༺CAPÍTULO IV༻
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мýร†эяเ๏µร ɠเяℓ
— Preciso de uma xícara bem grande de café.
Alora murmurou ao saírem do auditório.
Agora ela tinha uma explicação razoável para o desaparecimento daquele desconhecido. Ele havia saído pela porta lateral que estava literalmente ao seu lado. Isso mesmo. Ela não havia notado imediatamente, mas sempre havia uma explicação lógica para tudo.
Aiden enfiou o tablet na bolsa seguindo-a para a cafeteria do Campus.
— Você parece mais corada.. — comentou o amigo — dormiu melhor ontem?
— Três horas. — respondeu — O recorde da semana. — brincou, mas ao receber o olhar preocupado de Aiden ela logo deixou o sorriso morrer — Vocês terminaram de ver o filme? — mudou de assunto.
— Sim.. mas Sienna não curtiu tanto assim. — ele ajustou o óculos que escorregavam por seu nariz fino — Algo sobre representatividade estereotipada. — sorriu.
— Uhff.. se tem algo que ela detesta são esteriótipos.
Já na cafeteria, Aiden segurou a porta para ela entrar. "112 Caffee" era um lugar muito aconchegante, as cadeiras eram estofadas e tinham aparência antiga, covers de músicas instrumentais tocavam baixinho e havia prateleiras de livros usados nas paredes. Tudo parecia uma estética de "Dark Academia", Alora adorava.
Eles escolheram uma das mesas mais afastadas, eram seus lugares marcados, iam mais à cafeteria do que a sala de aula se parassem para observar.
— O mesmo de sempre? — a garçonete perguntou com um sorriso amigável.
— Quero experimentar a torta de limão hoje. — Aiden pediu, sem necessariamente olhar para a garçonete — E o capuchinho italiano médio, por favor.
— Eu quero o mesmo de sempre.. cafe extra forte, sem açúcar e uma fatia da torta de frango. — listou rapidamente.
— Só isso?
— Sienna ainda não chegou, então por enquanto sim.
A garçonete de cachos loiros educadamente saiu.
Alora tirou o caderno de anotações da bolsa, procurando pelo seu horário do semestre. Ela ainda tinha um horário livre, o que significava que poderia pegar mais uma optativa.
— Ah você só pode tá de sacanagem comigo. — Aiden praguejou, atraindo o olhar da amiga que piscou confusa.
— Desculpe você vai ter que ser mais específico.. estou sempre de sacanagem com a sua cara. — brincou ela sarcasticamente, ganhando de Aiden um olhar irritadiço — Certo, parei. — ela se inclinou para frente tentando descobrir o que o irritara tanto. — O que foi?
— Meu pai. — respondeu num murmúrio — Ele bloqueou todos os meus acessos, conta bancária, aplicações de estágio, segurança do Gmail, tudo!
Alora o observou mexendo nervoso no aparelho, os olhos focados e as sobrancelhas enrugadas num semblante carregado.
— Urgh.. por que a energia dessa mesa está tão pesada? — a voz de Sienna surpreendeu a ambos.
— O pai de Aiden bloqueou as coisas dele de novo. — Alora contou — Por que ele fez isso? — questionou.
— Vai ter um evento da empresa que ele é os amigos comandam na próxima semana, ele acha que já está na hora de eu começar a entender como as coisas funcionam e quer que eu vá no evento. — Aiden respirou fundo — Aparentemente eu estou humilhando ele, já que todos os outros filhos dos seus amigos estarão lá.
Aquele era o tipo que situação que Alora jamais compreenderia, pais e mães não era um assunto comum para ela. Então apenas olhou para Sienna como se dissesse "não faço ideia do que dizer".
— Olha.. eu não conheço seu pai e tampouco posso esperar que o meu relacionamento com o meu pai seja parecido com o seu.. — porque Sienna e seu pai eram melhores amigos — mas, talvez visita-lo não seja uma má ideia, Aiden. — ela direcionou os olhos dóceis ao rapaz — Nem que seja para pedir que ele não faça mais isso, ou lembrá-lo de que você é adulto e sabe decidir por si só..
Alora reconhecia, Sienna era talentosa. Ela talvez nunca fosse tão boa quanto a amiga naquela coisa toda de compartilhar.
— Você não entende, Si.. meu pai é manipulador e narcisista, o que ele puder fazer para me convencer de que devo passar pela iniciação ele vai fazer.
— Bom, então o que você precisa é de alguém que te lembre quem você é e te de apoio moral. — Sienna sorriu. — Sorte a sua que eu estou livre próxima semana. — a morena ofereceu-lhe uma piscadela.
Alora assistiu enquanto as bochechas de Aiden coravam e ele concordava com a ideia de Sienna.
Então ele se virou para ela.
— Você quer ir também? — ele perguntou inocentemente.
— Ah não.. — dispensou com um aceno de mão. — estarei ocupada com as minhas várias atividades de cálculoII por atraso. — um riso bem humorado mudou-lhe os lábios — Mas divirtam-se vocês dois.
Havia algo ali, Alora conhecia muito bem os dois amigos e reconhecia aquela faísca entre palavras trocadas, o calor de olhares silenciosos. Talvez os únicos que não percebessem fossem Aiden e Sienna. E talvez aquele tempo sozinhos fosse o que eles precisavam para perceber, já que ela era a ligação contínua entre ambos.
Nenhum dos dois percebeu que a amiga os observava. A garçonete havia chegado com os pedidos e logo anotava o pedido de Sienna, enquanto Alora tomava um gole generoso de seu café quente.
Todavia, ela mesma não sabia que era observada.
Olhos estrelados, no mais profundo azul acompanhavam com surpreendente interesse em cada movimento de Alora, o jeito como suas costas recostavam para trás como se ela estivesse relaxada, o movimento repetitivo de seus dedos em volta do anel de prata, uma mania aparentemente, o sorriso discreto que oferecia aos amigos.
Do lado de fora da cafeteria universitária o Senhor dos Sonhos e dos Pesadelos mantinha sua distância, mas era inegável sua fria curiosidade a respeito de Alora Galigari. E sua conversa com Lucienne apenas acrescentara àquela curiosidade.
Muitos anos antes, quase milênios atrás - ele era um ser eterno, anos eram como dias ou horas - Morpheus ouvira uma profecia, diretamente de Lúcifer, embora esse não fosse seu orador original.
"Aquele que vaga entre os mundos vazios, a ninguém pertence, e a quem ninguém pertence além da escuridão? Assim ele iniciará o ciclo do fim."
Morpheus não ouvira toda a profecia, sabia bem que seres do submundo tendiam a ser guiados por emoções mundanas, isso é, guiados por eles, os Perpétuos. As profecias costumavam ter resultados bem menos dramáticos do que os oráculos deixavam-se entender. Mas ele devia reconhecer que aquilo era curioso. Alora lhe causava curiosidade.
Talvez ela fosse apenas um corpo sem alma, casos como esse costumavam vir com alguns defeitos. Talvez esse fosse o motivo de ela não se encontrar em seu mundo.
— Encontrá-lo duas vezes no mesmo lugar é uma novidade irmão. — a voz de Morte chegou antes de sua forma física se materializar ao seu lado.
Morpheus nada respondeu, sabia que a irmã gostaria de algo para lhe atazanar pelos próximos séculos.
— Estive com Lucienne recentemente. — sua voz era grave enquanto contava a irmã — Essa mortal nunca esteve no sonhar.
— Huhum.. compreendo. — Morte ronronou, parecendo pensativa.
E por um momento os dois permaneceram ali, apenas assistindo Alora dispersos em seus próprios pensamentos, calculando o que podiam contar um ao outro sem comprometer a ordem natural das coisas.
— Eu não posso me esconder dela. — Morte finalmente rompeu o silêncio e Morpheus deixou de encarar a garota para olhar a irmã com confusão em seu semblante.
— O que quer dizer? — questionou.
— Quero dizer que no outro dia, quando eu acabava de levar outra alma comigo, estava em minha forma transcendente, nenhum mortal pode me ver ou me tocar nessa forma embora, alguns possam sentir.. — ela explicou com certa mansidão, naquele jeito calmo de ser — mas enquanto passava pelo corredor, Alora esbarrou em mim, não me viu, mas de alguma forma parte dela sabia que eu estava ali.
— E o que isso significa? — era uma pergunta óbvia, que deveria ter uma resposta tão óbvia quanto, porém sua irmã parecia tão confusa quanto ele.
— Eu não sei, Morpheus. — assumiu — Algumas coisas não são explicadas nem para mim. — ela sorriu, dócil a leve, nem parecia curiosa com o que acabara de lhe contar, mas essa era parte de ser a Morte, ela não era explicável é tampouco pedia explicação. — Se estiver muito curioso com isso, talvez seja uma boa ideia procurar Destino.
— Você sabe melhor do que eu que ele não compartilha. — ele murmurou.
— Nesse aspecto vocês são realmente irmãos. — ela brincou, voltando a encarar a garota ruiva na cafeteria. — Alora.. — Morte chamou a menina que surpreendentemente olhou na direção deles. — Você é realmente uma garota misteriosa.
Morpheus uniu as sobrancelhas em uma mistura de confusão e surpresa.
— Preciso ir Morph.. hora de trabalhar. — a irmã deu um toque leve em seu ombro. — Caso precise.. você sabe. — sorriu.
Ele não assumiria é claro, mas Morte estava certa, Alora era uma mortal misteriosa. Contudo dessa vez ele não se deixaria levar pelos mistérios humanos, já aprendera o suficiente a respeito deles para saber que não era seu trabalho interferir.
Por isso, com um último olhar direcionado a ruiva, Morpheus tirou o saquinho preto de seu bolso, logo a areia o rodeou e ele estava de volta ao Sonhar..
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AUTORA FALANDO..
Hey leitores! Como vocês estão?
Voltei hoje com o capítulo 4 da fic. O que vocês acharam? Votem e comentem! Adoro saber o que vocês estão achando.
Aviso para que se preparem para o próximo capítulo, vem coisas fortes por aí..kkkk pra quem já assistiu a primeira temporada da série Sandman sabe bem que nem tudo é fofo o tempo todo, então.. preparem-se !
Queria agradecer o apoio até aqui! Vocês são incríveis!
— 𝕳𝖊𝖑𝖑
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Marcações: delancywinter BabyDoll767 NyxAlymet To_Sandman -ppoisonouss khywmb sofissxwaffles
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