Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

IV - ERRAR E NÃO TER A VERGONHA DE SER FELIZ

❝𝗢 𝗾𝘂𝗲 𝗲́ 𝘂𝗺 𝗮𝗱𝘂𝗹𝘁𝗼? 𝗨𝗺𝗮 𝗰𝗿𝗶𝗮𝗻𝗰̧𝗮 𝗱𝗲 𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲.❞

- Simone de Beauvoir

CHEGO AO ELEVADOR COM UM grande sorriso depois do jantar com Soojin. Já faz um tempo desde que eu me sinto tão relaxada e livre de preocupações, talvez seja o universo fazendo às pazes comigo, finalmente. Sinto coração e estômago preenchidos igualmente, embora com substâncias diferentes.

Após uma boa noite de conversa com a minha melhor amiga, resolvi ouvir seu conselho. Amanhã mesmo irei aceitar a oferta de emprego, é bom e seguro; estabilidade é tudo o que eu preciso nesse momento.

Começo a fazer planos aqui dentro mesmo. Com este novo emprego e o que ganharei por mês, terei como ficar tranquila em relação às minhas despesas. Poderei também pagar um jantar para Soojin ao qual ela não precise cozinhar, como forma de agradecimento por me ajudar de tantas formas durante todos esses anos. Além disso, se tudo continuar bem, posso comprar uma casa para morar, acabar com a vida de aluguel e até trazer os meus pais para mais perto - mesmo sabendo que as chances de eles largarem a vida no campo são mínimas.

Tudo isso, é claro, a longo prazo.

Eu suspiro ansiosa para chegar no meu atual cantinho, tomar um banho, colocar um pijama quentinho e dormir. Fico observando o painel ir do térreo até o quarto andar e então parar. Por segundos sou tomada por um medo de que ele vá travar novamente e que eu fique aqui, sozinha, mas logo as portas se abrem. Meu suspiro de alívio não se estende. A minha trégua com o universo dura pouco, pois logo ele se encarrega de colocar Han Jisung e eu no mesmo local fechado.

Ele entra e não diz uma palavra, me olha superficialmente, acena com a cabeça e fica parado mais a frente, de costas para mim. Céus, é tão desconfortável. Eu só desejo que isto seja efêmero, respiro fundo tentando não fazer com que a minha tensão esmague nós dois aqui mesmo.

Me sinto tão boba, fugindo dele, literalmente. Quando as portas se abrem no nosso andar, eu praticamente dou um único salto para fora e me tranco em casa, tudo isso porquê previ que ele falaria comigo sobre o que aconteceu entre nós, ao me encarar e ameaçar abrir a boca. Eu deveria agir como uma adulta e falar com o meu vizinho normalmente, mas sou forçada pelo meu cérebro a agir feito criança.

É só dentro de casa que eu consigo respirar. Prender o ar foi inevitável quando parecia que cada movimento meu era analisado, mas não era. Deixo meu casaco largado na poltrona ao lado do sofá e vou direto para o banho.

Deito na minha cama um tempo depois, mas ainda é cedo e digamos que eu não sou a pessoa com melhor qualidade de sono no mundo. Após girar de um lado para o outro no colchão, procurando uma posição confortável em que me fizesse apagar e não conseguir, levanto-me para aquecer uma xícara de leite, assim, quem sabe, o sono não me domina.

Faço um pouco de barulho procurando uma leiteira, até encontrar e colocar uma xícara de leite para aquecer, vai cair bem com um pouco de chocolate.

Fico de olho no fogão. Leite é traiçoeiro, se você tira a atenção dele, ele transborda e suja tudo. O plano era este, ficar de olho, mas a campainha toca e tira toda minha atenção das chamas ligadas em temperatura baixa. Toco a panela e ainda a vejo fria, penso que não haverá problemas se eu for atender à porta, então faço isso.

Olho através do olho mágico, é ele. Meu corpo dá um saltinho para trás, tomando uma distância involuntária. É Han quem está do outro lado, se balançando no mesmo lugar e com as mãos atrás do corpo. Se eu me aproximar mais da porta, consigo ouvir uma melodia sendo assobiada entre os seus lábios.

Após o terceiro ou quarto toque de campainha, eu abro a porta.

- Olá, vizinha. - ele me cumprimenta com um sorriso casual.

Antes que ele diga algo mais, eu peço que ele se cale e espere. Mas não digo nada, analiso a sua expressão corporal e facial por um instante.

Os motivos que surgem na minha cabeça para sua visita me deixam nervosa. E se ele veio aqui porquê acha que eu estou interessada nele e precisa me dar um fora de maneira educada? Eu não estou interessada nele. Me sinto atraída, é claro, mas não estou procurando ou esperando um relacionamento com ele. Por outra visão, ele está vindo me procurar um dia depois, quando eu também não fui atrás dele, então deve imaginar que eu também não estou procurando por algo sério. Essa não! E se ele veio aqui porque quer que aquilo aconteça de novo? Nós não podemos deixar.

- Antes que você diga mais alguma coisa, eu quero dizer uma. Me desculpe.

- Jiwoo...

- Me deixa terminar, ou eu não conseguirei mais falar sobre isso. - peço, ele então se cala. - Eu não sei até que ponto aquilo significou para você, mas a verdade é que foi um erro. Um erro que eu não cometo, mas que ocorreu e eu sinto que deixou as coisas muito estranhas. Não é como se nós tivéssemos a melhor e mais forte das relações, mas ainda assim, me sinto esquisita.

Espero um pronunciamento da sua parte, mas tudo que recebo é uma risada que explode sem que ele consiga segurar.

- O que foi? - questiono perdida no seu riso. - Eu disse algo engraçado?

- Bem, é que... - ele relaxa a postura e finalmente consigo enxergar nas suas mãos uma xícara transparente de chá. - Eu só vim pedir um pouco de açúcar emprestado.

Santo Deus! Eu só queria sumir por alguns instantes, enquanto esta cena embaraçosa vai sendo apagada de nossas mentes.

- Porém, se você quer falar sobre isso, eu gostaria também. Mas é melhor conferir seu fogão primeiro, parece que o leite está derramando.

E só piora.

Corro até o fogão e desligo a boca acesa, retirando a leiteira dali e a deixando na pia, mas no percurso acabo sujando um pouco do chão. A cozinha está a maior sujeira. Solto um grunhido irritado e procuro algo para limpar esta zona, encontro um pano verde sobre a pia, o pego.

- Deixa isso. - ele segura meu braço e tira o item da minha mão. - Eu limpo para você. Foi por minha causa que derramou, nada mais justo.

- Não, fui eu. Eu tenho sempre que fazer alguma besteira mesmo.

- E quem não faz? - ele tenta me tranquilizar. - Relaxa, eu faço isso.

- Está bem. - concordo.

Meu vizinho começa a limpar o fogão e eu, como não consigo ficar parada, começo a limpar o chão, que por sorte não sujou muito. Nós limpamos tudo sem trocar nenhuma palavra, mas pela primeira vez não é tão constrangedor.

No fim, eu vou guardar o material de limpeza que peguei onde o encontrei, nos armários e no muro. Quando retorno à cozinha, Jisung está terminando de lavar a louça, em seguida ele deixa no escorredor da pia.

O observo cuidadosamente. Ele seca as mãos e depois vira-se de frente para mim, com suas mãos presas no mármore da pia atras de si. Han me olha nos olhos, eu fico hipnotizada por eles. Agora tenho um breve flashback de como as coisas aconteceram. Respiro e afasto os pensamentos da cabeça.

- Obrigada pela ajuda. - agradeço descansando as costas na ilha da cozinha.

- Não foi nada. Sinto muito pela bagunça. - ele continua insistindo nisso, mas agora não parece ser somente pela cozinha. - Talvez você não queira falar sobre isso... mas eu gostaria que pudéssemos conversar.

Suspiro, já me preparando psicologicamente para esta conversa.

Eu concordo. Levo Jisung até o sofá, onde é mais confortável, e sentamos de frente um para o outro. Quando vou me acomodar no estofado, acabo sentando em cima do controle e a tevê é ligada, mas nessa não me importo com a conta de energia, deixo passar.

Sento-me em uma ponta do móvel e Jisung na outra, mantemos uma distância segura. Ele me chamou para conversar, mas continua em silêncio, analisando a situação com cautela. Penso que talvez eu deva tomar a iniciativa, mas não consigo pensar em uma boa maneira de começar esta conversa, da última vez eu me precipitei e fiz papel de boba.

- Você disse que foi um erro... - ele resolve iniciar com este tópico. - Como eu devo interpretar isso, exatamente?

Respiro, tentando organizar os meus pensamentos de forma lógica e fácil de compreender.

- Eu venho tomando uma série de decisões erradas, a minha vida inteira. - digo, talvez dramático de mais para um início de conversa. - Eu estava tão mentalmente exausta. Já faz quase um mês que eu terminei um relacionamento muito longo e fiquei bastante afetada. Bebi um pouco e uma coisa levou a outra. Não estou dizendo que envolver-me com você é um grande erro, mas a forma como isso foi feito que sim. Você consegue me entender?

- Acho que sim, um pouco. - ele diz. - Eu também terminei um relacionamento pouco tempo atrás, embora eu não tenha ido buscar consolo na cama de um quase estranho. Mas sei como a mente fica perturbada e bebendo então... às vezes é difícil se desprender de certos laços, não é?

- Sim. - respondo baixinho, soltando o ar ao ver a caixa com as coisas dele jogada no chão, perto do armário da televisão. Jisung parece ter percebido meu olhar naquela direção.

- O que são? - ele interroga, apontando a caixa com o queixo.

- As últimas coisas dele, eu ainda não tive coragem de devolver. - explico. - Minha amiga Soojin disse que eu devo me livrar disso o mais rápido possível, mas da última vez que ouvi um conselho dela, isto... - levo meu dedo ao espaço entre nós, intercalando entre ele e eu. - ... aconteceu. Ela também disse que eu deveria seguir em frente e conhecer um cara legal.

- E aí você pensou em mim. - ele afirma com um sorriso contente.

- Na verdade, eu fui até lá procurando por Changbin.

- O quê!? - se levanta do sofá, espantado. - Então se eu não estivesse em casa, mas ele sim, vocês... wow! - ele faz uma expressão cômica. - Eu me sinto ofendido. - fica claro que ele está brincando quando começa a rir. Eu gargalho junto a ele, é tão esquisito como a conversa muda de humor tão rápido. - E nem é a primeira vez que sou trocado por ele.

- Se servir de alguma coisa, eu não deveria ter me envolvido com ninguém.

- Mas não foi de todo mal. - ele torna a se sentar. - Olhe só para você, está tão menos estressada. - o acerto com uma almofada após esta constatação. - Ai! Esta é sua maneira de dizer que precisa de uma dose de relaxamento?

Han continua rindo e eu o acertando com pequenos golpes indolores. Eu tenho que admitir, ele é bem divertido. Aos poucos a imagem que tive dele quando o conheci vai desaparecendo.

- Jiwoo, me desculpe. - ele pede de repente.

- Pelo café? - questiono, ele nega com a cabeça. - Então pelo suco?

- Não. Meu amor, supera. - ele diz, sua agitação dá um tom engraçado. - Eu sinto muito pelo modo como as coisas aconteceram. Você estava meio bêbada e faz parecer que eu estava me aproveitando disso, mas não estava. E foi você quem partiu para cima de mim.

- Não fui eu, não! - fui eu sim. - Mas eu não tinha tomado o suficiente para perder a lucidez, eu sou bem resistente à bebida.

- Foi sim e você sabe. - ele insiste. - Eu me senti estranho, com uma sensação ruim no peito. Acho que foi por isso que não te procurei antes também, não que me afastar tenha livrado minha consciência. Eu só quero que saiba que eu não sou este tipo de cara.

- Eu sei que não é. Jisung, você me perguntou se eu tinha certeza umas três vezes. Eu posso não achar que foi uma boa ideia agora, de cabeça fria e pensando bem. Mas na hora, me pareceu certo. - digo.

- Parece errado, mas é certo, certo? - ele questiona. - É que, você tem que admitir, foi tão bom. - ele comenta, mas ao ver a vermelhidão no meu rosto, recua. - Desculpa, não vou mais falar sobre isso.

- Não, está tudo bem. - luto contra o calor nas minhas bochechas. - Foi... muito bom. - admito um pouco (muito) envergonhada. - Só é estranho falar tão abertamente, não sei como consegue.

- Não é nada de mais, com o tempo você se acostuma. Acredito que, depois do que fizemos, já tenhamos um nível de intimidade mais que suficiente para falar sobre.

Ele tem razão. Somos adultos e agora já é meio tarde para eu fazer a tímida. Embora as reações do meu corpo sejam involuntárias, eu posso ir acostumando meu cérebro a lidar com à ideia de que tem mais alguém além de Soojin que eu posso falar sobre esses tipos de assuntos.

- A gente pode falar sobre outra coisa agora? - sugiro.

- Está bem, tenho um tópico. - ele diz. - Você gosta do Changbin? - Han vai direto ao ponto, sem muitos rodeios.

- Eu não penso que seja isso. - respondo, remexendo-me no mesmo lugar à procura de uma posição mais confortável. - Changbin é um cara bonito, legal e muito atraente. De toda forma, não penso que exista algo. Por que a pergunta?

- É que, se eu fui trocado por ele, quero pelo menos um bom motivo.

- Não tenho um bom motivo, e você não foi "trocado". - corrijo. - Não sei se lembra, mas eu estava com você e não com ele.

- Pode apostar que eu me lembro. - ele sorri travesso. Desta vez eu não fico vermelha, mas meu coração ainda bate de uma maneira estranha e eufórica.

- Não sei porquê estamos tendo este debate. Eu cometi um erro, acabou.

- Todo mundo comete erros. - ele diz. - É igual àquela música: Errar... e não ter a vergonha de ser feliz. - ele cantarola enquanto batuca os dedos nas costas do sofá.

- Jisung, acho que o certo é: "Cantar e não ter a vergonha de ser feliz". - o corrijo, mas sem o cantarolado e sim com risadas.

- Não importa. - ele dá de ombros, se colocando de pé. - Você vai me emprestar aquela xícara de açúcar ou não?

- Eu já tinha até esquecido. - digo, erguendo-me também. - Vem. - o chamo em direção da cozinha. - De quanto você precisa?

Han diz que só necessita de uma mesmo, ele pega a xícara que deixou sobre a ilha enquanto limpava meu fogão e me entrega. Eu encho o utensílio e peço encarecidamente que ele tenha cuidado para não sujar tudo e fazer da minha casa um enorme formigueiro.

- Para que você precisa de açúcar? - eu interrogo. Se for doce, vou tentar convencê-lo a me trazer um pouco, como pagamento. Amigos, amigos. Negócios à parte.

- Eu estou fazendo uma cheesecake de morango. - ele responde. Só de ouvir já estou salivando. - Na verdade, eu já fiz. O açúcar é para a geleia de morango, Changbin deveria ter comprado, mas seria novidade se ele lembrasse.

- Você cozinha? - questiono surpresa. Olhando para Jisung, ele parece ser o tipo de pessoa que só consegue preparar lamén, mas já aprendi que não devo julga-lo pela sua primeira impressão.

- Eu procuro saber um pouco de tudo. - ele diz. - Gosto de explorar várias areas. Mas não há nada no mundo que eu faça melhor do que a música! - tenho motivos para discordar. - Você gosta de cheesecake?

- Sim. - respondo, esperando ansiosa que ele me ofereça um pouco do seu. - A Cheesecake Factory é a minha segunda casa, em Los Angeles.

- Você costuma viajar muito para lá?

- Não, eu ia sempre à trabalho. - respondo. - Pensando bem, acho que nunca fiz uma viagem para fora apenas por diversão. Parece que eu tenho dedicado minha vida apenas pela minha formação ou carreira.

- Você nunca viajava com o seu namorado?

- Nós trabalhávamos juntos, então praticamente todas as viagens que fazíamos eram para resolver algo da marca. O máximo de viagens que fazíamos juntos, sozinhos, eram para a sua casa de praia em Busan.

- Entendi - ele fala. - Bem, o meu cheesecake não deve ser tão gostoso quanto aos que você já comeu nos Estados Unidos, mas, se você quiser, te trago um pouco amanhã.

- Eu adoraria experimentar. - respondo com um sorriso largo ao conseguir o que queria.

- Então eu trago - ele me promete. - Agora é melhor eu ir, te vejo amanhã. A menos... que você queria ir comigo para a minha casa. - ele propõe. - Você pode me ver preparar a geleia, te deixo até raspar a panela. - fico tentada, mas também receosa, ele parece perceber, pois logo continua: - Changbin está em casa.

Suspiro, penso um pouco sobre a proposta. Eu adoraria comer um docinho depois do meu plano de tomar leite com chocolate ir para o espaço. Amanhã é sábado, não tenho mais nada para fazer e posso acordar tarde. Não há problema em ir, exceto pelo meu cérebro gritando o contrário.

Jisung e eu esclarecemos as coisas, terá uma terceira pessoa na casa e eu estou convicta de que a cena passada não vai se repetir. Não há perigo. Mas, por outro lado, penso em por alguns limites nesta relação. Não ir à casa do outro tão tarde da noite é um bom exemplo.

Por mais que eu não sinta maldade no seu convite, me sinto obrigada a negar.

- Está bem. Boa noite, Jiwoo. - ele deseja, com um pequeno sorriso. - E boa sorte com aquilo também. - ele aponta com a cabeça em direção à caixa com as últimas coisas de Myung Huye.

- Boa noite, Han.

Quando retorno para os meus aposentos, sinto-me bem mais tranquila. Falar com ele sobre o que passou e deixar tudo claro me fez bem, me tira um peso e uma preocupação das costas. Agora, tudo que preciso é por um ponto definitivo no passado, viver o presente e planejar meu futuro; um onde eu me pertenço, não a alguém.

É preciso mudar, mas não para outro, sim para tornar-se melhor. Chegou a hora de mudar a estação e desabrochar como uma nova Jiwoo, nesta primavera.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro