031 ━━ 𝐁𝐀𝐒𝐄 𝐒𝐄𝐂𝐑𝐄𝐓𝐀 𝐑𝐔𝐒𝐒𝐀
O elevador continuou caindo em alta velocidade. Em meio aquela tensão, os cinco jovens continuavam gritando. Lydia apenas apertava a mão do namorado com toda a força possível que a menina tinha no momento.
─ MERDA! MERDA! ─ Dustin gritava.
─ CARALHO! ─ A Hopper também gritava enquanto segurava com a mão livre a outra na prateleira ao lado para se equilibrar.
─ A GENTE TÁ CAINDO! TÁ CAINDO! ─ Steve gritou também, o rapaz devolvia o aperto da namorada na mesma intensidade.
─ NÃO ME DIGA, HARRINGTON! ─ A Buckley respondia ironicamente.
Dustin começou a espancar os botões no painel de controle. ─ POR QUE OS BOTÕES NÃO FUNCIONAM?
Erica se aproximou e começou a apertar junto. ─ APERTA O BOTÃO.
─ EU TÔ APERTANDO!
─ APERTA QUALQUER COISA, DUSTIN! SÓ APERTA QUALQUER COISA! ─ O Harrington ainda gritava compartilhando o pânico.
Após alguns segundos do elevador caindo, o mesmo estagnou com força fazendo o grupo desequilibrar e cair sobre o chão. Todos gemiam e arfavam de dor. Lydia cambaleava enquanto colocava suas mãos nas costas sentindo um breve estalar de dor.
─ Minha virilha! Caiu na minha virilha! ─ O Henderson reclamou.
─ Dustin? Tira de mim! ─ Steve falava das caixas que acabaram de cair sobre ele por conta do breque repentino.
─ Droga! ─ Dustin se aproximou tirando as caixas.
─ Eu não consigo me mexer.
─ Aí. ─ A Hopper tentou se ajeitar, mas ainda sentindo a dor a espetar pelas costas. A mesma se aproximou do namorado o ajudando a levantar.
─ Tá todo mundo bem? ─ A Buckley perguntou com uma mão sobre a cabeça e olhando os quatro.
─ Tirando o fato que eu acho que eu quebrei 30 costelas, estou bem. ─ A Hopper respondeu.
─ É, eu tô ótimo agora que sei que os russos não sabem fazer elevadores. ─ Steve exasperou e se aproximou do painel.
Robin se levantava e olhava para o amigo tentando abrir a porta. ─ Eu acho que já ficou bem claro hoje que os botões não funcionam.
O Harrington olhou para trás. ─ São botões! Têm que fazer alguma coisa. ─ O mesmo se virou e voltou a apertar sem parar.
─ É, mas só se nós tivéssemos um cartão. ─ Lydia respondeu.
─ Quê?
─ Ele tem uma tranca eletrônica. Olha alí. ─ A morena apontou para uma tranca que havia uma parte para por o cartão e se aproximou. ─ Não vai funcionar não tiver um cartão. Ou seja…
─ Estamos presos aqui. ─ Dustin completou.
─ É. ─ Steve apenas fechou a tampa do painel com raiva e olhou para os menores.
─ Só pra avisar pros quatro nerds, eu devia passar a noite de hoje na Tina. A Tina sempre me dá cobertura. Mas, se eu não chegar em casa pra festa do tio Jack amanhã, e a minha mãe saber que vocês quatro são responsáveis, ela vai caçar, um por um, e cortar suas gargantas. ─ Erica falava claramente irritada e olhando para cada um dos quatro presentes ali.
Lydia apenas suspirou e continuou em silêncio. Já, Steve se pronunciou irritado. ─ Garota, eu tô nem aí pra Tina! Nem pra festinha do tio Jack! ─ Ele exasperava. ─ A sua mãe não vai nos achar se estivermos mortos num elevador russo.
Erica apertava brevemente o olhar e suspirava.
─ Ei. ─ Dustin chamou atenção apontando para o teto. ─ E se a gente escalar?
Os cinco olharam em direção a uma parte do teto que parecia a espécie de uma portinha. O Harrington se apoiou sobre algumas caixas e se aproximou abrindo aquela portinha. Em seguida, Lydia, Dustin e Steve subiam e olhavam para cima, vendo que realmente não havia nenhum jeito de sair dali.
O casal bufou enquanto olhavam para cima vendo a altura que estavam. ─ Ainda tá querendo escalar? ─ Steve indagou dando um eco.
─ Impossível. Não tem saída. ─ Lydia falava levemente desanimada.
Os três desciam de volta. A Hopper apenas ficou com os braços cruzados e a mente vazia. Na sua mente nada vinha, nem um jeito. Estavam realmente sem recursos.
─ Eu avisei. Eu avisei. ─ Lydia começou andar de um lado ao outro.
Steve se aproximou pegando levemente no braço da namorada. ─ Se acalma, tá bom? Vamos achar um jeito.
Lydia o olhou e apenas ficou em silêncio. Ela sabia que a culpa não era de Steve, e nem estava brava ou algo do tipo. Mas, por conta do perigo em que se encontravam, isso fazia a mente da jovem deixar de ter um funcionamento normal e agir de forma impulsiva e ansiosa.
Enquanto Dustin e Erica dormiam, os três mais velhos passaram a madrugada em claro pensando um jeito de sair do local. Mas nada vinha na cabeça deles. Segundo seus relógios, o dia havia clareado e o Shopping possivelmente já estaria em seu costumeiro movimento. Ao Dustin acordar, o jovem ao notar que já seria de manhã se levantou e foi para a parte superior do elevador, onde começou a tentar qualquer tipo de comunicação com seu walkie-takie para que pudessem ajudar o grupo que estava preso.
─ Tem alguém na escuta? Temos um alerta vermelho. Repito: um alerta vermelho. Esse é um alerta vermelho. Alerta vermelho. Tem alguém na escuta? Somos crianças inocentes presas debaixo do Starcourt Mall. O exército vermelho se infiltrou em Hawkins, e se nos acharem, vão torturar e matar a gente.
Lydia apenas revirou os olhos enquanto ouvia o amigo tagarelar ainda em cima do espaço. ─ Alguém têm que subir lá e impedir que o Henderson gaste toda a pilha da única coisa que pode nos tirar daqui.
Steve levantou-se e olhou momentaneamente para a namorada que ficou sentada no chão. ─ Eu vou. ─ Ele se apoiou nas caixas que usavam de pézinho ─ Maneira um pouco nisso aí, ou vai acabar com toda a bateria.
Robin, Erica e Lydia continuaram na parte de baixo enquanto os garotos conversavam. Robin vasculhava algumas coisas, enquanto Erica mexia nas caixas, e Lydia ficava mexendo naquela porta tentando abrir de algum jeito, mesmo que à força.
─ Você sabe que isso não vai funcionar, né? ─ Robin falou olhando a Hopper.
─ Vai ter que dá. Não quero morrer presa em um elevador russo, onde se quer não vou ter um enterro decente, ou netos pra contar a merda que eu tô vivendo. ─ Lydia começou a bater sobre aquela porta de metal, mas sem surtir qualquer efeito. ─ Que merda! Essa porcaria se quer amassa. Eu tô começando a ficar louca.
Robin virou apenas a cabeça em direção a amiga. ─ Você é claustrofóbica?
A Hopper a olhou. ─ Não, mas eu vou começar a ser depois de passar a noite nesse inferno. ─ Logo a menina percebeu um pequeno líquido escorrendo pela parede. ─ Dá pra mirar pro outro lado, por favor? ─ Lydia e Robin enrugaram o nariz vendo o líquido que possivelmente era culpa de Steve. Um barulho de algo se batendo em um metal ecoou sobre o local. A Hopper virou a cabeça vendo Erica bater aquele líquido verde sobre uns barris de ferro. ─ Ei! Cuidado! ─ Lydia correu até a menina mais nova e Robin a acompanhou.
─ A gente nem sabe o que é isso. ─ A loira falou e tomou a cápsula da mão da Sinclair.
Erica apenas olhou para as mais velhas. ─ Exato. Pode ser útil.
─ Útil como? ─ Robin questionou.
─ Dá pra sobreviver aqui em baixo bastante tempo sem comida, mas se o corpo humano não tiver água, ele morre.
Robin havia o cenho franzido. Lydia apenas ergueu as sobrancelhas e olhou a mais nova. ─ Desculpa ser chata, mas isso aí não é água.
Ela franziu o olhar. ─ Não, mas é líquido, e, se eu tiver que beber essa merda aí ou morrer de sede, eu bebo. ─ Ela sorriu se jeito cínico.
Robin bufou e desviou o olhar. Um ruído de algo motorizado apareceu sobre o local. Foi o bastante pra a Hopper aproximar seu ouvido sobre a porta de metal. A mesma arregalou um pouco seus olhos e em seguida avisou as duas garotas.
─ Temos companhia. ─ Ela falou fazendo as amigas virarem em sua direção.
Lydia, Robin e Erica ficaram em silêncio. A pequena Sinclair, apontou com o olhar pra parte superior onde havia o teto. Elas então subiram um pouco às pressas e ao chegar viram Dustin e Steve que ainda conversavam.
─ Shh! ─ A Hopper fez um sinal com o indicador para que Steve e Dustin ficassem quietos.
Steve sem entender olhou a namorada. ─ Quê? O que foi? ─ Ele cochichou e se aproximou da mesma.
─ Companhia. Temos companhia.
─ Ai que merda. ─ Steve murmurou.
─ Dá pra o casal calar a boca por um instante? ─ Robin interrompia fazendo Steve revirar os olhos.
Após um tempo eles ouviram o barulho da porta de metal se abrir. A Hopper olhou em direção a cápsula verde e uma ideia se iluminou na cabeça da menina. Steve ficava no meio, onde havia uma parte com furos, o que facilitava a visão para entender o que estava acontecendo na parte inferior do local. O Harrington olhou para os quatro, usando seu dedo indicador em sua boca para indicar que o grupo permanecesse em silêncio. Lydia que estava ao lado do namorado, de forma sutil puxou levemente a manga da camisa do rapaz, fazendo o mesmo observar a namorada, e nisso, Lydia apontou seu dedo indicador para a cápsula com o líquido verde nas mãos de Erica para mostrar a ideia que havia tido em mente.
─ Por que não usar aquilo para travar a porta? ─ A Hopper sussurrou, e o Harrington assentiu com a cabeça. Após mais ou menos dois minutos, quando os russos saíram, Steve rapidamente colocou a cápsula abaixo da fresta da porta de metal fazendo que a mesma travasse e desse um espaço para passarem.
─ Anda, vem! ─ O Harrington falou apressando.
O grupo desceu às pressas. Dustin jogava sua mochila, Steve passava a mesma por baixo da porta. Em seguida, Lydia desceu também e deixou que os mais novos fossem na frente e após os mais novos as duas garotas passaram com pressa, e em seguida foi Steve, que após passar, Lydia o puxou com tudo para que não fosse esmagado. A mesma o abraçou com força ainda sobre o chão, enquanto todos suspiravam rápido com o susto. A cápsula se quebrou, fazendo aquele veneno verde se corroer sobre o chão.
─ Caramba! ─ O casal disse em uníssono e em seguida se levantaram ficando perto daquele ácido que soltava uma fumaça e corroía o chão.
Robin virou apenas o rosto para a Sinclair ─ Ainda quer beber isso?
A Sinclair apenas espremeu a boca e franziu os olhos enquanto olhava a loira de volta.
Dustin se virou. ─ Ai, eu não acredito nisso, gente… ─ A fala do Henderson fez que todos se virassem.
─ Meu Deus. ─ A Hopper arregalou um pouco seus olhos ao ver a imensidão do corredor.
Steve pegou a mão da namorada. ─ Olha… espero que vocês estejam em forma. ─ Ele bateu levemente sobre os ombros do Henderson ─ É pra você, hein, presuntinho! ─ Enquanto ele começou a andar ele foi puxando a namorada junto que o acompanhou. ─ Vamos, anda.
─ Por que eu? ─ Dustin murmurou, mas foi ignorado.
Já se faziam cerca de quase uma hora desde quando os cinco amigos começaram a andar por aquele vasto corredor.
─ Há quanto tempo mais ou menos estamos andando? ─ Lydia falava olhando para todos.
─ Acho que meia hora ou quase uma hora. ─ Steve respondeu. Ela suspirou com a resposta do namorado. A Hopper já podia sentir um pouco de seus pés começarem a ficar desconfortáveis. Com certeza andar por muito tempo não é o forte de Lydia.
─ A gente tem que admitir. É uma grande obra de engenharia. Achei impressionante. ─ Dustin puxou assunto depois de alguns instantes de silêncio.
Steve franziu o cenho olhando o menor. ─ Do que está falando? Imagina se pega fogo? Não tem escadas, não têm saídas, só tem um elevador que te prende no caminho pro inferno.
A Hopper olhou para o namorado. ─ Creio que eles não se importem muito com isso.
Erica olhava a morena e em seguida respondia para Steve. ─ São comunistas. Vocês pagam pessoas, eles dão um jeitinho.
Steve apenas franziu o cenho novamente enquanto olhava Erica, e sua namorada.
─ Pra ser justo com os camaradas russos, não acho que esse túnel foi feito pra andar. ─ A Buckley respondia. ─ Sério, pensa só. Desenvolveram o sistema perfeito de transportes de carga.
Dustin olhou brevemente para Robin ─ Chega tudo no shopping como uma entrega normal.
─ E tiram tudo dos caminhões sem ninguém perceber. ─ A Hopper completou.
─ Será que construíram o shopping só pra poderem transportar aquele veneno verde? ─ Steve indagou olhando a namorada.
─ Duvido muito que seja algo tão bobô quanto veneno. ─ O Henderson respondeu e olhou para o amigo. ─ Deve ser bem mais valioso, tipo Promécio. Coisa assim.
Robin e Lydia concordaram com a cabeça.
─ O que é Promécio? ─ Steve olhava sem entender.
Lydia olhou para o namorado. ─ É o que o pai de Victor Stone usou pra fazer os componentes biônicos do ciborgue.
─ Vocês são tão nerdões que me dá vontade de vomitar.
Steve olhou para Erica, discordando com a cabeça. ─ Não, não me junta com eles. Eu não sou nerd, tá bom?
Lydia riu com as falas do namorado e apertou a mão do mesmo. ─ Que idiota, Steve. Nem parece que já assistiu um filme do Star Wars comigo.
Steve apenas deu uma leve empurrada com seu quadril ─ E eu odiei o filme. Só assisti porque era seu aniversário. ─ Lydia apenas riu e depois ficou olhando o mesmo com um olhar meio abobado.
─ Que sensível, Harrington! Medo de perder pontos com uma menininha de dez anos? ─ Robin perguntou com sarcasmo.
Steve a olhou. ─ Não, só tô falando que não sei nada desse tal de Prometeu.
A Hopper deu um riso anasalado. ─ Promécio. ─ Lydia corrigiu.
─ Prometeu é uma figura da mitologia grega, mas não importa. A questão é: devem estar usando pra fazer alguma coisa. ─ Lydia concordou com a cabeça.
─ Ou carregar alguma coisa. ─ Robin acrescentou olhando Dustin.
─ Tipo uma arma nuclear.
─ Com certeza. ─ A Hopper assentiu.
─ Estamos indo pra uma arma nuclear. Que beleza! Vai ser um barato.
─ Eu avisei. ─ Lydia olhou namorado. ─ Avisei que era uma péssima ideia. ─ Steve revirou os olhos. Já era a décima vez no dia que a namorada falava a mesma frase.
─ Mas, se estão montando algo, por que aqui? ─ Robin questionou fazendo todos ficarem com a mesma curiosidade. ─ Gente, Hawkins! Sério, de tantos lugares. No melhor dos casos, aqui é uma pausa pro banheiro no caminho da Disneylândia.
Steve, Lydia e Dustin diminuíram os passos enquanto se entreolharam já com a mesma dúvida. Será que os russos descobriram sobre as coisas dos dois últimos anos e estão mexendo com isso?
─ Será que os russos sabem? ─ Dustin cochichou.
─ Daquilo? ─ Steve murmurou de volta.
─ Seria possível? Tipo… ─ Lydia murmurou olhando o namorado.
─ Acho que é possível sim. Pode ser. ─ Dustin respondia olhando para a amiga.
─ Então tá conectado? ─ Steve questionou.
─ Talvez.
─ Mas, como seria possível eles saberem? ─ A Hopper franziu a testa ainda em dúvida. ─ Tipo, eles estão na Russia.
O Harrington colocou uma das mãos na cintura. ─ Ela tem razão. Como?
Dustin deu de ombros. ─ Eu não sei, mas… é possível.
Lydia bufou. ─ Temos que falar com meu pai quando conseguirmos sair desse buraco.
Eles concordaram e ficaram em silêncio. Robin e Erica que andavam mais à frente se viraram para os três ao fundo.
─ Desculpa, vocês querem dividir alguma coisa com a turma?
Eles três se entreolharam. E no momento que iam abrir a boca para falarem, o rádio na bolsa da Sinclair começou a reproduzir o código em russo.
─ O rádio. ─ Eles disseram em uníssono.
Os três correram para perto das meninas, e por fim todos se agacharam sobre o chão.
Robin começou a repetir o código russo junto do rádio. ─ "Uma viagem pra China parece boa, se pisar com cautela." ─ Robin olhava para Steve e Lydia que estavam um ao lado do outro. ─ É o código.
─ O lugar de onde vem essa transmissão…
Robin olhou o mais novo. ─ Tá perto. E o que nós sabemos sobre o sinal…
─ É que chega na superfície.
Robin olhou para cima com um sorriso sem mostrar os dentes no rosto.
─ Vamo nessa. ─ Lydia pegou a mão do namorado novamente e o puxou.
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N/A:
Oii! Foi mal pela demora do capítulo de hoje. Ontem eu ainda estava jurando que era quinta feira e só cheguei em casa agora para revisar o capítulo e já postar
☆☆☆ Votinhos e coments sempre bem vindos! ♡
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