
𝑩𝒓𝒊𝒍𝒉𝒐 𝒑𝒐𝒔𝒕𝒆𝒓𝒊𝒐𝒓
Fiel à palavra de Finnick, Dahlia estava usando apenas a aliança de casamento quando acordou na manhã seguinte. Essa foi uma oportunidade que seu marido aproveitou ao máximo, envolvendo seus braços em torno de sua barriga nua e puxando-a de volta para perto de seu peito, a fim de plantar beijos carinhosos em toda a sua pele. Ainda bem que Coin lhes deu alguns dias de folga, porque Dahlia não achava que Finnick a deixaria sair da cama deles tão cedo, embora ela não estivesse reclamando nem um pouco.
─ Você não tem ideia de quanto tempo eu estava esperando para fazer isso.─ Finnick sussurrou baixinho em seu ouvido, mordiscando gentilmente o ponto de pulsação enquanto seus lábios percorriam o caminho até o ombro dela. ─ A restrição que eu tive que ter quando você parece tão bem o tempo todo. Tem sido uma tortura estar limitado apenas à minha imaginação.
Dahlia arqueou uma sobrancelha ao ouvir essas palavras, olhando para Finnick com um olhar questionador, enquanto brincava:
─ Ah, você imaginou isso? E me diga, correspondeu às suas expectativas?
Finnick abafou qualquer outro comentário provocador que ela estivesse preparando em sua mente afiada, depositando vários beijos em seus lábios já inchados. Quando terminou de provar sua adoração por ela, ele se afastou e lhe garantiu.
─ Foi melhor do que qualquer coisa que eu poderia ter imaginado. Você valeu os anos de espera.
Sorrindo serenamente com a sinceridade de suas palavras, Dahlia entrelaçou sua mão esquerda com a de Finnick até que as pulseiras de ouro em seus dedos anelares se entrelaçassem melodicamente. Era uma representação física de seu amor um pelo outro, um lembrete de sua união oficial. É engraçado como um círculo tão pequeno de metal pode fazer um relacionamento parecer muito mais forte e eterno. Uma diferença minúscula, mas que significava muito para Finnick e Dahlia.
─ Eu gostaria que pudéssemos ficar aqui assim para sempre. ─ Finnick suspirou pacificamente, totalmente capaz de relaxar no conforto de seu próprio espaço com sua esposa aninhada em segurança em seus braços. Uma eternidade com ela, onde não seriam incomodados pelos horrores do mundo e poderiam simplesmente viver suas vidas em paz, parecia ser o futuro que mereciam juntos. Um futuro pelo qual ele ansiava mais do que qualquer outra coisa
─ Eu também.─ Dahlia murmurou melancolicamente, aconchegando-se ainda mais no abraço quente e relaxante de Finnick. Esse sonho para o futuro deles era uma fantasia que os dois, felizmente, teriam encarado como realidade. Mas Dahlia sabia que não deveria alimentar suas esperanças. ─ Mas não podemos... Ainda não. ─ Finnick apoiou o corpo no cotovelo, demonstrando interesse, enquanto Dahlia se virava para encará-lo com uma expressão de simpatia. ─ A guerra ainda não acabou, Finn. E nossa missão também não.
─ Que missão? ─ Finnick perguntou confuso, tirando suavemente uma mecha de cabelo do rosto de Dahlia enquanto olhava para ela com carinho.
Um sorriso de lábios apertados se espalhou nos lábios de Dahlia quando ela respondeu.
─ Proteger o Tordo. ─ O rosto de Finnick se iluminou, agora entendendo completamente do que sua esposa estava falando. ─ Não podemos nos esconder aqui para sempre e Katniss precisa de nossa ajuda.
─ Eu entendo isso, mas...─ Finnick balançou a cabeça enquanto interrompia sua própria frase, quase lutando para encontrar as palavras que queria dizer. Finalmente, ele desviou os olhos para encontrar os dela, permitindo que Dahlia visse o comportamento triste que havia dominado sua mente. Com a voz carregada de melancolia, ele murmurou ─ Eu acabei de trazer você de volta, Lia. Não quero perdê-la novamente.
A confissão de partir o coração fez com que Dahlia estendesse a mão para acariciar a bochecha dele, passando o polegar pela pele bronzeada enquanto ele se aconchegava em seu toque.
─ Eu também não quero perder você, Finn. ─ Ela admitiu, sabendo que não sobreviveria a outra devastação como aquela.─ Mas não quero viver o resto de nossas vidas presas no subsolo do Distrito Treze. Quero ir para casa com você. Quero morar perto do mar, passear pela praia e encontrar conchas enterradas na areia. ─ Finnick olhava atentamente para a esposa, com lágrimas nos olhos, enquanto ela declarava apaixonadamente seus desejos. Como ela não estava descrevendo sua casa no Distrito Cinco, estava descrevendo a casa dele no Distrito Quatro. Ela queria morar no distrito dele. Seu lar era ele. ─ Eu quero uma vida com você... mas precisamos lutar por ela.
Suspirando para si mesmo com desânimo, Finnick relutou em admitir que Dahlia estava certa porque não queria mais lutar. Ele sabia que Dahlia também não queria. Os dois estavam exaustos de uma vida inteira de luta pela sobrevivência. Mas ele e Dahlia não poderiam descansar completamente até que a guerra fosse vencida. Eles precisavam colocar essa rebelião no passado para que pudessem se concentrar em seu futuro.
─ Você está certa.─ Finnick cedeu, incapaz de argumentar contra o raciocínio de sua esposa por mais tempo. Olhando para Dahlia com determinação em seu olhar, ele declarou suavemente ─ O trabalho ainda não terminou. Katniss precisa de nossa ajuda...─ Então, sua carranca solene se transformou em um sorriso sugestivo quando ele anunciou ─ Mas não agora ─ E ele mergulhou de volta para capturar os lábios dela, pronto para arrebatar sua esposa mais uma vez antes de partirem para o centro da guerra.
Ele nunca foi capaz de dizer não a ela, e isso não estava prestes a mudar. Afinal de contas, esposa feliz, vida feliz, certo?
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Coin sempre ficava desanimada quando encontrava Dahlia Odair esperando por ela na sede do Distrito Treze, pois, sempre que aquela mulher entrava na sala, a Presidente tinha uma dor de cabeça na certa. Portanto, quando ela voltou e encontrou uma das fontes de sua irritação e descontentamento crescentes, confortavelmente sentada em uma cadeira com um sorriso no rosto, Coin teve que tirar um momento para acalmar seu temperamento. Depois de respirar fundo várias vezes e colocar um sorriso pouco convincente no rosto, a mulher, normalmente formidável, atravessou a sala para enfrentar seu maior crítico.
─ Senhorita Blossom ─ ela cumprimentou educadamente, acenando com a cabeça para a mulher cuja expressão confiante nunca vacilou. ─ A que devo o prazer de sua visita?
Dahlia demorou um pouco para responder, olhando a mulher de cima a baixo e se divertindo ao vê-la se contorcer desconfortavelmente no silêncio. Por fim, ela falou apenas para corrigir um erro na declaração do presidente.
─ Acredito que agora seja a Senhora Odair.
─ Ah, sim, minhas desculpas.─ Coin renunciou sem sinceridade, fazendo com que o olhar de Dahlia ficasse mais sombrio com o interesse fingido que ela parecia demonstrar. ─ Parabéns pelo...
─ Ouvi dizer que seu precioso Tordo se tornou um trapaceiro.─ Dahlia interrompeu bruscamente, descontente e cansada das falsas gentilezas que a mulher estava se esforçando tanto para apresentar. Coin ficou temporariamente surpreso com a interrupção rude, chocado com o fato de alguém ousar falar com ela dessa maneira.
Isso só serviu para fazer com que a autoridade de Dahlia sobre a conversa crescesse como uma nuvem negra pairando sobre a cabeça de Coin. Dahlia sempre estava em vantagem, não importava o quanto Coin tentasse negar isso a ela.
─ Não posso dizer que a culpo, para ser sincero. Sair clandestinamente do Distrito Treze em um hovercraft, deixando-se cair bem no centro de toda a ação... Uma jogada ousada, mas necessária, na minha opinião.
─ Bem, ninguém pediu sua opinião.─ Coin retrucou, sua fachada civilizada caindo ligeiramente para revelar seu verdadeiro sentimento de irritação com a situação. O sorriso nos lábios de Dahlia aumentou a cada segundo.─ E para sua informação, o Tordo foi enviado para lá sob minhas ordens e com minha autoridade.
─ Ah, é essa a narrativa que você está tentando tão desesperadamente empurrar para o seu povo? ─ Dahlia zombou, balançando a cabeça em descrença com as afirmações da mulher. ─ Você simplesmente não quer admitir que perdeu o controle sobre ela. ─ Inclinando a cabeça para o lado, os lábios de Dahlia se franziram em diversão enquanto ela declarava ─ Para sua informação, você nunca teve controle sobre ela. Você não pode controlar o fogo.
─ Não estou tentando controlá-la.─ Coin protestou, não querendo morder a isca de Dahlia e admitir sua perda temporária de domínio.─ O Tordo é um amigo da rebelião, não uma arma... Ou um monstro.
Ela estava tentando obter uma reação de Dahlia. Ela estava tentando obter uma reação de Dahlia, cutucando-a como um animal acorrentado em uma gaiola, esperando que ela atacasse em retaliação para que pudesse ser punida por atacar. Mas Dahlia não lhe daria essa satisfação. Suas feições permaneceram duras como pedra, olhando para a mulher que estava procurando qualquer motivo para prendê-la novamente e nunca mais lidar com ela. Dahlia era mais forte do que isso.
Com a voz desprovida de qualquer traço de respeito e, em vez disso, cheia de veneno, ela cuspiu asperamente.
─ Diga-me, Senhora Presidente... Se fosse eu quem a desobedecesse, a senhora seria tão indulgente? Apertará minha mão e me chamará de amiga da rebelião? Divulgaria minhas ações como parte de seus planos cuidadosamente concebidos?─ O silêncio de Coin foi a única resposta que Dahlia precisava. É claro que ela não faria isso. Dahlia assentiu com amargura diante da confirmação, com os braços cruzados em sinal de desprezo, enquanto murmurava cinicamente ─ Não, não achei. Tratamento especial para seu animal de estimação especial.
─ Há algum motivo para a senhora estar aqui, Senhora Odair? ─ Coin questionou de forma concisa, inclinando-se ligeiramente para a frente enquanto seu desespero exausto começava a transparecer através das rachaduras em sua fachada. Ela queria tirar Dahlia de sua vista o mais rápido possível, por qualquer meio necessário. Mas isso significava que ela estava disposta a fazer qualquer coisa para que Dahlia a deixasse em paz, que era exatamente o que a mulher estava esperando.
─ Para pedir permissão.─ Ela respondeu sem rodeios, não fazendo rodeios quando se tratava de suas exigências. Coin obviamente não estava esperando essa resposta, quase recuando de surpresa com uma sobrancelha arqueada de forma curiosa.─ Finnick e eu gostaríamos de nos juntar a Katniss em sua luta.
Sentindo uma chance de afirmar sua superioridade na situação, um sorriso mal contido surgiu nos cantos dos lábios de Coin. Com um ar presunçoso de poder, ela perguntou arrogantemente.
─ E por que eu deixaria você fazer isso?
Dahlia não se incomodou nem um pouco com o comportamento de Coin e simplesmente sorriu inocentemente ao responder.
─ Porque só estou pedindo permissão por respeito à formalidade. Não dou a mínima para suas ordens ou autoridade. Se você me recusar, encontraremos outra maneira de chegar ao Tordo e nada do que você fizer poderá nos impedir.
─ O que você está dizendo pode ser visto como traição. ─ Coin anunciou em um tom de advertência, quase desejando que Dahlia realmente levasse adiante seus planos de traição. ─ Eu poderia declarar você e Finnick como traidores da rebelião.
─ Você poderia...─ Dahlia admitiu, balançando a cabeça como se estivesse contemplando esse dilema. Mal sabia Coin que estava lutando uma batalha perdida. Em uma batalha de inteligência, Dahlia sabia como ser mais esperta que os outros. A Presidente deveria saber que não deveria brincar com uma garota que sabe jogar melhor. ─ Mas em quem você acha que os distritos acreditarão? Em uma presidente covarde escondido no subsolo de um distrito que eles nunca souberam que ainda estava ativo ou em seu amado Tordo que luta ao lado deles na linha de frente?
Com isso, Coin sabia que havia sido derrotada. Os cidadãos de Panem não a conheciam, mas conheciam Katniss Everdeen. Eles amavam tanto o Tordo que estavam dispostos a segui-la na batalha. Nenhum deles teria feito isso por Coin. Se Dahlia e Finnick estivessem ao lado do Tordo, o resto de Panem também estaria ao lado deles.
Suspirando em derrota e balançando a cabeça com total desapontamento, Coin tentou manter sua dignidade dando a última palavra. Ressentida, ela respondeu:
─ Você é lo....
─ Louca? ─ Dahlia terminou por ela, tirando as palavras da boca de Coin e forçando-a a acenar com a cabeça em silêncio em confirmação. ─ Sim, foi o que me disseram. ─ Dahlia cantarolou impassível, com a mandíbula cerrada ao se lembrar de todas as vezes que as pessoas a chamaram de louca ou insana.
Mas, na opinião de Dahlia, qualquer pessoa que já tenha amado e perdido tem um pouco de loucura dentro de si. Isso mostra que eles já se importaram tão profunda e apaixonadamente com algo que perdê-lo foi como perder uma parte de si mesmos. Ela sabia melhor do que a maioria que a loucura não era algo a ser temido. Aqueles que perderam tudo e ainda assim permaneceram inteiros é que deveriam ser temidos de verdade. Pois esse é o sinal de um homem que sacrificaria tudo por seus próprios desejos egoístas. O sinal de um homem que forçaria crianças a lutar até a morte para se divertir. O sinal de um homem cujo reinado estava prestes a chegar ao fim. Com um sorriso determinado de orgulho no rosto, Dahlia declarou.
─ Talvez seja hora de abraçarmos a loucura.
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