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Capítulo IX - O que Não Mata te Fortalece

* * *

Uma cena digna das crônicas antigas se desfechava no palácio real. Manda sentia-se igualmente aterrorizado como fascinado pela cena que presenciava. Seria um dia longo.

De um lado alta e delgada jovem, tão delicada em suas vestes floridas completamente branca, em detalhes prateados, o rosto rosado emoldurando toda sua figura sublime. A princesa perfeita do Reino do Fogo Eterno. Ou melhor, agora Rainha.

Rodeada por sua guarda real, o bravo e conhecido cavaleiro Kejir a sua esquerda, dourado como a representação da justiça divina por si só.

__ Elana da dinastia dos protetores do Fogo, legítima nascida de Perne, se apresenta e salda Vossa Majestade, Meteora do Nevoeiro Sul.

Então pós-se numa curvatura longa e elegante, diriam, repleta de orgulho e até admiração.

O que seria estranho, já que ambas não se conheciam.

... Do outro lado, Meteora parecia reduzi-la ao nada de sua insignificância humana com apenas um única e breve olhar. 

Alguns degraus a baixo, Manda engoliu e seco ao dar-se com a expressão no rosto do orgulhoso e barbudo Kejir, claramente levando toda aquela recepção como um insulto.

__ Uma ajuda, você me diz?__ repetiu friamente a rainha do Nevoeiro Sul, retomando ao começo da conversa, claramente odiava rodeios.

__ Não uma ajuda, Majestade, um... acerto de contas__ Sorria fino__ No mais amigável dos termos.

__ Você sabe que eu não estou completamente a par da guerra que...__ Sentou-se no trono, mesmo mal tendo passado alguns minutos de pé. __ Meu predecessor lhe deu apoio.

Manda a acompanhava com os olhos, então notou enfim o sombrio Irvin estático perto de uma das poltronas ao fundo.

O sore teve a impressão que ele encarava alguém em específico, porém, podia ser só uma impressão, já que seu rosto estava completamente coberto pela máscara bizarra, não podia dizer grande coisa apenas pelos olhos vigilantes.

__ Posso fazer o favor de resumi-la para Majestade__ Se ofereceu a bela Rainha prateada, educadamente.

__ Agradeço.__ Meteora lhe lançou um gesto apressado.

__ A rixa entre alta burguesia askardiana e nossa burguesia do fogo durou pouco mais que duas gerações, não poderia se chamar uma guerra, ainda... Bem, talvez uma guerra interna, pois antes de pudermos intervir, eles mesmos fizeram o favor de destronarem-se ... Enfim, não era algo grave que alguém como... o antigo rei se importaria em intervir, mesmo que Askar seja uma cidade livre, Rei Myr e seu pai fizeram questão de manter suas relações intactas desde a época da separação.__ Tossiu, como se obrigasse a si mesma a apressar o assunto__ Então quando explodiu a guerra civil, ocasionada pelos já conhecidos Libertários, aqueles tolos que se autoproclamavam protetores do povo, não passando de qualquer pequena facção civil que se aproveitaram do caos para assaltar e amedrontar os próprios. __ Franzia o cenho, demonstrando seu próprio descontentamento com o assunto__ Myr teve a maior participação em nossa vitória, qualquer um pode admitir. Estávamos enfraquecidos internamente. Ele interviu com o poder de um sobrado admirável, não com os mesmos interesses que nós, considerando que minha família foi alvo desses bárbaros diretamente, mas, com seus próprios interesses em mente...

__ Uma dominação de um território livre.__ Os olhos da rainha reluziram.

__ Pois sim. Um território debilitado e antigamente um dos mais fortes de seu próprio reino. Ele soube aproveitar bem suas oportunidades. Destruir uma burguesia já dizimada pelos próprio Hamari, claro, não seria algo tão complexo, mas a forma como a política pode ser manipulada pelas mãos certas.. Myr tomou a situação de forma esplêndida. 

__ Hamari?

__ São uma facção, vagabundos Libertários, a mais famosa entre todas, Majestade__ coçando sua barba lisa, Kejir interrompeu a conversa pela primeira vez.

Irvin parecia caminhar por detrás das colunas, porém, tão breve como um fantasma, "estaria ansioso com algo?", Mada tentava ler seus movimentos igualmente a ler as entrelinhas daquela conversa.

__ São fortes, imagino, se puderam proteger tal cidade fortificada. Se lutaram em conjunto com tal burguesia... Ou melhor ainda, mantendo-se com as próprias pernas.__ Meteora parecia admirada, e isso não agradou a guarda real, pelos olhares inconformados.

__ Pode-se dizer que sim. Fortes e ambiciosos.__ Confirmou o homem, não mais orgulhoso que sincero__ A maioria se diz protetor quando não passam de nobres falidos lutando contra nobres falidos menos afortunados que eles em habilidades de combate.

Alguns soldados ao redor riram, concordando.

Meteora observou-o atentamente.

__ O senhor como um guerreiro de alto escalão deve ter tido a honra de lutar com eles.

__ Meu Kejir protegeu nossos exércitos com perfeição até o último segundo de batalha.__ Confirmou Elana, o homem tossiu, orgulhoso.

__ O que Myr prometeu foi uma repartição limpa de territórios após a guerra.__ Retomou ao assunto, o rosto tão sereno e ilegível quanto de Elana.
__ Assim que o último Hamari fosse exterminado.

__ O quão trabalhoso seria caçá-los um por um?__ Perguntou Meteora, curiosa, empertigando-se no trono.

__ O exército de Fogo é excelente por gerações.

__ E unindo-se ao poder de controlar o povo com sua burguesia dominante..__ Elana a fitou com um falso ar inocente__ Sei que é um assunto que não lhe diz diretamente respeito, Majestade, mas compreenda..

__ Myr não está aqui para cumprir suas promessas e deveres__ Meteora cruzou as pernas, enquanto brincava com as pontas de seus cabelos. Manda se flagelou internamente por achá-la graciosa naquele momento.

Percebeu que alguns soldados não evitavam de analisá-la com desejo em meio a repúdio e estranheza, entretanto.

__ Sequer tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente. Toda burocracia foi monopolizada por meus tios e generais, confesso__ A garota parecia desconfortável em confessá-lo__ Sei que é estranho dizê-lo, ainda mais considerando que sou a Rainha agora..

__ Seu povo estava em guerra, que diferença fazer aliados por cartas, magia ou olho no olho? Uma aliança é uma aliança.__ Alguns ali demonstraram surpresa pela eloquência da Rainha demoníaca. Incluindo Elana. Manda entendeu, entretanto. Havia encanto naquela sabedoria despretensiosa.

__ Ainda assim, ficamos surpresos por não poder ter tido uma conversa decente com o auto proclamado Imperador do Sul. __ Complementou Kejir.

Meteora sorriu divertida com o "auto proclamado". pelo visto o tal de Myr não era unanimemente bem quisto.

__ A verdade é; __ Lançou-lhe um sorriso indecifrável__ Que esse assunto pode ser melhor discutido num ambiente e momento mais descontraído, não acham?

__ Refere-se a um festejo?__ O homem pareceu gostar da ideia brevemente, até sua consciência lembrá-lo que tipo de reino ele estava no momento, ou que tipo de reino ele imaginou que estava.

__ Pois bem, Sor., feliz em informar que chegou a tempo para o baile.__ Sorriu, tamborilando os dedos no braço da cadeira.

Todos lhe olharam surpresa, e o mais surpreso de todo foi Irvin. Parecia a ponto de subir um degrau, mas se conteve. Meteora lhe lançou um olhar de "falo com você depois". A atitude do guerreiro durante toda conversa não passaria despercebida por seus olhos de águia. Manda parecia o único a notar a briga silenciosa de olhares entre os dois.

Kejir segurou o cinto, um tanto desconcertado, o sore sentiu o desconforto pairar sobre todos seus soldados igualmente.

__ Temo que não possamos ficar por muito tempo, Majestade__ Retrucou o guerreiro, um tanto grosseiro. 

Até que a própria Elana, surpreendendo-o, talvez a única agradada com a ideia tanto quanto Meteora, se interpor entre eles, o rosto sorridente que, de certa forma, assustou Manda.

"Essa inocência.. Parece um tanto aterrorizante.", estremeceu, cruzando os braços. Sentindo um frio repentino.

__ Vossa Majestade, eu não poderia estar mais encantada. Será um grande prazer partilhar de uma noite de dança e conversa com uma bela e interessante mulher como tal__ E curvou-se novamente, a voz emocionada e sincera.

Meteora a analisava menos friamente do que inicialmente, erguendo-se do trono, o vestido roçando nos degraus, tocando o ombro da jovem, percebeu o olhar de Kejir se aterrorizar como se estivesse a ponto de transformá-la em pedra.

__ Erga-se. Você é uma Rainha__ A jovem estremeceu com seu tom de voz__ Vamos festejar a nossos reinados recentes, sim?

O rosto ruborizado se ilumina, erguido, obedecendo e se mantendo, completamente encantado. Assentindo silenciosamente.

__ Preparem os quartos, hoje teremos convidados e um baile para preparar.

*

*

*

Gae Jo 

Quando o caos se instaurou por inteiro, boa parte dos servos pensou que a estrada de terra era boa opção, e isso parecia-lhe burro. Logo o fogo se alastraria para floresta, mas era apenas questão de correr.. correr mais rápido do que homens do Senhor e fogo ardente. E se o kafe podia se vangloriar de algo era de sua velocidade.

Havia apenas alguns arranhões e cortes de espada, não o impediu de manter uma velocidade constante por um bom tempo.

Quase parecia-lhe como um sonho, talvez fosse pela adrenalina, o coração apertando, o rosto ainda rígido como se estivesse preso mentalmente nas últimas cenas daquele dia louco. Ainda havia sangue em suas mãos. Não fisicamente, mas o cheiro... nada em comparação com o cheiro que impregnara-se nela, mas era incômodo, num nível de esfregar as mãos tão fortemente que criava feridas.

"Eu realmente.. Eu realmente matei aquele..", não queria pensar nisso. Não devia, sabia disso. A voz de Thristy ainda era tão vibrante, dizendo-lhe para correr para longe, e que era.. um estúpido, e ele realmente era estúpido, por muitas razões.

Por que no fim, ele sempre agia tarde demais...? E agora estava estranhamente sozinho, trêmulo e perdido.

A noite caia e alguns animais inofensivos cruzaram seu caminho, felizmente. Não queria pensar na possibilidade de encontrar algum tipo de leão ou macaco gigante.. Riu, sem saber se realmente era esse tipo de floresta. Conhecia pouco pelos livros de seu pai, mas sabia que existiam diversos tipos de florestas, e as perigosas não eram a maioria. Se apegou a essa esperança.

Olhava pra trás ainda com ansiedade, mesmo sabendo que ninguém viria atrás de si. "Estranhamente ser um fugitivo é o menor dos meus problemas..", suspirou, a melancolia vinha em pequenas doses à medida que seus pensamentos clareavam e sentava-se para descansar.

Hora ou outra parava e recostava-se em alguns troncos de árvores altas ou alguma pedra, ou trepava em alguma árvore procurando frutos. Encontrava um tipo estranho de fruta vermelha que tinha gosto doce e amargo ao mesmo tempo, rasgou a camisa, cobrindo uma porção considerável das pequenas bolas macias, então prendeu a pequena sacola improvisada na cintura.

No outro dia se pôs a correr, em intervalos maiores do que antes, tanto pelo cansaço que aumentava gradativamente, como a preocupação de ser encontrado diminuir até o ponto de mudar seus pensamentos para o que viria a seguir, não mais no que estava em suas costas.

Então mais um dia chegara ao fim, não estava com frio, a adrenalina o ajudava com isso. Correr e correr.. Não era a melhor estratégia, e sua mente não estava nas melhores condições para pensar numa melhor.

Observava melhor a floresta, mais profundamente se acostumando a ideia de Liberdade como um tipo de.. consequência.

__ Consequência..__ A noite caia e ele tentava ler algo das estrelas, que lhe encaravam de volta, em silêncio. __ A que preço?

Não havia uma mísera gota de positividade, quando a melancolia ia embora o que ficava era.. Nada.

Então adormecia novamente. O chão duro e insetos a andar no seu copo, acordava, sobressaltado com uma barata em sua bochecha.

__ ESTÚPIDO...!__ Gritava pra si mesmo, toda vez se assustava. Não se habituaria a floresta, reconhecia.

Caminhava. A cabeça baixa, um tanto tonto, as frutas não lhe serviam por muito tempo, logo seu corpo queimava o açúcar com impiedosa rapidez.

No terceiro dia acordava com um inchaço em seu pé, alguma picada de algum inseto estranho, presumiu, mancando, sem correr mais.

No quarto dia ouviu passos entre as árvores, o que acontecera antes, não passando de veados e outros cervos estranhos, ou coelhos.. O que lhe encarava tinha olhos serpenteantes.

Duas patas peludas afundavam nas folhas secas e logo um lobo gigante espreitava a poucos metros de distância. A respiração falha e percebe suas pernas bambearem. "Estou morto", foi o pensamento relâmpago de Gae Jo.

Então seguiu o olhar do grande, mortal e belo animal, encontrando um cervo manso a mastigar algumas raízes perto do córrego. O lobo estava quase estático, Gae prendeu a respiração, tentando não mover-se mais do que já fizera naqueles míseros segundos.

Ainda assim, o lobo o notou.

Quando encarou seus olhos afiados, Gae se lembrou da lasca de pedra que havia guardado, na esperança de fazer uma lança, quem sabe. Ainda estava em seu bolso, constatou, aliviado. "Será que.. Poderia realmente..", pensar numa luta parecia suicídio, as garras enormes do animal o lembravam bem o seu lugar.

Então o verde daqueles olhos de encontro o negro dos seus, um predador a caçar ou apenas.. Gae engoliu em seco. O lobo mexeu as orelhas rapidamente, o cervo parecia bem alimentado.

"Vá! Ele está indefeso, sozinho ali, bem ali", cerrou os dedos na pedra lisa, os lábios secos apertados.

A luz dançava entre as frestas entre as árvores e o farfalhar de cada mínimo galho atiçava seus sentidos. O dôr queimava lentamente em seu peito.

Um salto repentino, as patas se inclinam e tudo acontece rápido demais, como uma dança do vento entre os músculos do incrível animal; Gae pensou vir em sua direção, um pé pra trás e.. Ele seguira, o lobo não vira em si uma prioridade.

__"Atrás, Gae Jo!"__ Uma voz gritara em sua mente, tão clara que fez seu corpo estremecer.

Não rápido o suficiente para Gae prever a investida que raspara suas costas.

Um segundo lobo, escondido entre a grande árvore que cobria boa parte de suas costas. O golpe não mais que o arranhara, mas sabia, precisava usar tudo que tinha, sentindo a hostilidade e ferocidade daquele olhar. Um único golpe e o garoto poderia morrer.

"Seu...!", saltou, um movimento leve pelo ar, seu corpo relembrando das lições de Thristy, a pedra arrasta em seus dedos, porém sua perna ainda doía e ele se sentia lento.

"A chama. Puxe a chama.", repetia a voz. Gae Jo não hesitou em seguir o conselho.

Não tinha ideia de como usar aquela energia, apenas puxou... Deixando que ela se expandisse, de alguma forma o jovem sabia que era o suficiente, por enquanto. O cansaço não diminuiu, porém sentiu a energia se convertendo em força, bruta e intrínseca, quanto mais puxasse, mais ela respondia.

Sentiu o corpo esquentar, até ter uma ideia breve; focou-se nos pés, então suas coxas, os músculos retesam e endurecem, outro salto afunda na terra, os pés fortalecidos de energia, reluzente como seus olhos, o lobo o rodeava e sua coragem se bifurcava, pensando que não adiantaria correr. O vento corta seus cabelos, o animal, consideravelmente menor do que outro, arrastara no chão com a força de um golpe perdido.

"Desgraçado", Gae mal pode ver sua investida seguinte, a garra enorme vindo em direção a sua perna, o movimento rápido o fez questionar o quanto estava escapando por um fio, "Precisa correr, garoto", a voz novamente, o tom que ele reconhecia de seus sonhos, porém um tanto mais humano, Gae estalou a língua, o quão inútil seria uma competição de velocidade com tal animal, "Agora, idiota!", outro salto e Gae não sabia do que pensar daquela voz em sua cabeça, mas mas não havia outra opção, então ele correu.

Os pés latejando, mas a força consumindo-o de dentro pra fora, o dôr queimava e queimava, o lobo era por si uma força da natureza, a velocidade era sua forma, mas agora Gae não conteria aquele impulso, tornando-o uma força da natureza também.

"Desculpe, Thristy.. É o que tenho, é a arma que vou usar".

Duas sombras a correr pelos galhos, se sentia como um veado, assim como em seus sonhos, saltava tão alto que praticamente voava, mal sentia seu corpo, ele era o vento, porém, não sabia como investir sua força em duas agora, precisava arranjar uma forma de se livrar do animal enquanto dava tudo de si para ser mais rápido do que ele.

Foi quando teve uma ideia, que não havia cogitado antes, mas agora.. Não custava tentar.

__ Hey! Voz? Ou seja lá.. que você seja, está me ouvindo?__ parecia tão estúpido, estava falando sozinho. Mas não tinha que temer parecer estúpido numa floresta deserta.

Um minuto, e nenhum resposta. Gae sentia a visão firme, seus sentidos pareciam tão afiados que quase pareciam atacá-lo. O mundo de sentidos ampliados pode ser aterrorizante. Ao mesmo tempo em que sentia-se tão forte que seus músculos estalavam, algo parecia.. fora do lugar.

Não havia tempo, porém, para questionamentos profundos.

__ "Então você é habilidoso o suficiente pra aprender como falar comigo tão rápido, estou impressionado."__ A voz parecia risonha. Gae se arrepiou. Funcionou..?!

__ Preciso de ajuda.__ Não ousou hesitar, qualquer segundo era importante.__ "Como sabe que posso ajudar?", Gae sorriu, os lábios vermelhos de sangue, outro golpe em sua perna, dessa vez ele precisava revidar. Virou-se a pedra lascada em sua mão, concentrou o máximo de sua força nos dedos, mas não conseguiu ser o suficiente.

Cambaleou, quase batendo-se de frente com um tronco. Desviou, o animal se atirando como uma flecha em sua direção novamente. Sentiu seu pé estalar, grunhindo, os olhos semicerrados, a força que punha para saltar se tornando cada vez mais perigosa.

__ Você.. me chamou de idiota, me lembrou alguém que conheço. Senti que podia confiar.. preciso saber, como dôre, como posso ficar mais forte? __ Mal se desviara por um lado, vira a fera em sua direção, a centímetros.. Por pouco. cada vez mais, por pouco. Franziu o cenho, o animal parecia estranhamente mais rápido, "Você não se cansa, porra?".

Havia sangue em sua tez, não notou quando sua cabeça passou a doer tanto, felizmente, a adrenalina ainda fazia parcialmente seu efeito anestesiante. Não duraria por tempo suficiente.

__ "Eis uma razão peculiar pra confiar em alguém."__ havia mais cordialidade em seu tom__ " Ficar forte.. Você não aprendeu nada com que 'ele' te disse, não é?"__ Um suspiro do outro lado. Ele quem? Gae quis perguntar, mas nesse momento sua mente se divida em investir e ser rápido, o que seu corpo cada vez parecia mais difícil de concentrar-se.__ "Só há uma forma de você chegar no limite de sua força atual, garoto. Encontre uma lança."

__ Uma lança? Você não tá vendo, eu não-__ Não terminou o argumento.__ "Gae Jo, se você não tem uma lança... Seja a lança."

"Seja.. a lança", Murmurou, repetindo, a consciência falhando brevemente, um golpe rápido e efetivo, o fazendo cair novamente.

Sangue jorra de seus lábios. A chama dentro do peito pede pra que ele puxe, puxe.. porém, Gae estanca. Respirando fundo, levantando-se com dificuldade.

A besta lhe encarava, quase sentia-a rindo, vangloriando-se, a presa desistente em sua frente. Praticamente morte. E não estava errada.

"Sinto muito.. mas eu não posso morrer.", respirou, tão fundo que seus pulmões doeram. "Não posso desistir."

Os raios de sol cruzavam suas sombras, a besta em sua magnitude, parecia quase plácida, calma, dois em um com a natureza que os cercava.

"Sem mal, ou bem.. Apenas..", Gae viu-se naquela luz amarelada, o semblante fresco, a raiva desvanecendo de seu peito.

Gae arregalou os olhos. Pareceu-lhe uma boa resposta.

Ousou outro salto, quem sabe seu último; manteve-se suspenso no ar, seus cabelos úmidos de suor e sangue, a mente límpida, quase como se... Eu sei, sei como fazer isso.

...Algo fora do lugar, como estar disperso de si, como se focar tanto na força bruta e como o dôr poderia machucar externamente, que esquecera a primeira vez que de fato sentira-se um dôre por completo, "mesmo que não entenda bem o que seria um dôre completo".

Emoções. A forma como canalizava de dentro pra fora, não oposto. Não podia perder sua cabeça. Não podia se deixar aterrorizar pela diferença brusca de habilidades entre ele e um animal selvagem. "A diferença não é o foco, mas talvez.. o que falta, o que falta em mim, porque ele é forte, e porque sou fraco". O animal só tinha uma única emoção, ou instinto.

Enquanto eu me questiono e me deixo afetar por todos meus sentidos.

Gae jo não soube como fez, apenas fez. Precisava de um milagre. Os pés ainda no ar, como se dançasse com o vento; o instante exato em que fechara os olhos e esquecera do perigo iminente a centímetros de seu corpo.

Deixou-se sentir, o vazio e o preenchimento, o tudo e o pouco, a falta e o que complementa, o seu corpo se expandir, não em todas as frestas, não precisava de tanto poder bagunçado dentro de si para derrotá-lo, precisava apenas de ... um.

Os dedos se unem e a luz cobre suas mãos, o tornando muito mais lento, porém, no instante perfeito.. mais forte. Um golpe, direto no tronco do animal, perfurando, a pedra fina se perdendo do outro lado da carne.

O corpo molenga e peludo pendendo pra frente, o que Gae não previu, caindo quase perfeitamente em cima de si.

O milagre se fez.

O peso afundando sobre o seu. Seus olhos acinzentaram, até enegrecerem novamente. As tripas do animal cobriam seu corpo por inteiro.

Respirou fundo, o corpo tremendo de exaustão, sentindo que ia desmaiar a qualquer momento, fitou o céu claro, as sombras límpidas das árvores, manchadas apenas por um .. raio, e uma silhueta pairando no ar, estática, como se planasse, "O que diabos..", pensou estar vendo fantasmas, então a figura se aproximou, delineando-se num rosto moreno, olhos repuxados, cabelos longos num rabo de cavalo liso e escorrido, total descrição da fisionomia de kafe, baseado em si e seu pai, a roupa preta coberta por um manto cinzento encardido, mexia a boca, Gae mal pôde ouvir algumas frases, ouvia a voz calma, e ainda mais clara, tão clara que.. a reconheceu.

Era ele, o seu salvador. Ou algo do tipo.

__ Parece que.. __ Riu, analisando toda sua figura coberta de tripas__ No fim, minha ajuda não foi de... grande ajuda.__ Tinha um semblante calmo, não importando o que saísse de seus lábios. E era bonito. Provavelmente tinham a mesma idade. Coçava a nuca de forma desleixada, encarando-o com um misto de pena e curiosidade.__ Vamos Lin Lin, me ajude a levantá-lo.

Gae finalmente notou a presença de uma garotinha ao seu lado, a pele acobreada, os olhos firmes, castanhos e repuxados. Era tão bonita que parecia uma boneca. Uma kafe. Também. Muito provavelmente.

__.. Vocês.. são.. quem... __ murmurava, sentindo as pequenas mãos delicadas e carregarem com estranha facilidade, retirando o restante da pele de lobo de cima de si.

Tentou agradecer, mas estava fraco, muito fraco. A garota lhe encarava com maior indiferença.

__ Não fale, Gae Jo__ Dizia-lhe o jovem ao seu lado, a visão embaçada já fazendo Gae confundir seu semblante com quem quer que fosse. Provavelmente já estava delirando pela dor.

__ Aago__ Murmurou a garota, virando-se para ele, um tom tão plácido que mal parecia a voz de uma criança__ Ele vai morrer.

Gae sentia o sangue quente em seu corpo, não apenas do lobo, jorrar, escorrer como água de suas veias, pendendo sem consciência nos braços da garota.

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