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Escócia, 1558

Mary Stuart seria rainha da Escócia.
Esse era seu sonho esse era seu objetivo.

Os meios justificam o fim, era isso que Mary pensava enquanto recitava aquele estranho poema que havia encontrado em um livro de capa preta na biblioteca do palácio.

— Aqui na escuridão.. — ela sussurrou.

A floresta parecia mais quieta que o normal, como se até mesmo o vento frio cessasse o seu passear entre as folhas secas.

— Aqui na escuridão.. — Mary repetiu — Eu lhe ofereço uma moeda feita de pedra. — recitou com o livro em mãos — Aqui na escuridão, eu ofereço uma faca do mais puro ouro e junta a ela.. ofereço o sangue de minhas veias..

Mary repousou o livro no chão, nas folhas secas ao lado de seus pés e usou a faca para cortar a palma de sua mão direita. Sangue jorrou e caiu em cima da moeda com um som fervente.

— E ofereço uma pena. — ela jogou a pena junto ao sangue e a moeda.

E esperou.

O som de seu próprio coração parecia alto demais, como se tudo ao seu redor, até mesmo o tempo parasse.
Por um momento, a jovem Mary, princesa da Escócia achou que fora enganada, nada estava acontecendo aquela criadazinha ruiva com aquele gato irritante havia mentido para ela, para ela! A futura rainha da Escócia!

— Mas você não é rainha ainda, não é mesmo?

Mary pulou para trás quando ouvira aquela voz, grave, com uma leve tonalidade de sotaque.. seria Hispânico?
Porém, não havia ninguém ali.

Ela buscou o candelabro com uma leve luz refletindo.
Olhou ao redor, pensando que talvez fosse coisa de sua imaginação.

— Aqui, princesa.
A voz estava logo atrás dela.

Mary se virou de uma só vez, esbarrando numa figura masculina.

— D-Desculpe. — sussurrou, sentindo o coração bater rápido e descompassado. — Quem.. é você?

— Ora princesa.. — o homem sorriu, seu rosto ainda era um mistério para Mary — a senhorita quem me invocou aqui e não sabe quem eu sou?

— Eu.. — ela mordeu o lábio — Ela não me disse quem apareceria.. nem mesmo sabia se ia funcionar. — os olhos perscrutaram os arredores, ansiosamente — Ela só me disse que você realiza desejos.

— Desejos? — ele pareceu rosnar e o vento cessou novamente, como se reagisse a ele — Eu não realizo desejos, princesa. — Mary o sentiu aproximar-se — Eu faço acordos.

— Que tipo de acordos?

O homem riu, um som melodioso, que parecia se afastar dela e ecoar por entre as árvores.

— Você me diz o que quer, eu te digo quanto vai custar. — disse ele, como um suspiro satisfeito.

— Simples assim?

— Simples assim.

Mary hesitou, apenas por meio segundo. E então, suspendeu o candelabro iluminado, deixando-o parar ao lado da face do homem, iluminando metade de seu rosto.
A princesa prendeu a respiração, mas não como em um susto, era surpresa.

O homem era lindo.
Seus cabelos eram escuros e formava leves ondas quando caiam sobre a testa, seus olhos eram escuro e a ponta do nariz era voltada levemente para baixo, o que deixava o seu sorriso mais.. travesso.

— Quero ser rainha da Escócia. — revelou ela, embora tivesse a impressão de que ela já sabia. — Sei que meu pai provavelmente escolherá o meu irmão mais novo, mas não é justo! — desabafou — O trono da Escócia pertence a mim!

Ele apenas a encarou, em silêncio por alguns segundos.

— O quanto você o quer? — o homem perguntou.

— Muito. — Mary sussurrou.

— Então está disposta a pagar? — ela apenas sacudiu a cabeça — Diga!

— Sim!

Ele sorriu, largo e maliciosamente, sua destra tocou a face da jovem princesa, suspendendo seu queixo para cima.

— De agora em diante Mary Stuart, rainha da Escócia, tudo que é seu, também é meu. — ele sussurrou — O que for do seu sangue também é do meu, os seus sonhos são meus, sua riqueza também é minha, década após década, geração após geração, o que você terá eu terei.

Mary piscou, apavorada, enquanto o homem se aproximava mais e mais de sua pele, na região de seu pescoço, ali ele a tocou com os lábios, a princesa arfou, sua pele ardeu e queimou enquanto as mãos largas e firmes daquele homem tomavam posse de seu corpo, colando ao dele.

— Eu marquei você, e os seus. — ele sussurrou.

E como se tudo fosse um sonho, Marry estava sozinha novamente na floresta. Sua mão não estava mais machucada, mas a pele beijada pelo homem ainda ardia em seu pescoço.

Naquela noite Mary voltou para o palácio, sem ter ideia do que havia feito e muito feliz, aprontou-se para dormir e quando fechou os olhos não sonhou.

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AUTORA FALANDO
Olá loves!
Então chegou a estreia de Dreamless!!
Eu tava quase pra ter um piripaque de ansiedade.
Espero de verdade que vocês gostem, peço que por favor curtam e comentem, me ajuda muito.
Mas, por hoje é só o prólogo!
Beijos no coração e até o próximo!
-Hell
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A seguir: Capítulo 1.

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