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XXXIV - AMOR RURAL

❝𝗘𝗺 𝘁𝗼𝗱𝗮𝘀 𝗮𝘀 𝗹𝗮́𝗴𝗿𝗶𝗺𝗮𝘀 𝗵𝗮́ 𝘂𝗺𝗮 𝗲𝘀𝗽𝗲𝗿𝗮𝗻𝗰̧𝗮.❞

- Simone de Beauvoir

É MEIO DIFÍCIL ENCONTRAR sentido na vida quando tudo está desmoronando. O termino com Jisung afetou-me mais do que eu pensava. Naquela mesma madrugada eu voltei para casa, mas estar no silêncio das quatro paredes me deixava louca. Chegar em casa e ouvir apenas o silêncio fez a ficha cair, percebi que é real.

A segunda-feira foi o dia mais tranquilo, surpreendentemente. Estava indisposta, mas vim trabalhar. Na terça, tudo piorou, eu até adoeci. Meu corpo ardia em febre e eu me sentia tão enjoada que mal conseguia parar em pé. Parecia que a cada dia que passava os sintomas iam se agravando, eu ia me sentindo cada vez pior e tinha certeza de que aquilo era inteiramente psicológico. Por isso, resolvi tirar uma licença de três dias, aproveitando que o fim de semana eu não trabalho.

Pedir licença em pouco tempo de empresa assim é arriscado, mas eu fiz um acordo de trocar o que receberia pelo fim de semana em Paris pelos dias da licença. No instante em que o meu pedido foi aceito, liguei para minha mãe e ela pediu que o meu pai fosse me buscar. Eu disse que iria dar um jeito de ir até lá, mas meu pai insistiu em viajar as quatro horas de carro - ida e volta.

A quarta-feira foi pior do que a terça. Minha mãe não parou de me questionar por que eu ando tão triste, meu irmão me lembrava de Han o tempo inteiro, ele ainda lembra do "arremessador de bexigas d'água". Até o meu pai estava agindo diferente, ele ficava estranho ao meu lado, parecia até que tinha medo de falar comigo. Talvez meus pais pensem que eu estou assim por conta de Huye, já que eu nunca os contei sobre meu envolvimento com Han Jisung.

Melhor assim, um término a menos para eles processarem.

Hoje, na quinta-feira, eu resolvi mudar toda essa situação constrangedora. Descobri que, para fazer as coisas voltarem ao normal, é só fingir que está tudo bem, que nunca mudou. Acordei bem cedinho, ajudei minha mãe a arrumar a casa, coletei os ovos no galinheiro com meu pai e fiz o café da manhã do meu irmão.

As coisas finalmente melhoraram, eu sinto que tudo está de volta aos trilhos aqui.

- Que o senhor continue nos abençoando, que nunca nos falte comida na mesa e que a nossa menina possa vir nos visitar mais vezes. - minha mãe diz, após a oração que fazemos antes do jantar. - Amém.

Já devem fazer uns quatro anos que eu não rezo antes de comer. É um costume que tínhamos em casa: orávamos, agradecíamos, pedíamos o que estivesse no nosso coração e enfim apreciávamos a nossa refeição. Vejo que fui somente eu quem perdeu o hábito.

- Você foi no estábulo hoje, querida? - mamãe pergunta, ainda enquanto comemos juntos à mesa.

- Sim, mas só ajudei a limpar os cavalos e o estábulo. Vou sair para cavalgar amanhã, ver se ainda levo jeito. - respondo. - Você vai estar muito ocupado amanhã, pai?

- Um pouco, mas vou arrumar um tempo. Prometo. - ele diz. - Que bom que está em casa, querida.

- E como está o trabalho? - é minha mãe quem pergunta. - Não é muito cedo para você estar de férias?

- Não estou de férias, apenas tirei uma licença. Volto na segunda-feira.

- Nuna, quando você vai embora? - meu irmãozinho questiona, obviamente não com a intenção de me ver longe, mas eu não deixo essa passar.

- Já está me expulsando, Jihoon? - eu questiono fingindo estar chateada, mas o pequeno cai na gargalhada.

- Não é isso. - ele ri, é quando percebo que a janelinha nos dentes inferiores de antes foi toda preenchida, o espaço vazio agora é no canino inferior esquerdo. Me entristece um pouco ver que ele está crescendo e eu não estou por perto para acompanhar. - É que tem um monte de coisa que eu quero fazer com você antes de ir. - ele completa.

- Faça uma lista e nós vamos completar tudo até domingo à tarde, eu terei que ir antes do anoitecer.

- Pode deixar.

O resto do jantar seguiu-se em silêncio. Quando acabamos ainda ia dar 18:30h, as pessoas desta região costumam jantar cedo. Ou talvez seja eu que tenha criado o péssimo hábito de jantar às 21h.

Depois de retirar a louça, minha mãe me mandou ficar com o meu irmão e disse que limparia tudo. O pequeno Lee Jihoon e eu fomos dar um passeio de bicicleta pelo vilarejo. Eu o carreguei na garupa o caminho todo, fomos até o mercadinho do senhor Choi, à casa da senhora Park, uma amiga da minha mãe, e ao riacho à caminho de casa. Mas como está escurecendo, fomos rápidos.

O mais novo ainda gargalhava atrás de mim, desde o momento em que uma pedrinha no meio do caminho quase nos derrubou. O importante é que chegamos bem em casa. Surpreendentemente, não sozinhos.

Eu freio a bicicleta devagar e apoio os pés no chão para suportar o peso. Em frente à minha casa, um carro estaciona, um que conheço bem de quem é, mas não como o dono conseguiu o meu endereço.

A porta do motorista se abre e Jisung rapidamente salta para fora.

- Nuna, aquele não é o seu amigo? - meu dongsaeng pergunta.

- É sim. - prefiro responder dessa maneira. - Jihoon-ah, vai na frente. Eu vou guardar a bicicleta.

Meu irmão desce da bike roxa, eu também. Retiro da cestinha a sacola com compras que fizemos e peço que ele leve para casa. O mais novo é obediente.

Han se aproxima de mim enquanto eu ando vagarosamente arrastando a bicicleta com os braços pelo guidon. Eu queria passar reto e ignorar a sua existência, mas ele fica na minha frente e impede que eu volte para casa.

- Oi... - ele fala com a voz mansa, eu não digo nada. - Nós podemos conversar?

Por mais que eu deva a ele a chance de se explicar, não quero ouvir. Não quero cansar a minha mente com isto logo agora que estava finalmente me sentindo bem.

- Como você conseguiu o meu endereço? - ao invés de respondê-lo, pergunto.

- Soojin.

- E a minha lista de amigos reduz cada vez mais.

Eu pedi explicitamente a ela que não o contasse onde eu estou. É claro que não estava colocando nenhuma expectativa que ele viria, apenas quis me precaver e deu no que deu.

Ele está aqui agora, mas eu não me sinto em condições de escutar suas palavras. O que eu queria saber, já o perguntei e a resposta tampouco me agradou. Quando eu estava disposta a tentar fazer isso dar certo, ele disse que não impediria o casamento. É o fim, acabou e ele vai ter que aceitar isso.

Às vezes é preciso ignorar um problema para ver se ele desaparece.

- Espera. - ele segura a cestinha da bicicleta quando eu tento passar. - A gente pode conversar?

- Nós já conversamos. - eu quero dizer brigamos. - Você disse que não poderia cancelar o casamento. Não estamos mais juntos, não me deve explicações do que faz.

- Jiwoo, me escuta. - ele pede. - Eu pensei que conseguiria seguir em frente, mas uma vida sem você é vazia. Eu não quero desistir de você.

- E você veio fazer o que aqui? - questiono sem paciência alguma para lidar com isso agora. - Me pedir para ser a amante?

- Não vai mais ter casamento. - ele diz antes de qualquer outra coisa.

Meus pés travam no chão. Por um momento eu me sinto esperançosa, mas logo o sentimento passa. Ele pode até cancelar este casamento, mas quem me garante que não terão outros no futuro? Que garantia eu tenho de que, se o seu pai o pressionar mais uma vez, ele não me abandonará novamente para obedecer aos caprichos alheios?

- É uma pena, Jisung. Você parecia querer muito isso.

Minha cabeça dói, meus olhos ardem e eu sinto que vou vomitar a qualquer momento. Eu queria não estar tão machucada, assim quem sabe eu poderia ter uma conversa amigável e justa, mas não consigo. De tão machucada eu passo a machucar também. Sei que não é justo, mas ainda sou humana.

- Jiwoo, eu nunca quis me casar. - ele afirma. - Eu te chamei para morar comigo, eu fiz planos. Eu via um futuro em nós. A única pessoa no mundo que eu poderia me casar é você, porque você é a única pessoa que eu...

- Não termine a frase, por favor. - eu imploro. - Estou muito cansada, Han. Eu não consigo lidar com esta conversa agora, não importa o que você diga, nada entrará na minha cabeça quando eu estou assim, de cabeça quente. Vá embora, nós conversamos quando eu voltar à cidade. Agora preciso ficar um tempo com a minha família e colocar a cabeça no lugar.

- Você promete que vai me ouvir quando voltar? - ele pede uma garantia das minhas palavras.

Eu não respondo, não tenho tempo. Antes que eu diga mais alguma coisa, recebemos companhia.

- Por que está demorando tanto, Jiwoo? - minha mãe questiona, vindo me procurar aqui fora.

Quando me vê com Jisung, ela não hesita, se aproxima e o encara de cima a baixo. Mamãe analisa cada movimento seu como se estivesse lendo a sua alma, ela olhou assim para todos os meus namorados, a mulher causa medo.

- Quem é você? - ela pergunta ao Han.

- Olá, senhora. - ele a cumprimenta, curvando-se à 90°. - Meu nome é Han Jisung, sou...

- Um colega do trabalho. - adianto-me antes que ele dê a sua versão. - Mas ele já está de saída.

- E você vai dirigir uma hora dessas? - ela fala diretamente com Jisung. - O caminho até Seoul leva duas horas, é perigoso dirigir tão tarde. - ela diz. - Você pode ficar aqui em casa, amanhã volta à cidade. Venha, entre.

E assim minha mãe simplesmente sai arrastando o meu ex-namorado - importante frisar que ela não está ciente deste detalhe - para dentro de casa.

É no mínimo incomum. Minha mãe sempre foi uma mulher desconfiada e perguntadeira. Mas com Jisung ela nem esperou que ele dissesse mais que o nome para ela convidar o cara para passar a noite aqui, sem que ele ao menos tivesse tempo de negar, eu ainda menos de reclamar.

Quando adentramos a sala, meu pai tem uma expressão de confusão impagável. Meu irmão é o mais normal, ele apenas tem a mesma face sorridente de vida. Jihoon não estranha, conheceu Jisung em uma tarde constrangedora do passado.

- Este é Han Jisung. - a mais velha apresenta o homem envergonhado. Acho é pouco, deveria ter ido embora quando o dei a opção. - É um amigo da Jiwoo. Eles trabalham juntos. O pobrezinho veio aqui só para ver como ela está e ia voltar para a cidade, está tarde então eu insisti que ficasse.

- Me desculpe por incomodar vocês. - Jisung pede num constrangimento cômico.

- Tudo bem. - meu pai concorda desconfiado. - Se é um amigo da minha filha, pode ficar.

O mais velho me olha como quem espera alguma aprovação da minha parte. A minha expressão deve ter o feito questionar se a história contada é verídica. Eu forço um sorriso. Por mais que eu esteja terrivelmente desconfortável, se algo de ruim acontecesse com ele na estrada, eu me culparia eternamente.

- Você vai dormir no quarto do Jihoon. - ela avisa para Jisung.

- E onde eu vou dormir, mãe? - o pequeno interroga.

- Com a mamãe. - ela responde. - Sinta-se em casa, querido. - sua atenção agora se volta para Jisung. - A casa é pequena, mas é cheia de amor.

- Obrigado, senhora. - ele agradece, está parecendo menos constrangido agora. - Mais uma vez, perdão por incomodar.

Depois da breve apresentação, mamãe levou Jisung até o quarto do caçula. Eu evitei ficar por perto, fui ao meu antigo quarto e me preparei para dormir. Eu só não quero ver ele agora.

Uma curiosidade sobre as pessoas neste vilarejo, é que elas dormem cedo. São por volta de 20h e as ruas já estão num completo silêncio. Desde que cheguei aqui, também tenho dormido cedo, porque consequentemente acordo cedo para ajudar com os afazeres da casa e da fazenda. Mas a presença dele aqui hoje me tirou o sono.

Eu rolei de um lado ao outro da cama de solteiro, o que quer dizer que não precisou de muito esforço. Ter ele tão perto me deixou atordoada.

Eu levanto da cama, vou até minha janela e a abro. Com os pés descalços no chão gélido, eu me encosto na parede, observo o luar. A noite é calma e serena, meu coração é uma bagunça e uma turbulência. Levo a mão ao peito, ele bate normalmente, mas ainda dói.

Desde o primeiro dia de volta para casa, eu tenho evitado pensar nele. Estava indo tudo bem, mas logo ele apareceu e acabou com a minha esperança de sossego. Achei que estaria bem para encontrá-lo, que seria mais tranquilo. Aquela famosa frase, "dorme que amanhã é outro dia". Mas parece que ter ele aqui me faz reviver o momento em que tudo começou, leva-me à estaca zero.

Eu respiro fundo, pisco seguidas vezes, dou tapinhas no meu rosto, tranco a janela e volto para a cama. O meu sono demora para chegar, a insônia volta a me atacar depois de meses.

No outro dia acordo tarde, o bom é que assim não preciso olhar para ele. Jisung já foi embora.

Levanto da cama parecendo um zumbi. Procuro uma roupa e em seguida vou direto para o banho. Mal consigo enxergar no caminho até o banheiro, só vejo a sombra da minha mãe me cumprimentando com um "bom-dia".

Eu só me sinto eu mesma depois de tomar um banho e colocar as lentes de contato. Escovo os dentes e arrumo o prendedor de cabelo prata em formato de estrela. Passo as mãos pelo vestido longo branco, com pequenas flores vermelhas estampadas e mangas curtas, para me certificar de que está bom. Calço as meias brancas que chegam até o meu tornozelo e as pantufas de ficar em casa, antes de ir para a sala.

Observo o horário na parede da sala de estar, são 11h. Me apresso em ir até a mesa, almoçar com a minha família.

- Bom-dia. - eu cumprimento os três à mesa.

- Bom-dia. - mas quem me responde é uma voz mais ao fundo. Atrás do balcão dividindo sala e cozinha, lá está Jisung, com uma frigideira na mão.

Ele ainda não foi embora.

- Sente-se, querida. - minha mãe instrui. Não havia percebido que eu estava em pé por tanto tempo. - Seu amigo insistiu em preparar o almoço. Ele é um moço tão bom e educado.

Jisung escuta tudo com um sorriso. Se fosse antigamente, eu estaria feliz por ele parecer se dar bem com os meus pais. Mas agora, eu não consigo esboçar nenhuma reação.

Não demora para Han terminar de servir os últimos acompanhamentos e se sentar ao meu lado. Tento fingir que isso não me incomoda e me sirvo. Os outros se servem também. Eles comem um pouco e conversam o restante. Todos parecem ter tanto o que falar, enquanto eu fico de fora, apática, parecendo uma intrusa no meio da alegria deles.

Tentando ignorar isso, resolvo comer. Pego um pouco de tofu, mas me sinto insegura até de segurar os hashis. Com as mãos tremulas, eu consigo levar comida até a boca. Por sorte ninguém está prestando tanta atenção em mim.

Tão pouco quanto falo, eu como. O gosto da sua comida é tão característica que me faz pensar nos momentos em que tivemos juntos num passado não tão distante. Eu mal consigo mastigar tudo, engulo os pedaços da refeição quase inteiros, isso arranha a minha garganta. Desce tão mal quanto todo o choro que já tive de engolir.

Sem mais disposição para continuar aqui, eu levanto e levo meu prato até a pia.

- Já está satisfeita, minha florzinha? - meu pai questiona.

- Não estou com fome, pai. - respondo.

- Eu também já terminei. - ele diz, levantando e deixando seu prato na pia, aproveitando que eu já estou lavando. - Vou ao curral tirar o leite das vacas, você quer ir comigo?

- Claro. - respondo, terminando de enxugar a minha louça, do meu pai e colocando no escorredor.

- Seria inapropriado eu me convidar para ir também? - Jisung questiona.

Seria, é óbvio.

- Não. Vai ser bom ter mais alguém para ajudar. - meu pai discorda de mim, ainda que eu não tenha deixado verbalizada qual a minha opinião sobre o assunto.

Sem saída, eu acompanho os dois.

É esquisito ver como meu pai e Jisung não param de conversar, eles não tem absolutamente nada em comum, mas encontram assunto a todo instante.

- Eu vou deixar vocês dois aqui, tenho que abrir a cancela para os cabritos irem passear. - diz o mais velho.

Eu vou até a torneira limpar as mãos. Jisung parece uma sombra, repete tudo o que eu faço.

- Seu banco, seu balde, sua garrafa, suas cordas. - apresento o material logo ao lado do meu.

Eu prendo o meu banco no corpo e ignoro a companhia indesejada. Antes de mais nada faço um carinho no animal, eu acaricio a sua pele branca manchada de preto. Eu sinto saudades da Mumu.

Depois de amarrar o animal e fazer todo o pré-procedimento, não demora para que eu comece os trabalhos. Eu retiro o leite da vaca com facilidade, ainda não perdi a prática, foram muitos anos ajudando aqui. Ao contrário de mim, quando checo o andamento de Jisung, ele ainda está parado olhando o balde.

- O que foi? - eu pergunto.

- Eu não sei tirar leite de vaca. - ele diz o que eu já esperava. Riquinho da cidade, o máximo de leite de vaca que ele deve conhecer é o do supermercado.

Parece que finalmente encontrei algo que não esteja na sua lista de habilidades.

- Então por que você se ofereceu 'pra vir? - questiono.

- Eu só queria uma desculpa para ficar mais tempo com você. - ele me segreda.

- Eu só vou ensinar uma vez, então presta atenção.- digo, soltando a vaca que eu terminei de ordenhar e colocando de volta no cercado. - Primeiro você precisa prender a vaca, inteligência rara.

Eu demonstro. Pareço o meu pai ensinando isso para mim, tempos atrás. Mostro a Jisung como amarrar as patas traseiras, certificando de enlaçar a calda junto. Com a vaca arriada, eu passo a segunda corda no pescoço de um bezerro - sem machucá-lo, é óbvio - e o levo para mamar nas quatro tetas da vaca.

- Sempre pela direita, Han. - eu digo.

Depois que o bezerro mama para ajudar o leite a sair mais fácil, prendo sua cabeça junto com as patas dianteiras da mãe. Algumas vacas precisam que o filhote esteja por perto para dar leite. Jisung faz esta parte, mas eu seguro o bezerro, porque ele não conseguiria conter o animal.

- Está vendo essa garrafa aqui? - eu mostro a garrafa pet com um furo na tampa. - É para você limpar as tetas da vaca e as suas mãos, sempre de cima para baixo.

Eu mostro como se faz. Depois de limpo, peço o papel toalha para secar tudo.

- Agora observa. - eu instruo, não que ele já não estivesse apenas olhando antes. - Segura o balde entre as pernas, porque se colocar no chão e a vaca se agitar, ela chuta o balde e derrama tudo. Depois é só ordenhar. Não tem segredo. Abre a mão e fecha, aperta e puxa para baixo até sair tudo.

- Acho que entendi. - ele diz.

- Então agora é sua vez. Vou colocar essas de volta no lugar. - eu digo, desamarrando mãe e filhote. - Quando o balde encher pode colocar naquelas leiteiras maiores.

Jisung tenta reproduzir, e eu digo tenta. Ele parece ter medo da vaca, pois seu corpo fica quase meio metro de distância enquanto ele estica os braços para alcançar o animal. Pior ainda é a careta que faz com as tetas da vaca nas mãos. É tão engraçado que eu acabo dando uma leve risada, riso esse que se expande numa gargalhada assim que ele esguicha o leite nele mesmo, sem querer.

Jisung é um desastre com vacas. Mas o importante é que ele tenta. No fim sou eu quem faz a maior parte, ele me ajudou com apenas duas das oito vacas.

No fim de tudo, nós lavamos as mãos e esperamos o meu pai voltar. Jisung fica sentado no banquinho, enquanto eu coloco mais água para os animais e faço carinho em alguns.

- Jiwoo... - ele chama meu nome, um pouco incerto. - Você está disposta a me ouvir agora?

- Não. - solto imediatamente. - Eu não quero falar sobre isso agora, Jisung.

- Algum dia você vai quer falar sobre isso?

- Eu já disse que conversamos em Seoul. - lembro-o desta informação. - Eu só quero aproveitar um pouco a minha família e tentar ficar em paz depois de tudo o que aconteceu, mas com você aqui, a coisa fica difícil.

- Eu não queria tornar as coisas difíceis para você. - ele diz, parece sincero. - Eu ia embora antes de você acordar, mas não conseguiria ir sem te dizer o que eu vim aqui para dizer.

Desta vez não o interrompo ou sugiro que conversemos na cidade, porque isso não será uma conversa, apenas uma exposição do seu ponto de vista.

- Eu tive as minhas razões para agir daquele modo, e, mesmo que para você elas não façam sentido agora ou talvez nunca, para mim ela eram válidas. - ele diz, calmo. - Eu não desisti de você porquê era o mais fácil. Por Deus, foi a coisa mais difícil que eu já tive que fazer. Eu desisti porquê pensei que não tinha uma solução, não queria te ver sofrendo. - ele explica. - Quando você estiver pronta pra ouvir, eu vou te contar cada detalhe. E eu não vou descansar até fazer você se apaixonar por mim de novo.

Ele não precisa, porque eu nunca deixei de o amar. É difícil e eu estou terrivelmente machucada, mas sentimentos assim não somem do dia para a noite. Esta é a pior parte de um término.

- Eu já estou indo. - ele diz, ficando de pé. - Me desculpe por ser tão insistente e principalmente por te fazer passar por isso.

Suas palavras parecem sinceras e de alguma forma me comovem. Eu o dei a chance de se explicar antes e ele não aproveitou, me magoou. Agora que ele quer conversar, não vou ser rancorosa e irei ouvir, senão entraremos em um ciclo eterno de falta de comunicação.

- Jisung, espera. - eu o impeço de partir. - Eu sei que todo mundo merece uma chance de se explicar, e, eu vou te ouvir, mas quando eu estiver pronta para fazer isso de coração aberto, sem nenhum rancor. - eu suspiro. - É que não é um bom momento, você entende?

- Não se preocupe. Eu esperarei o quanto for necessário. - Jisung diz, dá-me um beijo na bochecha e sai, deixando para trás muito a ser pensado.

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