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III - A RAINHA DAS ESCOLHAS ERRADAS

❝𝗩𝗼𝗰𝗲̂ 𝗲́ 𝗹𝗶𝘃𝗿𝗲 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗳𝗮𝘇𝗲𝗿 𝘀𝘂𝗮𝘀 𝗲𝘀𝗰𝗼𝗹𝗵𝗮𝘀, 𝗺𝗮𝘀 𝗲́ 𝗽𝗿𝗶𝘀𝗶𝗼𝗻𝗲𝗶𝗿𝗼 𝗱𝗮𝘀 𝗰𝗼𝗻𝘀𝗲𝗾𝘂𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮𝘀.❞

- Pablo Neruda

MEU CORPO PARECE DESPERTAR antes da minha alma. Os olhos se abrem, mas eu não consigo me mover, é como estar presa, todos os meus movimentos são impedidos por uma força desconhecida. Paralisia do sono. Já ouvi falar sobre isso antes, mas nunca me ocorreu.

Cientificamente falando, a paralisia do sono é causada pela falta de sincronia entre mudanças na atividade cerebral, é uma falha na comunicação entre o cérebro e o corpo. Mas há também uma outra ideia, uma suposição sobrenatural que diz que a paralisia ocorre quando você está para acordar e um espírito deita sobre seu corpo. Eu prefiro acreditar na ciência.

Depois de um tempo eu recupero os movimentos, estar travada é tão sufocante que quase acabo chorando quando me movo. Minha cabeça dói e eu sinto minhas pernas estranhas, fracas de mais. Me apoio nos cotovelos e observo o ambiente ao redor, estranhando tudo em volta. Quando meu olhos finalmente caem para a lateral esquerda, cubro a boca com as mãos, antes que eu grite, desesperada ao enxergar as costas nuas deitadas ao outro lado da cama.

Esfrego os olhos ainda pensando que pode ser apenas um pesadelo, mas tudo parece tão real. Me sinto chocada e confusa, mas então lembro onde fui parar depois de bater na sua porta e como tudo culminou até o presente momento. Meu cérebro simplesmente não aceita e eu torço - imploro, melhor dizendo - para que tudo isso seja uma alucinação fruto da paralisia, porque eu não devo mesmo estar acordando em outra cama que não seja a minha, principalmente se for ao lado de Han Jisung.

Um misto de desespero, confusão, raiva sobre mim mesma e incredulidade se apossam do meu corpo. Cubro o rosto com as mãos sem saber o que fazer agora, até resolver que a melhor opção é fugir antes mesmo que ele acorde. Afinal, o que eu faria caso acontecesse? Eu iria ficar calada e imóvel? Iria deitar de conchinha e fingir que não estou surtando? Usar uma desculpa qualquer para ir embora e depois procurar outro apartamento para morar? Eu simplesmente não saberia reagir.

Que ideia, Soojin! Penso enquanto começo a me vestir com as roupas que encontro espalhadas pelo chão. Começo a xingar todos os palavrões que conheço e invento alguns novos, bem baixinho para não tirá-lo do seu sono. Talvez se tivesse alguém para culpar tornasse as coisas mais fáceis, mas os únicos responsáveis por isso somos ele - por ter uma lábia incrível - e eu - por ser fraca e carente.

Quando um palavrão sai audível da minha boca, o meu lado da cama afunda, travo assim que vejo Han se virar na direção que eu deveria estar e com as mãos e tatear o local. Ajo rapidamente girando o travesseiro na vertical, assim esperando o seu cérebro o confundir comigo. Parece funcionar. Volto a me vestir rapidamente, procurando o celular por todo lado, até encontrar debaixo da cama, por sorte com a tela intacta.

Não espero mais um segundo para sair do quarto, fecho a porta bem devagar, novamente para não o acordar. Respiro fundo e fecho os olhos, relaxando quando saio do cômodo, parece que estava fugindo de algo extremamente perigoso, o que os olhos de Jisung não deixam de ser. Abro os olhos lentamente e eles acabam se abrindo mais que o esperado, chocados com os olhos curiosos e confusos que me cercam.

- Olá...? - Seo Changbin me cumprimenta, com uma xícara de café em mãos.

Não, não, não, não, não.

- Oi... - forço um sorriso, mas a ruga na minha testa explana todo o meu constrangimento.

Seu olhar vai da xícara até mim em alternados segundos, já os meus seguem a trilha das paredes até o chão, em alguns momentos parando para observar sua expressão claramente tão envergonhada quanto a que carrego no meu rosto agora.

Ele parece procurar algo para dizer, tudo que eu quero é fugir, mas não sei nem como terminar essa conversa inexistente. Me sinto como uma adolescente que acabou de fazer algo errado e foi pega pelos pais, mas já sou adulta e, embora não tenha feito nada de errado e Changbin não seja um membro da minha família, me sinto tão intimidada o quanto.

- Você... quer um café? - ele questiona, tentando não fazer disso tão esquisito e sim algo comum e casual. Não sei se melhora tanto a situação.

- Não, obrigada. - respondo, acho que finalmente encontrei coragem e uma deixa para escapar. - Eu... eu já vou 'pra casa.

Changbin murmura positivamente, palavras se tornam incapazes para nós dois, aparentemente. Eu resolvo ir, com os ombros encolhidos e me afogando de vergonha. Para piorar a minha situação, somente se eu encontrasse a senhora Kim no corredor e ela me envolvesse na sua teia de perguntas. O que, por sorte, não acontece. Acho que o universo já teve sua cota de diversão comigo hoje.

Me paro pensando debaixo do chuveiro. Até agora não consigo entender como consegui mesmo fazer uma estupidez como esta, não é do meu feitio dormir com alguém que mal acabei de conhecer.

Acho que todo o papo que tive sobre seguir enfrente, misturado a carência e uma pitada de álcool me levou a isto. Carência e álcool jamais será uma boa combinação. Não é que eu estivesse demasiadamente bêbada, mas tenho idade e experiência com álcool o suficiente para entender que eu sempre fico mais "alegre" e inconsequente quando bebo. Não faço nada do que eu não faria sóbria, mas tudo o que o meu cérebro impediria por medo. De toda forma, não é o meu único problema, continuo desempregada, sozinha e com mais pensamentos para evitar.

Após o banho eu checo o meu e-mail. No início pensei que estava com sorte por encontrar respostas das minhas entrevistas anteriores, mas quando descobri que eram todas negativas, meu sorriso se desmanchou. Eu não compreendo. Sempre fui uma ótima funcionária, excelente no meu trabalho, com um ótimo currículo e pensei ter ido bem durante as entrevistas. Não consigo parar de pensar que isso tem um dedo dele no meio, mas o meu lado racional insiste que ele é inocente, não posso jogar a culpa de tudo de ruim acontecendo na minha vida nas costas do dito-cujo, embora ele ainda seja a maior parte do meu sofrimento.

Por mais que eu queira acreditar na sua inocência e pensar que não é isso que as repostas que recebi querem dizer com "percebemos que, infelizmente, o seu perfil não se encaixa com a nossa empresa", mas uma parte teimosa e insistente em mim permanece firme na ideia de que este é o motivo. Eu fico furiosa, quero tirar satisfações com Huye, mas não quero pagar de louca. Estava quase para fechar o notebook quando recebo outra notificação.

Fico intrigada com a mensagem que diz ser uma proposta de negócios. Abro-a, estou curiosa. É da Cheshire, concorrente do meu antigo local de trabalho, também conhecido como a empresa da família de Huye. Eles dizem que estão com uma vaga e ficaram muito interessados no meu perfil, junto também há uma proposta de reunião, com hora e local para uma futura entrevista. Fico atenta aos detalhes, observo calmante e leio a mensagem três vezes para ter certeza de que não deixei passar nada. Nunca passou pela minha cabeça que eles me fariam uma proposta, nem que eu ficaria tão tentada a aceitar.

Fechei o computador depois de ver todos os detalhes. Eu não aceitarei, não quero me envolver com os problemas que isso possivelmente acarretará no futuro. Trabalhar para a concorrência? Problemas com ele na certa. Eu quero me afastar de problemas e de tudo que também que envolva Myung Huye, eu preciso de distância e um pouco de paz.

Outra coisa que eu também queria dizer é que aconteceu assim mesmo. Entretanto, quando a conta de energia chegou, resolvi deixar tudo de lado e confirmei presença na reunião, talvez motivada por uma pequena sede de vingança também.

Já no outro dia, por volta das duas e meia da tarde, eu compareço ao local combinado, um restaurante que fica até bem próximo à cede da empresa. Chego mais cedo, então fico aguardando na mesa enquanto tomo um copo de suco de laranja com gelo e sem açúcar. Pouco tempo depois uma jovem mulher, na faixa dos seus vinte e três anos, com longos cabelos pretos e franjinha, vestida em um terninho também preto me acompanha. Fico de pé para recebê-la.

- Lee Jiwoo-ssi? - a mulher com voz de anjo se direciona a mim.

- Sim, sou eu. - respondo, apertando sua mão que já esperava a minha no ar.

- Sou Park Chaeyoung, é um prazer conhecê-la! - ela sorri simpática. - Sente-se, por favor. - a mulher diz apontando para o meu assento.

Volto para o meu lugar e a mulher me acompanha, sentando-se de frente para mim e descansando sua bolsa que se assemelha muito à uma maleta no colo. No mesmo instante o garçom que me atendeu retorna, Chaeyoung pede apenas por uma água.

- Que bom que veio, senhorita Lee.

- Confesso que fiquei intrigada. - eu digo, minha voz se mostra tão calma e natural que fico orgulhosa por parecer tão profissional. - Diga-me, o que exatamente vocês propõem?

- Bem, eu venho aqui falar em nome da empresa. - ela repete a parte que eu já sei. - Nestes últimos meses abrimos uma nova filial em Hong Kong, muita gente da sede em Seoul foi transferida. Abrimos vagas no setor de relações internacionais, quando soubemos que você rompeu o contrato, nosso CEO em especial ficou muito interessado no seu perfil.

Fico em silêncio, ouvindo tudo o que me é dito. Mas por alguma razão, não consigo tirar algo da cabeça.

- Desculpa, eu posso te fazer uma pergunta? - questiono ao fim da explicação geral sobre o encontro.

- Claro, estou aqui para tirar todas as suas dúvidas. - ela diz, gentilmente.

- Veja bem, é que algo me parece fora do lugar. - ponho este pensamento para fora em palavras. - Como você sabe eu trabalhava na Black Cat, e já é de conhecimento público o seu histórico com a Cheshire. Fico pensando se não estou sendo cotada para essa vaga apenas por ser uma "insider".

- Quanto a isso, não se preocupe. O nosso chefe é um homem muito reservado e igualmente sério, não posso dizer a maneira como ele pensa, mas como opera a companhia. Nós trabalhamos com os melhores dos melhores e acreditamos que você seja parte disso. Tem um currículo excelente para alguém tão jovem, é impressionante até, não somente o fato de falar sete idiomas.

- Obrigada. - agradeço com um sorriso simplista. - Me perdoe pela dúvida, não pense que duvido do profissionalismo da Cheshire, é que, devido as minhas questões antigas com o CEO da Black Cat, fico receosa que isto tenha algum envolvimento pessoal.

- Eu entendo. - diz ela, após beber um gole da sua água pela metade. - Você gostaria de ouvir um pouco sobre as suas atividades na empresa?

- Sim, claro.

Park me explicou melhor sobre como a empresa atua e o cargo que eu ocuparei lá dentro. Fiquei intrigada em como o local descrito funciona tão diferente do meu antigo emprego. A informação sobre Hong Kong também foi uma que ficou na minha mente por um instante, se existe a possibilidade de me transferirem para lá. Chaeyoung não descartou a hipótese, mas disse que é minimamente provável.

A morena ia falando e falando mais sobre o cargo, ela não deixava de dizer sobre como a empresa é excelente e que todos tem uma boa relação, tentando me convencer. Sem perceber fico ansiosa, mas de um jeito bom, incitada a aceitar a oferta.

- Tem algo mais que queira saber? - ela questiona ao fim da longa e detalhada explicação.

- Eu não quero ser indiscreta, mas me interessaria muito saber sobre a parte financeira; o salário.

- Ah, perdoe-me! É tanta coisa que uma eu ei de esquecer. - ela diz, sempre bem humorada. - Este aqui é o valor que pretendemos oferecer.

Ela desliza um cartão sobre a mesa e eu o pego para ver de perto. No mesmo segundo meus olhos faltam saltar para fora, mas me recomponho, não posso parecer tão assustada assim só por ver alguns zeros a mais que o esperado. Respiro fundo e finjo que não estou surpresa com tanto dinheiro. Eu sou importante, ou Huye não me pagava o que os profissionais da minha área realmente merecem?

- Se preferir podemos entrar em acordo, é um valor negociável. - e eu achei que não poderia melhorar. - O que você me diz?

(•••)

- Caralho! - Soojin exclama ao ver o papel. - Você vai ser empregada ou a amante do velhote?

Eu gargalho. É divertida e engraçada a maneira como ela fica com os olhos esbugalhados e a boca aberta, correndo risco de engolir um mosquito se continuar assim por muito tempo. Será que fiquei assim diante da senhorita Park?

- Espero que a amante nunca. - não mesmo, sem a menor chance. - Sério, me envolver nesse inferno nunca mais. - eu prometo, mais para mim mesma que qualquer outra coisa.

- Cuidado, hein. Você tem um histórico.

- Um histórico? - fico indignada ao ouvir. - Só me aconteceu uma vez. - eu protesto. Calúnia e difamação.

- Mas essas coisas são igual quando você tira uma nota vermelha no colégio, mancha o boletim para sempre. - Soojin explica seu ponto.

- Você não está totalmente errada. - admito. - Mas eu realmente estou caindo fora de caras que exerçam alguma autoridade em mim, eu não tenho daddy issues. Já conheci o meu possível chefe novo em um encontro nada amigável com os Myung, ele tem mais de quarenta anos e é casado.

- Então ele é apenas muito generoso mesmo. - ela continua admirando o papel com um número que parece mais um CPF. Está bem, agora foi muito exagerado da minha parte. - Sabe se ele está contratando cozinheiras?

- Achei que você estava animada com o restaurante.

- Eu estou. Mas, por este valor, eu transferiria este restaurante inteiro para dentro da casa dele, se assim quisesse. - ela brinca. - Mas e você, aceitou ou não?

- Eu disse que iria pensar e retornava com notícias.

- Me parece uma boa proposta, ótima, na verdade. É perto, ouvi dizer que o refeitório tem uma comida excelente, você já está familiarizada com o meio e eu nem preciso falar disso, não é? - ela exibe o cartão entre os dedos. - Qual é o real problema aqui, querida?

Suspiro pesado. Novamente ele. Por que é tão difícil me desvincular dele e do passado? Me sinto tão tola.

- Acho que fico preocupada com o que isso pode gerar. - explico, mas sua feição ainda parece cheia de dúvidas. - Você sabe que existe uma rixa enorme entre as duas marcas, chega a se tornar uma briga pessoal entre as famílias. Tenho medo de começar não somente o trabalho como uma guerra. Mas ao mesmo tempo, eu preciso muito desse emprego. O que você acha que eu devo fazer?

- Você quer ouvir a minha opinião?

- Sim.

- Aceite. - ela diz a resposta, simples e rápido. - Eu acho que vale a pena você aceitar a oferta, é o mais seguro. Não se deve fazer uma escolha priorizando o dinheiro, mas também não dá para se fazer de idiota e fingir que ele não tem valor. Você pode começar, ficar por um tempo e, se não gostar ou houver complicações, procurar por outro.

Fico preocupada, mas acho que ela tem razão, é uma oportunidade que acrescentará muito no meu currículo, além de no meu bolso. Mesmo que tenham outras ofertas de emprego e eu consiga outras vagas, nenhuma pagará tão bem. Eu tenho total compreensão de que dinheiro não é tudo na vida, mas também preciso pagar as minhas contas e não posso mais ficar sempre vindo até Soojin para almoçar ou jantar sem aumentar as despesas.

Em uma sociedade capitalista o dinheiro conta e muito. Eu tenho que pagar as contas de água, energia, aluguel e as minhas refeições. O que tenho guardado no banco só pode cobrir no máximo mais dois meses se eu passar a economizar mais.

Quando eu saí de casa pensei que teria uma vida relaxada em um emprego que pagava bem, o que só durou até certo ponto. Eu me envolvi com a pessoa errada e tudo foi arruinado. Mesmo que eu não goste deste emprego, uma decisão errada a mais ou a menos, de que importa para a rainha das escolhas erradas?

- Você pode ter razão. - eu digo. - Mas fico com um pé atrás, já que seu último conselho não me saiu muito bem.

- Qual conselho?

- Um bem bobo sobre sair com outras pessoas... casualmente.

- Meu Deus! - ela abre a boca em um perfeito "O", totalmente surpresa com a minha revelação repentina e enquanto eu me afundo na cadeira. Por que eu abri a boca? - Jiwoo, o que foi que você fez? Pode ir me contando tudo!

Glossário

1. Daepyonim (대표님) : CEO; diretor executivo; o chefe.

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