009 ━━ 𝐕𝐀𝐃𝐈𝐀 𝐖𝐇𝐄𝐄𝐋𝐄𝐑
A noite passou, ambos dormiram no quarto da Wheeler. A noite foi longa, nenhum dos três conseguiu dormir direito, não depois do que haviam presenciado na noite passada. Lydia se lembrava a cada momento daquele cervo, e na sua cabeça a cada momento martelava o pensamento do que poderia ter acontecido, o que poderia ter pego aquele cervo. No dia seguinte, Lydia acordou e se sentou sobre a cama de Nancy. Nancy lia uma espécie de livro e parecia atenta ao conteúdo. Lydia coçou seus olhos e bocejou brevemente enquanto lentamente a mesma começava a acordar totalmente.
─ Bom dia. ─ Lydia falava enquanto olhava para Nancy.
Nancy olhou brevemente para Lydia e logo em seguida voltou a prestar atenção no livro que lia. ─ Bom dia, Lyd. ─ Nancy respondia enquanto ficava atenta no livro.
─ Você dormiu a noite? ─ Lydia perguntava enquanto ainda olhava a amiga atenta com aquele livro.
─ Muito pouco. ─ Nancy respondia brevemente e sem olhar para Lyd.
─ Bom dia meninas. ─ Jonathan falava enquanto se sentava sobre o chão naquela espécie de colchão que o garoto havia montado. ─ Vocês dormiram?
─ Dormi bem mal. ─ Lydia respondia olhando o garoto.
─ Eu não dormi quase nada. Toda vez que eu fechava meus olhos, eu via aquela coisa. Onde eu tava, aquele... lugar. Eu acho que ele mora lá. Tave se alimentando lá. Se alimentando daquele cervo. Isso significa que, se... se o Will e a Bárbara... ─ Nancy dizia sem olhar para nenhum dos dois. Mas, ambos percebiam seu olhar triste ao pensar sobre Barb e Will.
Jonathan se aproximou de Lydia e Nancy sobre a cama e se sentou na beirada, bem ao lado de Nancy. ─ Olha, a minha mãe disse que ela falou com o Will. Se ele tá vivo, tem uma chance da Barbara estar também.
Lydia também se aproximou dos amigos e tentou reconfortar Nancy. ─ É. O Jonathan tem razão. Eu tava com ele quando a Joyce disse sobre o Will. A Barbara deve estar bem. ─ Lydia dizia tocando o ombro da Wheeler.
─ Quer dizer que ela tá presa. Naquele lugar. ─ Nancy exasperava enquanto respondia a amiga olhando em direção da mesma e em seguida de Jonathan.
Jonathan e Lydia apenas ficaram em silêncio enquanto olhavam para a Wheeler.
─ Temos que encontrá-lo de novo. ─ Nancy dizia com determinação enquanto olhava Lydia e Jonathan.
─ Você quer que a gente volte lá? ─ Lydia perguntava enquanro olhava de volta para a amiga.
─ Talvez a gente não precise voltar lá. ─ Nancy dizia enquanto desviava seu olhar. ─ Ele tava se alimentando daquele cervo, isso quer dizer que é um predador, né? E parece caçar á noite, como um leão ou um coiote. Mas ele não caça em bandos, como eles. Ele... tá sempre sozinho, como... como um urso. E lembram na casa do Steve, quando a Barbara se cortou.
Ambos concordaram com a cabeça enquanto olhavam para Nancy. Lydia começava a entender a linha de raciocínio da garota.
─ Aí, ontem á noite, o cervo...
─ Tava sangrando. ─ Lydia completou a frase de Nancy.
Nancy concordou com a cabeça enquanto olhava Lydia. Ela pegou o livro que antes estava concentrada e começou a mostrar para ambos. Lydia se aproximou mais da beirada ao lado de ambos.
─ Olha. ─ Nancy dizia enquanto folheava algumas páginas do livro. ─ Tubarões detectam sangue diluído em uma parte por milhão, isso é uma gota de sangue em um milhão, e sentem o cheiro a 400m de distância.
─ Tá dizendo que ele consegue detectar o sangue? ─ Jonathan perguntou á Nancy enquanto olhava para o livro.
─ É só uma teoria. ─ Nancy respondia enquanto virava seu olhar para Jonathan.
─ Uma teoria muito boa. Temos uma base agora. ─ Lydia dizia enquanto pegava o livro e lia algumas coisas.
─ Podíamos testar. O que acham? ─ Jonathan disse olhando de volta para Nancy.
─ Sinceramente? Eu acho uma péssima ideia. Mas a gente tem que salvar a Barb e o Will. Então eu tô dentro. ─ Lydia respondeu olhando para Jonathan e Nancy.
Nancy concordou com a cabeça enquanto olhava para Lydia. Ela se levantou e pegou seu casaco que estava sobre o chão.
─ Mas, se funcionar...
─ Aí vamos saber que ele tá chegando. ─ Nancy completava as palavras de Jonathan.
Logo um barulho da maçaneta chacoalhando foi ouvida, era a mãe de Nancy. Ambos os três tomaram um susto, Lydia olhou em direção a porta em silêncio e logo em seguida olhou para Jonathan e Nancy que agarraram suas mãos.
─ Estão acordadas? ─ Karen perguntava através da porta.
Nancy suspirava de alívio ao perceber que a porta tava trancada. A menina desviou seu olhar para Lydia, já imaginando que foi a menina que fez aquele favor. Lydia deu uma piscadela para Nancy enquanto a mesma respondia para sua mãe.
─ Sim! É... Eu tô me vestindo.
─ Eu fiz panqueca de mirtilo.
─ Okay, nós descemos em um minuto.
Logo a mãe de Nancy concordou e foi embora do local. Nancy suspirou em alívio e logo soltou a mão de Jonathan. Lydia olhava a situação com as sobrancelhas levemente arqueadas, achou fofo aquela relação de ambos, principalmente quando ficaram envergonhados ao perceber que estavam de mãos dadas.
─ Sua mãe não bate? ─ Jonathan indagou ironicamenre rindo brevemente enquanto olhava para a Wheeler.
Nancy riu de volta enquanto olhava de volta para o amigo.
─ Desculpe por isso, Nancy, mas vocês tem um climinha. ─ Lydia falava enquanto se aproximava de ambos após vestir sua jaqueta vermelha. A garota calçou seu all star vermelhos.
Naquele momento Nancy e Jonathan se entreolharam com um olhar estranho e juntos discordaram da menina. Lydia apenas riu consigo mesmo e concordou.
─ Tá, tá. ─ Lydia deu de ombros e foi em direção á janela, e se sentou em uma cadeira que havia ao lado.
─ Então, a gente vai onde? ─ Nancy perguntava. ─ Quer dizer, não dá pra gente ir atrás daquela coisa sem um bom plano e armas necessárias.
─ Tem uma loja de armas no centro, talvez pudéssemos ir lá. ─ Jonathan respondia para a amiga.
Lydia concordou com a cabeça e abriu a janela do quarto de Nancy. Jonathan e Nancy olharam para Lydia sem entender as ações da mesma. A menina se virou para o lado de fora e olhou para a amiga.
─ O que vai fazer? ─ Nancy indagava estranhando as ações da Hopper.
─ Esperar você lá em baixo. E o Jonathan deveria vir junto pra você se trocar. ─ A Hopper respondia apontando para Jonathan.
Jonathan concordou com a cabeça enquanto ia em direção á janela. Nancy concordou com a cabeça. Jonathan e Lydia desceram a janela tentando fazer o mínimo de barulho possível.
...
Jonathan dirigiu com as amigas até o centro da cidade, juntos os três foram em uma loja de armas que havia lá. Era uma loja pequena, mas tinha o que os três iriam precisar. Ambos se separaram em sessões, Lydia ficou na sessão de pegar as gasolinas e armadilhas de urso. Nancy pegava alguns pregos, martelos e machadinhas. E Jonathan cuidava dos equipamentos de luz. Após um breve tempo, os três se encontraram no caixa. Lydia segurava as coisas em um cestinho e as colocava fora. Claramente o senhor que trabalhava ali, estranhou aquilo tudo e os olhou com as sobrancelhas arqueadas, tentando entender o porquê de tantas coisas armadilhas e fogo. Jonathan e Nancy olhavam de volta pro homem em silêncio enquanto Lydia terminava de por os objetos sobre a bancada.
─ Eu quero quatro caixas das de 38. ─ Jonathan falava olhando para o senhor.
Lydia após terminar de por as coisas na bancada, olhou para o senhor junto dos amigos. O homem em silêncio apenas se virou e pegou as caixas de balas de 38 que Jonathan havia pedido.
─ O que vocês vão fazer com tudo isso? ─ O senhor indagou olhando para os três jovens.
Naquele momento, nenhum dos três haviam uma resposta, se entreolharam em silêncio, até que o silêncio foi quebrado por Nancy.
─ Caçar monstros. ─ Nancy respondeu com sinceridade olhando para o senhor.
O senhor nem disse nada, apenas concordou com a cabeça e começou a passar os objetos em silêncio.
Lydia ficou olhando de canto para a amiga em silêncio enquanto aguardava o senhor terminar de passar os objetos. E após terminar, ambos dividiram o preço, colocaram em uma caixa e levaram para o carro de Jonathan.
─ "Caçar monstros.", Você disse com uma sinceridade que até assusta. ─ Lydia dizia enquanto colocava a caixa com armadilhas em cima do carro de Jonathan.
Nancy dava uma breve risadinha. E Jonathan se aproximava do porta-malas e abria para que ambos guardassem as coisas que acabaram de comprar na loja.
─ Semana passada... eu tava comprando uma camiseta nova que achei que o Steve fosse gostar. A Barbara e eu perdemos um tempão nisso. Parecia coisa de vida ou morte, sabe? E agora...
─ Você tá comprando armadilhas de urso, com Jonathan Byers e Lydia Hopper. ─ Jonathan completava as palavras de Nancy enquanto fechava o porta-malas de seu carro.
─ É. ─ Nancy respondia enquanto olhava para a frente pensativa.
─ Tá, mas o que é mais estranho? Nós ou as armadilhas de urso? ─ Lydia perguntou enquanto olhava a amiga.
Nancy olhou para a amiga e deu uma risada anasalada. ─ Vocês. Com certeza vocês.
Jonathan também soltou uma risada breve ao ouvir as palavras que a Wheeler tinha dito. Os três ficaram em silêncio e iam entrar no carro, mas antes o silêncio foi quebrado por uma buzina de um carro que passou perto deles. Era um menino da sala de Lydia e Nancy.
─ Aí, Nancy. Tô doido pra ver seu filme. ─ O garoto do carro passava debochando e rindo.
Nancy olhava para o carro sem entender e ficava encarando. Lydia também ficava em silêncio ouvindo.
─ O que foi isso? ─ Jonathan perguntava olhando para o carro sem entender.
─ Eu não sei. ─ Nancy respondia olhando de volta pro carro.
Nancy se virou e começou a olhar em direção ao centro da cidade. Jonathan e Lydia olhavam de volta para a menina sem entender o que ela estava fazendo. Sem falar nada Nancy começou a andar rapidamente até o centro da cidade, e ambos os amigos começaram a seguir sem entender o que acontecia.
─ O quê deu nela? ─ Lydia perguntava olhando a reação da amiga.
Jonathan deu de ombros como resposta e sem entender. Os três seguiam a Wheeler em direção ao centro. Ao chegar no centro, Nancy começou a correr em direção ao cinema. Lydia e Jonathan acompanhavam a menina que corria com algumas lágrimas em seus olhos.
─ Nancy, espera. ─ Jonathan falava enquanto corria até a amiga.
─ Nancy! ─ Lydia tentava chamar atenção da amiga.
Nancy ignorava ambos os amigos e continuava correndo até em direção ao cinema, e ao chegar, no letreiro do cinema havia escrito "estreando a vadia da Nancy Wheeler.". Nancy apenas ficou de boca aberta olhando aquelas palavras. Jonathan e Lydia pararam ao lado de Nancy, surpresos com o que haviam escrito.
─ Ah, meu Deus. ─ Jonathan falava surpreso olhando o letreiro.
Nancy claramente segurava as lágrimas. Todos que passavam ali pelo centro olhavam em direção ao grupo. Lydia se aproximou da amiga enquanto olhava para o letreiro também. Uma risada conhecida foi ouvida pelo grupo, era a risada de Tommy. Lydia expremeu seus lábios e fechou seus olhos brevemente segurando uma raiva interna que a menina sentia pela o rapaz. Nancy não se conteu e andou em direção ao beco que havia o grupo de jovens, pichando e zoando com o nome de Jonathan. Lydia e Jonathan andavam logo atrás de Nancy até o beco onde o grupinho estava.
─ Ah, e aí, princesinha? ─ Carola falava zombando de Nancy.
─ Ih... ela tá cheteadinha. ─ Tommy zombava junto de Carol.
Nancy ignorou as palavras de Tommy e Carol e apenas se aproximou de Steve, o olhou nos olhos e deu um tapa em seu rosto e fazendo todos ali ficarem surpresos. Steve olhou de volta para Nancy a fuzilando com o olhar.
─ Qual é o seu problema? ─ Nancy indagava exasperando enquanto olhava para Harrigton.
─ Qual é o meu problema? Qual é o seu problema? Eu tava preocupado com você. Eu tava mesmo preocupado com você. ─ Steve respondia Nancy com raiva.
─ Peraí, do que você tá falando? ─ Nancy perguntava sem entender enquanto olhava Steve.
─ Eu não mentiria, se fosse você. Você não quer ficar conhecida como a vadia mentirosa, não é? ─ Carol se intrometia respondendo para a Wheeler.
Jonathan se aproximava de Nancy e Lydia.
─ Falando do diabo... ─ Tommy falava enquanto olhava para Jonathan.
Nancy se virou para trás brevemente enquanto olhava para os amigos. ─ Você passou lá ontem á noite?
─ Din din din! Ela vai ganhar um prêmio? ─ Carol zombava mais uma vez de Nancy.
─ Olha só, eu não sei o que você viu, mas não é o que parece. ─ Nancy falava olhando para Steve.
─ O quê? Só deixou ele entrar no seu quarto... pra estudar? ─ Steve indagava ironicamente enquanto olhava para Jonathan.
─ Pra mais uma sessão de fotos pervertidas. ─ Tommy falava rindo e zombando.
─ Nós só estávamos...
─ Só estavam o quê? Termina a frase. ─ Steve perguntava fuzilando Nancy com o olhar.
Nancy apenas ficou em silêncio.
─ Vai pro inferno, Nancy. ─ Steve dizia e se virava em seguida.
Nancy apenas olhava para Steve, com lágrimas em seus olhos e ficava em silêncio. Lydia se aproximou da amiga e a puxou pelo braço.
─ Vem, Nancy, vamos embora. ─ Lydia falava enquanto puxava a mesma em sua direção. ─ Deixa esse tonto e os amiguinhos dele serem chorumes sozinhos.
─ E quer saber, Byers? Eu tô impressionado. Sempre achei que fosse só um boiola, mas imagino que seja só um fudido, como seu pai. ─ Steve provocava Jonathan o dando leve empurradinhas.
Lydia se virou para trás ao ouvir as provocações de Steve e ficou olhando para o amigo.
─ Jonathan, não ouve ele. ─ Lydia falava enquanto puxava o mesmo.
─ Ah, é. Aquela casa é cheia de malucos. Acho que não devia ficar surpreso. ─ Steve continuava a provocar Jonathan.
─ Jonathan. ─ Nancy falava enquanto olhava para o mesmo.
─ Um bando de malucos. Sua mãe? Eu não ficaria surpreso com que aconteceu com seu irmão. Sinto muito. ─ Steve continuava com tons de provocações dando empurrões em Jonathan.
─ Steve, cala a boca! ─ Lydia exasperava olhando para o Harrigton.
─ Essa família é uma desgraça pra toda...
Antes que Steve terminasse de falar, Jonathan se virou para trás e deu um soco em Steve, fazendo o mesmo cair para trás. Todos ficaram surpresos com a reação de Jonathan. Steve se levantou com as mãos em seu nariz e partiu para cima de Jonathan. Os dois começaram a brigar. Um socava o outro, enquanto Lydia e Nancy se aproximavam para tentar separar os dois.
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