048 ━━ 𝐎 𝐅𝐈𝐌 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐂𝐈𝐂𝐋𝐎
Após tempos repassando planos, criando planos e terminando de arrumar as armas, estava finalmente na hora de partirem para a ação. Eles entraram no trailer, um olhar de apreensão e um ar pesado junto do silêncio se fazia no local. O primeiro local que Steve passou foi na casa do Vecna, onde Erica, Lucas e Max ficariam, e em seguida partiram para o parque dos trailers onde seria suas entradas para o mundo invertido. Steve havia estacionado o trailer no meio da floresta para que ninguém visse, e já que havia escurecido quando todos chegaram, isso facilitava a dificuldade de os acharem. Lydia usava uma blusa militar de manga comprida, um jeans azul escuro, o coldre que havia comprado e a magnum presa no coldre, junto das munições que estavam em um bolso embutido no equipamento. Óbvio que a jovem não iria usar a magnum, ela apenas levava se fosse realmente preciso.
─ Vamos lá, eu quero repassar o plano mais uma vez. ─ Nancy falou olhando os amigos. ─ Fase um.
Lydia suspirou. ─ Encontramos a Erica no parquinho. ─ A Hopper respondia para a Wheeler. Robin e Steve olhavam a morena ─ Ela avisa pra Max e pro Lucas que estamos prontos.
Nancy assentiu. ─ Fase dois.
─ Max atrai o Vecna. ─ O Harrington respondia. ─ Ele vai atrás dela e entra no transe.
A Wheeler olhou para Dustin e Eddie. ─ Fase três?
─ A gente atrai os morcegos. ─ Dustin respondia, enquanto Eddie balançava a cabeça do amigo.
─ Quatro.
─ Entramos no covil do Vecna sem os morceguinhos e… ─ A loira balançou a garrafa indicando. ─ flambé.
─ Ninguém passa pra fase seguinte até todos confirmarem. Ninguém pode abandonar o plano de jeito nenhum. Entendido? ─ A cacheada fitava os amigos.
─ Entendido! ─ Todos responderam em uníssono e se levantaram em seguida.
O grupo todo saiu do trailer com cuidado para não serem vistos e levantarem possíveis suspeitas. Ao entrarem na casa de Eddie, o portal logo acima já estava aberto com o lençol entrelaçado, então, era apenas Steve entrar.
─ Cuidado. ─ Dustin falou para o Harrington.
─ Valeu, garoto. ─ O moreno se aproximou da corda, pulou a mesma dando uma cambalhota e pousando no chão, ele olhou em direção a namorada.
─ Ele tá querendo o quê? Aplausos? ─ A Buckley falou, debochada. Lydia sorriu para o deboche da amiga, achando graça.
Steve voltava com o colchão o posicionando abaixo do lençol. ─ Pronto. Venham. ─ A Hopper assentiu, enquanto Robin se agachava para dar pézinho para a amiga se levantar, a morena passou sobre a abertura e caiu diretamente no colchão, onde Steve ajudou a namorada e a puxou para um breve selinho.
Em seguida, foi Eddie, Robin e Dustin.
Após todos já terem entrado, Lydia pegou de volta sua mochila e a colocou nas costas e saiu de dentro daquela casa, vendo o ambiente azulado que ainda tinha raios avermelhados, junto dos amigos e do namorado.
O Harrington parava e olhava para Eddie e Dustin. ─ Ei, pessoal, olha só. ─ Lydia se virou juntamente das amigas. ─ Se as coisas começarem a dar errado, qualquer coisa, aborta, tá? Só tem que chamar os morcegos pra longe e segurar eles por uns dois minutos no máximo pra gente pegar o Vecna. Não tem que ser fofos ou bancar heróis, tá? Vocês são…
─ Distração. ─ A dupla respondia em uníssono para o Harrington.
─ Relaxa. Você vai ser o herói, Steve.
─ Com certeza, sério. Olha pra isso. ─ o Munson olhou para o cacheado. ─ Não somos nós os heróis. ─ O mesmo riu. Steve ia saindo. ─ Aí, Steve. ─ O moreno se virou novamente. ─ Vai e acaba com ele. ─ O mesmo concordou com a cabeça.
A Hopper acenou ao ver os amigos. ─ Juízo, por favor. ─ Eddie e Dustin fizeram um sinal de ok com o dedão.
Os quatro se viraram para irem em direção a casa de Vecna. Lydia podia não ser tão próxima do Munson até uns dias atrás e até o julgar de esquisitão por conta da sua "fama" na cidade, mas uma coisa era certa, o menino não era todo aquele xingamento que a cidade colocava nele por conta do sobrenome, na verdade, ele era um garoto muito divertido, humorado e gentil. E por isso, após Eddie entrar pro "clube" do Mundo Invertido, como Lydia gostava de chamar, era óbvio que a menina ia o considerar seu amigo. Então, querendo ou não, Lydia estava preocupada com eles, Dustin e Eddie. Ela não pode os perder. Não pode mais haver perdas por causa dessa porcaria.
Após andarem por cerca de meia hora naquela floresta imensa e assustadora em direção a casa do Creel, a Hopper se aproximou do namorado e o fitou nos olhos. ─ Só queria falar que se me acontecer algo, eu te amo. ─ Lydia passava a lanterna pelo local enquanto pulava alguns tentáculos.
Steve virou apenas a cabeça para a morena confuso. ─ O que?
Lydia se virou novamente. ─ Steve, eu te amo, e se me acontecer algo, por favor, me prometa que vai continuar sua vida? Ter seus seis Harringtons e viajar pelo país em um trailer com uma mulher que te ame de verdade. ─ Infelizmente nesses momentos ser otimista não era um dos pontos fortes da Hopper.
─ Não, ei. Não vai acontecer nada com você. Não comigo aqui. Eu nunca vou permitir isso, Lyd. ─ O Harrington pegou na mão da namorada fazendo a mesma apenas o olhar. Steve parou sua caminhada e fixou os olhos da menina. ─ Nada, nada, nada! Tá me ouvindo? ─ A Hopper assentiu com a cabeça, Steve apenas depositou um breve beijo no topo de sua cabeça e voltaram a andar.
─ Eu não quero apavorar ninguém, mas eu juro que já vi essa árvore. ─ Robin apontava a lanterna para a árvore fazendo o trio que estava atrás parar de andar.
─ Impossível. ─ Nancy se aproximou.
─ Ficaria chato, né? Se o Vecna destruísse o mundo porque a gente se perdeu na floresta. ─ E pelo visto, o otimismo não era o ponto forte de Robin também.
Lydia suspirou. ─ Ninguém vai se perder, ai meu Deus. ─ A loira deu uma risada de nervoso e saiu correndo.
─ Cuidado onde pisa. ─ A Wheeler foi atrás da amiga. ─ Mente colmeia, lembra?
─ Obrigada! ─ A Buckley apenas continuou correndo.
Naquele momento, quando ambas as meninas estavam mais para a frente, sobrou apenas o casal, que andava calmamente. Eles observavam tanto a Buckley quanto a Wheeler. Nancy corria atrás da Robin para que a garota não fizesse qualquer coisa que iria arruinar tudo.
O Harrington hesitou levemente. ─ A Robin tá estressada e com medo e tá deixando a Nancy do mesmo jeito.
A Hopper olhou para os lados. ─ É, acho que vai ficar tudo bem. É só que…
Steve cortou a frase da namorada. ─ A Robin é estabanada.
Lydia bufou uma risada pelo nariz. ─ Ela disse que demorou mais pra andar do que os outros bebês, então…
O casal riu junto. ─ Eu não posso rir. Quando eu era bebê, eu engatinhava pra trás.
Lydia franziu o cenho e observou. ─ Engatinhava pra trás?
─ É, eu empurrava as mãozinhas assim: bipe, bipe. ─ O moreno fez gestos com as mãos. ─ Sempre de marcha a ré. ─ A morena riu minimamente imaginando o Steve bebê. ─ Fala sério, faz sentido empurrar pra se mexer.
─ Não faz sentido nenhum. ─ Lydia riu mais uma vez.
─ Fazia na minha cabecinha de mini Harrington. Claro, só até eu ir de ré até um lance de escada e bater a cabeça feio. ─ A Hopper o olhou comprimindo o riso. ─ É.
─ Nossa! Isso explica tanta coisa de três anos atrás!
O Harrington fitou a namorada. ─ É. ─ O mesmo riu. ─ Eu acho que explica mesmo. Eu acho que, à primeira vista, eu sou super confiante, sabe? Mas eu também sou meio idiota, o que é uma péssima combinação. Mas, claro, a boa notícia é que, tomando uma pancada forte na cabeça, eu posso mudar, eu… aprendo. Como… engatinhar pra frente. Eu acho que, o que eu quero dizer, dando a maior volta no mundo, é só… ─ Steve parou de andar e olhou para a namorada. ─ Obrigado.
─ Obrigado? ─ Lydia fitou o namorado com seu semblante confuso.
─ É.
─ Pelo…
Steve cortou a namorada. ─ Por não ter desistido de mim depois daquilo há dois anos. ─ Lydia fixava os olhos do namorado. ─ Eu realmente precisava de alguém, Lyd. E depois que a Nancy me deu aquele tapa, e você me apontou aquela arma, mudou minha vida. Eu acordei só que de verdade.
─ Acordou? ─ A morena murmurou.
─ Abri meus olhos. Percebi que quem realmente me preenchia não era a Nancy, mas sim você. ─ Steve voltava a andar aos poucos e lentamente. ─ E sinceramente, depois daquilo em 84, só me fez ter mais certeza. ─ Lydia acompanhava os passos lentos do namorado. ─ E agora eu tô engatinhando pra frente. Devagarinho. Mas às vezes eu me pergunto… se uma… outra garota tivesse me dado a pancada antes da Nancy, será que teríamos nos conhecido? Será que eu estaria envolvido de alguma forma com tudo isso? ─ O Harrington apontou a lanterna para os arredores. ─ E se nós tivéssemos nos conhecido agora? São coisas que realmente sempre passam na minha cabeça, Lyd. E sinceramente, eu não gosto de me imaginar com outro alguém além de você. ─ Ele parou e fitou os olhos verdes da Hopper. Lydia fez a mesma coisa, parou e ficou em silêncio gracejando as pupilas dilatadas do namorado. ─ Lembra do sonho que te contei? De ter um trailer, viajar pelo país com seis pimpolhos. ─ Lydia sorriu e concordou com a cabeça. ─ Era verdade. Cada palavrinha. Eu não menti em nada. E com certeza, a parte mais importante, é você lá. Você sempre tá lá. E é o que eu quero para o nosso futuro, Lyd. ─ A morena não se conteve, se aproximou do namorado e selou seus lábios em um beijo breve que logo foi interrompido por Robin que voltava junto de Nancy.
─ Pessoal! ─ Robin voltava junto da Wheeler chamando atenção. ─ Pessoal, ótimas notícias. ─ A loira ofegava junto de Nancy que se aproximava aos poucos da Buckley. ─ Parece que não era o caminho errado. ─ O casal se ajeitou e olhou para a dupla de amigas. ─ Anda. ─ O Harrington apontou com a cabeça para andarem. ─ Vamos!
─ Já vou. ─ Lydia e Steve falava em uníssono enquanto seguia as amigas.
A Buckley saía correndo pela frente. ─ Robin, calma aí. Robin! ─ Steve começava a seguir a loira.
Eles, por fim, paravam em frente a casa de Victor Creel. Mais uma vez, como de normalidade naquele ambiente totalmente hostil e quase sem vida alguma, era possível ver os trovões refletindo e criando a luz avermelhada no local, enquanto os morcegos que sobrevoavam sobre a casa de Victor Creel guinchavam em sons estridentes, enquanto os quatro ficavam observando a casa em silêncio, olhavam para um dos brinquedos do parque que havia uma leve iluminação, que provavelmente era Erica.
─ Erica. ─ Steve exprimiu e olhou para Robin que o olhava de volta.
O grupo andou até aquela espécie de brinquedo, onde Steve ia a frente e tocou o dedo sobre a luz.
─ Okay, acho que agora é só esperar. ─ A Hopper falou levemente ansiosa por qualquer resposta da jovem Sinclair.
─ Ok, os pombinhos estão prontos. Max seguindo pra fase dois: Distrair Vecna.
Lydia deu um suspiro em preocupação com a Mayfield, apesar de que seu pensamento tranquilizante era a presença de Lucas lá, sabia que algo poderia dar errado, e qualquer erro naquelas circunstâncias seria fatal para eles e para Hawkins, e talvez até o mundo.
─ Até aqui, tudo certo. ─ Robin falou.
─ É, não chegou a parte difícil ainda.
─ Vai dar tudo certo, tem que dar. ─ A Hopper cruzou os braços em apreensão, ela não podia perder mais alguém que ama.
─ Morde a isca, desgraçado. ─ A Wheeler expressou certo ódio enquanto observava a casa à frente com as criaturas. ─ Morde a isca.
Após algum tempo de espera, cerca de uns dez minutos, enquanto o grupo apenas trocava algumas conversas sobre o estado atual, e tentavam se acalmar, finalmente a voz de Erica aparecia novamente, Max havia entrado no transe e Vecna havia mordido a isca.
─ Pronto, ela entrou. Iniciar frase três.
Lydia puxou o walkie-talkie. ─ Ela entrou. Vamos pra fase três.
─ Entendido, iniciando a frase três. ─ O Henderson respondia no walkie-talkie.
A Hopper se agachou abaixo daquele brinquedo junto dos outros ─ Já já iremos saber se isso tudo vai realmente dar certo. ─ Ela soltou um suspiro longo.
─ Tem que dar certo. ─ O Harrington pronunciou fitando a casa e suspirou.
Não demorou muito para o som extremamente alto soar pelo local, logo os morcegos começaram a voar para a direção do som, finalmente abrindo lugar para que o grupo pudesse finalmente entrar na casa.
─ Tá dando certo. Vamos nessa. ─ Lydia concordou com a cabeça para a Wheeler e se levantou pegando sua mochila e seguindo para a casa de Victor Creel.
Quando a música acabou, e com certeza a barra já estava limpa, eles chegavam até a casa.
Steve abriu a porta da casa, e aquelas vigas se mexiam por todas as partes. ─ Ai, que saco… ─ O mesmo suspirou. ─ Troço esquisito. ─ O moreno passou a lanterna pelo local e depois adentrou a casa dando alguns pulos para não pisar na vigas.
─ Nunca achei que aquela brincadeira do "se você pisar na linha você morre" iria ser tão verdade. ─ A Hopper suspirou dando pulinhos logo atrás do namorado.
─ Merda. ─ A Buckley resmungou.
Nancy olhou para a amiga. ─ Tá tudo bem. Você consegue. ─ A loira foi atrás de Lydia e a Wheeler veio por último, todos praticamente seguindo os mesmos passos de Steve e evitando ao máximo desequilibrar e pisar sobre alguma viga.
─ Eu não quero nem imaginar o que acontece se sem querer pisarmos nesses tentáculos. ─ Robin falava pulando devagar a parte da escada que havia muitas vigas amontoadas.
─ Robin. ─ Lydia falou sem olhar a amiga e prestando atenção a cada passo que dava e principalmente onde colocava a mão para se equilibrar.
─ Oi? ─ Era possível ouvir um tom de nervosismo saindo da boca da loira.
─ Vamos ter um pensamento mais otimista? Pelo menos só agora nesse momento tenso. ─ Lydia quase tropeçava.
─ Eu sei, me desculpe. É só que… você sabe, nesses momentos eu nunca consigo ser assim, sabe, otimista. ─ Lydia assentiu e suspirou.
─ Eu espero que os outros estejam bem. ─ O Harrington exprimiu e continuou subindo até chegar ao topo do local e ficava olhando um cômodo com a lanterna.
Onde finalmente Lydia também chegava e descansava brevemente. ─ Finalmente. ─ A Hopper sussurrou.
─ Eu nunca mais vou querer brincar de não poder pisar na linha. ─ O casal ajudava Robin a subir e se equilibrar.
Naquele momento todos ofegavam pelo cansaço que era subir cada degrau correndo o perigo de poder chamar a atenção a qualquer momento. O grupo parou e olharam para o cômodo de antes, que Steve apontou sua lanterna. A Wheeler pegou sua arma que estava na bolsa de Steve, enquanto Lydia tirava o seu machado da bolsa do namorado e ajustava seu coldre sobre a perna onde havia a sua magnum, O Harrington pegou seu outro machado e Robin ficou segurando as lanternas. O grupo então se preparou para entrar no cômodo, mas foram impedidos pelo terremoto que se fez no local. Steve segurou Lydia e Robin, enquanto a Hopper tentou segurar Nancy, e por causa daquele maldito tremor o grupo acabou voltando alguns degraus a baixo. Quando o terremoto finalmente parou, Lydia suspirou fundo, enquanto Buckley abria novamente os olhos e olhava os amigos e Nancy se recompôs.
Porém, não demorou muitos segurandos para que um tentáculo agarrasse a perna da Buckley e a prendesse na parede, fazendo o trio olhar assustado.
─ Steve! Lydia! Nancy! ─ A loira expressou desespero.
─ Que merda! ─ A Hopper correu até a amiga junto da Wheeler e do Harrington e começou a bater nos tentáculos na tentativa de soltar a amiga.
Steve de repente também foi agarrado a um tentáculo que o levou para cima e ao Lydia e Nancy verem aquilo deram uma arfada assustadas. A Hopper começou a bater no tentáculo que prendia a amiga com mais velocidade, até ver a amiga Wheeler ser puxada por outro tentáculo e acabar caindo no chão. E depois de segundos, uma viga acaba por prender a mão de Lydia também, fazendo que a mesma ficasse presa sobre a parede ao lado da Buckley, vendo o namorado e a amiga serem sufocados pelas vigas que os prendiam na parede à frente.
Naquele momento, todos faziam sons de engasgo, enquanto Lydia tentava de alguma forma romper aquelas vigas e alcançar a 38 em seu coldre, mas era impedida, porque a força daqueles tentáculos era enorme, sendo praticamente quase inquebráveis e tornando impossível da jovem pegar a arma em seu coldre.
No momento, a Hopper já havia aceitado que seria seu fim, o fim de Robin, o fim de Nancy e de seu namorado. Lydia apenas continuava se debatendo por puro instinto, mas sabia que nada podia ser feito, infelizmente. Pelo menos era o que ela pensava.
A última coisa que a Hopper conseguiu falar de jeito totalmente esganado e quase distinto foi um último "Eu te amo" para Steve, que a olhava de forma desesperada ao ver a namorada começando a perder a sua consciência pela falta do ar.
Só que após tempos sendo quase mortos por aquelas malditas vigas, por algum motivo ou até mesmo algum milagre, aquilo perdeu a força e o grupo, por fim, caiu no chão. Naquele momento, o grupo só sabia respirar e tossir sem parar. Eles tentavam recuperar todo o fôlego perdido pelo momento que estavam sendo enganados e quase perdendo suas vidas. Quando se recuperaram, se levantaram e viram os tentáculos se movendo de volta para seus lugares onde estavam antes.
─ Eu não acredito em poder superior nem intervenção divina, mas isso foi um milagre. ─ O trio olhou para a Buckley.
Lydia se levantou e olhou para o cômodo junto de Nancy. ─ Então não vamos desperdiçar. ─ A Wheeler engatilhou sua arma.
─ Fase quatro.
─ Flambé. ─ A Buckley disse tirando um coquetel molotov da bolsa, enquanto Steve segurava o machado junto da namorada.
Eles andaram com cautela até o andar superior onde era o covil de Vecna. Lydia fitou o monstro a sua frente sentindo um frio percorrer pelo corpo da mesma, quase um frio na espinha. Robin colocou a bolsa no chão, onde havia três coquetéis molotov, a Hopper pegou um junto da amiga e do namorado, os três se entreolharam, Robin tirou um isqueiro de seu bolso e acendeu o pano da garrafa de Steve, em seguida a garrafa de Lydia e a sua garrafa.
Os três tacaram suas garrafas, fazendo a explosão vir rápida junto de uma onda de calor que se chocava contra os rostos do grupo fazendo os mesmos se cobrirem com os braços e exprimirem seus olhos com a claridade. Vecna soltou um grunhido alto, enquanto seu corpo flamejava com o fogo alto, os tentáculos acabavam soltando o corpo da criatura que agora caía sobre o chão e tentava se levantar soltando alguns gemidos guturais e observando o grupo a sua frente.
A Buckley mais uma vez acendeu os coquetéis molotov em sua mão e na mão da amiga e juntas tacaram em Vecna, criando mais uma explosão e fazendo a criatura queimar mais ainda junto de gemidos que o mesmo soltava ao sentir seu corpo arder nas chamas altas. Nancy com sua escopeta serrada, se aproximou de Vecna e começou a atirar sem parar e após três ou quatro tiros a criatura bradou mas foi finalizado pela Wheeler que dava um último tiro certeiro o fazendo cair pela janela de fundo. Nancy abaixou sua arma a travando novamente e se virou para os amigos.
Eles desceram rapidamente as escadas, agora nem se importando pelo fato dos tentáculos já que os mesmos pareciam mortos ou sem força alguma. Foram até o local onde Vecna devia estar caído e morto, mas de alguma forma apenas um borrão preto, cheiro forte de coisa queimada e algumas chamas haviam no local, sem sequer algum sinal da criatura ali.
─ Que merda, como que essa porcaria não morreu? Tacamos praticamente cinco coquetéis molotov e mais os tiros que a Nancy deu. Isso é possível? ─ A Hopper falou pensativa.
─ Eu não sei. Só sei que é melhor nos encontrarmos com os outros e contar o que aconteceu. ─ Nancy respondeu olhando o chão enquanto o trio concordavam com a amiga.
Porém, antes que saíssem para irem embora, um som de relógio ecoou de forma alta pelo local. A Hopper engoliu em seco quando se virou para a casa junto das amigas e do namorado, e em seguida correram ligeiramente até o som e pararam em frente ao objeto grande.
─ Quatro badaladas. ─ A Buckley pronunciou.
Lydia arregalou os olhos sentindo o coração acelerar. ─ Quatro mortes.
─ Max. ─ A Wheeler concluiu fazendo Steve arregalar o olhar junto da namorada.
O grupo se entreolhou mais uma vez, antes que pudessem pensar em apenas voltar para saírem daquele local, um estrondo alto ecoou seguido de um tremor que voltou mais uma vez, mas dessa vez um tremor mais forte, no qual fez Lydia se desequilibrar e cair no chão batendo sua cabeça. Mas, em seguida a menina tentou se equilibrar enquanto segurava no corrimão ao lado dos outros. O terremoto continuou por mais dois minutos, e após esse tempo, finalmente cessou, fazendo o grupo se entreolhar com um semblante assustado com a possibilidade de alguma coisa ter acontecido no outro lado. Então, foi após isso que o grupo tomou total consciência e saiu correndo de forma rápida de volta ao trailer de Eddie, onde encontraram o Munson morto com Dustin quase berrando de chorar em cima do corpo sem vida do amigo, e foi aí que se tocaram que não só Max havia perdido sua vida, mas Eddie também.
Eles ajudaram dando apoio ao Henderson, após quase uma luta explicando para o mesmo que não era possível levar o corpo de Eddie embora porque possivelmente não teriam explicações para dar de como Eddie morreu. E por mais que Dustin não aceitasse esse fato, teve que desistir e apenas seguir de volta para o mundo normal com os mais velhos. Naquele breve momento que ficaram na casa de Eddie, não havia sequer um rosto feliz. Todos estavam com o olhar fechados com a morte do Munson e da Mayfield.
…
DOIS DIAS DEPOIS
De fato uma grande catástrofe havia acontecido em Hawkins, infelizmente. Mas graças a Deus, os avós da jovem Hopper não haviam sido afetados de forma que os machucasse seriamente ou causasse alguma morte.
Naqueles dois últimos dias, por algum milagre Max não morreu, apenas entrou em coma, o que mesmo assim era algo triste. A vida de Lydia, agora, era diariamente, todos os dias ir com o namorado no hospital visitar a Mayfield, já que a mãe da garota quase não tinha tempo para a jovem por causa de seu trabalho. E como o casal sabia que Susan passava por um momento delicado em questão de financeira, resolveram arcar com os custos de Max no hospital, principalmente Steve, que alí era o que mais tinha condições, a Hopper arcava mais com os custos de ajuda e alimentação da amiga.
Naquele dia, estavam na casal da Wheeler a ajudando organizar algumas coisas para doarem para as crianças e pessoas de Hawkins, como roupas e brinquedos, cada um já havia doado um pouco do que tinha.
Como o terremoto afetou a cidade, infelizmente muitos perderam a vida, assim como muitos também ficaram desabrigados e atualmente "moravam" na escola de Hawkins.
─ Olha, Nancy! ─ Karen saía segurando uma caixa cheia de brinquedos. ─ Achei mais umas coisas velhas no sótão.
Nancy se aproximou pegando um coelho de pelúcia da caixa. ─ Sr. Coelho.
─ Se você quiser, pode ficar com ele.
A Wheeler mais nova suspirou e colocou a pelúcia de volta na caixa. ─ Não, ele vai ser amado numa casa nova. ─ Nancy pegou a caixa e levou para o carro.
─ Alguém pediu pizza?
─ Pizza? ─ O Henderson olhou para uma kombi de pizza escrita "Surfer By Pizza" buzinando e vindo em suas direções.
Do carro desciam cinco pessoas. Um garoto moreno e cabeludo, Eleven, Jonathan, Mike e Will. Lydia ao ver a irmã não conteve o sorriso que se curvou em seus lábios, foi o bastante para a morena ir correndo até a irmã e dar um abraço forte enquanto sorria ainda em emoção e felicidade e sentia o aperto retribuído de Jane. Will se aproximava junto de Dustin das garotas.
─ Eu senti tanto a falta de vocês. ─ A Hopper deu mais um abraço no Byers.
─ Também sentimos a falta de vocês. ─ Will respondeu para a mais velha.
─ Mas, o que aconteceu? Vocês sumiram por dias. ─ A Hopper fitava Eleven e Will.
─ Aconteceu muita coisa. A gente explica depois. ─ O Byers olhava a amiga mais velha. ─ Cadê o Lucas?
Dustin e Lydia se entreolharam momentaneamente. ─ Ele tá no hospital.
─ Ele se machucou? ─ Jane perguntou preocupada.
─ Não, não, ele… Ah, nossa… Vocês não sabem. ─ Eleven olhou preocupada para o Byers.
─ Ele tá com a Max. Ela tá em coma. ─ A Hopper fez um olhar triste ao pronunciar. ─ Podemos levar vocês lá, eu tô aqui com meu impala. ─ Eles concordaram com a cabeça. Lydia suspirou e andou até o namorado. ─ Vou levar eles ao hospital para ver a Max, tudo bem?
Steve observou a namorada. ─ Tudo bem, Lyd. Me conta depois como ela tá. Vou levar essas coisas para a escola com a Robin e o Dustin e depois podemos nos encontrar, o que acha? Relaxar um pouco a mente a sós.
A Hopper sorriu minimamente. ─ Adoro a ideia.
─ Me encontra na escola às 17h, então?
Lydia assentiu com a cabeça. ─ Às 17h. ─ O Harrington finalizou com um selinho nos lábios da morena.
Nancy resolveu que também iria para o hospital visitar a Mayfield junto de Jonathan. A Wheeler foi com o namorado e o irmão em seu carro, enquanto no impala da Hopper iam Eleven e Will. Ao chegarem no hospital, foram todos juntos para o quarto onde Max estava com tubos ligados para auxiliar na respiração e Lucas ao lado lendo uma história para a mesma e Erica a fundo apenas observando.
Lydia podia sentir seu coração em pedacinhos cada vez que entrava naquele quarto e via o estado da amiga e o Sinclair com um olhar devastado ao lado da namorada.
─ Não acredito. ─ Lucas exprimiu surpreso ao ver os amigos e se levantou. ─ Nós ligamos pra vocês feito doidos.
Will e Mike deram um abraço em conjunto em Lucas. ─ Eu sei. Viemos assim que soubemos.
Eleven respirava trêmula junto de Lucas enquanto se aproximava do mesmo e o abraçava. ─ Eu sinto muito. ─ El abaixava o capuz do casaco enquanto lentamente se aproximava da Mayfield sobre a maca. A garota deitou a cabeça no ombro de Mike que a acariciava lentamente com a mão. ─ Eles sabem… quando ela vai acordar? ─ A menina olhou para Lucas
Lucas suspirou sem tirar os olhos da Mayfield. ─ Não. Falaram que pode não acordar. O coração dela parou. Por mais de um minuto. Ela morreu. ─ O Sinclair hesitou. ─ Assim, clinicamente, mas… depois voltou. Os médicos não sabem como. Disseram que foi um milagre.
Lydia fitou a irmã ao Lucas citar o milagre, a mesma sentia que Eleven havia feito algo. A mesma se aproximou de Max, se sentou na beirada da cama e pegou nos dedos da mesma. ─ Eu tô aqui, Max. ─ Eleven fechou os olhos enquanto todos ficavam apenas em silêncio.
Depois de um tempo quando resolveram sair do hospital, El havia conversado com Lydia, resolvido que passariam de volta na cabana para dar uma arrumada para ter um local para as irmãs ficarem novamente. A Hopper não tinha conseguido todo seu dinheiro ao ponto de conseguir reformar tudo, mas, com o pouco que sobrou do trabalho do ano passado e do trabalho atual na locadora, já era um começo.
Lydia estacionou seu impala bem atrás da kombi de Argyle, o amigo de cabelo grande dos Byers. A Hopper desceu junto dos mais novos e andaram até a cabana, que se encontrava da mesma maneira que no ano passado quando o Devorador de Mentes destruiu o teto. As irmãs, antes de entrarem no local, pararam alguns metros e fitaram a pequena casa que guardava tantas memórias do final de 84 e 85, respiraram fundo juntas, criaram coragem e adentraram juntas.
─ Que horror. ─ Jonathan expressou ao ver o estado da casa.
─ Que merda. Isso aqui tá uma zona. ─ Mike expressou junto do Byers.
A Hopper descansou as mãos na cintura e olhou para os arredores. ─ É, vai ter uma faxina e tanto nesse local.
─ E isso, sim, é um problemão. ─ Jonathan apontou para o buraco no teto.
─ Tô ligado que a gente tem que esconder a Supergirl e tal, mas aqui não é uma Fortaleza da Solidão, galera. Tá mais pra Fortaleza da Podridão.
Nancy olhou o Argyle. ─ Quê? Para, gente, sério. ─ A morena colocou o casaco sobre uma bancada que havia perto da cozinha. ─ Eu já vi o quarto do Mike pior que isso. ─ A mesma andou até a torneira. ─ E, olha, até a água funciona.
Lydia chegava na cozinha onde os amigos estavam reunidos e colocava uma caixa cheia de materiais de limpeza. ─ Material de limpeza, pessoal. ─ A Hopper jogou uma vassoura na mão do Wheeler.
Lydia queria que sua irmã ficasse com ela na casa de seus avós, mas sabia que era arriscado, tanto para ela quanto para sua família. Então, a melhor opção era fazer o melhor para arrumar aquela cabana, que pelo menos era mais escondida. E assim foi, todos reunidos com materiais de limpeza, varrendo e recolhendo lixos que estavam espalhados por todo local, enquanto Nancy e Jonathan ficavam do lado de fora martelando um pedaço de tábua em uma janela quebrada, enquanto a Hopper ficava tirando o pó dos cantos.
─ Quem é aquele cabeludo? ─ Lydia indagou ao passar pela irmã.
A jovem olhou brevemente para a mais velha. ─ É o Argyle, amigo do Jonathan.
A Hopper levantou a sobrancelha brevemente. ─ Ele parece ter um jeito bem maluco.
─ Ele é. ─ Ambas riram por breves segundos.
─ Fico feliz que nada tenha te acontecido. ─ Lydia falava terminando de passar o pano em um dos cantos com um mínimo sorriso, depois saía e ia para a sala e El ia para um dos quartos onde antes era da mesma e fechou a porta com seus poderes.
─ Ela… conversou com você? ─ Will puxava assunto com o Wheeler ao lado.
─ Não muito. Assim, um pouco. ─ O moreno suspirou. ─ O Dr. Brenner disse que ela não estava pronta. Ela tá começando a achar que ele tava certo. ─ A Hopper se aproximou dos mais novos que estavam sentados no sofá.
─ Não, não tem nada a ver. ─ O Byers mais novo respondeu. ─ Se não fosse ela, se não tivesse fugido, a Max não estaria viva agora.
Lydia concordou com a cabeça. ─ Com um tempo tenho certeza que ela vai ficar bem e vai parar de se culpar. ─ A jovem encostou na parede atrás.
Mike olhou para a Hopper. ─ Eu sei. Mas ela… ela nunca tinha perdido. Não assim. ─ O Wheeler desviou o olhar para o amigo ao lado novamente.
─ Ela vai ter outra chance. ─ Will respondia sem olhar o amigo.
─ Tomara que não. Tomara que o Um esteja morto, apodrecendo.
─ Ele não tá.
Lydia suspirou. ─ Quem dera que estivesse. ─ A mesma cruzou os braços e se ajeitou.
Mike olhou assustado para os amigos ─ O que querem dizer com isso?
─ Agora que tô aqui, em Hawkins, eu ainda consigo sentir ele. Ele tá machucado e ferido, mas ele ainda tá vivo. ─ Will respondia tenso. ─ Sabe, é muito estranho saber agora quem ele era durante esse tempo todo, mas… eu ainda lembro do que ele pensa e de como ele pensa. ─ E ele não vai parar. Nunca. ─ O jovem fitou em lágrimas a Hopper e o Wheeler que compartilhavam um olhar arregalado e de certa forma assustados. ─ Só depois de acabar com tudo. E todo mundo. Temos que matar ele.
Mike molhou os lábios e pegou no ombro do amigo. ─ Nós vamos. Nós vamos.
─ E da próxima vez, faço questão de ser certeiro. ─ O Byers suspirou enquanto manejava a cabeça. Um motor de carro soou do lado de fora, fazendo o trio que estava na sala fitar a janela, Lydia espremeu seu cenho e foi até um dos buracos junto dos amigos onde viam um carro preto se aproximar. ─ Esperem aqui, vou lá fora ver isso. ─ Os garotos concordaram e Lydia foi até a porta onde parou e observou o carro.
A mesma esperou por qualquer movimentação, foi quando viu cinco pessoas saindo do veículo, duas delas eram pessoas que a jovem não conhecia. Mas, depois saiu Joyce e um homem alto com o cabelo coberto por um boné, seguido de Murray que saía em seguida. Lydia tinha o sentimento em seu peito de que conhecia aquele jeito do homem de boné, e foi quando o homem se virou que a jovem viu e tirou suas conclusões, era seu pai e seu sentimento era algo real.
A menina naquele momento não se sustentou, ela estava sonhando? Foi o que passou em sua mente no momento. Poderia ser apenas um sonho, mas a garota não ia desperdiçar a chance de abraçar seu pai e tirar a conclusão. Da mesma forma que a menina observava o pai, Jim observava a filha da mesma forma, de jeito emocionado. Aquele momento foi selado por um abraço apertado que o Hopper deu em sua filha, seguido de lágrimas que ambos escorriam dos olhos.
─ Eu não… eu não acredito. ─ Lydia expressava surpresa enquanto apertava o rosto no ombro do pai.
Ambos se apertaram, compartilhando da mesma emoção. ─ Oi, filhota. ─ O homem murmurou na mesma intensidade enquanto apertava a filha contra o peitoral em seguida depositando um beijo longo na cabeça da morena. ─ Cadê a Jane? ─ Jim se separou do abraço enquanto olhava a filha e limpava as lágrimas dos olhos da mesma.
A jovem sorriu. ─ Lá dentro, no quarto. ─ Lydia apertou a mão do pai o levando até o quarto onde a irmã estava.
Jim abriu a porta do quarto e fitou a filha mais nova. ─ Oi, garota.
Eleven choramingava seguido de um riso emocionado ao ver o pai ao lado da irmã. ─ Oi. ─ A garota abraçou o pai, fazendo Lydia gracejar o momento, limpando mais uma vez as lágrimas que caíam dos olhos. ─ Eu deixei aberta. Eu deixei a porta aberta três dedinhos.
─ Eu sei. ─ O Hopper respondeu.
─ Eu nunca parei de acreditar.
Lydia sorriu se aproximando. ─ Nunca paramos de acreditar.
Jim sorriu. ─ Ah, eu sei. Eu sei, tudo bem. ─ O homem puxou a filha que estava bem ao lado. ─ Tá tudo bem, eu tô aqui. ─ O mais velho bagunçou o cabelo da filha mais velha e sorriu fitando ambas. ─ Eu tô com vocês. ─ O mesmo se sentou com ambas na cama, uma em cada lado e retirou seu boné, fazendo Lydia sorrir e tocar a cabeça do mesmo.
─ Você tá…
─ Não gordo? ─ Jim completava fazendo ambas as filhas rirem, em seguida abraçando Lydia enquanto fitava Jane.
Eleven esticou a mão e tocou a cabeça do pai. ─ E o seu cabelo…
─ Meu cabelo? ─ Ele riu. ─ Olha só o seu. ─ Jim tocou nos cabelos curtos da filha mais nova. ─ E o seu? ─ Era incrível como o homem conseguia perceber o mínimo detalhe de corte no cabelo da mais velha, mesmo depois de quase um ano sem a ver. Mais uma vez ambos caíram na risada, gracejando juntos o momento. Hopper apertou as meninas em um abraço e depositou um beijo na testa de cada uma. ─ É. Eu roubei seu visual, garota.
Jane balançou a cabeça concordando, ainda com lágrimas nos olhos. ─ É.
─ E aí, o que vocês acharam?
─ Tá incrível. ─ A Hopper mais velha sorriu.
─ Um barato. ─ Eleven respondeu após a irmã e mais uma vez eles gargalharam juntos, seguido do abraço que Jim deu nas filhas novamente enquanto compartilhavam emoção.
─ Não acredito que você tá aqui. ─ A voz de Will soou do lado de fora, ambos os três que estavam no quarto se levantaram e foram até o lado de fora da casa, vendo Joyce, Jonathan e Will abraçados juntos.
─ Não foram as únicas que não pararam de acreditar. ─ Jane e Lydia deitaram a cabeça no peitoral do pai enquanto olhavam a cena fofa do reencontro dos Byers.
Joyce ao se separar do abraço, olhou em direção a as garotas e fez um olhar de surpresa, enquanto as irmãs acenavam e iam até a mulher e abraçaram de forma apertada compartilhando do mesmo sentimento e felicidade.
Jane soltou o abraço e olhou para Joyce. ─ Que bom que você foi pra sua… conferência. ─ A menina olhou para o pai.
─ Foi uma baita experiência. ─ A mulher abraçou as mais novas novamente.
─ Depois quero que me conte tudo. ─ A Hopper falou soltando a irmã e Joyce do abraço.
─ Vou contar tudinho para vocês. ─ A Byers soltou as irmãs do abraço. ─ Você tá bem? Fiquei sabendo do que houve aqui.
Lydia assentiu a cabeça. ─ Tô bem, eu acho.
─ Que bom, querida. ─ A mulher sorriu minimamente, era perceptível que as irmãs eram quase filhas para Joyce.
As três ficaram conversando por mais alguns segundos, até notarem que o tempo começou a fechar, junto das nuvens que além de começarem a cobrir a cidade, soltavam sons de trovoadas distantes. Ambos do grupo que estavam presentes olhavam para o céu enquanto ficavam em silêncio e algumas partículas como se fossem poeira com aspecto de neve começaram a cair do céu, fazendo o grupo apenas ficar observando o fenômeno com certa estranheza no olhar.
Lydia estendeu seu dedo tocando em uma das partículas que caíam do céu e percebeu que não era neve, mas sim algo que parecia uma poeira, quase igual à do mundo invertido.
Ainda em silêncio, o grupo começou adentrar na mata enquanto andavam em direção a um morro que havia ali por perto. Lydia olhava aos arredores, percebendo que em todo canto aquelas estranhas partículas de poeira contaminavam cada canto. Todos chegavam ao topo daquela colina, onde era possível visualizar minimamente a cidade de Hawkins toda destruída em tons avermelhados, enquanto uma densa fumaça preta pairava no céu. Também era possível ver uma espécie de fronteira na grama, onde de um lado havia o mato esverdeado de jeito vivido e do outro um cinza como se apenas a morte reinasse alí.
Lydia parou ao lado de seu pai e de Joyce, enquanto Eleven continuava indo mais à frente bem no local onde havia a grama morta e acinzentada. Jane se agachou fitando um amontoado de flores murchas e puxando apenas uma delas do acumulado de flores. Trovões com relâmpagos começaram a dar pela cidade, os mesmo trovões que haviam no mundo invertido, só que daquela vez em Hawkins, assim como na visão que Vecna havia mostrado para Lydia.
A Hopper apenas observou o fenômeno de longe, enquanto sentia sua garganta seca pelo medo que começava a percorrer sua espinha e seu sangue que distribuía picos de adrenalina. Jim passou a mão pelas costas da filha enquanto a apertava de um lado e apertava a mão de Joyce do seu outro lado.
Ambos do grupo ficaram tensos com a situação que a cidade se encontrava, com o caos que se instaurou após os eventos traumáticos daquele ano. Seria aquele de fato o fim de tudo que conheciam? O fim da cidade Hawkins?
…
TO BE CONTINUED…
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N/A:
E chegamos ao fim dessa temporada. Sim, dessa temporada, não da fanfic. Com certeza vou escrever a 5⁰ temporada.
Infelizmente, vou ficar por loooongos tempos sem atualizar essa fanfic, vai saber que ano vai sair a 5⁰ temporada.
Mas não esqueçam de dar os votinhos ♡! E se quiserem acompanhar uma nova fanfic de ST e do Steve, podem acompanhar minha nova fanfic que vou postar o 1⁰ capítulo, nome vai ser Destiny e já ta publicada ai no meu perfil.
MUITO MUITO MUITO OBRIGADA QUEM ACOMPANHOU ESSA FANFIC, QUEM VOTOU, QUEM INTERAGIU, VOCÊS SÃO 10!!
☆☆☆ Beijinhos e até 2024 ou 2025 quando vier a 5⁰ temporada!
Vou sentir muita falta de atualizar aqui 😭😭😭
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