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032 ━━ 𝐒𝐓𝐄𝐕𝐄!?

E lá estavam, mais uma vez, os cinco andando juntos em direção a algo que nem mesmo eles sabiam. Lydia naquele momento já podia sentir uma leve dor vinda de seus dedos dos pés.

  ─ Aí, gente. ─ Steve parou o grupo colocando o braço à frente dos outros. ─ Estão ouvindo? ─ Ele murmurou.

Lydia parou e espremeu seus olhos. ─ O quê?

  ─ O ruído igual do carrinho de mais cedo. ─ Robin completou. ─ Tem alguém vindo.

Eles se esconderam por alguns segundos atrás da espécie de armários vermelhos, enquanto Steve ia na frente e comandava o grupo. O Harrington olhou para os dois lados verificando se não tinha nenhum guarda russo, e após ver, gesticulava com as mãos para que o grupo fosse.

  ─ Agora, vai. ─ Steve sussurrava chamando. ─ Vai, vamos. Andem. ─ Lydia, Robin, Erica e Dustin saiam dos fundos de onde estavam e começavam a andar com cautela.

  ─ Essa foi por pouco. ─ Robin exprimiu.

  ─ Muito pouco. ─ O cacheado completou.

  ─ Relaxem. ─ O moreno olhava para trás. ─ Tá? Relaxem. Ninguém viu…

Eles chegavam em uma central, onde havia inúmeras pessoas caminhando de um lado ao outro, alguns burburinhos e uma mulher falando russo em um alto-falante. Nesse momento, os cinco arregalaram seus olhos observando o local e o movimento dos guardas que passavam. 

  ─ Que merda é essa? ─ A Hopper murmurou assustada com o local. Quando havia esperança de chegar finalmente em uma saída, chegavam mais a dentro do próprio inferno.

  ─ Merda! ─ O Harrington falou se escondendo junto do grupo atrás de um armário vermelho. ─ Se esconde.

  ─ Eu vi. Primeiro andar ao noroeste. ─ Érica se pronunciou após Dustin.

  ─ Viu o quê? ─ Lydia olhou na direção da mais nova.

  ─ A sala de comunicação.

Steve enrugou a testa. ─ Você viu a sala de comunicação? ─ Ele olhava para trás conferindo.

  ─ Isso mesmo. ─ Erica respondia e Steve continuava conferindo junto da namorada.

  ─ Tem certeza? ─ Dustin questionou.

  ─ Acho que é ali em cima. ─ Lydia apontou discretamente para uma sala trancada no andar superior.

  ─ É. Absoluta. A porta abriu por um segundo, e eu vi um monte de luzes, máquinas e tal lá dentro.

O casal olhava de volta a irmã de Lucas. ─ Podem ser umas cem coisas diferentes. ─ O Henderson acrescentou.

  ─ Eu topo arriscar. ─ A loira exprimiu.

Lydia deu de ombros. ─ Já estamos na merda mesmo.

Steve suspirou enquanto negava com a cabeça. O grupo vigiou momentaneamente procurando a sala. ─ Tá. Vamos rápido, bem abaixados. Tá bem? ─ O Harrington falava e espionava novamente. Em seguida voltou sua atenção ao grupo e os cinco saíram todos juntos e com cautela.

Eles andaram rapidamente e se esconderam atrás de umas grades com barris dentro. Esperaram alguns russos saírem dali e em seguida correram para trás de uma máquina grande. Esperaram mais alguns instantes e a porta da suposta sala de controle abriu, Steve correu e a segurou fazendo o grupo entrar no local.

  ─ Shh. Entrem, rápido. ─ O moreno chamava, e fechou a porta em seguida.

Lydia, Robin, Dustin e Erica, davam de cara com um russo mexendo em uma máquina. Os quatro arregalaram os olhos. A Hopper podia sentir seu coração sair pela boca. ─ Steve… ─ A menina murmurou.

Steve se virou para trás no mesmo momento que o russo também virava e olhava os jovens de forma assustado e sem entender.

Robin andou até a frente e falou uma das partes do código em russo, enquanto o russo a olhava sem entender e falava coisas indistintas como resposta para a loira. Lydia só olhava a reação paralisada e engolindo a seco, e ao mesmo tempo rezando para que Deus descesse ali no mesmo momento e algum milagre acontecesse. No momento que o russo ia puxando sua arma para apontar para o grupo, Steve deu um grito e se aproximou do russo o empurrando para trás. O russo o empurrou de volta nas máquinas, em seguida o homem o pegou e empurrou novamente. Steve deu um golpe em sua barriga, fazendo o homem perder equilíbrio e ir para trás, o mesmo pegou um microfone em suas mãos e desceu o objeto no rosto do guarda, fazendo que ele batesse o rosto e caísse no chão totalmente desmaiado. O Harrington suspirou ofegante enquanto passava sua mão no cabelo. 

  ─ Cara! ─ O Henderson se pronunciou ─ Conseguiu. ─ Ele apontou ─ Você ganhou uma briga!

  ─ Ai, merda… ─ Steve se aproximou do corpo do guarda e olhou para os quatro com um sorriso. Lydia sorria de volta com a reação do namorado.

Logo, um ruído de alguma coisa chamou atenção da Hopper. A menina espremeu os olhos e subiu até uma porta que havia um brilho, e a Buckley a seguiu. Com os mesmos olhares as meninas observavam o local e não viam nada, apenas ouviam o ruído, que agora era um som de pulsação.

  ─ Gente. Venham aqui. Tem uma coisa que vocês tem que ver. ─ Lydia apontou para o local fazendo o grupo subir seguindo as meninas.

  ─ Ai, meu Deus. ─ Steve falou enquanto olhava para além daquela porta.

Os cinco abriram a porta e ficaram vendo a máquina gigantesca fazer um furo enorme em uma parede. A Hopper no momento arregalou seus olhos, a menina sabia o que era aquilo, e sabia a merda que era pelas coisas que seu pai e sua irmã contaram após o incidente do ano passado. Os russos haviam descoberto dos acontecimentos de Hawkins, e agora estavam de fato mexendo naquilo, o que de certa forma era assustador.

  ─ Caramba…

  ─ É a mesma merda…

  ─ Dos dois anos passados. ─ O Harrington completou as palavras da namorada.

Os três se olharam juntos. ─ O portal. ─ Eles concluíram em uníssono.

  ─ Vem. Vamos sair daqui. ─ A Hopper puxou o namorado e Dustin para fora, e foi seguida por Robin e Erica.

Os cinco começaram a descer as escadas as pressas. ─ Não entendi. Vocês já viram isso? ─ A Buckley indagava sem entender enquanto descia junto dos amigos.

  ─ Não exatamente. ─ Steve respondia.

  ─ Então como, exatamente?

  ─ Só precisa saber que é muito ruim.

  ─ Muito ruim. ─ Lydia acrescentou depois de Dustin.

  ─ Ruim tipo o fim de toda a raça humana existente. ─ O Henderson continuou.

Robin havia um risco entre as sobrancelhas. ─ E vocês sabem disso como? ─ Eles chegavam na sala de comando novamente.

  ─ Steve… ─ A Sinclair chamava atenção do mais velho ─ Cadê seu amigo russo?

Lydia desviou o olhar pro chão. ─ Eu não quero ser pessimista novamente, mas acho que estamos encrencados. ─ A Hopper falou sentindo um frio passar por todo seu corpo.

Assim que Steve olhou para o chão, sirenes começaram a tocar e uma luz vermelha começou a piscar. O Harrington se aproximou da porta a abrindo um pouco e em seguida fechou com rapidez e olhou os amigos e a namorada.

  ─ Droga, vai, vai, vai! Corre! ─ Eles correram de volta para a parte superior em que estavam.

Abriram a outra porta, dando de cara com vários cientistas que trabalhavam ali, mas sequer ligaram. Só continuaram a correr o mais rápido que podiam.

  ─ Merda! ─ Lydia resmungou enquanto corria.

  ─ Corre, anda! Vai, vai! ─ Steve fechava a porta atrás deles.

Não levou muito tempo para que os guardas russos abrissem segurando armas e correndo atrás do grupo. Eles foram até o piso inferior onde havia uma grande máquina e um ruído alto, e passavam correndo com pressa. A Hopper naquele momento sequer lembrava que seu pé estava dando algumas pontadas de dor há minutos atrás. A menina só sabia pensar em correr e sentir a constante adrenalina que fazia seu coração bombear cada vez mais rápido. Dustin empurrava um cara russo com uma roupa estranha dando passagem para todo o resto. Mas eles chegaram no limite do local, onde havia apenas um abismo e embaixo provavelmente a morte.

  ─ Que droga, que droga! Que droga! ─ O mais novo resmungava constantemente.

  ─ Vamos sair daqui! ─ A loira apressava.

  ─ Que droga! Que droga! ─ O Henderson continuava a resmungar.

  ─ É o fim! É o nosso fim! ─ A Hopper tinha a respiração alta olhando a parte de baixo do abismo.

  ─ Anda, por aqui! ─ O Harrington chamou e puxou a mão da namorada enquanto voltavam a correr.

Steve descia uma escada que havia, enquanto empurrava mais um homem russo com uma roupa estranha e voltavam a correr rápido. Porém, mais russos vieram de outro local. O moreno apenas derrubou alguns barris em direção aos homens para os atrapalhar e voltou a correr. Eles entraram em uma sala que havia ali, provavelmente era o fim, porque a sala era sem saída alguma.

  ─ Vai, vai, vai! ─ O Harrington abriu a porta com tudo. ─ Steve fechou a porta com força em seguida e começou a segurar. ─ Robin! Lyd!

As mais velhas olhavam para Steve. ─ Hã? ─ Elas falaram em uníssono olhando para trás.

  ─ Que merda! ─ O Henderson ainda resmungava.

  ─ Me ajudem! Vem! ─ As meninas correram até a porta e começaram a fazer peso na mesma enquanto os menores saiam por um duto de ar.

  ─ Aqui! Anda logo! Depressa! ─ Erica apressava Dustin.

  ─ Vem logo! ─ O cacheado chamava, fazendo o casal fitar o mesmo.

  ─ Dustin, vai embora daqui!

  ─ Anda, vem pra cá!

  ─ Não dá tempo, Dustin! Vai logo! ─ A Hopper fazia o máximo de peso que conseguia contra a porta, enquanto sentia que aquilo iria abrir, e não iria demorar muito.

  ─ Fujam logo! Traz ajuda, entendeu? ─ Steve gritava para o mais novo.

  ─ Vai! ─ Lydia, Steve e Robin falavam em uníssono.

  ─ Eu não vou esquecer de vocês.

  ─ Vai logo! ─ Os três mais velhos gritavam juntos mais uma vez.

Quando Dustin entrou no duto de ar, o trio soltaram-se da porta. Os russos entraram com força fazendo eles caírem no chão, enquanto se aproximavam gritando e apontando todas as armas os fazendo levantarem a mão e observarem assustados.

A noite passou. Mais uma noite sem dormir direito. A Hopper estava lá, já havia levado alguns tapas no rosto que os russos haviam feito na jovem. E não adiantava quantas vezes a menina falasse e falasse… os russos continuavam achando que a garota dizia mentiras. Foi então que a levaram para uma outra sala onde ela acabou encontrando sua amiga e seu namorado.

Lydia tentava impedir. ─ Me larga! seu porco comunista nojento! Me larga!  ─ A Hopper se rebatia e tentava se travar no chão com seu all-star, mas sem efeitos já que os guardas tinham uma força superior a da menina.

  ─ Para, me larga! ─ Robin também chegava se rebatendo.

Eles jogaram os jovens no chão. A Hopper soltou alguns gemidos de dor ao cair e sentir o corpo dolorido por conta dos tapas anteriores. A mesma se recuperou do "tombo" e viu o namorado jogado, e logo se aproximou do rapaz.

  ─ Ei… amor. ─ A Hopper balançou ele com suas duas mãos já que estavam presas por algemas. Mas viu que o namorado não tinha reação. ─ Steve?

A Buckley também se aproximou. ─ Steve? Steve? ─ Ela o balançava junto da Hopper.

Lydia sentiu um desespero crescente. ─ Steve…!

A porta foi destrancada atrás dos três, as garotas fitaram um guarda velho que adentrava junto de mais dois que ficavam ao lado da porta, atrás do mais velho.

  ─ O que fizeram com ele? ─ A morena exasperou. ─ O que fizeram? ─ O russo mais velho deu um tapa no rosto da Hopper fazendo a menina se desequilibrar e soltar um gemido de dor.

  ─ Lyd! ─ A Buckley se aproximou da amiga e tentou ajudar. ─ Um dos guarda falou algumas coisas em russo apontando para as cadeiras, enquanto mais dois chegavam e os pegavam pelos braços.

  ─ Não encosta em mim. ─ A Buckley se rebatia.

  ─ Me solta! ─ A Hopper também se rebatia. ─ Steve!

  ─ Steve, acorda. Steve? ─ Robin falava em angústia. ─ Os russos os prendiam nas cadeiras um contra os outros, enquanto passavam uma espécie de cinta pelo abdômen dos três jovens.

  ─ Steve! ─ Lydia continuava em ânsia junto da amiga. O guarda mais velho se aproximou puxando o rosto do Harrington para cima. ─ Não encosta nele! ─ A Hopper exasperou mais uma vez. O russo mais velho estalou a língua fazendo som contínuo.

  ─ Steve? ─ Robin o chamou.

  ─ Steve. ─ A Hopper chamava também.

O guarda velho limpou as mãos tirando o pó e olhou para as duas jovens. ─ Acho que o amiguinho de vocês precisa de um médico. Lydia e Robin cerravam os dentes enquanto espremiam a boca e olhavam o guarda com um semblante de ódio. O velho parou na frente da morena. ─ Que bom! Nós temos o melhor de todos. ─ Ele se curvou na frente da Hopper enquanto se apoiava em seus joelhos e em seguida olhou para trás rindo e fazendo os outros guardas gargalharem junto.

No momento que ele virou o rosto novamente, Lydia apenas cuspiu no rosto do velho. ─ Vai se foder! ─ Ela cerrou os dentes com ódio novamente.

O homem limpou o rosto com um lenço que tirou do bolso da calça. ─ Você vai se arrepender disso. ─ O velho balançava a cabeça em negação e depois saía da sala seguido pelos outros guardas.

A Buckley via os guardas saírem. ─ Desgraçados! ─ Robin falou enquanto eles saíam. ─ Tira a gente daqui! ─ A loira começou a se debater de novo.

Lydia olhou em direção junto com a loira. ─ Desgraçados! Solta a gente! Soltem a gente! ─ Lydia exasperou junto da amiga. Eles fecharam a porta, e Lydia apenas deitou a cabeça para trás e soltou um suspiro longo. ─ Porcos comunistas! ─ A morena ainda gritava. ─ PORCOS COMUNISTAS!! ─ Ela soltou um grito maior e depois deitou a cabeça novamente, quase lacrimejando.

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