XLI - ANO NOVO, MESMOS PROBLEMAS
❝𝗢 𝗮𝗺𝗼𝗿 𝗲́ 𝗮 𝗯𝘂𝘀𝗰𝗮 𝗱𝗼 𝘁𝗼𝗱𝗼.❞
- Platão
APÓS O FIM DAS FESTIVIDADES, a Cheshire voltou ao trabalho. O natal passou depressa e mais rápido ainda foi o réveillon. Um novo ano se inicia e com ele a esperança de um amanhã melhor.
Como o de costume, segundo Chaeryeong, no primeiro dia de trabalho de um novo ano, a maior parte dos funcionários se reúne no restaurante da empresa para ouvirem o discurso de boas-vindas do chefe. Sendo assim, nos reunimos todos na cantina, a espera de Jisung para dar início à tal tradição.
- Vocês deveriam ir, a energia lá é surreal. - Hyungseo fala sobre a sua viagem. Ela está até com a pele naturalmente bronzeada.
- A gente pode ir lá nas próximas férias. - Ryujin sugere à namorada, fazendo planos.
- Vamos pensar um pouco sobre isso. - diz Lee, sem querer falar sobre o assunto agora, já sabendo que será difícil as duas conseguirem tirar as suas férias juntas, no mesmo mês.
- O que vocês fizeram no fim de ano? - pergunto.
- Como passamos o natal na casa dos meus sogros, a virada do ano foi com a minha família. - Chaeryeong é a primeira a me responder. - Nós fizemos um boneco de neve feio e chamamos ele de Yongbok.
- Obrigado pela homenagem. - Felix ignora a provocação. - O meu fim de ano romântico foi prefeito. - ele diz, mostrando para sua prima que ele estava certo sobre desta vez o seu relacionamento ser sério e duradouro. - Nós ficamos o dia inteiro agarrados frente à lareira da minha casa, tomamos chocolate quente e não desgrudamo-nos por um minuto. Foi impecável.
- O seu feriado também deve ter sido divertido, já que você e Jisung estavam juntos. - Shin me diz.
- O natal foi incrível, tivemos boas conversas, boas companhias, boa comida, tudo sobre aquela noite foi incrível. - eu conto, sem me aprofundar muito. - Mas eu comi tanto e fiz tanta mistura que tive uma infecção estomacal e passei o outro dia me sentindo péssima.
- Eu te entendo. - Hyungseo se solidariza com a minha dor. - Vocês lembram quando aconteceu comigo na festa de aniversário da empresa? Eu não gosto nem de lembrar, nunca mais consegui olhar para um bolinho de camarão sem sentir ânsia de vômito.
- Você não precisa nos dar os detalhes... - Chae faz cara de nojo.
Eu dou risada por um segundo. Rapidamente o meu cérebro faz um paralelo entre o bolinho de camarão, Hyungseo tendo reação alérgica, o dia em que eu passei mal e a conversa que Jisung e eu tivemos.
Esta informação foi omitida por mim durante a conversa. É um assunto muito particular para ser jogado numa rodinha de amigos. Não é algo para fofocar com os meus colegas de trabalho, é apenas entre ele e eu. E por falar nele, Han aparece ao lado de Hyunjin. Seu secretário pede por atenção e passa um microfone para o chefe.
- Família Cheshire, sejam todos muito bem-vindos de volta. - ele diz primeiramente. - Eu serei breve, prometo. Quero apenas dizer que eu estou muito feliz com os resultados deste último ano, e isso é tudo graças a cada um de vocês. - Han dá os créditos à equipe. - Muito obrigado pelo trabalho duro, por serem parte desta grande família. Nós estamos avançando cada vez mais, ganhando cada vez mais reconhecimento e isso jamais seria possível se cada um de vocês não se doasse tanto ao que construímos juntos. - ele fala, sorridente. É a primeira vez que o vejo empolgado com algo relacionado a este trabalho. - A todos vocês, o meu mais sincero muito obrigado.
No fim do seu agradecimento, ele curva-se educada e respeitosamente à noventa graus, diante de todos os seus funcionários. Han é recebido com aplausos.
- E para mostrar a minha gratidão... - quando pensávamos que tinha acabado, ele volta a falar. - Hoje no almoço teremos comida italiana, então se preparem para comer as melhores massas da vida de vocês! - sua ação gera uma centena de reações de alegria e euforia. - Cheshire, fighting! - o nosso chefe anima toda a equipe.
Ele conseguiu o que queria, a moral da equipe foi aumentada e é apenas o primeiro dia útil do ano. É uma ótima maneira de começar. Na verdade, Jisung tem feito pequenas melhorias para elevar a moral da equipe desde que começou, algumas delas que podem passar despercebidas aos olhos comuns.
Em cada andar, Han Ji mandou instalarem novas tomadas e fez até uma área para que os funcionários possam carregar os celulares, com banquinhos confortáveis para esperar. Ele implantou a sexta da pizza, trocou o papel higiênico simples do banheiro por um folha dupla e, em dezembro, ele desprivatizou o seu elevador, agora existem três elevadores funcionando para todo mundo. Algumas das coisas que ele melhorou aqui podem não ser notadas, mas fariam muita falta se tudo voltasse a ser como era antes.
- Woah, vocês também não preferem mil vezes o novo chefe? - Hyunseo pergunta, admirada com as diferenças entre o pai e o filho. - A jiwoo eu já sei que sim.
- Sim, ele é ótimo. - eu me permito por alguns instantes sair da minha persona profissional.
Quando o momento de boas-vindas acaba, nós tomamos o rumo dos nossos postos. É muita gente para usar o elevador, o gesto de Han em dividir o que antes era somente seu mostra-se eficiente quando todos podem se transportar pelo prédio com mais facilidade.
Sem pressa ou impaciência, vamos deixando os outros funcionários utilizarem os elevadores primeiro. Han e Hwang parecem ter o mesmo pensamento, pois restamos apenas nós. Entramos juntos no princípio elevador à descer vazio.
- Foi uma ótima ideia comprar comida ocidental para todo mundo, chefinho. - Felix elogia o patrão, exibindo os polegares para cima como um gesto de aprovação.
- Eu gostei muito quando comemos no restaurante de Soojin, no aniversário de Ryujin, então contratei o restaurante dela para hoje. Normalmente ela não faz isso, mas abriu uma exceção. Espero que todos gostem. É um incentivo para que continuem fazendo um bom trabalho. - ele diz.
- Eu vou poder comer daquele paraíso em forma de refeição novamente? - Hyungseo fica animada com a notícia. - Eu sou tão feliz!
O bom humor da Myung contagia todo mundo. Eu fico de bom humor também, mas não sou tão expressiva quanto os outros, isso deve ter chamado a atenção de Jisung. Ainda tenho algumas preocupações na mente.
- Jiwoo, você está bem? - ele me pergunta de repente, baixo o suficiente para sermos os únicos a ouvir.
- Sim. - digo simples.
Já faz um tempo desde que eu estive doente, eu já me recuperei.
Fico em silêncio, todos os outros também. É estranhamente pesado unicamente para mim, dentro do elevador, minha mente sente isso, fico martelando o momento em que o contei que não posso gerar filhos.
Jisung ficou tão surpreso que ele nem disse mais uma palavra, ficou tudo quieto até a hora de irmos embora do hospital, não que em casa nós tenhamos conversado muito, eu dormi o resto daquela tarde e não tocamos mais no assunto depois.
Ele esteve comigo o tempo todo, me levou para casa e ficou ao meu lado, mesmo com os meus pais estando lá para isso, mas eu senti como o clima ficou estranho, como ele ficou desapontado com a minha revelação. Ele já deveria estar nos imaginando juntos, casados e com filhos. Mas esta é uma visão utópica, imaginária.
A cada minuto que passa eu fico com mais medo do que pode acontecer conosco. Ele quer ser pai, é o seu sonho, ele tem direito à isso, mas não sou eu quem posso realizá-lo. Talvez ele queira investir em alguém que possa fazer isso enquanto há tempo.
As portas se abrem pela terceira vez, no meu andar. Ryujin, Hyungseo e Chaeryeong saem do elevador, eu as acompanharia se não fosse ele me segurando.
- Vem comigo até a minha sala, eu sinto que a gente tem uma conversa pendente. - ele diz.
- Podem ir, eu vou daqui a pouco. - falo às minhas colegas de equipe, acompanhando o meu namorado.
O acompanho em silêncio. Hyunjin vai para a sua mesa, Han e eu adentramos a sala.
Jisung fecha a porta, mas não passa a chave. Tenho um dejá vù. Ele se senta no sofá macio, deixa o blazer no braço do móvel e me convida para fazer o mesmo, fico ao seu lado. Respiro fundo, o assunto desta conversa não será dos melhores.
Seja o que Deus quiser.
O meu namorado parece um pouco nervoso, é a primeira vez que eu o vejo inseguro sobre algo. Vejo quando ele tenta esconder a sua respiração funda. Han fica pertinho de mim, passa o braço esquerdo sobre as costas do sofá e tenta me olhar nos olhos.
- Amorzinho... eu quero entender o que está acontecendo conosco. - ele fala. - Desde que nós dois voltamos daquele hospital, tenho a impressão de que você está agindo diferente. Foi algo que eu disse?
Me sinto uma boboca. As coisas ficaram mesmo um pouco esquisitas entre nós dois, mas não foi proposital. Eu me magoei, fiquei desapontada, mas não com ele. Me deixa um pouco para baixo saber que ele estava este tempo inteiro pensando que era por culpa sua.
- Não, você não disse nada de errado. - respondo. - Eu estou chateada, Jisung. - confesso. - Mas não é com você, é comigo.
- Eu não estou entendendo. - ele diz. Não o condeno por isso, porque até eu não me entendo na esmagadora maioria das vezes.
- É que este é um assunto delicado para mim, entende? - eu respiro fundo. - Eu não era o tipo de criança que brincava de boneca e agia como se elas fossem minhas filhas, mas eu cuidava dos pintinhos como se fossem meus. Por mais que essa não fosse a minha maior prioridade, eu queria namorar, me casar, engravidar e construir uma família. - eu conto. - Então você deve imaginar como foi para mim quando eu fiz um teste de fertilidade e descobri que eu sou estéreo.
Eu não gosto de lembrar dessa época, não só porque eu descobri que não posso gerar filhos, mas pelos motivos que me faziam querer um naquele momento, enquanto estava com Huye.
- Eu fiquei mal por semanas. Parecia que eu tinha perdido uma parte de mim, uma parte que eu nunca possui a chance de ter. - eu mordo o interior da minha bochecha, tentando não chorar. - Eu precisei aceitar isso, me acostumar, encontrar uma nova parte de mim. Mesmo sendo um momento tão conturbado, foi o ponto chave para eu mudar a minha vida, entender o que estava acontecendo comigo, o que era aquele relacionamento e quem eu sou. Eu pensei que estava tudo bem, que eu tinha superado, mas aí você veio com aquele papo sobre bebês e eu estar grávida.
Falar sobre isso ainda é tão doloroso quanto foi na época. Eu me sinto frustrada, derrotada, incapaz. Não é culpa minha, eu não escolhi nascer assim, mas precisava ser eu?
- Quando eu vi a maneira como você falava sobre a paternidade, o jeito que os seus olhos brilham quando você fala sobre o desejo de ser pai... eu me senti tão frustrada por não poder realizar esse sonho com você. - eu lamento. - Quando você descobriu e não disse nada, mas agiu como se tivesse perdido alguém, eu me odiei.
Quando não consigo mais me conter e a primeira lágrima escorre pelo canto do meu olho direito, Han me abraça forte. Ele me agarra juntinho do seu peito, deita minha cabeça em seu ombro e faz carinho na minha nuca.
- Meu amor, me perdoa. - ele pede, ainda agarrado no meu corpo. - Eu queria ter dito algo, mas fiquei com medo de falar alguma coisa errada e te magoar.
Eu não quero soltá-lo. Aperto os dedos na sua camisa social, prendendo-os.
- Está tudo bem, meu amor. - ele diz, baixinho pela proximidade. - Escuta, eu te amo. - sua voz doce fala com calma. - Para mim, um filho é uma expressão do amor entre duas pessoas, mas ela não é a única. Se não tivermos um, está tudo bem, mas se você quiser, nós ainda podemos tentar outras opções. Eu quis ser pai, independentemente do gênero do meu parceiro, por isso eu sei que existem outros métodos de se ter uma criança, a adoção é um bom exemplo.
Eu sei disso. Estou perfeitamente ciente de que o método tradicional não é o único existente, isso seria invalidar casais homoafetivos, que não utilizam deste método. A questão para mim é que, quando as minhas prioridades mudaram, a minha vida inteira mudou. Eu me acostumei a viver em uma vida onde não há espaço para crianças.
- Eu sei, amor. A verdade é que, eu queria muito ser mãe, mas agora eu já não sei mais. - confesso. - Eu tenho tanta coisa para fazer, para conquistar. Se eu for cuidar de uma criança, quero me dedicar a ela. Quero estar ao lado dela, brincar, ensinar a assobiar, porque você não sabe, ajudar com a lição de casa, arrumar e levar ela para a escola... eu quero educar ela. Mas para isso eu preciso de tempo. Eu trabalho, viajo bastante e tem vezes que fica difícil até de ver você. Eu não quero ser uma mãe ausente, mas também não quero desistir da minha vida profissional.
- Eu entendo, querida. - ele diz. - Eu sou o CEO de uma grande empresa, o trabalho também consume muito o meu tempo, mas na minha posição eu posso fazer os meus horários. Contigo é diferente e eu entendo se você não quer isso para você, eu entendo mesmo. - Han se mostra compreensivo e companheiro.
- Eu não sei sobre o futuro. Talvez eu queira, talvez não. - digo, incerta. - Seria injusto com você te fazer esperar por uma resposta que eu nunca sei se terei.
- Eu imagino como você se sente, mas me deixa falar uma coisa. - ele pede, eu escuto. - Eu te amo, eu quero estar com você. Se nós tivermos ou não uma criança, isso é coisa para o futuro. Você e eu me bastam para ser feliz. Talvez a sua resposta nunca venha, mas isso não me incomoda. Eu ainda quero uma família com você. Você, eu e o Mingi.
Han faz tudo parecer menos complicado, mas nem sempre foi assim. Gosto de como estamos hoje, de como conversamos, como temos um ao outro e como podemos ser honestos sobre o que sentimos. Eu o amo muito.
- Você quer mesmo estar com alguém que pode nunca mudar de ideia? - questiono, para me certificar.
Espero por uma resposta sua, mas ela não vem em palavras. Jisung desfaz o nosso abraço, ele me olha sorridente, beija-me as duas mãos. De uma maneira tão apaixonante e delicada, ele retira o anel de prata que costuma usar em seu dedo mindinho e devagar desliza sobre o meu anelar.
- Eu quero estar para sempre com a mulher que eu tanto amo. - ele diz. - Nós não precisamos ter um bebê se você não estiver preparada. Você já parou para pensar na dor de cabeça que um filho inteligente e gostoso poderia nos causar?
Han é impressionante, ele me faz gargalhar até em um momento como este.
Ele sorri, beija o anel agora no meu dedo e depois os meus lábios em um longo selar. Eu olho para o anel, feliz. É simbólico, não é um pedido de casamento, mas tem quase o mesmo significado de uma aliança, o laço que nos une e a promessa de que sempre estaremos juntos.
Entre beijos e abraços, o celular de Han vibra no bolso. Ele atende a chamada de vídeo de Sana, fazendo nós dois aparecermos na tela.
- Oi, Jisung! Oi, Jiwoo! - ela nos diz um 'oi' animado e sorridente. Nós retribuímos a gentileza.
- Oi, Sana! - Han a cumprimenta também. - Por que ligou? Houve algum problema? - ele não diz com a intenção de ser intenção de ser rude, mas preocupado sobre como ela está. Da última vez que ele esteve em seu país, foi para acabar com o casamento.
A ruiva fica um pouco sem saber o que responder, o seu coreano ainda é um pouco limitado, mas está ficando bem melhor. Do outro lado da chamada, um rosto conhecido aparece rapidamente, é Hirai Momo. Ela ajuda a amiga com o que dizer e a outra repete. Sana fala o que quer dizer, Momo e eu ajudamos a traduzir.
- Está tudo bem. Eu liguei para dizer que amanhã terá uma pequena cerimônia de posse, eles vão colocar tudo no meu nome. - ela anuncia. - Os meus pais não estão de acordo, mas quando for eu quem dá as ordens aqui, vou aceitar a sua proposta. Não queremos e nem vamos nos casar, mas isso não quer dizer que não possamos fazer negócios.
- É sério? - ele fala sem crer. - Eu sei que é arriscado, mas eu vou dar o meu sangue por isso. Vai ser benéfico para nós dois, eu só preciso que você confie em mim e no processo.
- Eu confio. - ela diz. - Você fez muito por mim, Jisung. Isso até te deixou em maus lençóis com a sua namorada. - ela lamenta. - Me desculpe pelo transtorno que a minha família causou, Jiwoo. - ela fala comigo no seu idioma.
- Não foi muito agradável descobrir de repente que o meu namorado ia se casar com outra pessoa, mas ficou tudo bem quando a história foi esclarecida. - eu digo. Não quero que ela se sinta mal por algo de que não tem culpa. - Você não precisa se desculpar comigo, você não fez nada de errado, foi apenas uma vítima das escolhas dos outros.
- Eu fico feliz que vocês se resolveram. - ela tem um sorriso tão doce. - Vocês são lindos. - ela diz uma das frases que sabe no nosso idioma, já sem a ajuda da amiga. - Eu desejo que vocês... - Sana olha para o lado, procurando lembrar qual era mesmo o fim da frase. Nós ouvimos um sussurro antes de sua sentença ser terminada. - Eu desejo que vocês se fodam! - ela fala com animação.
Eu a encaro assustada. Jisung que não entendia nada do que conversávamos em japonês, agora me observa confuso, porque esta frase ele conhece bem, é natural do seu idioma.
- O que foi? - ela questiona, preocupada com as nossas feições e sem entender o motivo da risada escandalosa que Momo dá.
- Você disse 'pra gente se foder. - a explico de uma maneira que ela entenda.
- Meu Deus, não! - ela reclama em pleno choque. Agora que o susto passou, é levemente cômico. - Desculpem-me. Eu queria dizer que desejo que vocês sejam muito felizes juntos.
Eu explico o mal entendido para Jisung e ele acaba rindo também.
Eu entendo Hirai, já fiz algo parecido com Soojin algumas vezes. Uma vez ensinei ela a mandar tomo mundo para a puta que o pariu, quando ela jurava que estava dizendo obrigada em mandarim. Outra eu disse a ela que "happy pride" era um tipo novo de saudação e ela saiu distribuindo para todo mundo como se fosse bom-dia.
- Obrigada. - eu agradeço, sem conseguir conter a vontade de rir. - Espero que você também seja muito feliz com a pessoa que realmente ama. Você merece.
- Eu também espero. - ela diz sorridente, sonhando com o futuro. - Eu preciso desligar agora, annyeong!
- Tchau! - nós dois dizemos juntos, acenando para a tela.
Quando a chamada se encerra e as risadas também, lembro que tenho trabalho a fazer. Eu dou beijinhos na bochecha do meu namorado antes de tentar levantar. Se eu pudesse, ficaria apenas aqui com ele o resto do dia, mas como namorada do chefe, eu tenho que trabalhar duas vezes mais que os outros, para não ser resumida apenas a isso.
Não é que o nosso relacionamento tenha dificultado muito as coisas para mim. No começo foi mais difícil, as pessoas me olhavam com julgamento e não acreditavam no que sentimos. Hoje ainda existem pessoas que acham que eu "roubei" Jisung de Sana e que sou uma interesseira, mas esses comentários não me interessam mais.
Estou feliz com ele. Tenho um bom relacionamento, bom emprego e amizades verdadeiras. Eu trabalho, trabalho duro, porque eu sou a namorada de Han, mas além disso, quero que as pessoas me conheçam como Lee Jiwoo, eu, uma das funcionárias mais esforçadas dessa marca.
- Preciso voltar ao trabalho. - eu digo, vendo o horário no relógio do pulso alheio.
- Não precisa. - Han age com dengo. - Eu sou o seu chefe, 'tô dizendo para você ficar e me encher de beijinhos. É uma ordem. - ele diz, como se comigo a pose de poder colasse.
- Vamos ver o que o RH pensa a respeito disso. - eu ameaço, sem a verdadeira intenção de levar isso à frente. - Eu estou indo. Sei o quanto é difícil não estar perto de mim, mas você consegue. Fighting!
- Tsc... - ele debocha. - Estou pensando em mudar meu escritório para dentro da sua sala. - ele brinca.
- Claro, eu acho que isso seria algo super saudável. - falo, irônica. Eu me levanto, Han também. No momento em que ameaço me afastar, Jisung segura meu braço, dengoso ele faz biquinho. Penso que o estou mimando demais, mas não deixo de o dar o seu tão esperado beijinho. - Até mais tarde. - me despeço, dando um último beijinho nos seus lábios.
- Bom trabalho.
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