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L - EU SEMPRE ESCOLHEREI VOCÊ

❝𝗡𝗮̃𝗼 𝗵𝗮́ 𝗻𝗶𝗻𝗴𝘂𝗲́𝗺, 𝗺𝗲𝘀𝗺𝗼 𝘀𝗲𝗺 𝗰𝘂𝗹𝘁𝘂𝗿𝗮, 𝗾𝘂𝗲 𝗻𝗮̃𝗼 𝘀𝗲 𝘁𝗼𝗿𝗻𝗲 𝗽𝗼𝗲𝘁𝗮 𝗾𝘂𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗼 𝗮𝗺𝗼𝗿 𝘁𝗼𝗺𝗮 𝗰𝗼𝗻𝘁𝗮 𝗱𝗲𝗹𝗲.❞

- Platão

OLHO-ME ATRAVÉS DO ESPELHO. Dou uma voltinha e observo o balanço do meu vestido azul royal, semi-sereia, as costas nuas ficam visíveis com o meu cabelo preso em um coque bem arrumado, com apenas alguns fios específicos soltos na frente.

Do outro lado do quarto, eu vejo Jisung de frente ao espelho do guarda-roupas, dando um nó na sua gravata preta de listras brancas. Vou até ele e o abraço por detrás, observando a nossa imagem refletida no vidro. Ele sorri, eu também.

- Você está pronto? - eu o questiono.

Ele respira fundo, então diz:

- Eu estou.

Sendo assim, pego a minha bolsa, entrelaço meu braço ao seu e nos retiramos do quarto. Antes de sair completamente da casa, da nossa casa, eu paro para observar ao redor.

Depois do casamento e do velório, nós moramos por um tempo na sua casa antiga. Mais de meio ano depois foi que conseguimos nos mudar para um lugar verdadeiramente nosso, construído completamente do zero.

Nosso plano de ficar perto do centro foi descartado. Decidimos ficar mais perto da natureza, mas ainda não tão distante da cidade, um meio-termo perfeito. Nossa casa é do tamanho certo para caber todo o nosso amor, temos um sótão com isolamento acústico que Jisung tem usado muito para voltar a compor algo e também possuímos um amplo quintal onde os nossos filhos, Mingi e Bbama, podem brincar.

Desligo as luzes da sala, tranco a porta e junto-me a Han no carro. Como de costume, cantamos Taylor Swift. Para a primeira música: Bad Blood.

É o dia da festa de aniversário da empresa, deste ano, dois anos depois do último. Desde que o avô de Jisung faleceu, ninguém estava em clima para comemorações. É a primeira festa desde o ocorrido. Jisung e eu cantamos alto, como o de costume.

- OH, IT'S SO SAD TO THINK ABOUT THE GOOD TIMES... - ele começa, alto.

- YOU AND I... - eu me junto a ele.

E assim nós seguimos o caminho até o salão, cantando no tom mais alto que o nosso alcance vocal pode chegar. Não é no mesmo local em que aconteceu a primeira festa da empresa que eu participei, este é um pouco menor, assim como a lista de convidados.

O local é todo decorado em tons terrosos, com belos arranjos de flores sobre as mesas quadradas com cadeiras de ferro pretas. No palco, há um púlpito de acrílico e, à esquerda, um quadro em pintura a óleo do avô do meu esposo, que Hyunjin o presenteou. Uma bela homenagem.

O ambiente começa a preencher-se com os convidados, mas sem tornar-se completamente lotado e sufocante. Em uma mesa unida à outra, pois somos muitos para apenas uma, Chaeryeong, Ryujin, Felix, Hyunjin, Jisung e eu batemos um papo.

- Não foi de propósito, eu juro! - Felix tenta se defender, enquanto todos os outros de nós rimos do seu relato recente.

- É exatamente o tipo de coisa que você faria de propósito. - eu digo, me recuperando da crise de riso.

Acho que Felix é a única pessoa no mundo que eu consigo pensar que, sem querer, usaria o instagram de outra pessoa por quase uma semana, achando ser o seu.

Sim, ele fez isso com Chaeryeong. Uma vez ela precisou usar o aplicativo no celular do primo e esqueceu de fazer logout, então Yongbok ficou conversando com os interesses amorosos da prima, curtiu fotos e reagiu a storys por ela. Tudo isso, por engano. Ele só descobriu quando postou uma foto sua e a morena o ligou tentando entender o que estava acontecendo.

- Tá, mas mudando de assunto... - Chae fala, impendindo o primo de continuar detalhando uma conversa que ele teve com uma das ficantes da prima na época. - Qual é a novidade que você disse que tinha para contar? - ela pergunta diretamente ao meu marido. - Vocês não estão mudando de país ou coisa do tipo, não é?

No ano passado eu contei sobre a oportunidade que Momo tinha me dito muito tempo antes. Eu fingi para os meus amigos que iria atrás disso e eles enlouqueceram, foi uma ótima pegadinha de primeiro de abril.

- Nós não vamos para outro país. - eu a asseguro. - Não para morar. - querendo ou não, ir para fora faz parte do nosso trabalho.

Por falar em trabalho, idas ao Japão tornaram-se mais frequentes. Além de que, nos últimos anos, Sana tornou-se uma grande amiga da família, também temos trabalhado bastante juntos. A nossa colaboração surtiu muitos efeitos positivos, em pouco tempo a marca cresceu muito bem.

A Cheshire investiu muito em marketing, relações internacionais e qualidade. Nos tornamos uma marca de renome. Seja em qual for o país da Ásia, as pessoas mais influentes, bem-sucedidas e elegantes têm, no mínimo, uma peça com a logo do gato de cheshire exibindo o seu largo sorriso.

- Alguém tem algum palpite? - eu questiono.

- Vocês vão adotar outro cachorro? - Felix supõe. - Ou um gato desta vez?

- Não acho que seja isso. - Ryujin opina, pensando um pouco mais a respeito. - Hm... - ela pondera sobre o assunto. - Vocês vão se mudar outra vez? - ela dá o seu palpite. - Ou a Cheshire vai se expandir para outros ramos além da moda? Eu ouvi vocês falando uma vez sobre hotéis.

- Eu acho que ele vai nos dar um aumento. - Chaeryeong dá uma ideia.

- Não, dois bichinhos são o suficiente para nós dois. - respondo para o Lee. - Também não é isso, mas é uma excelente ideia. - digo para a Shin. - E também não. - eu acabo com a esperança da morena.

- Ya! Você sabe. - Felix dá uma cotovelada no namorado, mas Hyunjin se nega a dar informações. - É claro que você sabe, você é o secretário dele.

- Se vocês me dão licença agora, eu preciso subir ao palco. - Han Jisung diz, levantando-se da sua cadeira e deixando todos os outros na mesa curiosos. - Hyunjin, você me acompanha?

- Sim, senhor. - o citado responde, levantando e ajustando os seus fios de cabelo bem alinhados. Hwang agradece a convocação, antes que Lee o fizesse dizer o que não pode.

Os dois vão tranquilamente até o palco. Ou parecem estarem assim, porque só eu sei o quão nervoso Han está para fazer o que vem a seguir.

Ele se posiciona atrás do púlpito. Hwang fica sempre um passo atrás do chefe. Jisung pega o microfone, mas, antes de começar a falar, ele olha para mim. Por um instante ele hesita, com dúvidas, mas eu balanço a cabeça positivamente e o exibo um dos polegares para cima, o dando o sinal para prosseguir.

- Olá. Eu sou Han Jisung, CEO da Cheshire. - ele começa com uma pequena apresentação, curvando-se respeitosamente em seguida. - Sejam todos bem-vindos à comemoração de mais um ano desta família que temos construído todos juntos. Nesta data importante, eu não poderia deixar de começar de outro modo senão homenageando um grande pilar desta empresa, o meu falecido e amado avô, Han Kyungseo.

Conseguinte à sua fala, todos ficamos em silêncio, como um sinal de respeito. Observamos a pintura do falecido e nos permitimos alegrar-nos com as suas memórias deixadas nesta terra.

- Ele foi um homem forte, bom, honesto e que fez de tudo por esta empresa, esta família, o quanto pôde. - diz o seu neto. - Esteja onde estiver, eu sei que ele olha para nós sorrindo. Se estivesse aqui, diria que devemos continuar as nossas vidas, de cabeça erguida e coração aberto. Então, queridos funcionários, parceiros de negócio, amigos, família... não desanimem, vamos comemorar por este outro ano e o início de mais um ciclo.

Por mais difícil que tenha sido a sua perda, Jisung tem razão, ele diria para não ficarmos tristes, para vivermos a nossa vida, aproveitar cada segundo concedido a nós e, acima de tudo, lutarmos pela nossa felicidade. É por isso que estamos aqui hoje, é por isto que as nossas decisões foram tomadas.

- Foi um ano de trabalho árduo e muitas conquistas. Eu tenho o orgulho e grande prazer de anunciar que somos oficialmente a marca número um de moda na Ásia e a segunda a nível mundial! - ele diz, animado a cada palavra dita. O público bate palmas, grita e comemora contente. É uma vitória de todos nós. - Com tantas contribuições necessárias e importantes de cada um de vocês, a nossa bancada julgadora teve muita dificuldade em escolher apenas um. Mas, sem mais delongas, chegou a hora de anunciarmos o nosso tão aguardado e cobiçado prêmio de funcionário do ano.

Todos os funcionários presentes parecem empolgados com o anúncio, principalmente os da nossa mesa. Chae está convicta que ganhará pela segunda vez, Felix quer ganhar e esfregar na cara da prima que debochou dele antes, já Ryujin, ela só está se divertindo às custas dos primos Lee. Eu também me divirto.

- Este ano temos um prêmio bem especial. - Jisung informa. - Além de ter a sua foto na nossa parede de honra e o bônus salarial, o funcionário do ano, deste ano, ganhará, em suas férias, uma viagem em um cruzeiro pelas ilhas caribenhas, com direito à acompanhante! - Han recebe uma centena de reações de aprovação, todos querem o prêmio. - Que rufem os tambores.

Nós batucamos os dedos contra as nossas mesas, imitando o som característico de suspense, junto ao baterista da banda.

Hyunjin então entrega um envelope preto para Han, ele também deve estar curioso para saber quem é o vencedor. Como o nosso relacionamento tornou-se de conhecimento público, a bancada julgadora achou que seria imparcial ter Jisung participando da votação.

Ele abre o envelope, puxa o cartão de dentro e olha para o público fazendo ainda mais suspense. De repente, os seus olhos param em nossa mesa.

- Meus parabéns... - ele diz e em seguida, completa: - Lee Felix!

- Fui eu? Eu ganhei? - Yongbok questiona, em completo choque, levantando-se para ir até o palco receber o prêmio.

Nós gritamos e aplaudimos, como os bons amigos que somos. Lix aperta a mão do chefe, eles sorriem e o fotógrafo tira uma foto dos dois. Lee recebe uma placa de funcionário do ano, mais um bônus salarial e um daqueles cheques exageradamente grandes de programa de tevê, mas este é informativo sobre o cruzeiro.

O meu amigo merece muito. No ano passado ele desenvolveu um novo sistema de segurança duas vezes mais seguro que o outro. Um pouco antes disso, sofremos um ataque de hackers e quase tivemos toda uma coleção roubada, além de dados bancários, contratos importantes e uma extensa papelada.

Felix conseguiu impedir o hacker e de quebra o rastrear. A empresa fez uma denúncia formal e as autoridades prenderam o responsável. Foi bizarro quando o encontramos e descobrimos ser um completo aleatório, nós achamos muito estranho e, por isso, com um pouco mais de investigação, descobrimos que o homem havia sido um contratado por Huye. A justiça foi feita e ambos estão presos agora.

Felix também desenvolveu um novo sistema impossível de ser invadido. Foi tão importante que ele foi parar em um jornal on-line muito famoso nacionalmente, além de dar entrevistas para as emissoras de televisão mais importante da Coreia do Sul. Estava óbvio que ele ganharia, é justo.

- Toma essa, sua otária! - Yongbok volta para a mesa, todo contente e esfregando o prêmio na cara da prima. - Se afoga nesse teu recalque, piranha. Escuta essa música da vitória.

- 'Tô nem aí, eu ganhei primeiro. - ela dá de ombros. Eles parecem duas crianças.

- Parabéns, Lix! - eu o felicito. - Eu sabia que você iria ganhar, você merece, muito!

- Obrigada, Jiwoo. - ele agradece sorridente. - Já falou com o seu marido sobre o meu aumento? - ele brinca, eu acho.

- Pessoal, um minuto da atenção de vocês, por favor. - o nosso CEO pede, voltando a pegar o microfone que pouco tempo atrás havia deixado de lado para conversar com Hyunjin. Quando recebe a atenção dos demais, Han Ji continua: - Eu tenho um último anúncio que gostaria de fazer.

- Você está grávida? - Lee Felix me pergunta, antes de Jisung dizer algo.

- Pela milésima vez, não. - eu nego. - E não, não existe a possibilidade. - eu reforço. - Se eu fosse infértil, quer dizer que eu teria uma baixa probabilidade de engravidar, mas eu sou estéreo, ou seja, não existe a menor possibilidade para isso. - repito pela inúmera vez.

No momento em que calamos as bocas, todos riem. Aparentemente, uma piada que perdemos enquanto eu repetia o meu discurso. Perdi a conta de para quantas pessoas eu já disse aquilo.

- Mas, falando sério agora, eu sou muito grato a cada um de vocês por tudo o que fizeram por nós. - ele diz, em sei lá qual parte do seu discurso. - A Cheshire para mim se tornou uma família. Eu fiz bons amigos, bons sócios, bons negócios. Encontrei aqui até a mulher da minha vida.

Tecnicamente, nós nos conhecemos um pouco antes, mas ele está proibido de falar em público sobre o nosso lance casual.

- Quando comecei aqui, não vou mentir, eu odiava. - ele é sincero, talvez de mais. - Mas aos poucos eu aprendi a gostar disso e dei a minha vida por esta empresa, com esta decisão, alguns sonhos acabaram ficando para trás. Nos últimos meses eu andei conversando muito com a minha companheira de vida e finalmente tomei uma decisão importante.

Ele olha para mim com os seus olhos calorosos. Eu o mando um beijinho no ar, o dando a certeza de que ele está fazendo a escolha certa.

- Sendo assim, eu, Han Jisung, oficialmente renuncio ao meu cargo de CEO da Cheshire & Co. - ele anuncia. - E como a minha sucessora, eu nomeio Han Seungyeon, como a nova chefe desta empresa.

Com o seu anúncio, as câmeras dos repórteres autorizados a estarem aqui hoje apontam para Jisung e flashes e mais flashes são lançados em sua direção, desde o anúncio, até o momento em que os primos dão as mãos.

A morena parece feliz e empolgada, mas ainda assim, sem acreditar que tudo isso está realmente acontecendo. Jisung conversou com ela antes, perguntou se era de sua vontade assumir o lugar dele e ela disse que sim, que seria uma honra. Se não fosse toda a polêmica envolvendo seu falecido pai, o cargo de Jisung seria passado na verdade para ela, como a primeira opção. Mas se a prima Han mais velha soubesse das tramóias do tio, ela nunca aceitaria calada como o filho fez.

- Senhoras e senhores, nossa CEO tem algumas palavras para dizer. - Jisung diz, deixando o palco para sua sucessora.

Han volta para a mesa, enquanto sua prima faz o seu discurso e Hyunjin a acompanha, a assessorando, agora ela quem será a sua chefe. Assim que se senta na sua cadeira, Jisung é bombardeado com muitas perguntas.

- Como assim você está indo embora? - é Chaeryeong quem questiona.

- Eu pensei muito e decidi que era o melhor a fazer por mim. - ele a responde. - Eu entrei aqui por outras pessoas e continuei fazendo este tempo todo porquê pensei que faria o meu avô orgulhoso, mas nunca foi o que eu realmente quis e, se tem uma pessoa que me apoiou nesse mundo, foi ele. Ele apoiaria a minha decisão.

- E o que você vai fazer agora? - é a vez de Ryujin.

- Vou voltar para a minha antiga banda e fazer o que eu amo, música. - o sorriso estampado no seu rosto deixa claro que é o que ele mais deseja. - Eu vou ter um pouco mais de tempo para aproveitar com a minha família. - ele me dá um selinho. - Isso enquanto eu não for super famoso.

- Quer dizer que você pretende me deixar quando ficar famoso? - eu entro na brincadeira.

- Nunca. - ele diz. - Quando eu ficar muito famoso, você quem vai cuidar das relações internacionais da nossa banda.

- Internacional? Wow, você está mesmo sonhando alto.

Eu brinco, mas acredito que os garotos cheguem longe. Eles são bonitos, talentosos, tem músicas ótimas e uma química incrível. Além disso, o nosso mercado musical é bem amplo, conhecido mundialmente. Não me surpreenderia se eles ficassem internacionalmente conhecidos.

- Bem, já que estamos falando de despedidas... - Felix chama a nossa atenção. - Eu também estou indo embora da Cheshire.

- O que!? - sem ensaios, nós soamos como um coral.

- Eu não queria falar hoje para não estragar o clima, mas já que tocamos no assunto, tomei coragem. - ele diz. Respira fundo. - Acontece que a banca de votação do funcionário do ano não foram as únicas pessoas que acharam o meu trabalho impressionante. Algumas semanas atrás eu recebi uma proposta incrível de emprego e aceitei. - Yongbok compartilha conosco e, empolgado, ele completa: - Eu vou trabalhar para o serviço de inteligência nacional!

- Caraca, Felix. Que oportunidade incrível! - eu fico feliz pelo meu amigo. - Você é o ser humano mais inteligente que eu conheço, merece todo o reconhecimento que tem.

- Uma perguntinha. - Chaeryeong ergue seu dedo indicador direito. - Agora que o meu primo vai embora e não é mais um funcionário, para quem vai o prêmio?

- Este prêmio é meu! - ele reivindica a posse. - Ainda vou trabalhar este mês e mais um mês sob aviso. Sai fora.

- E caso não fosse para Felix, o prêmio iria para Jiwoo. - Han Ji responde o questionamento, ainda que não precisasse. - Ela fez muito pela marca nesses dois últimos anos, principalmente no projeto da filial francesa e a parceria com a Minatozaki's.

- Então eu ficaria em terceiro? Aff.

- Na verdade, em quarto. - Han corrige. - Hyunjin ganharia em terceiro, ele trabalhou mais horas extras que qualquer outro, além de estar sempre pronto para fazer tudo o que eu peço, sempre ajudar a todos que precisam e...

- Você está piorando. - eu sussurro no seu ouvido, interrompendo-o. Os outros batem palmas se deixando levar pelo resto do salão, ao fim do discurso da nova chefe. - Por que nós não vamos dançar?

- Ótima ideia. - Ryujin se levanta, puxando a namorada consigo para a pista.

- Estão indo embora só porquê eu cheguei? - Hyunjin se aproxima, confuso com todos nós de pé.

- Vem, vamos dançar também. - Felix estende a mão para o seu namorado.

Estranhamente ou não, as nossas festas da empresa têm sempre ótimas musicas para dançar coladinho. Jisung, nossos amigos e eu vamos até o centro do salão, na área livre de mesas, onde uma música suave é tocada pela banda.

Ele me estende a sua mão, eu a seguro, a outra levo ao seu ombro e ele com a sua na minha cintura. Quando percebemos, muitos outros casais já nos acompanham nesta dança lenta.

- O que você acha de fazermos a nossa viagem de lua de mel agora? - ele me pergunta, de repente.

- Dois anos após o nosso casamento? - devolvo com outra pergunta. Me parece um pouco tarde.

- Sim. Nós não estávamos muito no clima de viagem na época e depois, quando você tirou férias, o máximo que fizemos foi ir até à casa dos seus pais. - ele lembra. - Entregar o prêmio para Felix me fez querer ir em uma viagem com você também.

- Tudo bem, eu vou falar com a minha chefe nova. - eu digo. Também quero sair de férias com ele e nos amarmos ao redor do globo. - Sabia que o meu antigo chefe se demitiu?

- Sério? - ele se faz de sonso. - Poxa, você deve sentir muita falta dele. Eu soube que você o amava, que ele era o melhor de todos.

- É... até que ele dava para o gasto. - eu provoco.

Jisung ri, eu também. Passo os dois braços ao redor do seu pescoço, ele agora me segura com os seus na minha cintura. Olhando assim para os seus olhos, sinto a necessidade de o beijar, mas como estamos em público, o dou apenas um selinho.

- Eu te amo. - ele me dá outro beijinho, um pouco mais demorado. - E eu sei que você nunca me trocaria pelo Changbin. Não é, amor? - ele questiona, não verdadeiramente preocupado com isso.

Só pela brincadeira, eu não respondo. Deixo ele ficar irritadinho e fazer um biquinho, para que só então eu possa confirmar com um:

- Eu te amo.

- Eu sei. - Han abre um sorriso enorme. - Obrigado por me apoiar a voltar a tocar e cantar. - ele diz, todo contente.

- 'Tá brincando? Esse talento precisa ser mostrado para o mundo. - eu o encorajo. - Eu estou do seu lado, hoje e sempre. A música é uma parte fundamental da sua vida e isso é importante, Ji. Eu fico feliz que você esteja feliz. Não estou dizendo que vai ser fácil, o começo é sempre um desastre, mas nós vamos tentar, juntos.

- Eu tenho tanta sorte de ter te encontrado. - ele fala.

- Sim, você tem. - eu concordo, sem sombra de dúvidas. - Mas não foi sorte, foi destino.

- Eu concordo. - Jisung nunca foi supersticioso, nem eu. Não acreditamos em muito, mas o nosso amor é algo de que nós não duvidamos. - Em algum lugar, alguém traçou o meu caminho até você. Eu não sei dizer quem ou o quê foi, mas eu sou grato, por poder te encontrar.

- Eu também sou. - falo, de coração. - Mas por que parece que nós estamos nos despedindo?

- Não é nem de longe isso, nós dois temos muito a viver pela frente. - ele segura o meu rosto com uma das suas mãos macias. - Eu vou te amar por todos os meus dias, Jiwoo.

E com esta promessa de amor eterno, ele me beija lento, sem se importar com o resto do mundo. A pouca luz também é favorável. Mas que os outros vejam, eu não me importo, quero que quem nos veja saiba o quanto nos amamos e somos felizes, sobretudo pelo que aconteceu conosco.

É sempre difícil encerrar algumas histórias, mas com ele eu terei sempre a certeza de um recomeço.

(•••)

Pronta para mudanças, abro a caixa de tinta e leio duas vezes as instruções. Algum tempo depois, já estou com as madeixas todas cobertas pela tintura preta. Ligo a tevê para passar o tempo, encontro um filme de terror de má qualidade, o assisto enquanto como alguns salgadinhos e bebo um pouco. Foi uma péssima ideia para me livrar do tédio, o filme é tão ruim que me faz bocejar.

Impaciente, eu pego meu computador, abro o e-mail e procuro respostas sobre as entrevistas. Não há nada. Me frustro cada vez mais. Passados os minutos, eu retiro a tinta, tomo um banho e passo o secador no cabelo. Sem mais o que fazer, volto para a sala e me jogo no sofá. Coloco a tevê na programação de um canal qualquer e deixo rolar, mas meus olhos insistem em desviar para a última caixa com as coisas de Huye.

Olho a tudo com desgosto, fico muito emotiva. A dor que ele me causou maltrata incansavelmente. Há uma voz na minha cabeça que fica me gritando para seguir em frente, deixar tudo para trás. Esta voz é a de Soojin. Eu fico angustiada, espero calar os pensamentos e esquecer tudo o que um dia já vivemos, mas não consigo.

Necessito me livrar desses vínculos que continuam me prendendo a ele. Começo a pensar mais sobre o conselho de Soojin em sair com alguém, sem compromisso. Ainda me parece má ideia, penso enquanto seco a terceira garrafa de soju. Quando esta dor vai finalmente ter um fim? Me sinto tão sozinha neste apartamento, acho que talvez o que eu mais precise agora é encontrar conforto em algum ombro amigo, alguém para conversar.

Quanto mais eu bebo, mais tenho vontade de chorar e colocar tudo para fora - em ambos sentidos. Resolvo parar enquanto estou sóbria o suficiente para ter consciência do que estou fazendo. Cubro o rosto com as mãos, mas não é o suficiente para me fazer parar de pensar nele. Preciso sair daqui.

Sem pensar muito, levanto-me e calço os chinelos ao lado da porta, em seguida saio de casa. Cruzo os braços e caminho um pouco distraída, distante do mundo físico. Meu corpo se move sozinho, até que quando percebo, estou dando batidinhas na porta ao lado. Espero a porta ser aberta. Fico impaciente e nervosa por ter vindo desabafar com um semi-estranho. Minhas mãos ficam trêmulas, minha respiração pesada. Meu cérebro não consegue pensar muito bem, eu só espero o dono da casa abrir e me receber.

- Olá, vizinha. - ele diz.

- Oi, Changbin. - eu o cumprimento, exatamente quem eu estava procurando. - Eu posso entrar? - me convido.

- Claro. - ele diz, me dando passagem.

Eu adentro o apartamento alheio. Respiro fundo, ansiosa e crente de que estou fazendo uma grande besteira, mas não quero desistir.

O lugar em si é bem parecido com o meu, acho que é um padrão deste edifício, até as cores das paredes são semelhantes. A diferença está na forma como foi decorado e nos móveis, o que me chama mais atenção é o enorme sofá na sala, que parece tão macio. Vou até lá e me jogo nele, esparramo-me no móvel aconchegante e balanço os braços como se estivesse fazendo anjinhos de neve, num sofá.

Quando abro os olhos, percebo o Seo me olhando de uma maneira um pouco estranha. Bem, talvez eu seja a estranha aqui, deitada como se estivesse em casa, no apartamento de um vizinho que conheço faz pouco tempo.

- Você quer alguma coisa? - ele questiona. - Um café, água com gás? Caldo de frutos do mar? - ele me oferece coisa para bêbado, mas eu estou sóbria. Acho que a impressão que passo não é de uma louca, mas uma alcoólatra.

- Não, eu estou bem. - digo, mas se tem uma coisa que eu não estou, este algo é "bem". - Acho que o que eu preciso mesmo é de um ombro amigo. - eu me sento e dou batidinhas ao meu lado, para que ele faça o mesmo.

Um pouco receoso, Changbin se senta ao meu lado. Ele mantém uma certa distância, mas eu deslizo um pouco no sofá até estar ao lado dele. Seu corpo naturalmente se inclina para trás quando eu me aproximo, mas eu logo recuo também.

- Sobre o que você quer conversar? - ele questiona, nervoso.

- Eu só... estou me sentindo sozinha. - digo, sinto a voz falhar e a língua embolar. - É que tem alguém que eu não consigo tirar da minha cabeça. - o meu tom de voz diminui.

A minha fala deixa Seo intrigado, curioso. Eu ergo a cabeça, os meus olhos vão de encontro à luz, o que os faz piscarem repetidamente. Desvio o olhar para o lado, assim posso dormir. Tenho dormido tão mal ultimamente.

- E você gosta desta pessoa? - ele pergunta. Agora parece mais tranquilo, menos travado e mais confortável com esta conversa e proximidade.

- Eu não sei... - digo, volto a o encarar, com o olhar fixo nos seus olhos. - É que... - vou me aproximando aos poucos, com cuidado. - Eu prefiro pensar em outra pessoa agora.

Neste momento, sinto a sua respiração perigosamente próxima do meu rosto. Changbin não dá nenhum passo à frente, mas também não recua ou me impede de prosseguir.

Ele está bem aqui, o sinto perto. Abro os olhos e vejo os seus fechados, a distância é mínima. Ele é tão lindo, gentil, educado... me parece um ótimo partido, nem que seja apenas para este lance casual. Então por que eu simplesmente não consigo seguir em frente? Por que, com a sua boca tão perto da minha, não quero beijá-la?

Eu fecho os meus olhos e tento continuar o que vim aqui fazer, mas não me permito. Eu paro, me jogo para trás caio de costas no sofá, cobrindo o rosto com as mãos. O meu vizinho não diz nada, nem tenho coragem de olhá-lo nos olhos depois disso, então eu apenas me levanto e viro o rosto em qualquer direção que não seja ele.

- Me desculpe. - eu peço, sem encarar sua face. - Eu... - achei que conseguiria, que você era a pessoa perfeita para me fazer esquecer aquele idiota. - Preciso ir. Me desculpe.

Não digo mais nada, apenas saio.

Tranco a porta e torço para que ele não venha atrás de mim. Vou até a porta do meu apartamento, mas não entro nele, fico batendo a cabeça na minha própria porta, para ver se assim coloco juízo à força.

- Jovem, burra, estúpida... - digo, enquanto me bato na porta, de olhos fechados.

Eu me sinto irritada, frustrada comigo mesma. Então é assim? A minha vida amorosa acabou de vez? Depois daquele babaca do Huye, eu nunca mais vou conseguir me envolver com mais ninguém? Se eu não consegui me envolver nem com alguém como Seo Changbin, então com quem mais eu conseguiria? É o fim.

- Eu suspeitava que você fosse meio maluca, agora tenho certeza. - uma voz conhecida me dá um susto.

Praticamente dou um pulo, assustada. Abro os olhos e, olhando para o lado, dou de cara com Han Jisung, meu, infelizmente, vizinho. Ele parece ter voltado do supermercado, pois carrega consigo um saco de papel com compras.

- O que você quer, hein? - eu questiono.

- Fazer uma reclamação formal de barulho. - ele diz, referindo-se ao som da minha cabeça se chocando contra a porta. - O que aconteceu que você está agindo como quem tem algum distúrbio psicológico? Quebrou a unha?

Ele não sabe metade do que vem acontecendo comigo, então ouvir tamanhas atrocidades me faz quer fazê-lo engolir suas palavras. Han nem mesmo me pediu desculpas decentes pelo ocorrido no hall.

- Você é um tremendo de um babaca, sabia? - eu digo, apontando o dedo no seu peito e o olhando de cabeça erguida, devido a nossa pequena diferença de altura.

- É por isso que você gosta tanto de mim, gatinha? - ele questiona, com um sorriso ladino no seu maldito rosto.

- Eu!? - coloco a mão sob o meu peito, desacreditada. - Gostar de você? - dou um riso forçado, apontando no seu peito. - Só se eu estivesse louca para querer alguma coisa com você. - digo, apontando-lhe o dedo agora no rosto.

Jisung se enfurece com a minha falta de educação, apontando-lhe o meu dedo. Ele sopra o ar pela boca com deboche, segura o meu dedo e o afasta do seu campo de visão. Por conseguinte, assim eu também posso ter uma visão clara e próxima do seu rosto.

É estranho, esquisito. Aqui de tão perto, eu ainda não tinha reparado em como ele é tão bonito.

Sinto a minha barriga gelar, isso me assusta, tanto que perco o equilíbrio. Tropeço nas pontas dos pés que eu nem percebi estar, mas que me foi útil quando precisei apontar o dedo no seu rosto. Talvez por estar levemente sob o efeito de álcool, minha destreza e equilíbrio estejam tão poucos que me fazem tombar no seu rosto e bater a testa na sua boca.

Jisung leva a mão até os seus lábios, sentindo dor. Eu os observo, não estão feridos ou sangrando, mas eles parecem tão macios, vermelhos e convidativos. Eu quero beijá-lo. Não, não quero. O que eu faço?

Eu estou muito bêbada, é a única explicação. Ou qual seria a outra resposta plausível para me fazer afastar os dedos de Jisung dali e beijá-lo?

- O que... o que você está fazendo? - ele questiona, travado com o contato que não durou muito. Senti um choque que me fez dar um passo para trás.

Sinto um calor se espalhando pelo meu corpo, um suor pelas mãos e os meus lábios formigarem. Não sei o que pensar ou como agir, a única sensação de que tenho é que me parece tão correto. O que há de errado comigo? E por que eu não consigo resistir?

- Talvez eu esteja mesmo ficando louca. - eu respondo, acabando novamente com a distância e o beijando, pela segunda vez.

Jisung se surpreende novamente, mas agora ele reage. O saco de compras cai das suas mãos e as laranjas rolam pelo chão sem que nos importemos com elas. Han só se importa mesmo em me ter em seus braços, que se danem as laranjas, que se dane o resto, o quanto eu possivelmente me arrependa desta decisão depois.

Ele segura as minhas coxas, eu pulo nos seus braços e enlaço as minhas pernas ao redor da sua cintura. Não presto atenção na fechadura, por isso demoro para abrir a porta, mas tudo que me importa são os lábios de Jisung nos meus.

Dentro do meu apartamento, eu empurro a porta e ela bate com tamanha força, é este barulho que me faz despertar e voltar à minha realidade.

Sento-me na cama apressadamente, está tudo escuro, mas ainda consigo ver Han Jisung dormindo ao meu lado, feito um anjo. Respiro fundo, estou em casa, ao seu lado, foi apenas um sonho. O relógio na cabeceira marca 04:17h da manhã.

Me sinto confusa. Que sonho esquisito.

Eu voltei ao dia em que fiquei com Han pela primeira vez, mas no meu sonho foi bem diferente, quem estava em casa era Changbin, não Jisung. Eu quase me envolvi com o amigo errado, mas não consegui. Me senti travada, bloqueada, talvez pelo que aconteceu com o meu ex ainda ser recente na época. Então Jisung chegou e com ele aconteceu diferente, porque só ele despertou em mim tantos sentimentos diferentes ao mesmo tempo.

Não posso dizer que na vida real, caso Han não estivesse em casa e sim Seo, as coisas teriam acontecido exatamente daquele modo. Mas de uma coisa eu sei, o universo daria o seu jeito de me levar ao homem que amo outra vez.

"Eu te amo. E eu sei que você nunca me trocaria pelo Changbin. Não é, amor?".

Escuto a sua voz na minha cabeça.

Aproximo-me dele, deito novamente ao seu lado, ainda é cedo. Eu faço carinho nos seus cabelos macios e cheirosos. O observo por um tempo, sua respiração é relaxada, o seu peito sobe e desde tranquilo. Os meus beijinhos pelo seu rosto o fazem acordar.

- Ji... - eu o chamo, baixinho, perto do seu ouvido. - Amor.

- Hm? - ele murmura, ainda com sono, mas ouvindo o que tenho para dizer.

Eu viro de barriga para baixo, equilibro-me na cama pelos antebraços e o observo relaxado ao meu lado. Eu percebo, agora mais do que nunca, como é bom tê-lo aqui comigo, como fiz a escolha certa ao escolhê-lo, todas as vezes possíveis. Eu o amo, amo muito.

O que sinto por Jisung é inexplicável, extraordinário. Ele é o melhor de mim e eu sou o melhor dele. Somos como queijo com goiabada, uma mistura que parece estranha no começo, mas que juntos formam o par prefeito.

Ele consegue me fazer apaixonar por ele a cada dia mais, faz com que os meus sorrisos se tornem uma constante. Com ele eu aprendi a ser paciente, a confiar, a ouvir e conversar. Eu sei que ainda temos uma imensa e intensa jornada juntos pela frente, e, sinceramente, isto me anima. Enquanto me houverem dias, os usarei para aprender ao seu lado, porque de uma coisa eu tenho certeza, Han Jisung é o meu "para sempre" e o nosso amor só acaba quando os nossos corações pararem de bater.

- Eu sempre escolherei você. - digo, com total certeza das minhas palavras. - Porque você é o meu destino, a minha sorte.

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