Capítulo XI - No Mito, Uma Verdade
Meteora
Os criados andavam em círculos pelo enorme salão, a música vibrante parecia abraça-los, a saturação de luzes tornava o espetáculo igualmente expandido e intimista, haviam um misto de terror e adoração numa festa como aquela.
Fingindo-se de sombra, encontrava o misterioso sore, Manda, rodando pelo salão, discreto, observando com olhos de águia, quem exatamente parecia pertencer aos dois grupos, aqueles que temiam e os que adoravam. Madame Lobiere aparecia ao seu lado, o vestido em formato de cone, um sorriso pintado de batom e perspicácia, jamais duvidaria da inteligência de uma mulher do norte. Junto dela um grupo de nortenhos se amontoava como formigas, o julgamento venenoso escorrendo entre seus lábios de seda.
Meteora ouvia vagamente, o suficiente para entender a dinâmica daqueles seres tão simplistas, mesmo tão decorados, o rosto empinado, com uma certeza ingênua de quem são e do poder que têm, era de certa forma fascinante, e também não muito diferente da corte de seu pai.
O medo reinava em rostos conhecidos, aqueles, que assim como Manda, entendiam o quanto deveriam temer pelo seu presente e futuro. Os rostos que se curvavam, as pernas que tremiam, os olhares julgadores daqueles estrangeiros tão confiantes de si ...
Entre eles se interessava pelo visconde barbudo e temeroso, Ryter de Amerir, lhe mostrara o que queria ver, a essência daquele castelo, a dinâmica de uma peça abandonada pelo rei desaparecido. Ryter tinha medo, em seus olhos de rato havia simplicidade e ainda assim, uma entranhada arrogância de quem sempre acha que pode ganhar alguma coisa. Meteora costumava se dar bem com pessoas assim, muito mais fáceis de manter na linha, muito mais fáceis também de eliminar, ao primeiro pequeno deslize.
Deslizou os dedos no vestido colado, tateando as curvas como quem exibe uma jóia, remexendo a longa calda com maestria que arrastava pelos tapetes sedosos, a medida que a multidão abria espaço para sua presença; a divisão, dali de cima, era-lhe clara como o dia. Mas que importava? Sentou-se deslumbrante no trono vazio, a corte fitava-lhe de soslaio.
__ Majestade.__ Ryter curvou-se longamente, erguendo o rosto após se sentar.
Cutucou uma sobremesa pequena que lhe serviam, o rosto já entediado pela noite barulhenta. Percebeu que Irvin não estava ali. A irritação mastigou-se com o tédio. "Esta noite seria um presente pra você também". Bufou, queimando com a ponta dos dedos um pedaço de bolo até evaporar-se no ar como papel. O homem ao seu lado parecia a ponto de derreter com o suor em sua tez.
__ Olhe, Ryter, não precisa ter medo. Não acha que se eu quisesse matar todos os humanos aqui, tinha-os exterminado no mesmo dia que Irvin decapitou seu príncipe?
O homem pareceu se aterrorizar ainda mais.
__ M-Majestade, e-eu não... e-eu não quis-
__Se você for leal, será recompensado. Sem ameaças, sem coação, sou uma rainha como qualquer outra...__ Puxou o vestido, deixando um pé a mostra então deu um passo pra trás__ Não, até melhor do que qualquer outra que tenha conhecido.
Erguendo uma mão, um criado se aproxima, após um breve murmúrio, deixou Ryter para trás, com sua tez suada e uma meia sobremesa em cima do trono real.
Seguiu na direção oposta ao criado, atravessando enfim pelo corredor; já sabia que Irvin iria manusear seu humor com a frieza usual. Porém, não deixaria que ele tomasse a iniciativa.
Então esperou o primeiro acorde de violino, hipnotizando seus passos esbeltos, um, dois, um dois... E ali estava. A multidão girava uniforme, havia estabilidade no rosto dele, porém , vacilava, conformando o que imaginava.
__ O casaco lhe caiu bem.__ Reclinou-se, imitando a formação da corte humana. Porém Irvin não riu como esperava.
Não mentira. Ele combinava com aqueles tecidos refinados, quer gostasse ou não.
Havia clara tensão, mas Meteora suspirou e conteve a agressividade. Imaginava que algo o incomodava desde aquela manhã, e sabia que se perguntasse ele lhe diria. Ou, era o que esperava.
__ Você parece se divertir__ arrastou os olhos ao redor, aceitando a mão que Meteora lhe oferecia, rodando num movimento suave__ Não está cansada?
__ Do que exatamente?__ Suas sobrancelhas se curvaram sutilmente. Ele manteve o tom monótono.
__ De brincar com eles__ Apontou com o nariz para uma mulher próxima __ Você já poderia ter ido embora, as tramas deles não precisam ser nossas tramas... Achei que estivesse apenas curiosa, entediada, jogaria com eles, incentivando o medo, a aflição, suas pequenezas e ambições ridículas, para então os deixar, no desespero. Mas por alguma razão... ainda estamos aqui.
A rainha não evitou de rir, deliciando-se.
__ É por isso que está com essa cara azeda o dia todo?
Reclinou o pescoço, tornando o queixo evidente por debaixo da máscara, que apesar de não cobrir completamente seu rosto, tornava sua imagem praticamente um borrão escuro. Irvin era bom em parecer perigoso, assim como eu, sorriu, roçando sua saia no sapato dele com um movimento mais brusco.
__ Só acho que... __ tossiu, se não o conhecesse, pensaria estar envergonhado.
__ O quê?__ Perguntou em tom inocente, sussurrando no seu ouvido.
__ Isso não combina com você. Pensei que os odiasse. Que mal suportasse estar minutos rodeada deles.__ Ele tenta se desvencilhar, Meteora percebe e o puxa delicadamente, porém com força devida.
__ Por que não confia em mim? Sabe que as coisas sempre são divertidas quando estamos juntos, não é? Ou está tão ansioso pra voltar praquele casebre com sua camponesinha abandonada-__ interrompeu-se logo ao sentir os músculos dele retesarem, limpou a garganta e umedeceu os lábios finos__ Eu só quero que você nunca se esqueça do quanto eu amo você__ Disse docemente, rodeando-se com os braços firmes, como se uma força os agarrasse.
Não muito longe a Rainha Elana se limitava a um olhar periférico, era um tanto hilário que ela achasse que Meteora não notasse seu olhar.
Algo dentro de si gostava de saber que alguém presenciaria aquele momento, tal qual uma testemunha.
Frente a frente, Irvin sorrateiro desvencilha-se, a música longa chegava ao fim.
__ É porque amo você, que conheço você, que confio em você, e creio que igualmente, você confie em mim__ Meteora iria interromper, porém o olhar dele a impediu__ e não guarde segredos. Quero saber no que estou gastando meu tempo.
A ansiedade dos movimentos dele se alterava, como se precisasse manter aquela neutralidade. Era um assassino sanguinário e um soldado fiel, o que significa que algo tremulava naquele pilar firme. Meteora estreitou os olhos de sangue, já tão enraivecida quanto seus lábios retos demonstravam. Podia ter jurado ter sentido o ar esfriar.
__ O que há de errado, Irvin? Sei que não é esse o problema, ou o único__ Apertou seu braço mais forte do que antes__ Os adulles te perturbaram tanto assim?__ riu baixinho entredentes, porém seus olhos não acompanharam__ Podemos chamar aquele maldito aqui se quiser tanto assim. Quer mesmo envolver a Vyrene? Quer mesmo dever algo aquele ... __ apertou os olhos, não acreditando nas próprias palavras. "O que não faço por amor..."__ Se é o que quer... Diga. Só não precisa fazer esse caso todo... Apenas seja claro.
__ Não, eu não me importo com os adulles__ Respondeu rispidamente, desvencilhou-se novamente, estava conturbado, confuso e irracional, Meteora apenas captou o quanto aquilo se intensificou quando o observou perdendo o olhar entre alguns soldados de Askar. __ É só que... Eles__ Abaixou os olhos, os longos chifres da máscara sombreavam sua tez por completo__ Essas pessoas... Meteora, já os vi, há dez anos... No vale.
Irvin apenas seguiu andando, as costas retas, mal dando-lhe um segundo para pensar. A Rainha absorvia as informações com lentidão, os passos mais lentos, até quase tropeçar, surpresa e curiosa, ainda assim alcançou-o sem esforço, apertando seu pulso para que olhasse para si.
__ Espera... Irvin, o que está me dizendo é que__ O olhar dele lhe respondeu o suficiente__ Você tem certeza? Eles parecem tão.... comuns, só soldados reais, quero dizer, os humanos são tão parecidos no geral...
__ Não se esqueça de que minha família servia ao rei__ Suspirou, tão tenso que já parecia quebradiço__ E é claro que tenho certeza; Reconheceria aqueles rostos em qualquer lugar, Meteora. __ respondeu numa voz forte, o maxilar firme.
__ Tudo bem. Suponhamos que esteja certo, o que tem medo? Você e eu... Somos os predadores aqui. __ Ergueu os dedos, simulando um movimento de garras, como um felino__ Enquanto estivermos juntos, somos mais fortes do que todos eles.
__ Não__ Um riso sarcástico espocou, chamando a atenção ao redor, ainda mais do que antes__ Não somos. Você é.
__ Está irritado comigo, eu entendo__ Ela desamassa o vestido que não estava amassado, tentando manter o queixo erguido em vão__ mas não finja saber o quanto eu o estimo, o quanto você é insubstituível. Quando meu pai me subestimou, quando pareci fracassar como herdeira, era em você que vi a luz. A luz que poderia me completar__ Se aproximou, sussurrante__ Irvin, eu sempre vou priorizar você. E por isso, nunca se permita ter medo estando ao meu lado. Nunca. Então, não tenha hesitações quanto a... Tudo isso. Se você quiser um reino, eu lhe dou, se você quiser.... __ Seu sorriso tremulou, e pôde ouvi-lo engolir em seco, através da garganta suada__ Mas você nunca quer nada, e isso é irritante.__ Estalou a língua. Soltando seu braço, por fim, já cansado daquele drama desnecessário __ Então não haja como se eu nunca tivesse aberto mão de nada.
Apontava para si, a altura do peito.
__ Ah claro, eu sei. __ A voz firme se manteve__Mas me diga, até onde esse amor poderá te levar? Você realmente seria capaz de dividir o trono com um rei humano? Você sequer me imaginaria como um rei?__ O tom magoado a alcançou.
__ Irvin...__ A voz falhando, em momentos tão raros em que Meteora não sabia o que dizer.
__ É uma boa resposta.__ Suave, ele deslizou os dedos pelo queixo dela__ Me desculpe, mas eu realmente não quero estar aqui.__Então o espadachim virou-se, arrastando a máscara para o centro da cabeça, encaixando-a perfeitamente. Revelando a expressão serena. __ Ah__ cessou o passo brevemente, ela manteve-se imóvel. __ Já que tocou no assunto dos adulles, houve um... avanço.__ A expressão da rainha se tornou mais branda__ Um dos minerais usados foi... relativamente identificado.
__ Relativamente?
__ Bem sim, há um palpite, mas seria um tanto incomum.
__ Como se toda essa situação já não fosse incomum. Diga logo.
__ Encontramos traços de cirdía.
Seu peito vacilou.
__ Aquela...? Daquele lugar?__ Murmurou, apontando para cima__ Daquela mulher? Mas o que... Mas como um humano poderia atravessar...?
__ A garota antes, a princesa, mencionou que o tal Myr teve contato com ela, o palpite se encaixaria.
Os dois se encaram pensativos por alguns segundos, a memória vívida se desenhando.
__ Isso é ridículo... Aquela pessoa estaria fora do juízo, se entregou algo desse tipo, pra um humanozinho qualquer.__ Suspirou profundamente, mordendo a ponta dos lábios __ O que acha que devemos fazer?
O olhar de Irvin era bem explícito. Caminhando até a outra ponta do salão, ele faz contato visual com um de seus guardas.
__ Você sabe o que é preciso fazer, precisamos voltar a Floresta Enevoada. De qualquer forma, não há mais nada pra extrair desse lugar. A única forma de descobrir porque ele te invocou é -__ consideravelmente menos emotivo, Irvin cruza os braços, decisivo. Porém Meteora parece a ponto de revirar os olhos.
__ Não e não. Não sei o que faria se meu pai se envolvesse nisso, não podemos correr pra ele a qualquer mínima inconveniência, se não...__ Estira-se sobre uma cadeira dramaticamente __ Pra que tudo isso?
Mesmo com o rosto pensativo Meteora sentiu a agressividade de seu espadachim exalar novamente.
__ Não poderia guardar seu orgulho por um momento?
__ Não se trata de orgulho, mas de independência!__ Rosna, novamente se esquecendo dos olhos ao redor. Apertando os lábios finos, ele suspira, a ponto de se retirar. Percebendo a desaprovação completa no rosto dele, ela estala a língua__ Não, entendeu? Você nem pense em falar sobre isso tudo com meu pai.
__ Então... que outra opção você sugere, Majestade?
__ O que vamos fazer, meu querido, é simples; ir direto a fonte.
Irvin cruza os braços novamente. Relaxando a expressão.
__ Ir a procura do Rei desertor?
__ Quase isso. Vamos atravessar o Portal de Sangue das terras superiores, confirmar o contato com qualquer humano, e quem sabe, não damos de cara com o tal de Myr? Tudo é possível.__ A rainha sorria com sua própria ideia, enquanto Irvin sentia seu queixo descer em completa descrença.
__ Como... Como pretende fazer tudo isso? Ou melhor __ Sua voz decresceu__ O que irá fazer, então, quando ou se encontrarmos ele?
A jovem aperta os dedos entre si. Os olhares ao redor não a impediram de expelir aquele pensamento, no tom entediado que lhe cabia.
__ Este homem, não é um homem comum. Não posso apenas matá-lo, ou simplesmente puni-lo. Não sou infantil e medíocre nesse nível. Além da curiosidade, a diversão, existe uma razão porque estamos aqui, meu caro. Ele quis. Com feitiços misteriosos, ouvi, nesta cabeça, eu ouvi claramente seu desejo por destruição. E preciso saber porquê, preciso saber... __ Suas palavras arranharam como as unhas longas entre si__ E olhar em seus olhos, nos seus olhos humanos e ousados, perguntando-lhe, antes de atravessar sua garganta, lentamente , com esta mão, como um único adulle foi capaz de me transportar para cá. __ Havia ódio puro naquelas palavras. Além de simples orgulho, raiva ou birra.__ Preciso ver diante de seu rosto medíocre, o quão forte este homem é, o quão disposto alguém assim estaria para sacrificar tudo isso .. E pelo quê. Irei olhar dentro de si, suas motivações, ambições... Antes de entender por completo, Irvin. O que falta. O que irá mudar tudo para nós dois.
As luzes pareciam fortes demais, as palavras intensas, ainda que vozes tão baixas não se calassem um segundo. Irvin tentou absorver aquela resposta, e sabia que não precisava perguntar, porém ainda assim o fez.
__ O quê?
Rolou os olhos para si, felina, cruel e salpicada de uma inocência distorcida, fina e pontiaguda, como unhas e dentes. A essência daquela alma vermelha e negra. Exalando a aura que o assassino aprendeu a temer e admirar na mesma frequência.
__ Que tipo de Rainha irei me tornar.
*
*
*
Gae Jo
Era difícil distinguir o quão longe estava da floresta onde o encontraram, na verdade, era difícil distinguir exatamente onde ele estava. Por enquanto, o jovem se preocupou em forrar o estômago.
Sentado num pequeno tapete, que parecia servir de assento, Gae Jo observava o que podia pelo canto do olho, tentando entender quem eram aquelas pessoas, exatamente.
Além de Lin Lin, haviam outras garotas, pareciam ter a mesma idade ou até mais jovens que ela, entretanto, nem todas pareciam kafes, assim como alguns garotos. Eles não eram muito de falar, ao menos não consigo.
O que Gae Jo pôde absorver era do que podia ver, as vestimentas que assemelhavam a vestidos de mangas cumpridas, e que Aago era o mais obviamente diferente ali.
O principal, ele se destacava não como um tipo de líder, mas sim um forasteiro, como ele. E isso explicava o sotaque estranho e as roupas apertadas.
Deixando a timidez de lado, se obrigou a perguntar a Lin Lin que tipo de relacionamento eles tinham, e ela quase pareceu sorrir com sua curiosidade.
__ Aago vai lhe responder tudo adequadamente. Primeiro termine sua refeição e vista uma roupa decente.__ Respondeu polida como uma criada, então despejou mais uma concha daquela sopa estranha e deliciosa, cobrindo-a com mais batatas.
A roupa era... Intrigante. Parecia luxuosa e barata ao mesmo tempo. Os detalhes verdes bordados nas mangas, no geral era delicado, confortável e no mesmo modelo que todo o resto. Poderiam pertencer a algum tipo de tribo, por isso as cabanas, por isso estavam tão fundo naquela floresta? Abraçou o tecido, era quente e leve, parecia feita sob medida. Foi quando seus olhos encontraram os de Aago, que pareceu ler bem o seu deslumbramento. O jovem parecia surgir do nada, tão silencioso e observador, Gae Jo ainda não sabia bem o que pensar dele, por hora.
Sentou-se a sua frente, sem discrição, ele puxa delicadamente o fecho do cinto grosso, afivelando-o com maestria. O garoto agradeceu, com dificuldades de entender exatamente como apertar aquilo.
__ Os povos dessa terra são tão talentosos, ou até mais do que do continente, não acha?__ Comentou, fitando-o de soslaio, havia um tom misterioso naquele apontamento que Gae Jo não soube dizer no momento.
__ Quem são eles? Eles moram aqui?__ O outro riu.
__ Tão direto__ Ergueu os olhos negros, repuxados e gentis__ Eles... Estão perdidos. Como você. Só que eles conhecem a natureza __ Gae Jo pareceu entender onde ele queria chegar__ de uma forma que qualquer um precisaria de séculos pra aprender.... ao menos um fragmento disso.__ Deu um último aperto, e Gae Jo achou que ia pôr pra fora a sopa que acabara de entrar na sua barriga __ A não ser que já tenha essa conexão, em algum lugar. Então você pode reconstruir o que foi perdido. Eles são originários do Sul do Nevoeiro __ Como você, estava implícito___ filhos de ex-escravos, mendigos, a procura de voltar às origens ou... Apenas sobreviver.
Era óbvio que ele estava se referindo a perseguição de kafes, o garoto engoliu em seco. Não sabia. Não sabia nada sobre aquilo. Passara tanto tempo preso nas terras de Han, e mesmo que não fosse sua culpa, mesmo que ele desejasse entender melhor seus poderes, ele apenas... Não pôde. E a frustração era tão palpável quanto aquele tecido macio.
__ É por isso que você está aqui? Para ajudá-los?__ Gae Jo percebeu tarde demais a inocência daquela pergunta.
O outro serenou, num segundo, ergueu sua mão, surpreendendo-o a puxar seu pulso, o guiando para fora da tenda.
Algumas garotas cochichavam enquanto eles atravessavam o acampamento, Gae não entendia o que elas diziam, não era askardi, claro, e gostaria de ter parado pra perguntar, se Aago praticamente não o arrastasse pelo acampamento.
__ Onde vamos?__ Perguntou, até pararem em frente a uma tenda distante, onde presumiu ser a pertencente ao kafe misterioso.
Aago andou em seus passos rápidos, atravessou o lugar, semi vazio, onde não podia-se ver mais do que uma cama e alguns caixotes, assim como um casaco e uma máscara estranha que parecia a cabeça de um animal, detrás dela ele pegou algo que Gae Jo não viu, apertou o elástico do cabelo, e voltou a andar para fora do acampamento.
O garoto tentava acompanhar seu ritmo, mas ainda se sentia fraco.
__ Pode ao menos dizer onde-__ Iria insistir na pergunta, quando sentiu um vento forte os rodear.
Ele conhecia aquela sensação.
Fora com aquele poder... Daquela forma que Aago o encontrou na floresta.
__ Vou te mostrar o porquê estou aqui.__ Apertou seus dedos ao redor do braço, firme e direto. O garoto mal pôde retrucar.
E de repente eles estão longe. Tão longe que mal sentiu seus pés saltarem do chão.
Não havia palavras, ou medo. Apenas deslumbramento e curiosidade.
"....Voando? Estou... Voando?!".
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