralisava como uma corrente pesada em seus ombros.
Cada segundo que passava, cada segundo que Lis lutava pela vida, Steve se afundava mais em sua própria tormenta.
Ele sabia que poderia ter impedido aquela ideia maluca desde o começo. Ele sabia que poderia ter feito algo, qualquer coisa, para pará-la. Mas não fez.
Agora, ali estava ela, pagando o preço por um plano que ele aceitou seguir, mesmo sabendo dos riscos.
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