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XX - EU ME DEMITO

❝𝗛𝗮́ 𝗺𝗮𝗶𝘀 𝗽𝗲𝗿𝗶𝗴𝗼 𝗲𝗺 𝘁𝗲𝘂𝘀 𝗼𝗹𝗵𝗼𝘀 𝗱𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗲𝗺 𝘃𝗶𝗻𝘁𝗲 𝗲𝘀𝗽𝗮𝗱𝗮𝘀!❞

- William Shakespeare

TEM SIDO MUITO DIFÍCIL ESTAR sempre tão perto dele. Eu ainda o gosto, mesmo querendo me convencer do contrário.

Eu olho para a carta de demissão na minha mesa, penso no que acontece depois de entregue, além de eu ficar desempregada.

Cheguei a pensar em não desistir dele depois disso, de que já que não trabalharei mais aqui, não seria um problema. Mas quem eu estaria querendo enganar? O nosso relacionamento jamais seria aceito por absolutamente ninguém, o seu pai me acha tão insignificante que não lembra nem o meu nome, sendo que já trabalhamos algumas vezes juntos. Além disso, não quero ser a pessoa que desistiu de estabilidade por um cara.

Num mundo ideal, eu não me demitira. Mas eu sou fraca, não conseguiria ficar aqui, poucos metros distante dele e sem poder o tocar e beijar. Fingir que ele é apenas um desconhecido é a pior parte.

Acho que devo dar um fim nesse sofrimento de uma vez por todas. Sair deste emprego, voltar para o interior e retomar o tempo que perdi com a minha família. Eu quero ir para casa, me sentir segura e em paz. Vai ser bom para ele também. Nenhuma verdade consegue ficar escondida por muito tempo e, quando o nosso envolvimento se tornar público, eu estarei longe e logo todo mundo vai esquecer. Ele não vai prejudicar a sua imagem e eu vou poder seguir em frente.

Hyunjin me chama para ir até a sala de Han. Eu o acompanho, levo o envelope.

Eu só sei dizer que ele é o mesmo que antes eu chamava de vizinho por estar escrito seu nome da plaquinha transparente sobre a sua mesa, mas esta nova versão parece tudo, menos com Han Jisung. Sua postura, suas roupas, seu cabelo cheio de gel e penteado para trás, nada disso me lembra a versão que eu conheci.

Sento-me na cadeira à sua frente assim que ele indica para que eu o faça. Evito olhar diretamente nos seus olhos, não consigo. Aperto o envelope em minhas mãos. Ainda dá tempo de desistir? Eu devo desistir? Eu não quero passar por tudo aquilo de novo.

- Jiwoo... - ele me chama pelo nome, sem todas as formalidades. Seu tom é doce e familiar, me faz lembrar do antigo ele. - Vamos acabar logo com isso, por favor. Eu não consigo mais suportar isso.

- Eu também não. - eu digo após um longo suspiro. - Acho que algum de nós tem que dar um fim nisso tudo, antes que as coisas piorem. É por este motivo que quero te entregar isto. - coloco a carta sobre a mesa. - Eu me demito, senhor.

Encolho-me na cadeira, abaixo a cabeça e estralo os dedos da mão, tentando liberar a ansiedade.

- Você está falando sério? - Han pergunta, consigo perceber uma leve ondulação na sua voz. - Jiwoo, é realmente isso o que você quer?

- É sim. - respondo.

Não, não é. Mas é a opção mais viável.

- Então diga isso olhando nos meus olhos. - ele pede, tranquilamente, como se já tivesse a total convicção de que eu não consigo. - Se você quer mesmo, eu não vou te impedir. Mas você tem que dizer isso enquanto olha para mim.

Sem confiança, eu ergo a cabeça. Jisung tem olhos afiados mais perigosos que espadas. Sinto que ele consegue ler a minha mente apenas me olhando assim e, se ele pode, sabe que eu não quero mesmo isso.

- Por mais que eu goste de trabalhar aqui, é difícil te ver. - não consigo dizer que é o que quero, mas acho que consigo me expressar sobre como me sinto. - A única maneira que eu conseguiria ficar aqui seria se você não estivesse, mas isto é impossível, e eu não estou pedindo para que renuncie ao seu cargo.

- Isso é ridículo. - ele diz. Eu também acho, mas é o melhor que eu posso fazer. - Você não pode desistir desse emprego por minha causa. Eu sei como as coisas estavam difíceis para você sem ele, eu não quero te prejudicar. Se o problema for cruzar comigo aqui, eu não saio mais da minha sala, eu prometo.

- Tanto você sabe que não consegue fazer isso, como eu sei que não posso pedir algo assim. Vamos apenas aceitar isso de uma vez por todas. O que tínhamos acabou e o melhor remédio para curar isso, para acabar com esses sentimentos, é a distância.

Eu já passei por isso antes, já estive nessa mesma posição. É um lugar para o qual eu não quero voltar.

- E o que você vai fazer quando sair? - ele pergunta, preocupado. - Você não está pretendendo voltar a trabalhar para ele, não é?

- O que vai acontecer depois não importa, eu vou dar o meu jeito. Você não precisará mais se preocupar comigo, eu não vou mais fazer parte da sua vida.

- Nossa. - ele se magoa com a minha falta de habilidade neste tipo de conversa. - Às vezes eu acho que você não percebe como as suas palavras machucam.

Eu não queria ser rude, não queria machucá-lo. Eu sou um desastre ambulante quando se trata de sentimentos.

- Não falei para te magoar. - é o melhor que consigo fazer. - Será melhor para você também quando eu não passar de uma lembrança. Você sabe que alguma hora as pessoas perceberiam essa tensão entre nós dois, pelo menos se descobrirem agora você e a sua reputação não vão ter problemas.

- Este é o seu motivo? - ele questiona, como se todo olhar de julgamento, todas as palavras ruins, todo o ódio que eu recebi por conta disso antes não fosse nada. - Então eu não aceito.

- Estou dando o meu aviso de uma semana. - o informo.

- Então eu tenho uma semana para te fazer mudar de ideia. - ele diz, sempre insistente.

- Não, você tem uma semana para me substituir. - o corrijo. - Esta provavelmente será a última semana que nos veremos, então eu vou me permitir ouvir uma última coisa que você tenha a dizer.

- Saia comigo! - é o que ele diz, sem nem pensar duas vezes.

- Estas são as suas últimas palavras para mim? - questiono, ele confirma. - Está bem, então não. - respondo ao seu pedido.

- Por favor, só uma vez. Um encontro de verdade, é tudo o que eu peço. - ele insiste, 'pra caramba. - Uma última despedida, apenas você e eu sendo nós mesmos o tempo inteiro. Eu vou te esclarecer qualquer dúvida que você tenha, eu prometo.

Eu fico tentada a aceitar. É óbvio que tudo o que eu mais desejo seria poder ter ele comigo outra vez, esquecer o resto do mundo e o beijar como se ele fosse acabar amanhã.

- Só uma noite e se você decidir ir embora mesmo depois disso, de ouvir tudo o que eu tenho para dizer, eu prometo que vou te deixar em paz e que você não me verá nunca mais, se for o que deseja.

Nós tivemos um breve momento de conversa antes, mas foi tão pouco. Eu sinto que ainda tem muito mais a ser falado, que eu preciso ouvir tudo o que ele tem para me contar. Talvez ir embora depois de esclarecer tudo pareça mais fácil.

- Tudo bem. - eu concordo, desde que ele aceite alguns termos. - Mas eu tenho algumas condições.

- Eu já esperava. Diga-me.

- Tudo o que eu te perguntar, quero que me responda honestamente. - digo a primeira. - Não passe dos limites e cumpra a sua promessa. Apenas isso.

- Tudo bem, estou de acordo.

- Ótimo. - não está nada ótimo. - Você me chamou aqui apenas para isso?

- Eu? Ah, não. Você pode entregar um pacote a Changbin? - ele questiona, abrindo uma gaveta de sua mesa. Jisung retira uma caixa em tamanho médio, lacrada e me entrega. - Ele sabe do que se trata.

- Tá, eu posso sim. - digo, sem saída com o objeto em mãos. - Então eu já vou.

Jisung fica calado, ele somente olha diretamente nos meus olhos. Sinto seu calor apenas com um simples olhar, é como se cada parte de mim implorasse por cada parte dele. Os meus sentimentos estão começando a ficarem perigosos e fora de controle.

Eu queria correr até ele agora, pressionar os meus lábios nos seus e o beijar até perder o controle. Queria tanto sentir o seu carinho na minha pele, nos meus cabelos enquanto massageia até que eu durma em seus braços, o molhado dos seus beijos no meu pescoço. Eu queria tudo com você, mas infelizmente não posso nada, a minha posição não me permite.

- Eu não queria que você fosse, mas isso não cabe a mim. - ele diz por último.

(•••)

- Vai ser a melhor festa de aniversário de todas! - Chaeryeong diz, completamente animada. Eu, nem tanto.

- Não é uma festa, é uma pequena reunião entre amigos. - a futura aniversariante lembra. - E aparentemente com o nosso chefe também.

- Eu tinha até me esquecido que talvez ele apareça. - Felix diz. - Será que ele vai mesmo ou só estava sendo educado? - ele se questiona. - Se for, me fará gostar dele. Sabe, o antigo chefe não era nada assim, ele nem olhava direito na nossa cara e quando olhava era para dizer algo ruim. Eles são tão diferentes, nem parecem pai e filho.

- Não podemos dizer isso, nós ainda não o conhecemos. - Hyungseo pontua. - Mas ele parece mesmo mais tranquilo e gentil que o senhor Han. Talvez seja por ser tão novo, ele tem uma mente mais aberta. - ela diz. - O que você acha dele, Jiwoo?

- Eu? - demoro um tempo para entender que a pergunta era para mim. - Eu não sei. Ele parece... - tento encontrar um bom adjetivo. - Normal. - e falho miseravelmente. - É cedo para formar uma opinião. - ou para contar tudo o que eu sei.

- Tem razão, não vamos criar muita expectativa ainda. - Felix diz. - Talvez ele nem vá à festa, provavelmente estava apenas sendo educado mesmo.

Eu estou contando com isso.

O aniversário de Ryujin já é neste final de semana. Parando para pensar, será a minha despedida com eles. Eu pretendo manter contato, mas vai ser difícil nos vermos com frequência se estaremos há duas horas de distância.

- Jiwoo, você pode vir aqui por um minutinho? - Chaeryeong questiona baixinho para mim. Eu concordo.

Eu a sigo para fora da sala, me perguntando o que ela quer comigo e por que tanto sigilo.

Nos afastamos um pouco mais, já não podemos ver os demais do nosso departamento. Paramos razoavelmente longe dos elevadores, ela escolheu um lugar com bastante privacidade. Espero que ela prossiga com o assunto, mas eu até já consigo imaginar sobre o que seja.

Fico observando os lados, estou certa de que o tópico da conversa será ele.

- O que ele queria com você? - ela pergunta, eu estava certa.

- Ele me pediu que eu entregasse aquele pacote para o amigo dele, o que ainda mora no apartamento ao lado do meu. - respondo parte do motivo.

- Então por que está com essa carinha?

- Eu meio que estou... surtando. - digo, por fora até que tranquila. - Nós estávamos conversando, eu estava colocando um ponto final definitivo em tudo isso e aí ele me propôs um encontro. - falo um pouco mais sobre o ocorrido. - E eu aceitei.

- Mentira! - ela fica surpresa, mas feliz. - E isso não é bom? - Chae questiona, confusa por eu estar visivelmente triste.

- Não, isso não é bom porque... - desisto no meio da frase. - Você me promete que não vai surtar?

- Eu vou tentar.

- Eu entreguei a minha demissão. Por favor, se controla. - eu falo rapidamente, segurando a minha amiga pelos ombros.

- Jiwoo, ficou maluca!? - ela interroga baixo, mas queria mesmo é estar gritando. - Por que isso de uma hora para a outra? Ele te obrigou? Eu juro que se ele fez isso, eu...

- Não, ele não me forçou a nada. - eu digo, antes que ela tire conclusões precipitadas. - Foi o melhor a se fazer, eu não posso continuar aqui esbarrando com ele nos elevadores, ou sentada ao lado dele durante o almoço. Não quero fingir sermos completos estranhos e chorar todas as noites por conta deste sentimento estúpido.

- E você acha que vale a pena abrir mão da sua estabilidade financeira e... de nós, por causa disso? - ela questiona. Vai dar mais trabalho para convencer ela de que estou fazendo o certo do que a mim mesma.

- Eu não sei, Chaeryeong... - passo as mãos pelo rosto. - Eu estou terrivelmente confusa. Não quero desistir disso, já é péssimo o bastante desistir dele.

- Então não desiste de nada, fácil.

- Nem tão fácil assim. - eu penso. - Já fui "a namorada do chefe" antes. É desgastante, entende?

- Então está desistindo do emprego para ficar com ele? - a ruiva me questiona. - Você percebe como isso soa?

- Eu não estou desistindo para ficar com ele. - deixo claro, embora a ideia tenha passado na minha mente. - Estou desistindo de todo o drama que me cerca. Vou ficar aqui por uma semana mais, depois vou para longe de Seoul.

- Mas isso significa que a gente também não vai mais se ver... - ela diz com o olhar tristonho. - Quando os outros souberem, vão ficar arrasados. Vai dizer agora?

- Não, o aniversário de Ryujin está chegando e eu não quero deixar o clima pesado. O melhor a fazer é contar depois, então se você puder guardar esse segredo até lá...

- O melhor a fazer seria ficar. - ela me dá um conselho. - Mas é a sua decisão, cada um estraga a própria vida como quer. - ela deixa claro que não concorda. - Eu não vou contar, você que tem que fazer isso, não importa quando.

- Não fica brava comigo. - eu imploro.

- É difícil, porque todo mundo aqui te ama e quer você pertinho. Não pensa em um bando de gente mal intencionada e que não sabe de nada da sua vida, pense no que vai te fazer mais feliz. Algumas vezes a gente precisa ser egoísta e pensar no que é melhor para nós. Se eu fosse dar atenção a tudo de ruim que me falam, eu já teria... - ela faz uma careta e passa o polegar pelo pescoço, como se fosse uma faca.

- Para de falar esse tipo de coisa, Chaeryeong.

- Não sei porquê você parece tão assustada. Dando tanta atenção assim ao que todo mundo diz, qual você acha que será o seu próximo passo? - ela dá batidinhas no meu ombro. - Eu sei que o amor assusta, mas vale a pena. Pense sobre isso.

Ela me deixa sozinha com os meus pensamentos, que agora se multiplicam.

No meu trabalho, coração e vida, tudo está fora de ordem. Há tantas coisas que não parecem certas. Eu fico com medo de me magoar novamente, mas também me assusta viver sem ter tentado.

Num mundo ideal, em que Jisung não é o meu chefe, o pai dele não me odeie e meu coração não esteja cheio de mágoas, traumas, inseguranças e medos, eu poderia ser tão feliz ao lado dele. Eu sei que sim.

A cada dia que passa o meu quadro se agrava. Estou perdida, sem saída, é o fim para a minha sanidade. Só de pensar nele, nas memórias do que fizemos juntos, o meu corpo se arrepia. Talvez eu tenha mesmo um problema, investindo nos mesmos relacionamentos e procurando um final diferente para eles. Tentando consertar outra coisa para evitar admitir que o que está quebrado aqui sou eu.

Ele está tão perto e ao mesmo tempo tão distante. Não devo ficar perto, já fui avisada, então por que continuo me deixando levar? Acho que nunca vou aprender, continuarei quebrando a cara enquanto usar o coração e não a cabeça. Senti-lo é um caminho sem volta. Passo meus dias pensando nele e em tudo o que vivemos, daria tudo para que as coisas fossem mais fáceis e eu pudesse reviver todas aquelas sensações mágicas que nenhuma droga será capaz de me proporcionar, somente ele.

Provavelmente, eu tenha aceitado esse encontro por ainda gostar tanto dele. Ele me faz de boba, nós brigamos e então pouco tempo depois eu já estou na palma da sua mão outra vez. A situação em que estamos já não me parece mais tão relevante quanto antes, Jisung me faz desejar por ele mais do que lembrar dos motivos que me fizeram estar brava a princípio. Isto é preocupante. Estou seguindo por um caminho perigoso, eu já deveria ter aprendido.

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