𝟢𝟤𝟥. 𝘚𝘩𝘰𝘶𝘭𝘥 𝘏𝘢𝘷𝘦 𝘚𝘵𝘢𝘺𝘦𝘥 𝘢𝘵 𝘏𝘰𝘮𝘦
Theressa estava se acomodando no Compound dos Vingadores. Apesar de ser um lugar seguro e confortável, ainda não conseguia chamá-lo de casa. Sentia uma inquietação constante, uma sensação de não pertencer a lugar nenhum.
Ela estava sentada no sofá da sala de estar, tomando uma xícara de chá. Seus dedos brincavam involuntariamente com a dogtag de Bucky, que estava pendurada no seu pescoço. A mente de Theressa vagava pelas lembranças do passado quando Wanda se aproximou e sentou-se ao seu lado, com um sorriso acolhedor no rosto.
— Quer um brownie? — perguntou Wanda, com um tom suave. — Acabei de fazer.
Theressa piscou, voltando sua atenção para o presente. Por um segundo, sua mente viajou para um tempo e lugar diferentes, lembrando-se da torta de maçã em Viena.
— Claro, obrigada. — respondeu ela, aceitando o brownie com um sorriso tímido.
Wanda se acomodou ao lado de Theressa no sofá, segurando a bandeja de brownies com um sorriso brincalhão nos lábios.
— Pode dizer se está ruim, não vou ficar ofendida. — Wanda diz, os olhos dela brilhando com um toque de provocação.
Theressa pegou um brownie, estudando-o por um momento antes de dar uma mordida. A suavidade e o sabor rico de chocolate a surpreenderam, trazendo um sorriso genuíno ao rosto dela.
O ponto forte de Theressa era alguém lhe dando comida, em partes porque ela amava comer e em partes porque o gesto de alguém se preocupar com ela, a comovia. Era algo banal, ela sábia. Mas não conseguia evitar que isso aquecesse sua alma por dentro.
— Está delicioso, de verdade. — Theressa sorriu, deixando o doce derreter na boca.
— No que você estava pensando? — Perguntou Wanda suavemente, a voz dela cheia de cuidado.
Theressa hesitou, a mão ainda segurando o brownie enquanto forçava um sorriso que não alcançou seus olhos.
— Não é nada, só... pensamentos aleatórios.
Wanda inclinou a cabeça levemente, a expressão dela se tornando mais séria e atenta.
— Eu não quero ser intrometida, Theressa, mas... quando eu entrei na mente das pessoas enquanto estava ao lado de Ultron, eu vi que você sofre mais do que demonstra.
Thessa sentiu um nó se formar na garganta. As palavras de Wanda atingiram um ponto sensível, uma verdade que ela vinha escondendo até de si mesma. Ela olhou para o brownie na mão, os dedos brincando nervosamente com a borda dele. Wanda respirou fundo antes de continuar, a voz dela suave e cheia de empatia.
— Eu vi a HYDRA... — Ela falou com os olhos cheios de compaixão. — Vi o que eles fizeram com você. Eu... eu sinto muito por tudo isso. Me arrependo profundamente de ter me voluntariado para estar lá. Não consigo imaginar ter estado lá sem escolha, como foi o seu caso.
Theressa olhou para Wanda, surpresa com a sinceridade das palavras dela. O peso do passado compartilhou um momento de entendimento silencioso entre as duas.
— Não foi fácil. — Admitiu Theressa, a voz dela baixa, nunca tinha dito isso em voz alta por mais que fosse obvio. A pessoa que mais sabia sobre ela era Tony, e ainda assim, ela o poupou dos detalhes e também planejava poupar Wanda dos detalhes. — Mas... de alguma forma, sobrevivi. E agora estou aqui, tentando seguir em frente.
Wanda assentiu, os olhos dela refletindo a dor e a compreensão. Ela não verbalizou, mas sua mente relembrou a escuridão que sentiu ao entrar na mente de Theressa antes da batalha em Sokovia. Foi o suficiente para fazer Wanda sentir dor, uma sombra tão profunda que ela não conseguiu manter a conexão por mais que alguns segundos.
— Você é muito forte, Theressa. E não digo isso apenas por causa das suas habilidades. Sua força interior, sua resiliência... é admirável — Disse a Maximoff, as palavras refletindo a admiração e o respeito que ela sentia.
Theressa sentiu um calor se espalhar pelo peito, uma sensação de validação que ela raramente experimentava. Ela deu um sorriso tímido, sentindo-se um pouco mais leve.
— Obrigada, Wanda. Saber que você entende... ajuda muito.
Wanda apertou o ombro de Theressa, a conexão entre elas se fortalecendo.
Theressa olhou para o brownie em sua mão e, dessa vez, mordeu com mais confiança, sentindo o sabor doce e a presença reconfortante de uma amiga ao seu lado. Por um momento, o passado parecia um pouco mais distante, e o futuro, um pouco mais brilhante.
Wanda observou o colar que Theressa segurava, notando o brilho prateado da dogtag. Ela sorriu suavemente, a curiosidade cintilando em seus olhos.
— Esse colar... — Wanda começou, inclinando-se um pouco mais para perto. — É de alguém importante?
Theressa respirou fundo, sentindo a familiar tensão que sempre acompanhava qualquer menção a Bucky. Ela tentou sorrir, mas a expressão saiu mais como um esforço.
— Sim, é... — Disse Theressa, a voz dela baixa e hesitante. — É de alguém importante para mim.
Ela tinha dificuldade em verbalizar qualquer coisa sobre Bucky. Os sentimentos dela por ele eram intensos e confusos, uma mistura de amor, dor e incerteza. Não fazia ideia de onde ele estava agora, nem se iria vê-lo novamente.
Wanda, percebendo a hesitação e o peso das palavras de Theressa, tentou aliviar o clima com uma brincadeira.
— É do seu namorado? — perguntou Wanda, arqueando uma sobrancelha com um sorriso brincalhão. — Que pena, achei que o Pietro tinha uma chance.
Theressa soltou uma risada surpresa, o comentário de Wanda quebrando um pouco da tensão que sentia. Ela balançou a cabeça, ainda sorrindo.
— Não, não é meu namorado. — respondeu, os olhos dela brilhando com uma mistura de tristeza e carinho. —Ele é só... Alguém que eu queria que estivesse aqui. Não necessariamente como namorado, talvez só aqui para... Sentar e comer torta de maçã... Ou só para mim saber se ele esta bem. É... complicado.
Wanda deu um tapinha reconfortante no ombro de Theressa.
— Tudo bem, a vida é cheia de complicações. Só saiba que estou aqui se você precisar conversar, desabafar ou simplesmente comer mais brownies. — Disse Wanda, o sorriso dela caloroso e sincero. Theressa sentiu um alívio, um peso sendo levantado dos ombros, mesmo que temporariamente. Ela apreciou o apoio silencioso de Wanda.
Theressa estava ainda perdida em seus pensamentos quando Steve entrou na sala. Ele parecia concentrado, com uma expressão que Theressa reconheceu como a de alguém em missão.
— Wanda, preciso de você para uma missão. — disse Steve, sua voz firme e direta.
Wanda levantou-se imediatamente, um sorriso de determinação no rosto.
— Tá legal. — respondeu ela, pronta para qualquer coisa que viesse.
Theressa olhou para Steve, esperando um convite para se juntar a eles ou, pelo menos, uma convocação. No entanto, ele não disse nada. A omissão a incomodou profundamente.
— Você vai simplesmente fingir que eu não estou aqui? — perguntou Theressa, a irritação evidente em sua voz.
Steve parou e virou-se para ela, parecendo surpreso e ao mesmo tempo desconfortável.
— Desculpe, Theressa. — começou ele. — É uma pista sobre o Rumlow, a primeira em seis meses.
Theressa sentiu uma onda de raiva e determinação crescer dentro dela. Ela se levantou abruptamente.
— Eu vou. — disse ela, a decisão inabalável em seu tom. Steve hesitou, quase de forma carinhosa, antes de responder.
— Melhor não.
Os olhos de Theressa se estreitaram enquanto ela encarava Steve, vendo a dúvida no olhar dele, o medo dela atrapalhar ou estragar tudo e Theressa sabia por quê. A relação passada dela com Rumlow, a história complexa e dolorosa, era algo que Steve não queria arriscar trazer à tona. Ele estava tentando protegê-la, mas, para Theressa, isso soava como uma falta de confiança.
— Você acha que eu não tenho capacidade para isso? — sua voz tremia levemente, mas estava carregada de força. — Você acha que eu vou chorar como um bebê quando ver meu ex?
Steve tentou intervir, mas Theressa não lhe deu chance.
— Eu fui criada na Sala Vermelha. — continuou ela, a voz dela firme e cheia de convicção. — Moldada, treinada e torturada por eles e pela Hydra. Não vai ser o Rumlow ou a falta de confiança do Capitão América em mim que vai me parar ou me fazer recuar.
A intensidade de suas palavras deixou Steve em silêncio. Ele viu a força nela, a força que sempre soubera que ela possuía, mas também a dor que ela carregava. Antes que ele pudesse responder, Theressa já estava saindo da sala, determinada a se preparar para a missão.
Ela caminhou rapidamente até seu quarto, os passos ecoando pelos corredores. O coração batia forte, uma mistura de raiva, determinação e algo mais profundo, uma necessidade de provar a si mesma e aos outros que ela era capaz. Dentro do quarto, ela começou a se arrumar, vestindo o traje de combate com movimentos precisos e determinados.
Lagos, Nigéria.
O sol já estava alto, lançando raios quentes sobre a movimentada cidade. As ruas estavam cheias de vendedores ambulantes, transeuntes e veículos que se moviam em um fluxo caótico. Em meio a esse cenário, um grupo de indivíduos se destacava pela maneira como se moviam com propósito e coordenação.
Theressa estava sentada em um café à beira da rua, uma xícara de chá diante dela, mas seus pensamentos estavam longe do sabor da bebida. Seus olhos se moviam discretamente, observando cada detalhe ao seu redor.
Wanda, sentada algumas mesas adiante, fazia um reconhecimento do perímetro. Vestida de maneira casual, com uma jaqueta de couro e óculos de sol, ela mantinha uma postura relaxada, mas seus sentidos estavam em alerta máximo. Ela levantou a xícara de café aos lábios, fingindo apreciar a bebida.
Sam estava em cima de um prédio, já em seu traje de Falcão, verificando o Asa Vermelha. Pietro estava aguardando ordens, Natasha estava do outro lado da rua, aparentemente interessada em algumas mercadorias locais, mas seus olhos registravam cada movimento ao redor. Steve, dentro do prédio, observava o time com seu comunicador.
— Perímetro parece limpo. — Wanda disse pelo comunicador, sua voz suave mas firme. — Policiamento fraco na área. Rua de mão única à esquerda pode atrapalhar a fuga.
— Rumlow não tem medo de fazer bagunça. — respondeu Steve, seu tom grave carregando um toque de determinação.
— Wanda, você deve se acostumar a verificar o perímetro. — Natasha comentou, sua voz cortante, mas com uma leveza que indicava sua experiência e confiança.
Theressa, que recebeu o mesmo treinamento exaustivo, manteve-se em silêncio, mas compreendeu perfeitamente o que Natasha quis dizer. Seus olhos captaram os mínimos detalhes do ambiente, e ela estava pronta para qualquer eventualidade.
Sam, começando a se mover em direção à beira do prédio, sorriu e perguntou:
— Alguém já te disse que você é paranoica, Nat?
Natasha respondeu com uma leve risada, sua voz carregada de sarcasmo:
— Não na minha cara, mas ouviu alguma coisa, Sam?
Theressa permitiu-se um pequeno sorriso enquanto observava a interação dos colegas.
Sam, usando o Asa Vermelha e a função de raio-x, percebeu um caminhão transportando uma carga suspeita. O motorista estava armado, e o ambiente ao redor indicava que algo estava para acontecer.
— Temos uma situação. — Sam informou pelo comunicador. — Caminhão suspeito, motorista armado. Precisamos agir.
Sem hesitar, ele saltou do prédio com seu equipamento de voo, as asas metálicas se abrindo e cortando o ar com precisão. Enquanto isso, na rua abaixo, um caminhão propositalmente capotou, causando caos e pânico entre os pedestres. O barulho atraiu a atenção de todos, e foi nesse momento que dois outros caminhões apareceram, cheios de homens armados e mascarados da Hydra.
— Emboscada! — Theressa gritou, derrubando sua xícara de chá e levantando-se rapidamente.
Os homens da Hydra saíram dos caminhões atirando em direção a um prédio próximo. As balas crivaram a fachada, estilhaçando vidros e espalhando detritos.
Wanda levantou-se, erguendo as mãos e criando um campo de energia vermelha ao redor de alguns civis, protegendo-os dos disparos. Natasha, já em movimento, sacou suas pistolas e começou a revidar, enquanto se deslocava para uma posição mais estratégica.
Steve pulou do prédio, caindo no meio da confusão com o escudo em mãos. Ele se lançou na luta corporal com uma força e precisão impressionantes, derrubando vários homens da Hydra com golpes rápidos e certeiros de seu escudo.
Theressa avançou com agilidade, usando uma combinação de golpes corporais e chutes para neutralizar vários inimigos. Seu foco estava no caminhão original, o que Sam havia identificado como suspeito.
Sam, ainda no ar, usou o Asa Vermelha para mapear a área, identificando os alvos e transmitindo as informações para os outros. Ele observava os movimentos dos inimigos e coordenava a equipe. Pietro usava super velocidade para atacar os inimigos de maneira desprevenida.
No entanto, apesar dos esforços combinados, alguns homens da Hydra, incluindo Rumlow, conseguiram entrar no prédio. Usando máscaras de gás, eles lançaram bombas de gás lacrimogêneo para desorientar qualquer resistência enquanto avançavam em direção ao objetivo: uma arma biológica que desejavam roubar.
Quando todos os inimigos do lado de fora foram contidos, Sam usou o Asa Vermelha para varrer o prédio com a função de raio-x.
— Rumlow está no terceiro andar. — Sam informou pelo comunicador.
— Entendido. — Steve respondeu. — Wanda, faça como treinamos.
Wanda assentiu, seus olhos brilhando enquanto concentrava sua magia. Com um gesto elegante, ela usou sua energia para erguer Steve pelo lado de fora do prédio, transportando-o rapidamente até o terceiro andar.
Theressa, no entanto, já estava em movimento. Ela derrubou um dos homens da Hydra, pegou sua máscara de gás e começou a subir as escadas. A determinação em seus olhos era evidente. Se Rumlow estava ali, ela queria ser a responsável por confrontá-lo. A raiva e o ódio acumulados por tanto tempo a impulsionavam, e ela não deixaria essa oportunidade escapar.
Dentro do prédio, Steve enfrentava os homens da Hydra com destreza e força. Seus movimentos eram rápidos e precisos, e ele avançava com o escudo como uma extensão de seu corpo. Contudo, em meio à batalha, percebeu que Rumlow havia desaparecido.
— Rumlow escapou. — Steve informou pelo comunicador, sua voz carregada de urgência. — Ele tem a arma biológica.
Theressa, ainda subindo as escadas, ouviu a mensagem e sua determinação se intensificou.
— Ele não vai escapar. — respondeu ela, com firmeza. A adrenalina pulsava em suas veias enquanto corria pelos corredores do prédio.
De repente, foi interceptada por seis homens da Hydra. Sem hesitar, ela entrou em combate, seus movimentos fluindo com a precisão de uma assassina treinada. A luta era intensa e brutal, cada golpe e contra-golpe ecoando no corredor estreito.
Theressa usava todo o seu treinamento, aplicando golpes que combinavam força e técnica. Um soco rápido derrubou um dos homens, enquanto um chute bem colocado atirou outro contra a parede. Ela girou, bloqueando um ataque com o antebraço e contra-atacando com um golpe no estômago do oponente.
Mesmo em meio à luta, sentia a dor e a tensão aumentando. Os homens eram persistentes e bem treinados, mas Theressa era implacável. Ela derrubou outro inimigo com um chute alto, mas foi nesse momento que sentiu uma pontada aguda no ombro. Um dos homens conseguiu desferir um golpe com uma faca, cortando de raspão. A dor era intensa, mas ela não deixou que isso a detivesse. Com um movimento rápido, derrubou o agressor e pegou a faca, usando-a para desarmar os restantes.
A luta dos outros continuava em segundo plano. Sam, voando sobre a área, fornecia cobertura aérea e coordenava os movimentos da equipe. Natasha e Wanda, ainda do lado de fora, lidavam com os reforços da Hydra que continuavam a chegar. A tensão era palpável enquanto todos se esforçavam para impedir que a situação saísse do controle.
Theressa, agora com o ombro sangrando, não parou. A raiva e a determinação a impulsionavam. Ela sabia que não podia deixar Rumlow escapar, não depois de tudo o que ele havia feito. Com um último olhar para os homens caídos ao seu redor, ela continuou correndo pelos corredores, ignorando a dor e o cansaço.
Nos comunicadores, Theressa ouviu a voz de Sam cheia de urgência:
— A Hydra está se misturando na cidade! Cuidado, pessoal, eles estão tentando dispersar!
Theressa parou por um momento, encostando-se na parede e pressionando o ferimento no ombro. Sentia a dor latejante e o sangue escorrendo, mas não podia se dar ao luxo de parar. Seus sentidos estavam aguçados, e ela podia ouvir a luta se desenrolando através dos comunicadores. Cada golpe, cada ordem, e até mesmo a voz de Rumlow, cheia de ódio, xingando Steve, tudo se misturava em uma cacofonia que fazia seu sangue ferver.
Ela percebeu que nenhum dos seus companheiros estava mais dentro do prédio. A luta havia se deslocado para as ruas, onde a confusão e o caos se intensificavam. Sentindo-se um pouco tonta, mas determinada, Theressa começou a andar em direção à saída. Cada passo era doloroso, mas sua vontade de parar Rumlow era mais forte do que a dor.
Theressa continuava avançando, sua mente focada na batalha que se desenrolava diante dela. De repente, a voz de Sam ecoou em seu comunicador:
— Ei, pessoal, o "namorado" da Theressa tem novas atualizações. Traje novo, cheio de armas e tal.
— Cala a boca, Sam. Ele não é, e nunca foi, meu namorado — respondeu Theressa, irritada.
Ela sentiu uma onda de frustração. Sam, percebendo que havia brincado na hora errada, logo se arrependeu, e sua voz ficou mais séria.
Segundos depois, Natasha interrompeu:
— A carga está segura.
Sam falou novamente, desta vez com urgência:
— Localizei uma bomba no prédio ao lado do que Theressa está.
— Por que colocariam uma bomba em um prédio comercial? — Theressa perguntou, tentando entender a situação enquanto continuava a se mover.
— Possivelmente, uma distração — Sam respondeu. — Temos cinco minutos.
— Pietro, evacue o prédio. — Rogers diz.
A notícia fez o coração de Theressa acelerar ainda mais. Apesar da dor no ombro, ela reuniu todas as suas forças e começou a correr em direção ao prédio ao lado. Cada passo era um esforço monumental, mas ela não podia se dar ao luxo de parar.
Enquanto corria, um dos homens que ela havia derrubado antes conseguiu alcançar uma arma e disparou. A bala pegou de raspão em sua perna, fazendo-a gritar de dor, mas ela não parou. A dor ardente na perna e no ombro era quase insuportável, mas a determinação de salvar vidas a empurrava para frente.
Ela podia ouvir o som da batalha ainda ecoando ao longe, e a voz de Steve, cheia de preocupação, veio pelo comunicador:
— Theressa, você está bem?
— Estou... a caminho — respondeu ela, sua voz tensa pela dor, mas firme.
Com cada passo, ela se aproximava mais do prédio. Sua visão estava borrada pela dor e pelo esforço, mas ela não deixaria que isso a parasse. Finalmente, alcançou a entrada do prédio e forçou a porta aberta, usando toda a força que ainda tinha.
Dentro do prédio, o ambiente estava tenso e silencioso. Theressa avançou rapidamente, gritando para as pessoas saírem de lá, cada movimento carregado de urgência. Ela encontrou a bomba em uma sala mal iluminada e se ajoelhou ao lado dela, começando o complicado processo de desarme. Seus dedos, apesar da dor e do cansaço, moviam-se com precisão, tentando neutralizar cada fio.
Do lado de fora, a luta continuava feroz. Rumlow, em meio ao combate, sorriu quando ouviu Steve mencionar o nome de Theressa. Aproveitando uma breve vantagem, ele dominou o Capitão América e pegou o comunicador dele.
— Oi, meu amor. Sentiu saudades? — A voz de Rumlow ecoou no ouvido de Theressa, fazendo-a sentir uma náusea imediata. Ela quase perdeu a concentração, mas sabia que não podia se permitir falhar.
— Não escuta ele, Theressa! — Sam gritou pelo comunicador, tentando trazer ela de volta à realidade.
Theressa não respondeu, forçando-se a ignorar a voz de Rumlow e a focar na tarefa em mãos. Ela respirou fundo, bloqueando tudo ao redor e continuou a desarmar a bomba.
Do lado de fora, Steve lutava com toda a força. Ele conseguiu derrubar Rumlow, que então tirou o capacete, revelando seu rosto queimado e desfigurado.
— Não fale com ela. — Steve rosnou, pegando Rumlow pelo colarinho e segurando-o firmemente. — Fale comigo. Quem é o comprador da arma biológica?
Theressa continuava trabalhando nos fios da bomba, mas sua cabeça doía, ela estava tonta pela perda de sangue, e a visão embaçada de lágrimas dificultava ainda mais a tarefa. O tempo estava se esgotando e ela precisava se concentrar, mas a voz de Rumlow no comunicador tornou isso quase impossível.
— Ele estava lá, seu parceiro, seu Bucky. Ele te reconheceu. — Rumlow disse, sua voz carregada de malícia.
Ao ouvir o nome de Bucky, Steve hesitou, como se tivesse sido transportado de volta ao Brooklyn aos 17 anos. Ele travou, incapaz de fazer qualquer coisa além de ouvir Rumlow falar.
— O que você disse? — Steve perguntou, a voz vacilando.
Rumlow continuou, os olhos fixos em Steve, sabendo que Theressa também estava ouvindo.
— Ele lembrou de você. E de você também, Theressa. — A menção do nome dela fez seu coração apertar, mas ela tentou se concentrar nos fios à sua frente. — Ele ficou choramingando, disse que te conhecia e que sonhava com a Kuznetsov... e então voltaram a fritar o cérebro dele.
A cada palavra de Rumlow, a dor de Theressa aumentava, mas ela sabia que não podia se permitir fraquejar. A bomba estava quase desativada, apenas mais alguns fios. As palavras de Rumlow eram um golpe cruel, mas ela usou a raiva e a dor como combustível, determinado a completar sua tarefa.
Steve, ainda segurando Rumlow pelo colarinho, olhou diretamente nos olhos dele, a determinação crescendo em seu interior.
Rumlow continuou, um sorriso cruel se formando em seus lábios.
— Pois é, Theressa, vocês sempre tiveram uma coisa, não é mesmo? É uma pena que o Bucky nunca tenha tido a chance de ver como você é uma vagabunda na cama.
As palavras foram a gota d'água para Theressa. Suas mãos começaram a tremer violentamente, e ela teve que parar por um segundo para tentar se recompor. O sangue fervia de raiva e dor, a mente lutando para manter o foco na tarefa urgente de desarmar a bomba.
Rumlow virou seu olhar para Steve, ainda sorrindo maliciosamente.
— E você, Steve, ele diz para você ir para o inferno. Você vem junto comigo.
Rumlow fez um movimento súbito, tentando atacar Steve, mas antes que pudesse completar o gesto, Theressa ouviu um som nítido de tiro pelo comunicador. Ela congelou, o coração batendo descontroladamente. Alguém tinha matado Rumlow. A vingança que ela tanto ansiava havia sido tirada dela.
O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Steve ficou parado, o corpo de Rumlow caindo sem vida ao chão. Ele não sabia o que dizer, mas sabia que aquilo era um golpe duro para Theressa, que agora lutava para terminar de desarmar a bomba enquanto a raiva e a frustração ameaçavam dominá-la.
— Quanto tempo temos? — Steve perguntou pelo comunicador, a voz tensa.
— Dezessete segundos. — Theressa respondeu, a voz falhando ligeiramente.
— Pietro, tire ela de lá. — Steve ordenou.
— Não! Eu vou conseguir. — Theressa insistiu, mas seus olhos mal conseguiam focar nos cabos, a visão ficando cada vez mais turva.
Antes que ela pudesse reagir, Pietro Maximoff já a havia tirado do prédio, movendo-se com a velocidade sobre-humana. Ele sabia que não poderia ter tirado a bomba, pois estava presa como um cofre no chão, e qualquer movimento brusco a explodiria imediatamente.
Uma vez fora do prédio, graças à supervelocidade de Maximoff, Theressa viu o edifício explodir em uma bola de fogo e fumaça. Ela caiu de joelhos, a visão ainda embaçada, a mente em choque pelo que acabara de acontecer. O estrondo ensurdecedor e a onda de calor eram quase demais para suportar.
— Precisamos de resgate no lado sul do prédio. — Steve disse pelo comunicador, a voz firme apesar do caos ao redor.
Pietro a ajudou a se levantar, seu rosto sério enquanto olhava para a destruição que haviam evitado por pouco. Theressa estava machucada, exausta e emocionalmente despedaçada, mas viva.
Contudo, dentro dela, um turbilhão de pensamentos sombrios a consumia.
Ela pensou no que adiantava estar viva se tinha falhado tão miseravelmente. A chance de matar Rumlow, de vingar-se dele, havia escapado de suas mãos. Ela também falhara em desarmar a bomba, e agora pessoas estavam morrendo dentro daquele prédio por causa de seu fracasso.
Cada explosão, cada grito de dor que ela imaginava ecoando na destruição, era uma faca cravada em sua consciência. Steve estava certo em não querer que ela estivesse lá desde o início. Ele sabia que ela não estava pronta, que sua presença poderia comprometer a missão, e ele estava certo. Ela deveria ter ficado no complexo, longe do campo de batalha.
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