V - BOM PARA VOCÊ
❝𝗤𝘂𝗲𝗺 𝗽𝗼̃𝗲 𝗽𝗼𝗻𝘁𝗼 𝗳𝗶𝗻𝗮𝗹 𝗻𝘂𝗺𝗮 𝗽𝗮𝗶𝘅𝗮̃𝗼 𝗰𝗼𝗺 𝗼 𝗼́𝗱𝗶𝗼, 𝗼𝘂 𝗮𝗶𝗻𝗱𝗮 𝗮𝗺𝗮, 𝗼𝘂 𝗻𝗮̃𝗼 𝗰𝗼𝗻𝘀𝗲𝗴𝘂𝗲 𝗱𝗲𝗶𝘅𝗮𝗿 𝗱𝗲 𝘀𝗼𝗳𝗿𝗲𝗿.❞
- Ovídeo
NOVAMENTE, DESPERTO AO amanhecer, mas, como Jisung realmente colocou o isolamento acústico, eu não posso o culpar por isso. Meu despertador toca, mas eu já estou de pé. Na volta do banheiro, me jogo na cama, irritada e terrivelmente frustrada ao admitir que Myung Huye foi quem me tirou o sono.
Não quero ser compreendida errada, não fiquei acordada por saudade ou angustiada por querê-lo de volta, está bem longe disso. Há noites em que passo em claro pensando nas burradas que faço, ontem foi uma delas. Estive de pé retomando ao passado, me sentindo envergonhada por tudo o que aconteceu. Parece que agora, a venda que tapava os meus olhos finalmente caiu, e tudo que eu desejo é colocar o último ponto final em tudo isso.
Chego à cozinha guiada pela minha barriga faminta. Procuro algo nos armários e encontro uma torrada que cairia super bem com a geleia a qual Jisung mencionou noite passada. Ele ainda não me trouxe cheesecake, mas eu vou cobrar depois. No presente momento, me contento com a torrada seca e uma xícara de café preto.
Enquanto como, dou uma olhada nas minhas redes sociais. Se a minha mãe me visse usando aparelhos tecnológicos enquanto faço as refeições, eu provavelmente levaria uma bronca. É uma vantagem de morar sozinha. Abro o instagram e resolvo fazer uma coisa que estava fora dos planos, desbloquear meu ex. Não, isto não é uma recaída, eu só acho que está na hora de superar de vez mesmo. Enquanto eu não me liberar de toda essa raiva e ódio acumulado, eu não terei superado completamente.
Ainda que eu tenha o desbloqueado, assistir seus stories não estavam nos planos, mas meio que aconteceu enquanto eu navegava pela rede. Observei no seu primeiro que ele está pela cidade. Não o tirei do meu Death Note para virar uma stalker, não. Fechei o aplicativo e resolvi gastar minhas energias com outra coisa, meu futuro.
Fiz uma ligação com Park Chaeyoung e dei minha palavra definitiva, aceitei o emprego. Foi algo que estive considerando muito antes de entregar uma resposta, mas no fim é o que me parece mais correto, espero que o tempo diga o mesmo. No momento em que desliguei a chamada fiquei enérgica e ansiosa, mas não demorou muito até meu pensamentos voltarem à informação anterior e eu ter feito uma possível besteira.
Myung Huye.
On-line
Oi...
|08:30h ✓✓
Vi que está na cidade.
Podemos nos encontrar?
Tenho algo que é seu.
|08:31h ✓✓
Eu realmente mandei uma mensagem para ele, e pior ainda, ele visualizou e respondeu com um "Ok". Depois de a merda feita, não teve muito mais o que fazer a não ser marcar um lugar e um horário. Não sei o tempo que passei em silêncio me martirizando pela ação, ou o que levou até ele estar diante dos meus olhos outra vez.
Cheguei um pouco antes, já tinha mais uma dose de café em mãos enquanto o esperava sentada no sofá de couro da cafeteria retrô. Ela continua igual a última vez, na época em que costumava vir aqui junto dele. Eu sei que soa esquisito e que parece que estou procurando por algum tipo de nostalgia retornando aqui e com ele, mas eu só não quis ir até o local onde ele está hospedado e encontrar a nova namorada. Vir aqui é melhor, pelo menos o ambiente me traz boas recordações.
Pareceu uma espera sem fim, meus pés batendo no chão como uma expressão clara de ansiedade, mas ele veio. O sino na porta marca a sua chegada no estabelecimento, ele entra e vem direto até mim. Ele continua o mesmo, com um detalhe mais, a barba que está deixando crescer. Myung parece feliz e saudável, bom para ele, eu não estou.
Não digo nada, apenas indico a poltrona ao lado para que se sente e espero que o faça.
- Você queria me ver? - ele questiona, mas é óbvio, eu que o chamei.
Sua voz ecoa nos meus ouvidos como uma memória perdida. Tenho arrepios pelo meu corpo, mas estes não parecem nem de longe com os bons. Não consigo nem me concentrar em prosseguir com a conversa, apenas concordo com a cabeça.
- Como você tem passado, Jiwoonie? - ele volta para o seu interrogatório com um sorriso voraz. A plenitude no seu rosto deve o fazer pensar que o chamei aqui para pedir desculpas e me humilhar afim de um recomeço ao seu lado.
Nem morta.
Seguro a xícara - qual julgo ser grande de mais para café - entre as duas mãos com demasiada força que posso senti-la trincando por dentro, então alivio a pressão. Meu rosto se mantém baixo diante do vapor com aroma esplêndido por segundos, mas logo volto a o encarar de cabeça erguida.
- Eu estou bem. - respondo com indiferença aos seus truques. - Na verdade, eu vim te entregar isto aqui. - me inclino para pegar a caixa e o entrego sem delicadeza alguma. - São as últimas coisas que você deixou para trás, pensei que pudesse querer de volta.
Huye olha para o objeto de papelão em suas mãos um pouco confuso. Eu trouxe seus pertences em uma caixa vazia de detergentes, não me dei ao trabalho de procurar alguma mais bonitinha ou encapar esta para dar um ar mais belo e elegante, eu não me importo. Para mim, agora são apenas lembranças de uma infidelidade; lixo.
- Obrigado... eu acho. - ele parece desconfortável. Ótimo. Multiplique por dez e verá como eu me sinto todos os dias que pensei em você. - Me desculpe, eu não trouxe as suas.
- Não tem problema, pode fazer o que quiser com elas. - quem sabe não dá de presente para a sua namorada nova, é tudo reciclado mesmo. - Eu não vou precisar.
Dou um outro gole na bebida quente e mais trinta segundos se passam em silêncio. Não é grande tempo, mas no momento parece uma eternidade. Sufocante e ainda mais desconfortável.
- É o único motivo que te traz aqui? - ele pergunta.
- É sim. - não hesito, respondo de imediato.
Huye ri. Não uma gargalhada ou uma risada genuína, é mais como um sopro, um tom de riso debochado e meio nasal. O observo sem entender suas reações, o incitando que me explique o que quer dizer com isto.
- Se fosse o caso, você poderia ter enviado para minha casa. - ele explica seu riso. - O bom e velho correio ainda funciona. Me conta, Jiwoo. O que verdadeiramente te traz aqui?
Paro em silêncio, movimentando a xícara no ar, dando uma mexida no líquido. Eu fui pega. Realmente, o chamei aqui para o ver uma última vez, porque só assim eu conseguiria me liberar deste fantasma, o encarando.
- Eu gosto de resolver os meus assuntos pessoalmente. - invento uma desculpa para não o dar o gostinho da verdade. - E eu queria ver se você está melhor agora que me trocou por aquela outra garota loira. - a última parte sai como uma confissão indesejada, escapando entre meus lábios.
Ele ri. Para piorar ainda mais como me sinto.
Durante o tempo em que o riso se estende eu só quero gritar e talvez fazê-lo chorar, mas isso não compensaria pela dor que ele me causou ou me traria um segundo sequer de paz. Magoá-lo não me deixará menos quebrada, atacá-lo não me fará sentir segura, odiá-lo todos os dias incansavelmente só fará eu me odiar também. Eu preciso de um descanso.
No fim do dia eu voltarei sozinha para casa e ele provavelmente estará com aquela garota loira que sempre me faz duvidar. Para ser honesta eu nem a culpo, ele era o único que me devia alguma coisa, não amor, mas respeito. Huye me deixou para trás com os resquícios da nossa história com final triste. Eu nem deveria ligar mais para isso, porque para ele eu sinto que nunca fui um amor, mas uma escolha fácil e cômoda, como uma reserva disfarçada de titular.
- Você ainda está chateada com isso? - ele pergunta, é claro que não significa nada para ele. - Se você quer um pedido de desculpas, então está bem. Me desculpe.
- Algum dia você realmente me amou? - me odeio por fazer esta pergunta.
- Você quer mesmo voltar com esta história agora? - ele questiona, respirando fundo. - Eu até que gostava de você. De verdade, tentei te amar, mas estava me enganando também. Eu deveria ter acabado com aquela bola de neve antes, pensei que conseguisse algum dia, mas os "eu te amo" se tornaram tão automáticos como um "bom-dia", porque não tinham significado.
Ele não faz ideia de como isto dói em mim. O pior é que fui eu quem pediu por isso.
- Então eu não preciso das suas desculpas. Não se o motivo por se sentir mal é não ter me largado antes e não por ter me traído. - digo o que está preso na minha garganta, sem me preocupar que eu esteja saindo como a louca da história ou não. - Me sinto tão ridícula. Seeun estava certa, não valia a pena acabar com nossa amizade por sua causa. É uma pena que eu não entendia isso na época.
- Agora vai me culpar por você ter escolhido a mim e não ela? - ele arqueia uma sobrancelha.
- Não, este é um fardo que apenas eu irei carregar. - proclamo, levantando-me. - Isto é definitivamente um adeus. De verdade, eu espero que dê certo com ela.
- E vai, ela é ótima. - ele tenta me atingir de alguma forma.
- Que bom para você, Huye. Espero que seja feliz. - o desejo honestamente. - Te vejo depois, talvez nunca.
- Não diga que é para sempre, você sempre acaba voltando para mim. - é a última coisa que o babaca me diz. Depois disso, eu me retiro.
No momento em que digo "tchau" me sinto leve e livre, mas quando cruzo a porta sinto meu peito pesado. Estou completamente imune a ele, mas a verdade em suas palavras me atinge de uma vez só e sem dó. A ficha vai caindo, não foi real, eu me apaixonei por uma mentira.
Durante todo o percurso até em casa vou repetindo na mente a cena que acabou de acontecer. Entro no elevador atordoada, lágrimas rolam em um choro até que controlado, sem soluços ou vocalização, me sinto travada. Não fico triste por ter acabado tudo com ele, mas por tudo que eu tive que abdicar por este amor falso.
Eu poderia facilmente me jogar no chão do elevador, deitar em posição fetal e chorar de raiva agora, mas fiquei de pé torcendo para chegar logo no meu apartamento. As portas se abrem e eu fico levemente contente por estar mais perto de casa, mas isso acaba quando topo com Jisung. Parece que estamos destinados a nos encontrarmos pelos elevadores. É uma coisa nossa.
Han, quando me vê, encara os meus olhos, preocupado. Eu fito os seus também e tudo o que caem são lágrimas e mais lágrimas, elas saem incessantemente, não sei como me controlar na frente dele. Sem pensar, eu apenas me empurro conta seu corpo e agarro sua cintura. O vizinho não entende, quem entenderia? Ele me abraça de volta depois de um tempo e finalmente se atreve a perguntar:
- O que aconteceu?
- Eu devolvi as coisas dele. - digo apenas isso e ele já aparenta entender toda a situação. Jisung acaricia os meus cabelos com delicadeza, tenta me acalmar.
- Vem comigo, eu vou te preparar um chá. - ele oferece, segurando minha mão e conduzindo-me para dentro de sua casa.
Mesmo com as lamentações e o rosto molhado das lágrimas, ainda há espaço para vergonha em mim. As lembranças da última noite que estive aqui surgem na minha mente, juntamente da coloração vermelha nas minhas bochechas, para combinar com o mesmo tom no meu nariz, mas este devido ao choro.
Sento-me no seu sofá enquanto Jisung me prepara um chá de camomila, me aconchego no móvel macio enquanto espero as lágrimas cessarem. O choro vai passando aos poucos, vou me acostumando com a ideia de que agora acabou para sempre e que a série de decisões erradas que tomei quando estava com ele não será consertada agora que acabou.
O dono da casa vem até mim e me entrega uma xícara com a bebida, que eu nem sinto vontade porquê já estou cheia de café, mas pensei que seria falta de educação recusar. Antes que eu leve até a boca ele me alerta que está quente e indica que eu assopre para não queimar a boca, eu já percebia pelo calor do vapor no meu rosto. Sorrio minimamente, achando fofo. Faço o que ele sugere, depois dou um gole na bebida para aquecer o estômago e acalmar o coração.
- Já se sente um pouco melhor? - ele pergunta, prestativo.
- Um pouquinho. - dou mais alguns goles até deixar a xícara pela metade. O resto não cabe na minha barriga então descanso a xícara no pires sobre a mesinha de centro. - Me desculpe por ser a vizinha louca que aparece chorando do nada.
- Eu não ligo para isso. - ele faz parecer que está tudo bem, que eu não pareço tão fraca. - Ligo para como você se sente. Como foi com ele? Pela sua reação, parece ter acontecido de um jeito horrível.
- Foi como puxar um bandaid. Rápido, dolorido e ainda deixou a ferida exposta.
- Sinto muito. - ele me consola. - Você poderia ter me chamado para fingir ser seu namorado, ele ficaria intimidado comigo por lá. - Han sugere com humor, no meio disso tudo me fazendo rir. - Mas se você quiser pensar pelo lado bom, finalmente acabou. Toda a dor, magoa e rancor, chegou ao fim.
- Eu queria acreditar nisso, mas algo dentro de mim insiste que todas as noites mal dormidas estão apenas começando. - eu suspiro com o coração pesado. - Eu só queria algo simples e sem drama, uma vez na vida.
Jisung se vê silencioso, preso em seus pensamentos como se buscasse por algo para falar. Ele então me analisa por um tempo, eu fico encolhida no canto do sofá o observando também mais ao meio. De uma maneira doce e genuína, ele segura a minha mão e a acaricia com cuidado.
- Jiwoo, precisa acreditar que tudo ficará bem, para que assim possa ficar. - ele fala com seu tom de voz um pouco mais baixo. - Só de olhar para você eu já sei o quão promissora a sua vida vai ser daqui para frente. Você é tão inteligente e bonita, ele não merece que você derrame mais uma lágrima por ele.
- Eu já chorei muito por ele antes, tanto que achei não ter mais água no meu corpo para derramar, o que aparentemente ainda tem. Mas o que está me corroendo de verdade é um sentimento ruim por mim, entende? - pergunto, mas acho que nem eu me compreendo. - Me sinto tão idiota por viver tanto tempo em uma mentira. Foram sete anos, com nossos términos longos e pequenos, mas ainda assim, é mais tempo que o meu irmão tem de vida.
- Você não sabia, Jiwoo.
- Mas não teria como perceber? - pergunto mais para mim mesma que qualquer outra coisa. - Quando você está em uma relação em que o outro não te ama, você não consegue perceber?
- O amor é tão complicado. - ele responde com uma certa amargura. - Em um dia você pensa: "Encontrei a minha pessoa, vamos viver felizes para sempre!", no outro, você descobre que tem coisas mais importantes no mundo que o amor. Os seres humanos são complicados de mais.
- Então eu devo desistir deles?
- Você eu não sei, mas eu estou bem com a minha guitarra. - ele brinca. - Aí, você quer ver uma coisa legal? - Jisung muda completamente o papo das lamentações. - Está lá no meu quarto.
- Da última vez que você me disse isso...
- Deixa para lá, eu vou buscar. - ele se levanta fazendo careta.
Jisung vai até seu quarto me deixando para trás e curiosa. Fiquei pensando no que ele me trará, espero que seja cheesecake. Segundos depois ele retorna, mas não com um doce, com a sua guitarra.
Oh, então é daqui que vem os barulhos que tiravam meu sono.
É bonito. Tem um tom escuro e meio caramelo, quando ele move o objeto, mesmo que pouco, ele reflete uma luz meio brilhante. Jisung volta a se sentar onde estava. O olhando assim, recordo dos meus dezesseis anos e a vez que um grupo de garotos do meu colégio tocou na festa de uma amiga, o guitarrista era um gatinho, mas nada comparado a ele.
- Então é com isto que você explodia os meus tímpanos todas as noites? - o irrito um pouquinho, apenas por diversão.
- Fala sério, você adorava!
- Não mesmo, era um tormento! - digo. Mas a verdade é que nunca reparei muito, estava sempre com tanto sono que só conseguia ficar estressada e pensar nisso como o meu inferno. Em algum desses dias eu até achei o som bonito, mas minha cabeça doía tanto que impedia de raciocinar com calma.
- Tudo bem, então vou encarar isso como uma oportunidade de mudar a sua perspectiva. - ele diz sorridente. - Lembra do dia em que eu falei que conheço a melodia perfeita para você? - ele recorda um velho assunto.
- Sim, eu me lembro.
- Está finalmente pronta. - ele diz. - Você está disposta a ouvi-la agora?
Apenas aceno positivamente com a cabeça.
Han se ajeita no sofá, posiciona a guitarra corretamente em seu colo e usa uma palheta para tocar, uma branca, com uma maçã verde no centro e o logo dos Beatles. Em questão de segundos, fico hipnotizado pela melodia estranhamente familiar, mas que não me remete a nada escutado antes, porque o próprio Jisung me disse antes que ele compôs.
Eu nunca fui uma grande apreciadora de musica, do tipo que passa horas do dia ouvindo sons sem parar, musica é algo que escuto quando estou em uma festa ou para arrumar a casa. Mas há algo no que Jisung toca que me deixa deslumbrada, a sua música vai dos meus ouvidos até a minha alma, se conectando com cada parcela do meu ser.
Eu fecho os olhos em um momento específico, parece que algo em mim desencadeia milhares de memórias, as mais belas delas. Sorrio contente e de olhos fechados, mas isso não impede de mais lágrimas escorrem. Jamais pensei que seria possível me conectar tanto assim com uma música, ou talvez eu só esteja extremamente sensível hoje.
- Você odiou tanto assim? - questiona o homem com bochechas tão redondinhas que parecem com as de um esquilinho. Ele está nervoso, é claro que sim, tem uma louca chorando na sua frente.
- Não. Muito pelo contrário, isso foi perfeito. - respondo.
Toco a sua mão ainda por cima das cordas e ele sorri, seu sorriso é tão belo quanto é o seu coração. Sua mão solta a minha e vai direto para o meu rosto, o secar.
Jisung tão perto me faz prender a respiração. A distância - a falta dela - me assusta, apavora. Ter seu rosto cada vez mais próximo do meu, me causa ansiedade, fico com medo de ser impulsiva outra vez e acabar estragando algo bom com outra decisão errada e precipitada.
Por isso, quando a distância é quase mínima, em um ato de extremo susto, inclino a cabeça para o lado e o abraço. Meu corpo colide com o seu de forma esquisita que ele até pende para trás de tão imóvel que eu o deixo. Han fica feito estátua por um tempo, sua única ação é dar tapinhas nas minhas costas.
- Obrigada por ser meu amigo, Jisung.
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