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𝟢𝟥𝟪. 𝘎𝘶𝘪𝘭𝘵𝘺 𝘢𝘴 𝘚𝘪𝘯


Bucky Barnes entrou na sala onde Tyler estava preso, o louro tinha a boca e o nariz machucados, mas arqueou uma sobrancelha ao olhar em direção ao moreno.

— Sem gracinhas. — Barnes disse, se aproximando lentamente enquanto tentava reprimir toda raiva que sentia daquele homem. — Eu quero que você me diga tudo sobre aquela base da HYDRA. Quem é o líder, quantas pessoas, quantas bases.

— Não vou dizer. — Tyler sorriu, aparentando estar cansado, mas não disposto a revelar a verdade.

James chegou ainda mais perto, inclinando-se para frente até estar a poucos centímetros de Tyler, os olhos azuis fixos nos dele.

— Eu não estou pedindo, Tyler. — O Barnes ameaçou com a voz baixa.

— Você acha que me intimidar vai funcionar? Eu já lidei com coisas muito piores que você, Soldado Invernal. — Ele deu ênfase ao antigo codinome de Bucky, como se quisesse provocar uma reação.

Bucky cerrou os punhos, mas manteve a postura rígida. Ele sabia que ceder à raiva só daria a Tyler mais poder sobre ele. Ele precisava de controle, precisava de respostas.

— Certo. — Bucky murmurou, se afastando e dando as costas, como se estivesse desistindo. Ele caminhou até a parede oposta e apoiou as mãos nela, respirando fundo, enquanto Tyler observava com curiosidade.  

— Vai desistir tão fácil assim? — Tyler zombou. — Achei que o Soldado Invernal era mais durão. Você pode tentar justificar sua moralidade o quanto quiser, Barnes. Mas, no fim do dia, você é como eu.

O soco veio rápido, antes que Bucky pudesse se controlar completamente. Ele acertou Tyler na mandíbula com força suficiente para fazer o homem inclinar a cabeça para o lado, cuspindo sangue.

— Você acha que bater em mim vai me fazer falar? Boa sorte. — Ele zombou.

— Não, eu sei que não vai. — Ele disse calmamente, cruzando os braços. — Mas eu não preciso que você fale. Os caras lá fora são ótimos com tecnologia. — Ele se inclinou levemente para frente, sua voz carregada de frieza. — E eles são excelentes em arrancar informações sem precisar de palavras.

O sorriso de Tyler vacilou por um breve momento, e Barnes percebeu.

— Sabe, Barnes, vocês dois realmente formam um par perfeito. — Ele disse, a voz carregada de sarcasmo. — A vadia da Sala Vermelha e o cãozinho da HYDRA. Um casal de monstros feitos sob encomenda.

As palavras atingiram Bucky como uma facada, mas foi a palavra "vadia" que acendeu algo selvagem dentro dele.

Por um momento, o silêncio na sala era ensurdecedor. Então, em um movimento rápido e brutal, Bucky atravessou a distância que os separava, agarrando Tyler pela gola da camisa e o empurrando com força contra a cadeira.

Tyler tentou soltar outra provocação, mas não teve tempo. O punho de Bucky já havia atingido seu rosto com força, utilizando seu punho de vibranio, seguido por outro golpe, e depois outro.

A cadeira de metal rangendo sob o peso dos ataques. O rosto de Tyler começou a inchar ainda mais, o sangue escorrendo de cortes novos que se abriam a cada soco.

Do lado de fora, os guardas que monitoravam a sala pelas câmeras entraram em ação. A porta se abriu com um estrondo, e dois homens uniformizados entraram correndo.

— Barnes, pare! — Um deles gritou, tentando agarrar o braço de Bucky, mas ele estava fora de controle.

Bucky empurrou um dos guardas para longe, ainda concentrado em Tyler, cuja cabeça agora pendia para o lado.

— Eu vou te mostrar o que acontece quando você fala dela assim! — Bucky rosnou, prestes a desferir mais um golpe, mas foi puxado para trás com força pelos guardas.

Mesmo enquanto era contido, ele lutava contra o aperto dos homens, o olhar fixo em Tyler como se fosse um predador pronto para atacar novamente.

— Já chega, Barnes! — Um dos guardas gritou, enquanto outro se posicionava entre ele e Tyler, que agora tossia sangue, mal conseguindo manter a cabeça erguida.

James parou finalmente de lutar, os ombros subindo e descendo enquanto ele tentava recuperar o fôlego. Sua respiração era pesada, os punhos ainda cerrados e manchados de sangue.

— Você está fora de controle. Vamos precisar te retirar daqui.

Bucky se deixou ser levado, mas não sem lançar um último olhar mortal para Tyler. Ele não precisava dizer mais nada; a mensagem já estava clara. Sobre a HYDRA, ele teria que deixar a ONU resolver, principalmente agora que tinha outras prioridades.

A nave cortava os céus, um zumbido baixo preenchendo o silêncio enquanto Bucky se mantinha sentado em um dos cantos, a cabeça baixa, os braços apoiados nos joelhos.

O reflexo de suas mãos ainda manchadas de sangue era visível na pequena superfície metálica próxima a ele. Ele havia lavado o sangue, mas parecia que ainda estava ali, impregnado em sua pele, como as memórias que nunca o deixavam.

Ele fechou os olhos por um instante, tentando afastar a raiva e a culpa que queimavam dentro dele.

A cena se repetia em sua cabeça como um filme: os golpes, o som de algo quebrando sob o impacto de seu punho e o olhar de horror dos guardas enquanto o puxavam para longe. Ele havia perdido o controle, exatamente como sempre temia.

Não importava o quanto lutasse para ser mais do que a arma que um dia foi, parecia que a violência estava em seu sangue.

E depois, as palavras de Tyler ecoaram em sua mente. Ele podia lidar com os insultos dirigidos a ele, mas a forma como aquele desgraçado havia falado de Theressa... Não. Isso era imperdoável.

Ela era forte, muito mais do que ele jamais seria, mas isso não apagava tudo o que ela havia enfrentado. A Sala Vermelha, os abusos, a manipulação... ela carregava um peso que ninguém deveria carregar.

Mas isso não mudava o fato de que ele não a merecia. E mesmo assim, estava indo até ela agora.

Bucky abriu os olhos e encarou o horizonte além da janela da nave, onde as estrelas começavam a aparecer. Ele sabia que não era digno dela.

E mesmo assim, algo dentro dele não conseguia aceitar que alguém falasse dela daquela forma. Não depois de tudo que ela passou, de tudo que ela sobreviveu. Ele tinha que protegê-la, mesmo que isso significasse se perder no processo.

A nave pousou suavemente em Wakanda, o familiar som dos motores diminuindo até o silêncio absoluto.

James observou enquanto a rampa se abria, revelando o céu estrelado da nação. Ele respirou fundo, tentando se preparar para o que viria a seguir. Theressa já estava lá, sendo tratada por Shuri. Ele sabia que ela estava em boas mãos, mas isso não aliviava a culpa esmagadora que o consumia.

Assim que desceu, foi recebido por Okoye, que o saudou com um breve aceno de cabeça.

— Barnes. — Ela o chamou, o apelido carregando um toque de familiaridade, quase de camaradagem. — Eles estão esperando por você.

O homem apenas assentiu, murmurando um agradecimento antes de seguir em direção à entrada.

O lugar exalava força e segurança, algo que ele raramente sentia em qualquer outro lugar. Ainda assim, mesmo sob o olhar respeitoso dos guerreiros e cientistas que cruzavam seu caminho, ele se sentia pequeno, indigno.

Bucky não conseguia parar de pensar em Theressa, em como deveria ter feito isso antes. Ele sempre soube do programa na mente dela, dos mesmos gatilhos que uma vez o transformaram no Soldado Invernal.

James sentia que  podia ter evitado que ela carregasse aquele peso por tanto tempo. Mas não, ele hesitou. Ele foi um idiota. E, agora, se algo acontecesse com ela, ele nunca se perdoaria.

Respirando fundo, Bucky empurrou a porta do laboratório e entrou. O espaço estava iluminado por tons suaves de azul e branco, as máquinas futurísticas de Wakanda emitindo um som ritmado e tranquilizador. No centro do ambiente, Shuri estava concentrada em um painel holográfico, os olhos analisando cada detalhe com precisão clínica.

Shuri olhou por cima do ombro quando ouviu seus passos e sorriu levemente ao vê-lo.

— Você veio rápido.

— Como ela está? — ele perguntou, a preocupação evidente na voz.

— O procedimento foi um sucesso, Barnes. Consegui apagar os comandos principais da Sala Vermelha. Theressa está em observação agora, mas precisamos testá-la novamente para ter certeza de que nada foi deixado para trás. — Shuri virou-se completamente para ele, cruzando os braços enquanto falava.

Bucky sentiu os ombros relaxarem um pouco com a notícia. Não era uma garantia completa, mas era mais do que ele podia esperar.

— Então... ela está bem? — insistiu ele, como se precisasse ouvir isso mais uma vez.

Shuri sorriu, um sorriso paciente que o tranquilizou um pouco mais.

— Ela está bem. Está descansando agora. O corpo dela passou por muito, e precisamos ter cuidado. Mas, até agora, tudo indica que ela está livre.

Livre. A palavra ressoou na mente dele, um peso que ele nem sabia que estava carregando, começando finalmente a aliviar. Mas ainda havia um nó apertado no peito.

— Eu devia ter trazido ela aqui antes — murmurou ele, mais para si mesmo do que para Shuri. — Eu sabia do que estava na cabeça dela, e ainda assim...

A princesa de Wakanda colocou uma mão leve no braço dele, interrompendo sua linha de pensamento autodepreciativa.

— Você fez o que podia, Barnes.

James assentiu, embora a culpa ainda estivesse ali, à espreita. Ele olhou na direção da sala onde Theressa estava sendo monitorada, os olhos suavizando ao pensar nela.

— Posso vê-la?

— Claro, mas ela está sedada. Ainda precisamos manter o corpo dela em repouso enquanto se recupera. — Shuri fez uma pausa antes de acrescentar: — Dê a ela o mesmo que você recebeu aqui: tempo.

O moreno sabia que Shuri estava certa, mas isso não tornava mais fácil esperar. Com um aceno de agradecimento, Bucky caminhou em direção ao quarto onde Theressa estava, a determinação em seus passos misturada com esperança e arrependimento. Ele só queria vê-la, mesmo que por um momento, e prometer a si mesmo que nunca mais falharia com ela.

Bucky entrou no quarto onde Theressa estava deitada. A luz suave dos monitores iluminava o ambiente, tornando o espaço mais acolhedor do que ele imaginava. Lá estava ela, respirando de forma calma e regular, os cabelos espalhados pelo travesseiro. Ela parecia tão vulnerável que Barnes sentiu um aperto no coração.

O homem se aproximou lentamente, como se temesse acordá-la. Sentou-se na cadeira ao lado da cama e observou o rosto dela. Havia algo profundamente pacífico em vê-la assim, livre, mesmo que momentaneamente, do peso que carregava.

— Eu sou um idiota, você sabe disso, não é? — murmurou ele, mais para si mesmo do que para ela. — Mas eu prometo que você vai ficar bem.

De repente, ela se mexeu, um gemido suave escapando de seus lábios. Os olhos dela se abriram lentamente, ainda pesados pelo sedativo. Ela piscou algumas vezes, os olhos focando nele com dificuldade.

— James? — a voz saiu rouca, mas imediatamente reconhecível.

— Ei, estou aqui — ele disse suavemente, inclinando-se um pouco mais para perto.

Ela piscou novamente, a cabeça tombando de lado enquanto um sorriso bobo se espalhava por seu rosto.

— Você... você está tão bonito hoje... — murmurou, as palavras saindo um pouco arrastadas.

Bucky arqueou uma sobrancelha, surpreso, mas não conseguiu evitar um pequeno sorriso.

— É o sedativo — respondeu, tentando não rir.

— Não... não... — ela insistiu, apontando vagamente na direção dele. — Você tem esses olhos... meio... sabe? Olhos de cachorrinho triste. Mas eu gosto... eles combinam com você.

O moreno esfregou o rosto com uma mão, balançando a cabeça enquanto tentava manter a compostura.

— Theressa, acho que você ainda está um pouco... fora de si.

— Eu? Fora de mim? — Ela riu, um som leve e desajeitado. — Não, eu estou ótima. Quer saber de uma coisa, Bucky Barnes? Você beija tão bem.

— É mesmo? — perguntou, tentando não parecer afetado enquanto o canto de sua boca se curvava em um sorriso.

— Uhum. — Ela acenou com a cabeça enfaticamente, mas o movimento a fez parecer zonza. — E... e você tem um cheiro bom também. Tipo... lenha e café.

— Lenha e café? — Ele cruzou os braços, tentando manter um tom sério, mas seus olhos brilhavam de diversão.

— É. — Ela bocejou, fechando os olhos novamente. — Você devia engarrafar isso... vender. Eu compraria.

Barnes não conseguiu segurar o riso dessa vez, um som baixo e sincero que ecoou pela sala.

— Acho que você precisa descansar mais um pouco.

— Não... não vai embora... — ela murmurou, a voz começando a enfraquecer. — Você é bom... bom de ter por perto, Bucky.

Ele segurou a mão dela com cuidado, a expressão suavizando.

— Não vou a lugar nenhum, Theressa. Prometo.

Thessa soltou um suspiro longo, relaxando novamente enquanto o sedativo a puxava de volta para o sono. Ele continuou ali, segurando a mão dela, sentindo uma pontada de esperança misturada com alívio.

O sedativo de Wakanda parecia ser forte, para deixar até mesmo Theressa naquele estado. 

Horas depois, Bucky retornava ao quarto de Theressa após uma breve pausa. Ele precisava de um momento para respirar, lavar o rosto e organizar os pensamentos.

Quando entrou, encontrou a cena que o fez parar na porta: Theressa estava sentada na cama, agora completamente consciente, conversando com Shuri.

Ela gesticulava levemente enquanto falava, parecendo animada, apesar da palidez. Shuri tinha um sorriso nos lábios, ouvindo com atenção antes de responder algo que arrancou uma risada baixa de Theressa.

Bucky encostou-se à parede próxima, cruzando os braços, e decidiu esperar pacientemente até que a princesa de Wakanda terminasse sua conversa. Não queria interromper o momento.

Poucos minutos depois, Shuri se levantou. Ao passar por ele, lançou-lhe um olhar malicioso e sussurrou:

— Ela está bem. Agora é com você, Lobo Branco.

Barnes apenas assentiu e entrou no quarto, encontrando Theressa observando-o com um olhar mais sóbrio e calmo do que o de horas antes.

— Como você está se sentindo? — ele perguntou, se aproximando devagar.

— Melhor. Muito melhor. — Ela inclinou a cabeça, analisando-o por um momento antes de soltar uma risada leve. — Você ficou o tempo todo aqui?

— Quase todo. Precisava garantir que você estava bem.

Thessa ficou em silêncio por um momento, olhando para as próprias mãos. Quando finalmente levantou o olhar, havia um peso em sua expressão.

— Eles... machucaram você? — Bucky perguntou com cautela, o tom de voz baixo e carregado de preocupação.

Ela soltou uma risada seca, balançando a cabeça.

— Não. Na verdade, eu que machuquei você.

Ele piscou, confuso por um segundo, até que a compreensão caiu sobre ele.

— Theressa... — ele começou, mas ela o interrompeu.

— Eu me lembro, Bucky. — Ela o interrompeu, a voz um pouco rouca. — Eu fui enviada para te caçar... E não peguei leve, não é?. — Ela fechou os olhos por um momento, respirando fundo antes de continuar. — Eu não conseguia parar. E você não revidou.

— Não precisava. — Ele deu de ombros, aproximando-se mais. — Você bate fraco.

Ela o olhou incrédula, os olhos arregalados.

— O quê?

— É sério. — Ele deu um sorriso provocador, o tom de brincadeira e  flerte evidente. — Quer dizer, eu gosto do esforço, mas... esperava mais de você.

Ela riu, descrente.

— Isso é mentira, Barnes. Eu lembro de você ficando quase inconsciente da última vez.

— Quase. — Ele apontou, com um sorriso ainda maior. — E só porque eu deixei. Mas quando você mordeu minha boca... — ele fechou os olhos, ainda tentando brincar com ela para manter o clima leve. — Aquilo sim foi excitante.

Ela balançou a cabeça, uma risada escapando antes que ela pudesse evitar.

— Você é impossível.

— E você está bem. — Ele relaxou os ombros, aliviado. — Isso é tudo que importa.

Theressa o olhou por um momento mais longo, a gratidão clara em seus olhos, mas ela escolheu não responder diretamente. Em vez disso, apenas assentiu, deixando o silêncio confortável preencher o espaço entre eles.

James observou Theressa em silêncio por um momento, como se tentando absorver cada detalhe dela agora que estava bem. Ele se aproximou, sentando-se na beira da cama.

Com cuidado, estendeu a mão e acariciou de leve o rosto dela, o polegar traçando suavemente sua bochecha.

— Sinto muito pela última conversa que tivemos. — Sua voz era baixa, quase um sussurro. — Eu nunca quis te deixar desconfortável.

Theressa ergueu os olhos para ele, surpresa pela súbita menção àquele momento. Ela levou um segundo para responder, mas balançou a cabeça devagar.

— Está tudo bem, Bucky. De verdade.

— Não pareceu tudo bem. — Ele inclinou a cabeça, a preocupação clara em sua expressão. — Eu não queria trazer algo que...

Thessa interrompeu, segurando sua mão suavemente contra o rosto dela.

— Não é isso, James. — Ela suspirou, hesitando antes de continuar. — Eu devia ter sido honesta com você desde o começo.

— Honesta sobre o quê? — Ele franziu o cenho, evidentemente confuso.

Kuznetsov desviou o olhar, seus dedos ainda segurando a mão dele. Era como se estivesse tentando encontrar as palavras certas, ou a coragem para dizê-las.

— Na Sala Vermelha... — Ela começou, a voz trêmula, mas determinada. — As Viúvas Negras... eram esterilizadas. — Ela tentou soar clara, ainda que estivesse incomodada.

O choque atravessou o rosto de Bucky como uma rajada de vento. Ele abriu a boca para dizer algo, mas nada saiu.

— Eles... tiravam isso de nós. — Theressa continuou, seus olhos agora brilhando com lágrimas que ela claramente se recusava a deixar cair. — Para que não tivéssemos distrações. Para que nunca tivéssemos nada que nos prendesse ou nos desse uma razão para lutar por nós mesmas.

O moreno sentiu o peito apertar, um misto de raiva e tristeza dominando seus pensamentos. Ele apertou a mão dela com mais firmeza, como se quisesse transmitir todo o apoio que não conseguia colocar em palavras.

— Theressa, eu... — Ele começou, mas a voz falhou. Ele respirou fundo antes de tentar de novo. — Eu não fazia ideia.

Ela deu um sorriso pequeno, quase triste.

— Como poderia? Eu nunca te disse. — Ela parou, mordendo o lábio, tentando segurar as emoções.

— Isso não muda nada. — Ele fez uma puasa e então  finalmente disse, a voz firme. — Você sabe disso, certo?

Theressa o olhou, surpresa, como se não tivesse esperado aquela resposta tão direta.

— Não importa o que eles fizeram ou o que você acha que perdeu. — Ele continuou, a sinceridade evidente em cada palavra. — Isso não muda como eu me sinto por você. Nunca vai mudar.

A garota desviou o olhar, sentindo o peso daquelas palavras. Porque, apesar de tudo, ela também sentia muito por ele. Ela sentia tantos sentimentos que, às vezes, pareciam esmagadores — a admiração por sua força, a dor pelas coisas que ele sofreu, e a estranha e doce sensação de ser compreendida por alguém que entendia seus próprios demônios.

Por tanto tempo, ela tentou ignorar esses sentimentos, enterrá-los em algum canto profundo do seu coração. Mas eles sempre voltavam, insistentes.

Ela sabia que Bucky merecia algo melhor, alguém que não trouxesse mais peso para seus ombros já sobrecarregados.

Talvez fosse por isso que ele parecia sempre se sentir culpado perto dela — como se a mera presença dela relembrasse todas as coisas que ele acreditava ter falhado.

Theressa respirou fundo, reunindo toda a força que tinha para fazer o que achava ser o certo.

— Bucky... — Ela começou, ainda sem olhar diretamente para ele. — Eu acho que nós precisamos... colocar as coisas em perspectiva.

James franziu o cenho, a decepção começando a se formar em seus olhos.

— O que você quer dizer?

Bucky viu ela virar o rosto para encará-lo, seu olhar sereno e ao mesmo tempo controlado. Anos de treinamento como espiã a ensinaram a mascarar suas emoções, e agora, mais do que nunca, ela precisava dessa habilidade.

— Quero dizer que... talvez seja melhor se mantivermos isso entre nós como uma amizade. — Sua voz era calma, quase prática, como se estivesse dizendo algo muito mais simples do que realmente era.

Barnes ficou em silêncio por um momento, processando suas palavras. Ele tentou esconder a decepção que se espalhava por seu rosto, mas não teve tanto sucesso quanto ela.

Amizade. — Ele repetiu, a palavra soando amarga em sua boca.

Theressa assentiu, mantendo a postura firme, mesmo que, por dentro, sentisse como se algo estivesse se partindo.

— Você merece alguém que não traga tanta bagagem, James. Alguém que não te faça se sentir culpado o tempo todo.

— Eu nunca disse que você me faz sentir culpado. — Ele rebateu, a dor evidente em sua voz.

— Não precisa dizer. — Ela respondeu suavemente. — Eu sei que sente. E eu... não quero isso para você.

O silêncio entre eles era pesado, quase sufocante. Theressa se manteve firme, mas sua vontade de chorar estava latente.

Ainda assim, ela sabia que não podia ceder. Fazer isso era o melhor para ele, mesmo que doesse profundamente em si mesma.

Bucky finalmente assentiu, embora seus olhos mostrassem o quanto aquilo o estava afetando.

— Se é isso que você quer...

Theressa sorriu de leve, forçando uma leveza que não sentia.

— É o melhor para nós dois.

Mas, enquanto Bucky desviava o olhar, claramente lutando contra suas próprias emoções, Theressa sabia que estava mentindo. Não era o melhor para eles. Mas, em sua mente, era o melhor para ele.

Bucky ficou em silêncio por um instante, mas algo em seus instintos o empurrou a tentar, mesmo que parecesse inútil. Ele relaxou um pouco os ombros e, com um meio sorriso, arriscou:

— Amizade, então. Tá bom, amor. — O tom de flerte estava lá, suave e casual, como se tentasse quebrar a tensão no ar.

A de cabelos castanhos o encarou, mas não sorriu. Não desviou o olhar, tampouco reagiu como ele esperava. Apenas manteve a expressão tranquila, quase indiferente, e isso foi o suficiente para que ele sentisse o golpe.

— James... — Ela murmurou, balançando a cabeça levemente, como se quisesse pedir para ele parar sem precisar dizer as palavras.

Ele suspirou, o sorriso desaparecendo lentamente de seu rosto.

— Tudo bem. — Disse ele, com uma leve amargura na voz, antes de desviar o olhar.

Thessa odiava o que estava fazendo, mas manteve-se firme. A cada segundo que passava, sentia que estava quebrando algo valioso entre eles, mas ela acreditava que era o necessário. Ela precisava ser a forte, precisava tomar a decisão que ele não faria.

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