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𝑫𝒆𝒔𝒏𝒆𝒄𝒆𝒔𝒔𝒂́𝒓𝒊𝒐

Dahlia sabia que suas palavras no Distrito Quatro teriam consequências. Ela sabia que suas ações nos Jogos haviam provocado raiva. E ela sabia o que poderia acontecer se ousasse desafiar Snow. No entanto, o que ela não sabia era como era possível odiar uma pessoa com cada fibra de seu ser e desejar a ela mil mortes dolorosas. Mas agora ela sabia.

As palavras finais do discurso de Snow foram ambíguas o suficiente para serem passadas para a multidão como uma antecipação de seu futuro, mas maliciosas o suficiente para que Dahlia soubesse que havia más intenções por trás disso. Ela não conseguia relaxar no trem de volta ao seu distrito. Ninguém conseguia tranquilizá-la, por mais que tentasse. Nem mesmo Alaric conseguiu convencê-la de que as palavras não significavam nada. Dahlia se recusou a ficar preocupada até ver sua família sã e salva com seus próprios olhos.

Dessa vez, não havia multidões esperando para recebê-la, o que foi um alívio. Ela não conseguia sorrir e acenar, fingindo que a ansiedade não estava corroendo sua sanidade quanto mais tempo levava para chegar em casa.

─ Dahlia! ─ Alaric gritou aflito quando a garota praticamente saiu correndo do trem. Ela não se importava com suas pernas doloridas ou com o coração batendo forte. Seu medo superava toda a dor física. Os cidadãos de seu distrito observavam confusos enquanto seu mais novo vitorioso passava correndo, mas ela não lhes deu atenção. Ela não ousou diminuir a velocidade até cruzar o limiar da Vila dos Vitoriosos.

Ao parar, ela se tranquilizou ao ver que a grande casa parecia intocada e intacta. Nada havia mudado nas semanas em que ela esteve fora. A porta ainda estava pintada de preto com uma festiva coroa de flores feita em casa decorando-a, vasos de plantas dentro de casa visíveis pela janela, o aroma de lavanda subindo pelo seu nariz. Mas estava tudo muito quieto. Nenhuma risada, nenhuma discussão entre irmãos, nenhuma repreensão da mãe... Silencioso demais.

Com o peito pesado e as mãos trêmulas, Dahlia entrou na casa.

─ Lav?─ Ela grita nervosa, ouvindo atentamente enquanto o som reverbera pelo corredor vazio.─ Mamãe?─ Nenhuma resposta.─ Ro-Ro?─Nem mesmo o mais leve sinal de movimento. ─ Se está me pregando uma peça, não tem graça.

Começando pela cozinha, ela procura em todos os cômodos do andar térreo. Parece arrumado e limpo, mas sem alma. Não há vida em nenhuma das perfeições ao redor deles. Suas falhas os tornaram humanos e únicos, e é por isso que eles gostavam tanto de sua antiga casa. Ela pode ter sido pequena, mas havia traços de cada indivíduo escondidos em toda parte.

Depois de investigar todos os possíveis esconderijos no andar de baixo e não ter sorte, Dahlia sobe as escadas. Ninguém responde ao chamado de seus nomes e Dahlia fica mais frenética e desesperada a cada minuto.

─ Por que há tantos cômodos nesta maldita casa?─Ela rosna com impaciência, abrindo as portas com força e deixando-as bater contra a parede.─ Rosie!─O bebê da família tinha o hábito de entrar na ponta dos pés em outras camas no meio da noite, não gostando do vazio frio de sua cama solitária. Portanto, não era incomum encontrar sua cama arrumada e sem dormir.─ Lavender!─ Mas o que era incomum era o caos no quarto de sua irmã mais nova, Lavender. Ela não era uma criança desorganizada, portanto, isso fez com que Dahlia ficasse alarmada. Parecia que havia ocorrido uma briga.

─ Mamãe!─Dahlia irrompe no quarto de sua mãe apenas para soltar o grito mais horrível. Ele ecoou pela Vila dos Vencedores, mais desolador do que qualquer outro som ouvido nos Jogos Vorazes.─ Não... Não, não, não, não!─ Ela não conseguia compreender o que estava vendo à sua frente. Parecia o pior pesadelo que ela já havia tido. Enquanto os soluços escapavam de seus lábios, ela colocou a mão sobre a boca e cambaleou até a cama de sua mãe.

Joule Blossom e a pequena Rosie jaziam imóveis sobre os lençóis brancos manchados, com sorrisos gravados em seus lábios. Rosas brancas estavam espalhadas ao redor dos corpos, não deixando dúvidas sobre quem estava por trás disso. Na parede acima da cama, em uma substância vermelha, estava escrita a palavra ❝DESNECESSÁRIO❞.

Que palavra você usaria, Srta. Blossom?─Snow pergunta, fingindo interesse pelo que ela tem a dizer.

Dahlia lhe dá uma resposta verdadeira:

─Desnecessário.

A punição por seu comportamento foi viver para sempre com a culpa da morte de sua família. O sangue deles está agora em suas mãos. Os joelhos de Dahlia se dobram fracamente antes de ela cair no chão. Ela chora incontrolavelmente pelas pessoas que matou simplesmente com suas palavras. Tão motivada por seu desejo de justiça para Cove que perdeu de vista a família pela qual estava lutando o tempo todo.

Dahlia se sente como se estivesse de volta à arena, afogando-se sob as ondas enquanto tenta desesperadamente respirar. Seus pulmões ardem e sua garganta se contrai, com a respiração fugindo rápido demais para que ela possa capturá-la. Seu corpo inteiro treme com gritos agudos até que uma mão pousa em seu ombro.

─ Não! Saia daqui!─Ela grita, chutando e batendo na pessoa que a está agarrando. ─ Me solte! Pare com isso! ─Suas mãos, fechadas em punhos, batem pateticamente no peito do homem enquanto ele tenta acalmá-la.

─ Respire, flor.─Alaric sussurra calmamente, recebendo cada golpe que ela dá nele.─ Não me importo se você me machucar. Só preciso que você respire.

─ N... Não! Eu... eu não posso! ─Dahlia tosse e respinga, agarrando-se a Alaric porque ele é sua tábua de salvação.

─ Sim, você pode.─ Alaric lhe garante, tirando o cabelo emaranhado de seu rosto.

Dahlia balança a cabeça derrotada, com o peito subindo e descendo rapidamente.

─ Não posso! Não consigo.

─ Respire comigo.─Ele ordena suavemente, segurando o rosto de Dahlia com as duas mãos.─ Inspire e expire.─ Ele instrui gentilmente, observando como a garota copia suas ações de forma trêmula.─ Inspire fundo... Respire fundo.─Dahlia repete a técnica, permitindo que sua respiração se estabilize. Eles continuam a fazer isso até que ela tenha se acalmado completamente, e Alaric acena com a cabeça orgulhosamente para ela.─Aí está você. Muito bem.

─ Eu... eu sinto muito.─ Dahlia murmura, envergonhada por Alaric tê-la encontrado em tal estado.

─ Não. Nunca se desculpe.─Ele ordena severamente, ajudando Dahlia a ficar de pé sobre suas pernas vacilantes.─ Vamos tirar você daqui.─Dahlia acena com a cabeça, concordando com qualquer coisa que tire a cena horrível de sua vista.

─ Eu não sei onde está a Lavender.─ Dahlia murmura, com a voz rouca de tanto gritar e os olhos vermelhos e inchados. ─ Ela não estava...─Ela não queria nem pensar no que tinha visto.─ Eu não consegui encontrá-la.

─ Está tudo bem. Ela está a salvo.─Alaric a informa, basicamente carregando todo o peso de Dahlia enquanto ela se apoia nele.

─ O quê?─A garota exclama em choque, sem querer ter muitas esperanças.─ Ela está... Ela está segura? Você tem certeza?.

Alaric guia Dahlia para fora da casa, conduzindo-a pela rua até sua casa.

─ Ela está abalada, mas viva.

Isso é tudo que Dahlia precisa ouvir antes de ignorar Alaric e subir os degraus da casa dele. A porta se abre descuidadamente quando Dahlia grita:

─ Lav! ─ Quando não recebe resposta, o medo de Dahlia aumenta novamente.─ Lavender!─ O primeiro cômodo para o qual ela corre é a sala de estar, invadindo-a em um ritmo alarmante antes de parar.─ Lavender.─Ela solta um enorme suspiro de alívio ao ver sua irmã sentada calmamente no sofá. Dahlia dá um salto para frente, pronta para abraçar a irmã.─ Oh, Lav. Eu estava tão preocupada...

─ O que você fez? ─ A garota cospe venenosamente, virando-se para encarar a irmã. Dahlia fica chocada com a raiva e o ódio ardentes visíveis em seus olhos, um olhar que ela via em si mesma toda vez que era forçada a assistir a clipes de seus jogos.

─ Lav, o que...

─ O que você fez?─ Lavender repete, com a mandíbula cerrada e as lágrimas escorrendo silenciosamente pelo rosto. Dália se afasta um pouco, apavorada com o fato de seu pior medo ter se tornado realidade. Sua doce irmãzinha havia se tornado ela. Amarga, furiosa e assassina. Tentando encontrar as palavras certas para acalmar a garota, a boca de Dahlia abre e fecha como um peixe. Mas ela não tem resposta. O rosto de Lavender se endurece e ela se lança contra a garota que admirou a vida inteira.─ O que você fez!.

Dahlia é empurrada para trás, tropeçando em seus próprios pés e caindo duramente no chão.

─ Lav, me desculpe.

Lavender não ouve as súplicas da garota, socando-a com um grito angustiado enquanto bate e esbofeteia o vitorioso. 

─ Você os matou! A culpa é sua! Você fez alguma coisa e agora eles estão mortos!.

Dahlia se encolhe em defesa, mas não retribui os golpes. Ela nunca faria mal à irmã. Elas são parecidas demais uma com a outra na maneira como lidam com as coisas. Gritam suas emoções até que não haja mais nada para dar. Ela só recebe misericórdia quando Alaric entra e facilmente levanta Lavender de cima da irmã. A pequena garota continua a lutar, mas acaba ficando exausta demais para continuar. Alaric coloca Lavender de volta no sofá antes de ajudar Dahlia a sair do chão.

─ Sei que isso é difícil ─começa Alaric, sentando a Blossom mais velha em frente à sua irmã.─ Mas você precisa nos contar o que aconteceu?.

Os olhos cheios de lágrimas de Lavender deixaram de olhar intensamente para o chão para se concentrar nos dois Vencedores.

─ Rosie estava dormindo no meu quarto quando eles chegaram. Eu ouvi mamãe gritando, mas eles levaram Rosie e eu mesmo assim. Tentamos reagir, mas... Eles simplesmente nos arrastaram pelo chão.

─ Quem são 'eles'?─ Alaric pergunta com cuidado, apesar de já ter um palpite.

─ Os pacificadores.─ Lavender responde com um gemido, cutucando a pele ao redor de suas unhas.─ Eles me obrigaram a assistir. Disseram-me para calar a boca ou eu me juntaria a eles. Então eles... Apontaram uma arma para a cabeça deles e...─ A garota não conseguiu terminar a frase, sendo interrompida por seus próprios soluços.─ Eles disseram que foi uma morte desnecessária, mas... A Dahlia Negra precisa ser mantida na linha.

─ Oh, Lav...─Dahlia suspira culpada, cruzando a distância entre elas para poder abraçar a garota.

─ Não!─Lavender exclama, afastando-se do toque de sua irmã enquanto o coração de Dahlia se despedaça ainda mais. ─ Não me toque. Assassina!.

─ Lav... Sei que nada do que eu disser poderá compensar o que fiz ─murmura Dahlia, ajoelhando-se na frente da criança perturbada.─ Mas você ainda é minha família. Não me importa se você me odeia, continuarei a lutar por você.─ Lavender se recusa a olhar para a irmã.─Precisamos ficar juntos, Lav... Por favor.  ─Balançando a cabeça enquanto as lágrimas continuavam a cair, Lavender se afastou da única família que lhe restava e subiu correndo as escadas da casa de Alaric. ─ Lavender!.

Dahlia tentou correr atrás dela, mas Alaric a interceptou.

─ Dê um tempo a ela, flor.─ Ele sussurra com compaixão, permitindo que o corpo de Dahlia relaxe em seus braços. Ela chora no tecido da camisa dele, abafando o som de seus gritos. Alaric os balança de um lado para o outro, acalmando gentilmente a garota e esfregando suas costas de maneira suave.─ Sinto muito que isso tenha acontecido com você.

─Tudo o que eu fiz... Tudo o que sacrifiquei...─Dahlia fungou, agarrando-se a Alaric para salvar sua vida.─ Foi tudo para voltar para eles. Agora mamãe e Ro-Ro estão mortos por minha causa e Lavender nem sequer me olha nos olhos.

Snow era um homem cruel, mas Dahlia não podia negar sua astúcia. Mantendo Lavender viva, ele poderia colocar isso sobre a cabeça de Dahlia e usá-la para manter vitorioso sob seu controle. Ele havia domado a carta selvagem com apenas uma ação. Ele sabia que a fraqueza dela estava na lealdade à família e não teve problemas em explorar isso para seu próprio benefício. A Dahlia Negra jamais conheceria a paz.

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