XLIX - FINS E RECOMEÇOS
❝𝗔𝗽𝗲𝘀𝗮𝗿 𝗱𝗲 𝘁𝘂𝗱𝗼, 𝗼 𝗮𝗺𝗼𝗿 𝗲𝗿𝗮 𝗺𝗲𝗻𝗼𝘀 𝘀𝗶𝗺𝗽𝗹𝗲𝘀 𝗱𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗲𝗹𝗲 𝗷𝘂𝗹𝗴𝗮𝘃𝗮. 𝗘𝗿𝗮 𝗺𝗮𝗶𝘀 𝗳𝗼𝗿𝘁𝗲 𝗱𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗼 𝘁𝗲𝗺𝗽𝗼. 𝗢 𝗮𝗺𝗼𝗿, 𝗻𝗼 𝗳𝗶𝗺 𝗱𝗮𝘀 𝗰𝗼𝗻𝘁𝗮𝘀, 𝗲𝗿𝗮 𝗳𝗲𝗶𝘁𝗼 𝗱𝗲 𝗶𝗻𝗾𝘂𝗶𝗲𝘁𝗮𝗰̧𝗼̃𝗲𝘀, 𝗱𝗲 𝗿𝗲𝗻𝘂́𝗻𝗰𝗶𝗮𝘀, 𝗱𝗲 𝗽𝗲𝗾𝘂𝗲𝗻𝗮𝘀 𝘁𝗿𝗶𝘀𝘁𝗲𝘇𝗮𝘀 𝗾𝘂𝗲 𝘀𝘂𝗿𝗴𝗶𝗮𝗺 𝗮 𝘁𝗼𝗱𝗼 𝗶𝗻𝘀𝘁𝗮𝗻𝘁𝗲.❞
- Simone de Beauvoir
O CONHECI EM MAIS UM DOS meus dias conturbados. Eu estava cansada, triste, arrependida de muitas decisões, não encontrava motivos para sorrir. No meio de toda a bagunça, ele me trouxe um pouco mais de confusão e um suco de morango. Eu o odiei no primeiro instante.
Que tipo de maníaco derrama café em alguém e depois joga o seu suco de morango para finalizar com chave de ouro? Tive tanta raiva dele que poderia pular no seu pescoço e o estrangular. Mais tarde pulei, mas não para isso.
A vida não é um filme clichê adolescente, mas eu nunca experimentei tanto drama antes quanto como os dias que estive com ele. Houveram tantas coisas acontecendo em tão pouco tempo. Tantos desentendimentos, tantas conversas que não aconteceram, tantos erros, mas, acima de tudo, tanto amor.
Somos humanos, não nascemos perfeitos. Nós cometemos erros, mas aprendemos com cada um deles. A cada dia, Jisung e eu reparamos as nossas falhas, trabalhamos na nossa comunicação e o nosso companheirismo floresce mais forte nesta primavera. Eu sei que o trabalho não está terminado, tem muito mais para melhorar e, enquanto eu puder respirar, me comprometo a nunca desistir de tentar.
Olhando mais para o passado, a Jiwoo de quatorze anos atrás teria um surto de felicidade agora. Eu vou me casar!
Não sei o que me parece mais irreal, se é o fato de que em alguns minutos estarei no altar com Jisung, ou se é que eu consegui organizar um casamento em um dia. Como esperado, Han conseguiu facilmente a autorização para fazermos o casamento aqui, optamos por algo ao ar livre. Esta foi a parte mais fácil, a difícil ficou com o meu esquadrão.
Chaeryeong tem uma amiga que a irmã é confeiteira, então ela ficou encarregada de conseguir e buscar bolo e docinhos, Felix convidou todos da minha pequena lista de convidados e está atuando como fotógrafo hoje, Hyunjin ajudou Jisung a se preparar para o grande dia e comprou as lembrancinhas, Ryujin ficou encarregada de fazer meu cabelo e maquiagem, Soojin, que é também a minha madrinha, ajudou minha mãe com o vestido, Shuhua - que é dona de uma floricultura - fez o meu buquê e cuidou da decoração. Eu me preocupei em conseguir mesas, cadeiras, fazer os meus votos, dividir o tempo de ficar com o senhor Han com Jisung, para que ele pudesse resolver as suas coisas também e levar os cachorros para o petshop.
Falta exatamente meia hora para o casamento começar e Ryujin termina de dar os últimos ajustes na minha maquiagem. Eu me observo no espelho quando tudo fica pronto.
- Nossa! - eu exclamo, surpresa. - Você é boa. - eu elogio o talento secreto da minha amiga.
- Ah, valeu. - ela agradece sorridente. - Eu fiz um curso de maquiagem e trabalhei um tempo com isso para poder conseguir pagar a faculdade. - ela diz. - Não deu muito certo, mas o que importa é que estamos aqui e você está linda, eu sabia que um dia os meus conhecimentos seriam úteis.
E realmente eles foram. Shin Ryujin é muito boa com maquiagem, o que mais me deixou supresa ao tomar conhecimento deste fato é que ela quase nunca usa e, quando faz, é bem pouco.
Mais alguns minutos me apreciando no espelho e batidas são ouvidas na porta. É a minha mãe, ela entra. A mais velha me observa dos pés a cabeça, fica emocionada. Ela abana os olhos com as mãos, não querendo chorar, a mais velha se prometeu que não chorará hoje.
Consigo, ela carrega o que imagino ser o meu vestido, coberto por uma capa protetora.
- É ele? - eu pergunto, me referindo ao vestido de noiva.
- É sim. - mamãe responde, animada. - Eu estava até agora ajustando ele, mas se você quiser que eu mude algo ainda dá tempo, tá? Vamos fazer ele ficar perfeito para você. - ela me diz. - Vista-se querida, eu quero ver.
- Está bem.
Retiro o vestido da proteção com cuidado, como se estivesse tocando na coisa mais frágil e preciosa do mundo. Para mim é quase isso.
O vestido que estou usando é o mesmo que a minha mãe usou no seu casamento, mas com algumas alterações. Ela retirou as magas, agora ele é um tomara-que-caia, off white, justo no corpete, com uma saia que a minha mãe deixou um pouquinho mais rodada e com uma fenda, além do cinto de brilho prateado que ela adicionou na cintura. É simples, mas elegante.
Dou uma voltinha no meio do quarto de hospital vazio, exibindo o quão incrível eu me sinto agora, para mamãe e Ryujin.
- Você está parecendo uma princesa. - mamãe fala, sem conseguir conter as lágrimas. - Minha filhinha vai se casar, eu não pensei que esse dia chegaria. - ela chora.
- Mãe... não chora que eu choro junto. - eu imploro, abanando os olhos. Apesar da maquiagem que a Shin fez, ser à prova d'água, eu não quero subir ao altar com os olhos vermelhos.
- Tudo bem, eu vou me controlar. - ela respira fundo e seca delicadamente os olhos com a toalhinha de algodão que a minha maquiadora favorita a entregou.
Entre sorrisos e tentativas de segurar o choro, ouvimos outra pessoa batendo na nossa porta. Desta vez, é Soojin.
- Com licença... - ela pede, com apenas a cabeça para dentro do quarto. Quando recebe a autorização, adentra totalmente. - Shuhua me pediu para te entregar o buquê. - ela me estende o buquê de flores em tons de rosa, vermelho e nude. - Meu Deus, você está parecendo uma boneca.
Eu dou uma voltinha, feliz com os elogios.
- Já está na hora? - pergunto, ansiosa.
- Não, ainda dá tempo do noivo desistir. - Soojin brinca, entre risos. - Mas ele não vai! - ela corrige quase imediatamente, balançando as mãos na frente do corpo. - É o Jisung, o cara que te pediu em casamento umas três vezes, no mínimo.
- Relaxa. - eu digo. E sou eu quem supostamente deveria estar entrando em pânico. - Vai dar tudo certo. Obrigada pela ajuda de vocês hoje, sério, eu não teria conseguido sozinha em tão pouco tempo.
- Se precisar organizar outro casamento em um dia, já sabe quem chamar. - diz Ryujin.
- Eu espero não precisar fazer outro casamento. - digo, bem humorada.
- Você não vai, vocês dois são perfeitos um para o outro. - ela diz. - Eu estou muito feliz que vocês estão dando um passo tão importante na vida de vocês, vocês merecem toda a felicidade do mundo.
- Obrigada, Ryu. - eu agradeço. - Você e Chaeryeong também serão muito felizes juntas, vocês são maravilhosas.
- Pessoal, cinco minutos! - por falar nela, Lee invade o quarto para nos alertar do horário. - Preciso que todos estejam nos seus postos. Jiwoo, eu já mandei o Jisung para o local da cerimônia, então não precisa se preocupar em encontrar com ele antes da hora.
- Está bem.
- O que vocês estão esperando? - ela questiona, com pressa. - Vamos!
Eu resolvo obedecer. Nós saímos do quarto, sendo observados por pacientes, médicos, enfermeiros e acompanhantes. Sou uma estranha vestida de noiva em um hospital, é óbvio que atraio alguns olhares.
Dentro do elevador, descemos as quatro. Assim que chego ao térreo, encontro o meu pai. Ele me observa tão feliz, mas não tem tempo de dizer algo sobre eu estar deslumbrante, porque a morena nos apressa. Nós nos dirigimos até a porta dos fundos do hospital, onde há a saída para o jardim, que está todo decorado, graças à Shuhua. Ficamos escondidos, meu pai e eu, apenas assistindo a cerimônia começar, sem que os outros possam nos ver.
Changbin e Soojin, respectivamente padrinho e madrinha, são os primeiros a entrarem. Jisung vai logo em seguida, acompanhado da senhora Mirae, mãe de Changbin e sua de criação, já que a sua mãe não conseguiu estar aqui presencialmente.
Eu deixo alguns segundos de espera, um completo silêncio e ansiedade pela chegada da noiva. É somente quando Chaeryeong fala com Hyungseo pelos walk talkies e nos autoriza, que nós então saímos para fora. No mesmo segundo, Chris começa a tocar a minha música de entrada, mas não é a marcha nupcial e sim uma versão no violino de All of me, do John Legend.
Amigos, família, médicos e alguns pacientes intrometidos, todo mundo aqui, todos observando papai e eu passarmos pelo tapete vermelho até o "altar". Meu irmãozinho sorri para mim, ao lado do "tio Felix" e Hyunjin. Minhas amigas Chaeryeong, Ryujin, Hyungseo, Shuhua e até mesmo a trindade japonesa parecem super felizes, mas a felicidade de nenhuma delas se compara à minha. Quase no final da passarela, vejo Seungyeon sorridente, segurando um ipad onde a família de Jisung assiste ao casamento pela telinha. E na primeira fila, como o prometido, está o vovô Han.
Olho para frente, lá está Han Jisung, o homem com quem eu passarei o resto dos meus dias. Ele sorri com os olhos marejados, eu já desejo chorar também. Ele está tão lindo, não que seja alguma novidade.
Meu pai me dá um beijo na testa e me entrega nas mãos do noivo. Quando olho para Jisung, o sorriso que se forma nos meus lábios torna-se uma resposta comum ao seu charme. Meu coração bate acelerado. Fico nervosa, mas, de certa forma, a sua presença também me acalma.
Quando a música acaba, viramo-nos para frente, para a cerimonialista que surge frente a nós, dando início ao nosso casamento.
- Amigos, familia... uma boa-noite a todos. - ela diz. E é só então que, reconhecendo a sua voz, percebo que a pessoa responsável por nos casar, trata-se de ninguém mais, ninguém menos, que a ilustre personalidade que é Hwang Yeji.
Então era isso que Hyunjin queria dizer com conhecer a pessoa perfeita para selar esta união. Ela parece tão diferente agora, com os cabelos escuros, traje social e sem o monte de bijuterias que eu estava acostumada a ver nela, junto do estilo mais hipster que costuma usar.
- O que é o amor? - ela inicia o seu discurso com tal questionamento. - É difícil dizer exatamente ou de um único modo. O amor pode se manifestar de várias formas, desde um abraço de conforto até um gesto romântico e apaixonado. Amor é respeito, carinho, zêlo, dedicação, companheirismo, é saber renunciar, dividir, compreender e cuidar. Amar é algo que muda não só o mundo, mas a maneira como o vemos. É por isso que estamos aqui hoje, para celebrar o amor entre Han Jisung e Lee Jiwoo.
O meu coração bate acelerado, todo feliz. Apesar de todas as circunstâncias, este é sim o dia mais especial da minha vida. Não poderia ser diferente. Eu o amo, quero passar o resto da minha vida com ele.
- Antes de mais nada, eu preciso perguntar. - Hwang vira-se para mim. - Lee Jiwoo, é de live e espontânea vontade de que você aceita Han Jisung como o seu legítimo esposo? - ela questiona.
Antes de dar a minha resposta, eu o observo. Jisung sorri, acalmando o meu peito ansioso. É claro que sim. Eu não tenho dúvidas de que o quero comigo, do meu lado, para sempre.
- Sim. - respondo, sem dúvida alguma.
- E você, Han Jisung, é de livre e espontânea vontade que aceita Lee Jiwoo como a sua legítima esposa? - a pergunta agora é direcionada para o noivo.
- Sim. - ele responde, imediatamente, o que gera algumas risadas.
- Se é assim, agora vocês podem fazer os seus votos. - ela instrui. Han decide começar.
Novamente, ficamos de frente um para o outro. Jisung olha para mim com carinho, sorri e respira fundo. Ele parece nervoso, ansioso. Eu sorrio de volta e seguro a sua mão, então assim ele consegue a tranquilidade que precisa para iniciar o seu discurso.
- Jiwoo, meu amor, jagi... - ele não consegue parar de sorrir, nem eu. - Por muito tempo durante a minha vida, eu imaginei se algum dia encontraria alguém que me amaria de verdade e faria eu me sentir tão amado. Eu estava cansado, triste, magoado. E então, quando eu menos esperava, você chegou, com o seu bom humor... - ele está sendo irônico - ... paciência e doces palavras.
Tudo bem, eu reconheço. No dia que nos encontramos pela primeira vez eu fui um pouco rude. Tá, muito rude. Eu não vou tentar me justificar, fui grossa. Estava passando por um momento muito difícil e a situação com Jisung agravou as minhas emoções, mas eu poderia ter sido mais gentil.
- No momento em que eu joguei suco de morango na sua cara, eu soube que daria em casamento. Porque você só olhou para mim e já ficou toda vermelha. Literalmente. - ele me arranca uma boa risada.
Lembrar disso me faz querer pegar o microfone e bater com ele na sua cabeça. Han tinha mesmo que lembrar daquele dia. Eu amo esse bobão.
- Eu poderia ficar aqui e dizer como tudo começou, mas essa não é uma história que os seus pais queiram ouvir. - eu o agradeço mentalmente por isso. - Sendo totalmente franco e sem qualquer exagero da minha parte, você é incrível, Jiwoo. Não existe outra pessoa no mundo que me faça sentir como você faz, que seja tão honesta, compreensiva, paciente... ou com uma bundinha tão bonita. - ele faz graça. Palhaço. - Eu prometo que vou te amar até o meu último suspiro, meu amor. Você é a melodia mais bonita da minha vida.
Meu coração se aquece. Eu sabia que ouvir as declarações de amor de Jisung seriam uma experiência única, porque ele é único. Han me surpreende sempre, eu nunca sei o que ele vai dizer, o quão sérias ou cheias de graça serão as suas palavras. É uma das coisas que amo nele, ele é perfeito para mim.
Ele me passa o microfone, então eu entrego o buquê à Soojin. Não quero soltar sua mão.
- Han Ji, eu ainda me lembro de tudo sobre o dia em que nos conhecemos. Às vezes, antes de dormir, eu gosto de ficar pensando em como você chegou de mansinho e pouco a pouco conquistou o meu coração. Cada dia ao seu lado vem se tornando uma experiência nova, única. Eu já perdi a conta de quantas palavras eu já usei para me referir ao nosso relacionamento, então aqui vai um resumo de todas as emoções e sensações que você me causa: Eu te amo! - digo, olhando no fundo dos seus olhos.
Eu mordo o interior da minha bochecha , me impedindo de chorar agora. Que se dane Schopenhauer, eu sou muito feliz.
- Eu amo você, as suas bochechas, como você me acorda com beijinhos todas as manhãs, como ainda cantamos Taylor Swift juntos na ida ao trabalho, a maneira como você olha para mim, como você me entende. Meu amor por você é proporcional à quantidade de estrelas que cabem no céu. - digo. Sinto minhas mãos formigarem. - Encontrar alguém no mundo como você é mais do que sorte, é destino. Você fez da minha trilha sonora melancólica, uma melodia de esperança, de amor, carinho e respeito. Obrigada por estar do meu lado e não desistir de nós. Eu te amei ontem, te amo hoje e amarei até o fim dos nossos dias. É uma promessa.
Neste ponto, não é surpresa para ninguém que lágrimas escorrem pelo meu rosto.
Eu deixo o microfone de lado. Han vem até mim, tira o lencinho do seu bolso e cuidadosamente seca o meu rosto, com delicadeza para não borrar a minha maquiagem. Ele seca os seus olhos também, em seguida guarda de volta no terno, beija minha bochecha e volta ao seu lugar.
- As alianças, por favor. - Yeji pede.
E Jihoon, que antes estava com Hyunjin e Felix, quando percebo, está caminhando todo arrumadinho no tapete vermelho, trazendo as alianças até o altar improvisado.
Ele vem até nós, sorrindo alegre. Dou um beijinho na sua bochecha, meu noivo e eu pegamos as alianças presas na almofadinha branca pelo laço de cetim. Com as alianças em mãos, Han e eu nos reencontramos novamente cara a cara, prontos para iniciarmos a troca.
- Han Jisung... receba esta aliança, como o símbolo do meu amor e de toda a minha fidelidade. Eu prometo te amar e te respeitar, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias de nossas vidas, até que a morte nos separe. - eu digo, deslizando a aliança de ouro pelo seu dedo anelar.
- Lee Jiwoo, receba esta aliança, como o símbolo do meu amor e da minha fidelidade. - ele faz o mesmo, colocando a aliança no meu dedo com delicadeza. - Eu prometo te amar e te respeitar, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias de nossas vidas, até que a morte nos separe.
Depois disso, só nos resta uma última coisa.
- Se alguém tem algo contra essa união, que fale agora... - ela começa. Neste momento eu congelo. O meu lado pessimista de que tudo vai dar errado sempre aparece numa hora dessas. Eu imaginei coisas que vão de Huye armando uma ceninha ao seu pai voltando dos mortos só para dizer que não concorda com isso. Mas felizmente, nada acontece. - Ou cale-se para sempre. - ela encerra. - Pelo poder concedido a mim pelo estado e pela internet, eu os declaro: casados. Han Jisung, você já pode beijar a noiva.
Jisung não espera outra deixa. Han dá os passos necessários na minha direção, segura-me nos seus braços e, sendo um completo exagerado, gira-me e joga-me para trás, segurando-me no ar e finalmente me beijando. Eu acabo rindo, é tão clichê.
Os convidados gritam animados, de pé. Changbin e Soojin saem juntos nossa frente, Jihoon em seguida, Jisung e eu vamos logo atrás, sendo cobertos pelas pétalas de flores que são jogadas sobre nós. Sem arroz, não vai ter desperdício de comida. As flores replantamos depois.
Quando a cerimônia acaba já é noite, nós nos sentamos para jantar. Soojin e sua equipe mais uma vez cozinharam feito anjos. Estava divino.
Um pouco mais tarde, quando acho que está tudo terminado, Chaeryeong me chama dizendo que tem uma última coisa do casamento para fazer: jogar o buquê. Os solteiros, sem restrições de gênero, se juntam num grupinho atrás de mim. Eu sei que Changbin estava louco para agarrar as flores, mas quem conseguiu mesmo foi Sana.
- O que os rapazes estão fazendo aí? - eu pergunto para os Han, ambos sentados no mesmo banco em que estávamos ontem.
- Olhando as estrelas. - Jisung responde.
Eu me junto a eles. É uma noite bonita, o céu está bem estrelado.
- Eu estou feliz. - o senhor fala, de repente. Jisung e eu o olhamos, esperando que ele continue. - Eu realizei o meu sonho hoje. Vi o meu amado neto se casar e estar ao lado de quem ele ama de verdade. É bom estar presente aqui.
- Nós ficamos felizes de que o senhor está aqui conosco. - o seu neto diz, eu concordo.
- Eu vou lembrar desse dia como a minha memória mais bonita. - diz o mais velho. - Obrigado minhas crianças, por dar a este pobre velho um último momento de felicidade.
- Espere até tirarmos umas férias e irmos no parque aquático, isso sim será felicidade. - Jisung diz, seu avô e eu rimos. Só eu sei o quanto demorou para tirar da sua cabeça a ideia de passarmos a nossa lua de mel em um parque aquático que ele encontrou na internet.
- A sua ideia de férias perfeita é ir em um parque aquático? - eu pergunto.
- Sim. - ele diz, como se fosse óbvio que é a melhor opção de todas. Honestamente, consigo pensar em coisa melhor. Por que um parque aquático se podemos ir em uma ilha? - O que seria melhor que isso?
- Ir às Bahamas, passear de barco em Veneza, um cruzeiro pelo Caribe, ir à lua, sei lá, trata coisa. - faço uma pequena lista.
- Ih, mentira. - ele diz. - Vô, fala 'pra ela que um dia no parque aquático deixa todos esses programas no chinelo. - ele pede, mas não obtém a ajuda que queria. - Me defende, vô. - Jisung pede novamente, mas tudo que recebe é o silêncio. - Vovô...?
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