
043 ━━ 𝐌𝐈𝐒𝐓É𝐑𝐈𝐎𝐒 𝐃𝐀 𝐂𝐀𝐒𝐀 𝐂𝐑𝐄𝐄𝐋
A Hopper estava deitada ao lado do namorado que estava todo desleixado em uma poltrona. A menina já estava meio acordada e apenas ouvia a respiração calma e sonolenta de Steve e dos que estavam ao redor. Ela estava em uma preguiça constante que a impedia de simplesmente levantar, ir ao banheiro e subir para comer, então resolveu ficar deitada por ali, até ouvir a voz de Eddie Munson vinda do walkie-talkie. Lydia esticou apenas um braço, ainda com seus olhos pesados, e pegou o aparelho que emitia o som da voz do garoto.
─ Oi, Dustin. Quem fala é o Eddie, o banido. Você tá ai? Dustin tá me ouvindo? Dustin? Terra para Dustin…
A Hopper levantava a antena do rádinho. ─ Oi, é a Lydia.
─ Hopper, oi, é… Olha, eu preciso que vocês entreguem comida, tipo, logo. Ou querem que eu apareça pro mundo e…
Lydia suspirou e cortou o Munson. ─ Não! Não faz isso. Olha, fica quietinho aí. A gente vai assim que der.
─ Tá, tá! Olha, é… dá pra trazer um engradado? ─ Lydia levantou as sobrancelhas, como aquele garoto conseguia querer beber cerveja uma hora dessas e nessa situação? ─ Eu sei, é muito ridículo eu beber agora, mas uma cerveja gelada ia acalmar legal os meus nervos à flor da pele.
É realmente ridículo, mas engraçado. A Hopper fitou o sofá onde a amiga Max deveria estar, mas não havia ninguém lá. A mesma levou um susto. ─ Eddie, eu ligo depois. ─ Lydia desligou de imediato o walkie-talkie, apenas alguns praguejos de Eddie foi possível ouvir, até que o silêncio foi 100%.
A Hopper balançou Dustin até que o mesmo esboçasse alguma reação. ─ Que foi?
─ Acorda! Não era pra você tá vigiando a Max? ─ Dustin hesitou. ─ Cadê ela?
─ Desculpa. ─ Ele apontou pro sofá. ─ Tá ali. Tava há um segundo. Eu juro que só apaguei por… ─ O Henderson olhou pro relógio. ─ Uma hora.
Lydia arregalou os olhos. ─ Que merda. ─ Ela se levantou e foi imediatamente para cima atrás da amiga, onde acabou encontrando a mesma sentada ao lado de Holly desenhando com os gizes da menina.
─ Bom dia, gente. ─ Lydia soltava um suspiro de alívio ao ver a Mayfield. ─ Tá tudo bem? ─ Karen cozinhava algumas panquecas.
A morena olhou brevemente para a mulher. ─ Tá! Tá sim. ─ A Hopper sorriu minimamente.
─ Eu acho tão fofo vocês todos sempre juntos assim. ─ Karen colocava panquecas em um prato.
─ Mas eles podiam ficar juntos em outra casa só pra variar um pouco. ─ Ted sempre reclamando. Lydia ignorou a fala do Wheeler e foi até a mesa e se sentou ao lado da ruiva
─ Vocês são sempre bem vindos aqui. ─ Karen falava.
─ Claro, vocês são minha família. ─ O Henderson sorria. ─ Posso? ─ Dustin apontou para as panquecas.
─ Ah, mas é claro que pode! ─ A Wheeler entregava um prato.
─ É, por que não? Pode levar tudo que é nosso.
─ Ok. ─ Dustin debochou da fala de Ted.
Lydia sentou na cadeira ao lado da amiga e fitou a mesma. Ao ver a Hopper, Max retirou o walkman do ouvido. ─ Oi.
─ Oi. ─ A Hopper apoiou os cotovelos na mesa. ─ Tudo bem?
─ Não consegui dormir. Tinha gente enfiando música no meu ouvido o tempo todo. ─ Max sorria minimamente. Lydia soltou um riso anasalado. ─ Mas a Holly me emprestou o giz de cera. A gente tá se divertindo, né, Holly? ─ A menor concordava com a cabeça.
Lydia fitou os desenhos da Mayfield ─ Foi isso que viu ontem a noite?
Max hesitava. ─ Eu acho que era pra ser. Pensei que fosse mais fácil desenhar do que explicar, mas… nem tanto.
─ Espera, são… ─ A Hopper puxou um papel com desenhos que possivelmente representavam Freddy e Chrissy.
─ Era como se estivessem em exposição. E tinha uma fumaça vermelha pra todo lado. ─ Lydia olhou a amiga. ─ Parecia um sonho. Um pesadelo.
─ Será que o Vecna só queria assustar você?
─ Com o Billy? Sim. Mas, quando eu cheguei aqui, não sei, foi diferente. Ele parecia quase surpreso. Como se não me quisesse alí.
Dustin se sentava na cadeira da mesa com as panquecas. ─ E se você invadiu a mente dele? ─ As garotas olharam o cacheado. ─ Ele invadiu sua mente, né? É muito longe a possibilidade de você ter acabado na dele? ─ Lydia ficou pensativa. ─ Tipo a fornalha do Freddy Krueger.
─ Freddy Krueger? ─ Holly indagou olhando o cacheado.
─ É um cara todo queimado com facas nos dedos. Ele te mata nos sonhos.
Lydia fitou o Henderson. ─ Dustin, sério? ─ A Hopper virou a cabeça para a Holly indicando com o olhar o quão inapropriado era explicar aquilo à uma criança.
─ Desculpa, é só um filme. Não é real. Mas pensa nisso. E se, de algum jeito, você abriu a porta dos fundos do mundo Vecna? Talvez a resposta que a gente quer esteja em algum lugar desses desenhos extremamente vagos. Que falta faz o Will!
─ É, pois é. Mas eu já liguei de novo de manhã e deu ocupado de novo.
Lydia pegou uma folha que tinha um desenho de uma porta com um vitral de uma rosa. ─ Isso é uma janela? ─ A morena olhou a amiga.
─ É. ─ A Mayfield virou para Lydia.
─ O vitral de uma rosa.
─ É.
─ Viu? Eu não sou tão ruim assim.
─ É, mas também ajuda eu já ter visto. ─ Lydia pegou as folhas e começou a dobrar e juntar como se fosse um quebra-cabeça. A Hopper pegou uma caneta de Holly estava ali, e começou a demarcar, formando, por fim, um formato de uma casa.
─ São partes de uma casa.
─ Não é qualquer casa. ─ Os dois menores fitaram a Hopper, e por fim a menina colocou a porta com o vitral de uma rosa no meio. ─ É a casa do Victor Creel. ─ Lydia se levantava e começava a andar.
─ Aonde você vai? ─ O cacheado perguntou enquanto acompanhava Lydia com o olhar.
A Hopper olhou brevemente o amigo. ─ Acordar os outros. ─ Ela pontuou.
…
Após um tempo quando todos já haviam acordado, mais uma vez reunidos tentando entender a lógica da Hopper. Todos estavam sentados, alguns no sofá, outros nas poltronas que haviam por ali. Todos focados nas palavras da garota e em seu pensamento.
─ Peraí, eu não tô entendendo. O Vecna tá ligado de alguma forma com a casa do Victor Creel? ─ Steve perguntou com um semblante confuso.
─ É, exatamente. ─ A Hopper respondia para o namorado. ─ A Max viu a casa naquele transe.
─ Talvez vale a pena ir verificar o que é. ─ Nancy respondeu.
A Hopper concordou. ─ Sim. Eu também acho. Eu acho que sei onde é essa casa.
─ Vocês não acham perigoso só irmos lá dessa forma? ─ Steve indagou mais uma vez.
A Hopper deu de ombros. ─ Talvez.
─ Mas eu voto para irmos verificar. ─ O Henderson respondeu.
─ Que ótimo. Vocês nunca vão me ouvir. ─ Steve resmungou passando a mão no cabelo.
─ Que medroso. ─ Steve bufou levemente e revirou os olhos com as palavras de Robin.
Lydia se aproximou de Max. ─ Tudo bem por você? ─ A ruiva assentiu com a cabeça.
…
Já era mais pro fim do dia quando o grupo finalmente havia ido para casa de Victor. Eles haviam ido no carro da Wheeler. Ao chegarem, todos desciam do carro e fitavam a casa que havia um jeito assustador e abandonado, com tábuas tapando as janelas e a porta.
─ É, nem um pouco sinistro. ─ O Harrington falou observando a casa que parecia ter saído de um filme de terror. De fato era bem horripilante à primeira vista. Andaram até a porta do local. O casal usava a parte de trás de martelos para tirar os pregos de uma tábua de madeira que impedia a entrada na casa. ─ Ai, o que a gente veio procurar nesse muquifo mesmo, hein? ─ O garoto fitou a namorada.
─ Não sei. ─ A Hopper olhava brevemente o namorado. ─ A gente só sabe que a casa é importante pro Vecna.
─ Porque a Max viu no mundo de sopa de tomate do Vecna.
Lydia sorriu: ─ Resumindo. ─ Ela olhou para o namorado.
─ Ótimo. ─ O Lydia e Steve continuaram removendo os pregos da tábua de madeira.
─ Pode ter uma pista de onde o Vecna tá, por que ele voltou, por que matou a família Creel e como impedir antes que ele volte atrás da Max. ─ O casal se entreolhou e em seguida olharam para Dustin.
─ Vocês não acham que ele tá ai dentro, né? ─ Lucas levantou a questão.
─ Vamos descobrir. ─ A Mayfield respondeu.
─ Tá pronta? ─ Steve perguntou para a Hopper, enquanto ambos seguravam a tábua com as mãos.
─ Uhum. ─ A morena assentiu a cabeça. Eles então soltaram a placa, fazendo-a cair no chão e levantar um pouco de resquicio de poeira que havia no chão. E lá estava, a porta com o vitral de rosa.
Steve se aproximava e tentava abrir, mas sem sucesso. ─ Tá trancada. Quer bater pra ver se tem alguém em casa?
─ Não precisa. ─ A Buckley contestou voltando com um tijolo em mãos. ─ Eu achei a chave. ─ A loira jogou o tijolo no vidro, quebrando a janela.
Steve se aproximou, enfiou a mão no buraco que o tijolo fez, e em seguida abriu a porta pelo lado de dentro. Ele entrou na frente, dando uma assobiada, e em seguida o grupo restante adentrou no local com lanternas atrás do mesmo.
─ Que sinistro. ─ A Hopper mexia em um abajur da entrada.
─ Acho que alguém esqueceu de pagar a conta de luz. ─ O Sinclair falou ironicamente e Dustin apenas acendeu a lanterna.
─ De onde vocês tiraram isso? ─ O Harrington olhava todos com lanternas em mãos.
Dustin se virou para o amigo. ─ Eu preciso mandar você fazer tudo? Você não é criança. ─ Lydia deu uma risada baixa com as palavras do mesmo.
─ Valeu. ─ Ele olhou a namorada com o resquício de risada ainda no rosto. ─ Valeu também pelo grande apoio, Hopper. ─ Ela deu uma piscadela irônica.
Dustin suspirou alto e tirou sua mochila. ─ Bolso de trás.
Steve pegou a lanterna e em seguida largou a bolsa do Henderson no meio do local que estavam. Lydia se aproximou do namorado pegando na mão do mesmo, enquanto, o Harrington entrelaçou seus dedos e o casal começou a andar juntos pela casa.
─ Esse lugar me dá um pouco de arrepio. ─ Steve rodava a lanterna por todos os cantos do cômodo que o casal estava.
A Hopper apertava a mão do namorado. ─ O pior é saber da história. Torna tudo mais sinistro.
─ Ô gente! ─ Todos se viraram em direção a Max, que mirava a lanterna em um relógio de pêndulo gigante. ─ Vocês tão vendo isso, né?
─ Sim.
─ Tô. ─ Steve e Dustin concordavam juntos.
─ Foi isso que você viu? Nas suas visões? ─ A Wheeler perguntou sem tirar os olhos do relógio. A Mayfield concordava com a cabeça.
─ Assim… é só um relógio. Né? ─ Robin indagou se aproximando da ruiva. Em seguida passou entre a menina e foi até o relógio, onde em seguida tirou o pó e olhou para os amigos. ─ Um relógio velho qualquer.
─ Por que esse bruxo é obcecado com relógios? ─ Steve perguntou com o cenho espremido enquanto fitava o relógio. ─ Será que fazia relógios? Pode ser, né?
─ Nossa! Resolveu o caso, Steve. ─ Dustin falou zombando, fazendo o Harrington fuzilar o menor com o olhar.
─ Só sei que as respostas devem estar aqui. ─ A Hopper falou passando o olhar pelo local. ─ Em algum lugar.
A Wheeler concordou com a amiga. ─ Vamos lá! Todo mundo em duplas. Robin, lá em cima. ─ A Buckley ia logo atrás de Nancy.
─ Vem, vamos. ─ Max puxou Lucas para ir com ela.
Steve sorriu para a namorada e estendeu a mão: ─ Vamos? ─ Lydia concordava com a cabeça. Dustin riu olhando o casal, enquanto ambos começavam a andar na frente e o Harrington soltava um suspiro alto.
─ Você suspirou? ─ O menor perguntou indignado.
─ Não, não suspirei. ─ Steve respondeu subindo as escadas ao lado de Lydia.
─ Por que você suspirou?
─ Eu não suspirei. Anda logo, cara. ─ O moreno respondeu, e mais uma vez a Hopper dava um riso baixinho com a situação.
─ Eu ouvi.
─ É que a gente sempre fica junto. ─ Ele olhou brevemente para o amigo.
─ E tem algum problema?
─ É que seria legal dar uma misturada. Tipo, só eu e a Lyd.
A morena espremeu o cenho. ─ Steve, para. Deixa ele com a gente. ─ O Harrington revirou os olhos. ─ Babás, lembra?
─ É, mas o pestinha já tá bem crescidinho pra precisar de babás.
─ Você acha que eu sou chato?
─ É justamente o oposto.
…
Já fazia algum tempo que o trio andava pela casa procurando por alguma pista, qualquer pista que pudesse ter no local, e por conta disso o sol já estava até começando a se pôr e a luz se tornando cada vez maia fraca.
Steve, Lydia e Dustin, entravam em um cômodo que parecia ser um banheiro. Eles já haviam procurado por várias coisas, até mesmo conversado sobre os mais assuntos diversos ou teorias que pudessem criar.
─ Aí, Henderson. ─ O Harrington entrou junto da namorada em um quarto.
─ Oi? ─ Dustin passava a lanterna pelo quarto
─ Teria como você esclarecer que tipo de pistas era pra gente tá procurando? ─ Steve questionou, fazendo Lydia apenas olhar o namorado e em seguida dar um suspiro, mas continuar em silêncio.
─ Olha, Steve, o mundo está cheio de coisas óbvias, mas que ninguém jamais observa, meu amigo. ─ O menor se virava para o casal, que fitava o Henderson com um olhar confuso em silêncio. ─ Sherlock Holmes. ─ Dustin zombou e saiu andando.
─ Legal. Valeu, muito legal. ─ Eles entraram em um banheiro. ─ Ajudou muito. Sherlock… ─ A Hopper sorriu e continuou seguindo o Henderson.
─ Você acha que o tal do Vecna poderia ter sido o dono anterior dessa casa? Tipo um dono que morreu e ficou assombrando isso aqui? E de alguma forma se juntou ao Mundo Invertido, sei lá? ─ Lydia como sempre com suas teorias muito loucas, com certeza ela não era conhecida por ser alguém cética. A Hopper andava com cautela enquanto mexia em algumas coisas em uma gaveta ao lado de uma cama de casal.
─ Eu não acredito em fantasmas, mas é uma teoria interessante. ─ O Henderson passou a lanterna sem olhar a Hopper. ─ Talvez alguma vingança.
A menina deu de ombros e saiu do cômodo. Ela andou até o corredor de volta, onde acabou esbarrando com seu namorado, que se rebatia que nem um peixe fora d' água, como se estivesse procurando algo pelo corpo.
─ Eita! Calma, o que foi? ─ A Hopper se aproximou preocupada.
─ Era uma aranha. ─ Steve passava a mão pela roupa se limpando.
─ O quê?
Steve fitou a namorada ofegante. ─ Era uma viúva-negra. ─ Ele se aproximou e fechou a porta do banheiro que estava, e em seguida olhou para a namorada. ─ Não entra ali não.
Lydia sorriu minimamente. ─ Espera aí, deixa eu… ─ A menina tocou o cabelo do namorado.
─ O que foi? ─ Steve começou a andar, e Lydia o seguia ainda mexendo no cabelo.
─ Calma aí, para de andar. Para de andar. ─ Steve parou, e Lydia continuou a mexer nos cabelos do namorado, tirando uma teia de aranha e a jogando no chão. ─ Tirei.
─ Se tiver uma aranha fazendo ninho aí, só vai perceber quando ela botar ovos e os bebês nascerem. ─ O casal olhou a menina que andava para outro cômodo.
─ Qual seu problema, hein? ─ Robin gargalhou e entrou no outro quarto. ─ Robin, é sério. Ela tem muitos problemas.
Lydia riu enquanto ainda tirava as teias do cabelo do rapaz. ─ Ela gosta de te irritar.
Steve sorria sem olhar para a namorada. ─ Mas ela é uma boa amiga. Depois que a gente achar o Vecna, matar ele, salvar o mundo, essas coisas, nós três poderíamos ir ao cinema novamente. ─ Ele olhou brevemente para trás. ─ Né? Eu, você, a Robin, como no outono do ano passado, quando não tinha nada disso. Eu tenho saudades da época da sorveteria, sem a parte dos russos malucos, claro. ─ Lydia sorriu minimamente, ela também tinha uma saudade imensa de trabalhar naquela sorveteria e roubar os sorvetes junto do namorado.
─ Eu aceito, bocós. ─ A Buckley falava de fundo.
─ Robin e sua mania de ouvir conversas. ─ Steve falava suspirando. ─ Apesar da Robin ser intrusa e tagarela demais, é aquilo, né? É nossa melhor amiga.
─ Uhum. ─ A Hopper murmurou ainda tirando as teias do cabelo do namorado. ─ Pronto, resolvido. ─ Lydia suspirou jogando a última no chão.
Steve se virou para trás e fitou os olhos da namorada. ─ Ótimo, valeu. ─ O casal ficou trocando olhares em silêncio. ─ Que bom, é… ─ Lydia cortou o namorado e depositou um breve selinho em seus lábios que foi retribuído pelo mesmo, que em seguida a observou com um sorriso pequeno e totalmente bobô enquanto segurava a cintura da mesma. Ambos ficaram com o corpo colado por algum tempo ─ Então, vamos voltar para as investigações? ─ O Harrington murmurou com seu rosto bem perto do rosto da namorada. Lydia concordava com a cabeça, e mais um sorrisinho mínimo aparecia em seu rosto. ─ "As coisas mais óbvias não são o que as pessoas observam… ou não observam… ou…" ─ Lydia espremeu a testa enquanto via o namorado se confundir. ─ Sherlock Holmes. ─ Ele saiu andando, deixando a Hopper com um olhar totalmente bobô enquanto começava a seguir o namorado novamente.
…
Já fazia horas que o grupo andavam, e andavam pela casa, e nada de achar algo que os pudesse ajudar, pelo mínimo que fosse. Já era um pouco mais para noite, e o sol já havia ido embora, deixando então que a única iluminação na casa fosse as lanternas. Mas, após andarem por tempos, finalmente quando se encontravam na sala, foi quando o lustre da sala começou a oscilar e fazer ruídos elétricos.
─ Que nem as luzes de Natal… ─ A Hopper murmurava observando o fenômeno
─ Que luzes de natal? ─ Robin indagou sem olhar a amiga.
─ Quando o Will ficou preso no Mundo Invertido, as luzes acendiam.
─ O Vecna tá aqui. ─ Todos olharam para Lucas. ─ Nessa casa. Só que do outro lado. ─ A luz se apagou por completo.
─ Acho que ele saiu da sala. ─ A loira zombou.
─ Ele ouviu a gente? ─ Max olhou para Steve e Dustin.
─ Ele tá vendo a gente? ─ O Harrington rebatia a pergunta da ruiva.
─ Max, coloca o fone. ─ Lucas falou para a Mayfield.
─ Todo mundo apaga a lanterna e se espalha. ─ Nancy falava quase em murmúrio.
O grupo todo apagava as lanternas, e dessa vez o breu ficou quase intenso. Agora, a única claridade era dos postes do lado de fora.
─ Mas não vai dar pra ver nada se a gente apagar as lanternas… Meu Deus. ─ Steve apagava sua lanterna e seguia Dustin e Lydia.
Lydia andava pelo andar de cima da casa, segurando sua lanterna. Enquanto caminhava, a menina fazia questão de notar o quão aquele local no escuro era mais tenebroso. Lydia sempre foi uma garota de mente aberta, talvez por conta que a família de sua mãe era espírita, então a menina sempre acreditou em inferno e céu, fantasmas, reencarnações, e essas coisas… Então, com certeza, a Hopper tinha certeza que um local onde aconteceu três assassinatos em uma só noite, não era um local muito legal ou leve para se frequentar, ainda mais sozinha.
E depois andarem por alguns segundos procurando qualquer fonte que fosse acender a lanterna, uma voz, veio. Era a voz de Robin que gritava no fundo.
─ Achei! Achei! ─ Todos iam rapidamente até a Buckley. E ao chegarem, a lanterna da loira brilhava, mesmo que apagada. Mas não demorou muito para que apagasse. ─ Ah, eu tinha achado. ─ Robin suspirou.
Até que a lanterna de Steve se acendeu. ─ Opa… Ô… ─ A energia na lanterna do Harrington pulsava. ─ Acho que tá se mexendo, tá andando. ─ O grupo começou a seguir Steve. Eles subiam uma escada que dava quase no sótão da casa.
─ Caraca! ─ Dustin falava impressionado.
─ Perdi.
─ Não perdeu, não. ─ Max andou até a porta onde vinha um barulho de estática. A garota abriu, e lá estava, a luz oscilando.
Então após a ruiva abrir a portinha, ela foi na frente, em seguida Robin que ia reclamando.
─ Ah, é o sótão. Claro que é o sótão. ─ A Buckley subiu. Em seguida quem estava atrás também subiu.
─ Espera aí, gente. ─ O Henderson hesitava em entrar. ─ E se isso for uma armadilha? Gente, gente! ─ O grupo ignorava o menor. ─ Merda.
Eles andaram mais um pouco até o centro, onde apenas uma lâmpada pendurada piscava incessantemente enquanto fazia alguns ruídos elétricos. Ao se aproximarem mais da luz no centro do sótão a lâmpada não foi a única coisa a oscilar, mas as lanternas também começaram a repetir o ritmo.
─ As lanternas. ─ O Henderson olhou os amigos, que em seguida miravam seus olhares para as lanternas em suas mãos. Eles formaram uma roda diante a luz principal que oscilava na sala.
─ Vem cá, o que tá acontecendo? ─ Steve tinha um semblante confuso enquanto fitava a lanterna.
─ Acho que ele tá aqui. ─ A Hopper olhou para as lanternas que de repente começaram a brilhar mais.
As lanternas atingiam um brilho extremo, deixando todos que estavam em silêncio, apenas observando o fenômeno. Mas, não demorou muito para que após um tempo as lanternas começassem a quebrar. Primeiro a de Steve quebrou, seguido a lanterna de Lydia, em seguida de Robin, Nancy e Max, e depois, por fim, Dustin e Lucas.
─ Que merda foi essa? ─ A Hopper olhava para os lados, vendo apenas os cacos sobre o chão.
─ Olhem. ─ Dustin apontou para a lâmpada do sótão que se apagava lentamente, até se apagar por completo, como se nada tivesse acontecido.
─ Alguém sabe a hora? ─ Lydia indagou.
─ 21:27. ─ Steve respondia para a namorada.
…
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