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𝟢𝟣𝟥. 𝘔𝘰𝘷𝘪𝘯𝘨 𝘛𝘢𝘳𝘨𝘦𝘵𝘴


O avião militar rugia através do céu noturno, seu interior preenchido com o som constante dos motores. Luzes suaves iluminavam a cabine, lançando sombras dançantes nas feições tensas dos ocupantes.

Brock Rumlow estava sentado ao lado de Theressa, sua mão pousada firmemente no braço dela. Theressa olhava pela janela, o rosto rígido e a mandíbula cerrada, evitando qualquer contato visual com Brock. Havia uma tensão palpável no ar, fruto da discussão recente entre eles, a qual eles não tiveram tempo de resolver.

Steve Rogers, sentado à frente, observava os dois com uma expressão que misturava julgamento e preocupação. Ele estava atento ao comportamento dos colegas, seu olhar azul cortante observando cada detalhe, cada movimento. O silêncio entre Brock e Theressa era quase ensurdecedor, contrastando com o barulho constante do avião.

Steve suspirou internamente, balançando a cabeça ligeiramente. Ele entendia que situações como essa não se resolviam facilmente, especialmente em meio à pressão de uma missão iminente. Sua mente voltava-se para o objetivo à frente: o navio sequestrado, uma missão crítica onde cada segundo contava.

Finalmente, incapaz de suportar mais o peso da tensão, Brock se levantou abruptamente. Ele caminhou até a frente da cabine e começou a ligar os monitores de briefing. Os outros agentes, incluindo Steve e Natasha Romanoff, que estava sentada um pouco mais à frente, pararam suas atividades e dirigiram sua atenção para a tela. Havia um silêncio expectante enquanto todos esperavam pelas próximas instruções

- A Lemurian Star foi capturada e nossa missão é recuperá-la. - Ele apertou alguns botões e a tela se encheu com imagens e dados sobre o navio. - O navio está atualmente a 13 milhas da costa. Temos informações de que Batroc e seu grupo de mercenários são os responsáveis.

Theressa estava ao lado, ainda evitando olhar diretamente para Brock, mas atenta às informações. Steve percebeu a tensão em seu rosto, mas sabia que ela era profissional e competente. Ela cumpriria seu papel na missão, independentemente dos conflitos pessoais.

Steve olhou de volta para Brock e Natasha.

- Então, qual é a exigência deles?- Perguntou, tentando desviar a tensão para algo mais prático. Rumlow cruzou os braços e respondeu com firmeza.

- Um bilhão de dólares em dinheiro. - O moreno respondeu. Steve ergueu uma sobrancelha.

-Um bilhão? Por que tão caro?

- Porque é da SHIELD. - Rumlow bufou.

- Estou cansado de resolver as bagunças do Fury. - Steve suspirou, esfregando a nuca com uma mão. Theressa continuava observando toda a cena em silêncio.

- Não é tão ruim assim, Steve. - Natasha, que até então tinha permanecido em silêncio, lançou um olhar para Steve.

Steve assentiu, mas seu rosto ficou mais sério ao assumir o controle.

-Certo, pessoal, vamos nos preparar. Natasha, você apaga o avião e espera instruções. Rumlow, você cuida da evacuação dos reféns, cruza a popa e coloque eles nos salva vidas. Kuznetsov e eu vamos fazer a limpa e procurar Batroc.

Theressa assentiu, mostrando sua determinação. Rumlow, no entanto, parecia não gostar muito da ideia de sua namorada ir com Steve, mas ele assentiu com relutância e disse com a voz fime:

- Ouviram o Capitão. Preparem-se.

O avião continuava seu trajeto em direção ao navio sequestrado. Theressa fixou os olhos na lista de reféns, vendo o rosto de Jasper Sitwell na tela. Ela sabia que ele era da Hydra, mas não podia falar nada.

Theressa estava sentada no banco do avião, observando Steve conversar com Natasha perto da porta de saída. Eles pareciam discutir algo com seriedade, mas havia uma leveza em seus gestos e expressões que não passava despercebida. Natasha sorria com uma facilidade que Theressa raramente via, e Steve, embora focado, tinha um brilho nos olhos.

Ela se inclinou discretamente para Rumlow, que estava ao seu lado, e sussurrou:

- Você acha que eles estão flertando?

Rumlow, com o olhar fixo em Steve e Natasha, não respondeu. Ela se afastou ligeiramente, tentando afastar os pensamentos de sua mente, mas a curiosidade e a preocupação permaneciam.

De repente, Steve se afastou de Natasha e, sem qualquer aviso, correu em direção à porta do avião. Theressa ficou paralisada por um momento, observando incrédula enquanto ele simplesmente pulava para fora do avião, desaparecendo na escuridão da noite.

- Ele está usando paraquedas? - Theressa perguntou, a voz carregada de surpresa e um pouco de pânico.

- Não- Rumlow suspirou profundamente, uma expressão de resignação e cansaço se formando em seu rosto. - Ele não está usando paraquedas.

Steve aterrissou no convés do navio com a precisão e a graça que apenas anos de treinamento e experiência poderiam proporcionar. Seus sentidos estavam aguçados, e ele se movia com uma confiança inabalável. Os mercenários que guardavam o perímetro do navio não tinham ideia do que os atingiu.

O primeiro homem mal teve tempo de virar a cabeça antes de ser derrubado por um golpe rápido e certeiro de Steve. Ele se moveu como uma sombra entre os inimigos, cada movimento fluindo para o próximo. Dois outros avançaram juntos, mas Steve os enfrentou com facilidade, derrubando um no mar com um soco e o outro com um chute giratório que o lançou contra a parede.

Outro grupo de mercenários correu em sua direção, mas Steve não desacelerou. Ele usou seu escudo para desviar tiros, avançando implacavelmente até alcançar os atiradores e desarmá-los com golpes precisos. Cada adversário caía diante dele, um por um, incapazes de enfrentar sua habilidade e força.

Enquanto Steve limpava o convés, ele ouviu um clique distinto atrás de si - o som inconfundível de uma arma sendo engatilhada. Ele se virou rapidamente, mas antes que pudesse reagir, um tiro ecoou pelo ar. O homem que o havia mirado caiu no chão, abatido por um tiro certeiro.

Theressa aterrissou graciosamente de paraquedas ao lado de Steve, sua arma ainda apontada na direção do mercenário abatido. Ela levantou a cabeça e encontrou o olhar de Steve, um leve sorriso irônico surgindo em seus lábios.

- Obrigado. - murmurou Steve, grato pela intervenção rápida.

- De nada, não sei o que você faria sem mim. - Theressa guardou a arma e respondeu com um tom de voz carregado de sarcasmo. Steve riu, o som breve e genuíno enquanto ela deu um leve aceno de cabeça, ainda sorrindo. - Vamos terminar isso.

DIA SEGUINTE
Triskelion

Era uma manhã silenciosa no escritório da SHIELD. As luzes fluorescentes lançavam um brilho frio sobre as mesas e cadeiras vazias, criando sombras suaves que dançavam nas paredes. O som distante de computadores funcionando e o murmúrio ocasional de conversas baixas formavam um pano de fundo tranquilo.

Theressa estava com a cabeça apoiada em seus braços cruzados sobre a mesa, os olhos fechados em um sono profundo, mas inquieto. As linhas de cansaço em seu rosto eram evidentes, resultado de uma noite passada em claro após a missão. Ela havia chegado muito tarde e, apesar do cansaço extremo, a insônia a mantivera acordada, enquanto Brock havia dormido profundamente ao seu lado, imperturbável.

O som suave de passos ecoou pelo corredor, se aproximando lentamente. Steve Rogers, vestido com o uniforme do Capitão América, entrou no escritório, voltando de uma conversa tensa com Nick Fury, na qual lhe foi apresentado o projeto Insight.

Ele hesitou por um momento, sem querer perturbá-la, mas a necessidade de continuar sua rotina matinal o levou a se aproximar. Ao se aproximar da mesa, ele notou o quão exausta Theressa parecia, e a sensação de déjà vu voltou a perturbá-lo. Algo nela lhe parecia familiar, uma impressão vaga de que já a conhecia antes da SHIELD.

Theressa despertou lentamente, piscando para afastar a névoa do sono. Ao levantar a cabeça, viu Steve a encarando com uma expressão de quem pedia desculpas.

- Desculpe, eu não queria acordar você - disse Steve, sua voz baixa e sincera.

Theressa cerrou os olhos, tentando focar sua visão e se concentrar. Por um breve momento, a sensação de déjà vu tomou conta dela. Havia algo estranhamente familiar em Steve, uma impressão de que ela o conhecia de algum lugar, ou pelo menos já havia o visto antes da SHIELD. Ela balançou a cabeça levemente, afastando os pensamentos confusos.

- Não tem problema - respondeu finalmente, a voz rouca pelo sono interrompido. - Afinal, eu não deveria estar dormindo aqui.

Steve sorriu levemente, compreensivo.

- Ainda assim, todos precisamos de um descanso de vez em quando.

Theressa se endireitou na cadeira, esfregando os olhos com as palmas das mãos. O cansaço parecia colar em sua pele, mas ela tentou disfarçar o melhor que pôde.

- Foi uma noite difícil - admitiu, seus olhos ainda meio fechados pelo sono. - Cheguei muito tarde e... não consegui dormir.

Steve assentiu, entendendo completamente. Ele havia passado por muitas noites como aquela.

- Foi uma missão complicada. Você fez um ótimo trabalho lá, aliás.

- Obrigada. Você também - respondeu Theressa, ainda esfregando os olhos para afastar o sono.

Steve notou as linhas de cansaço em seu rosto e a maneira como ela lutava para se manter acordada.

- Você parece cansada. Que tal um café? Quer dizer, se seu namorado não for ficar com ciúmes. - Ele achou que era necessário citar Rumlow, pois havia notado a atmosfera pesada entre os dois na noite anterior e não queria fazer nada que fosse deixar a situação mais estranha.

Por um segundo, Theressa sentiu uma onda de indiferença em relação à opinião de Brock. O pensamento a pegou de surpresa, como se duas partes de si mesma estivessem em conflito. Uma parte dizendo que não fazia diferença ou não a opinião dele e que ela podia fazer o que quisesse, mesmo que fosse um café com o Capitão América. E a outra parte dela dizendo que ela precisava respeitá-lo e obedecê-lo.

Ela suspirou. Sabia que Brock ficaria bravo, mas também sabia que ele estava ocupado naquele momento. E, afinal, seria apenas um café. Nada desrespeitoso.

- Ele não precisa saber - disse, dando um sorriso leve e decidido. - Um café seria ótimo.

Steve sorriu, feliz, porém um pouco surpreso com a resposta dela.

- Ótimo. Vamos então.

Caminharam juntos pelos corredores movimentados da SHIELD em direção à cafeteria. O ambiente estava cheio de agentes conversando animadamente, alguns discutindo missões recentes ou trocando informações. Theressa se sentiu um pouco fora de lugar ao lado de Steve, enquanto ele parecia perfeitamente à vontade.

- O que você gostaria de beber? - perguntou Steve, olhando para o menu na parede atrás do balcão.

- Um café simples está ótimo, obrigada - respondeu Theressa, olhando ao redor da cafeteria e escolhendo uma mesa mais discreta próxima à janela.

Steve fez o pedido e logo voltou com duas xícaras de café. Ele colocou uma na frente dela e se sentou do outro lado da mesa. Theressa pegou a xícara, sentindo o aroma do café fresco que já começava a despertá-la.

Enquanto tomava o primeiro gole, ela ponderou sobre a situação. Não era todo dia que tirava uma pausa para tomar café com o Capitão América. Muito menos quando se era uma agente da HYDRA.

- Então, o que Nick Fury disse? - perguntou Theressa, tentando sondar Steve sobre a conversa que ele acabara de ter.

Steve pareceu surpreso por um momento, como se não esperasse a pergunta. Ele olhou para ela, avaliando por um instante.

- Ah, foi sobre algumas questões operacionais. Nada muito emocionante, você sabe como é.

Theressa arqueou uma sobrancelha. Ela sabia que Steve estava desviando o assunto, provavelmente por causa do protocolo de segurança ou simplesmente porque fora algo relacionado ao projeto Insight e ele não sabia se tinha permissão para compartilhar essa informação. E também não sabia que ela já tinha conhecimento disso.

A cafeína começava a fazer efeito, e Theressa sentiu-se mais alerta do que em horas. Desde que saiu da Sala Vermelha, ficou um pouco fraca em relação à falta de sono. Naquela época, ficava facilmente acordada por trinta ou quarenta horas, sobrevivendo à base de injeções de adrenalina para concluir a missão. Ela lembrou-se disso, pensando que talvez estivesse ficando mole agora, sem os estimulantes que a mantinham ativa na época.

Agora ela era uma mistura de estar sempre cansada mas nunca conseguir dormir.

Mesmo sendo um super soldado. Aliás, as vezes ela esquecia desse detalhe. Esquecia que a HYDRA havia lhe dado o super soro, as lembranças daquele dia eram muito vagas, quase um borrão. Mas agora, encarando Steve e sabendo que eles eram parecidos nesse sentido, ela se lembrou do segredo que ninguém além dela e da HYDRA sabia.

Steve a observava atentamente, notando como a expressão dela mudava enquanto a cafeína fazia efeito. Ele não conseguia deixar de se preocupar. Theressa era uma agente competente, mas todos tinham seus limites.

- Eu sei que é difícil, mas tente não se cobrar tanto. Às vezes, uma pausa é o que precisamos para seguir em frente - disse Steve, tentando confortá-la.

Theressa sorriu levemente, agradecida pela preocupação.

- Obrigada, Capitão Rogers.

Eles brindaram e tomaram seus cafés em silêncio por um momento, cada um perdido em seus próprios pensamentos, mas apreciando a breve pausa da rotina frenética da SHIELD.

Steve observava Theressa enquanto ela tomava seu café, perdida em seus próprios pensamentos. Havia algo intrigante nela que ele não conseguia ignorar. Havia algo intrigante nela que ele não conseguia ignorar. Os boatos sobre sua origem russa circulavam entre os agentes da SHIELD, e seu sobrenome definitivamente colaboravam com essa história. No entanto, sua fala fluente e sem sotaque levantava ainda mais dúvidas.

Ele sabia que Theressa subira rapidamente nas fileiras da SHIELD, uma ascensão notável que não passara despercebida. Sua competência e habilidades eram indiscutíveis, mas também alimentavam a curiosidade de Steve. O que teria impulsionado sua carreira de forma tão meteórica? E mais importante, por que ela parecia tão reservada e isolada?

Steve notara que Theressa raramente interagia com outros agentes, exceto com Brock Rumlow. Ele a vira poucas vezes conversando ou socializando com alguém além do namorado. Era uma existência solitária em um ambiente que, apesar de profissional, costumava formar fortes laços de camaradagem entre seus membros.

Enquanto pensava sobre tudo isso, Steve tentou encontrar uma maneira de iniciar uma conversa que não fosse invasiva. Ele queria entender melhor essa enigmática agente, mas sem parecer que estava interrogando-a.

- Você tem muitos amigos na SHIELD? - perguntou Steve, tentando parecer casual.

Theressa ergueu os olhos da xícara, surpreendida pela pergunta. Ela hesitou por um momento antes de responder, como se estivesse escolhendo cuidadosamente suas palavras.

- Amigos? - ela repetiu, como se a ideia fosse um pouco estranha para ela. - Eu diria que tenho alguns colegas com quem trabalho bem, mas amigos... não muitos. Na verdade, acho que não.

Theressa assentiu lentamente, parecendo refletir sobre suas palavras. Steve percebeu que sua resposta tinha atingido um ponto sensível. Ela parecia alguém que carregava muito em seus ombros, talvez mais do que deixava transparecer.

- E você? - perguntou Theressa de repente, virando a mesa. - Tem muitos amigos aqui?

Steve riu suavemente, surpreso pela inversão da pergunta.

Por um momento, ele foi transportado de volta aos anos 40. Ele se lembrou dos dias em que Bucky Barnes era seu melhor amigo, sempre cuidando dele e defendendo-o. Bucky era mais que um amigo; ele era como um irmão.

Pensar nele ainda era doloroso, uma ferida que nunca realmente cicatrizou. Bucky havia estado ao seu lado desde o início, nos tempos difíceis em que Steve era apenas um jovem franzino tentando se alistar no exército. A perda de Bucky ainda pesava em seu coração, especialmente sabendo que ele nunca teve a chance de se despedir propriamente.

Steve respirou fundo, afastando essas lembranças. Ele não queria mergulhar na dor do passado. Olhou para Theressa e, com um sorriso melancólico, respondeu:

- Nunca tive muitos amigos. Os que eu costumava ter... - Ele hesitou, os olhos ligeiramente vidrados. - Estão mortos. Morreram na Guerra ou enquanto eu estava... Congelado.

Theressa percebeu a sombra de tristeza em seus olhos e, instintivamente, quis mudar de assunto para aliviar a tensão. Steve, percebendo a necessidade de alterar o clima da conversa, continuou rapidamente:

- Mas agora, tenho os Vingadores. Eles são... uma nova família para mim. E, para ser honesto, são um grupo bem legal.

Ele sorriu, um sorriso sincero que iluminou seu rosto, afastando momentaneamente a tristeza. Theressa notou a mudança e sorriu de volta, apreciando o esforço de Steve para manter a conversa leve.

- Deve ser interessante trabalhar com eles. - disse Theressa, tentando imaginar como seria estar ao lado da equipe.

Steve assentiu, tomando um gole de seu café.

- É. Cada um tem suas próprias habilidades e personalidades únicas. Às vezes, temos nossas diferenças, mas, no final, estamos sempre lá um para o outro. É uma dinâmica interessante, para dizer o mínimo.

- Conheci o Tony Stark outro dia. - disse ela, um sorriso surgindo em seu rosto. - Achei ele bem legal.

Steve levantou uma sobrancelha, visivelmente surpreso.

- Sério? - perguntou ele, surpreso. - Tony pode ser... complicado. Ele não costuma se dar bem com todo mundo de imediato. É interessante que vocês tenham se entendido.

Theressa deu de ombros, ainda sorrindo.

- Acho que ele é mais acessível do que parece. Ou talvez eu só tenha tido sorte.

Steve balançou a cabeça, ainda impressionado. Tony Stark era, sem dúvida, o mais difícil de se aproximar. Sua personalidade excêntrica e muitas vezes arrogante tornava-o um desafio, mesmo para aqueles que o conheciam há anos.

- Bom, fico feliz que tenha conseguido quebrar o gelo com ele. - disse Steve. - Mas sabe, acho que você deveria se aproximar mais da Natasha. Vocês duas parecem ter muito em comum, mais do que você e Tony, na verdade.

Theressa refletiu sobre a sugestão de Steve. Ela conhecia Natasha Romanoff, mas nunca tinha tido a oportunidade de conversar com ela além do necessário para as missões. Mas sabia que as duas realmente tinham um passado similar, mas do que Steve imaginava.

- Talvez você tenha razão. - admitiu Theressa. - Bem, somos parecidas em alguns aspectos.

Steve sorriu, vendo a ponderação nos olhos de Theressa, e deu uma risada leve, tomando um gole de seu café.

- Sabe, se você conseguiu se dar bem com Tony Stark logo de cara, acho que pode se dar bem com qualquer um. - disse ele, descontraído. - Provavelmente não precisa ficar tão grudada apenas com o Rumlow.

Theressa levantou uma sobrancelha, um pouco surpresa com o comentário. Steve percebeu a possível implicação de suas palavras e se apressou em se corrigir.

- Desculpe, não quis soar estranho. Não estou insinuando nada sobre o seu relacionamento. - disse ele, sinceramente.

Theressa balançou a cabeça, tranquilizando-o.

- Não tem problema, Steve. - respondeu ela, um sorriso meio triste nos lábios. -Não é que eu descorde, é só que... Não sei.

Ela força um sorriso confuso, eles não tinham intimidade o suficiente para ter essa conversa mas mesmo se tivessem, ela realmente não sabia explicar. As vezes sentia uma desconexão inexplicável com o namorado, como se tudo fosse falso, principalmente quando ele não estava por perto. Mas ela tentava afastar isso da mente, não achava que era certo se sentir quase indiferente a alguém que supostamente estava lá por ela.

- Todos nós temos nossas questões para resolver. - disse ele, com um tom compreensivo. - Mas quero que saiba que pode contar comigo. Se precisar de alguém para conversar, estou aqui.

Theressa olhou para Steve, sentindo uma onda de gratidão. Havia algo reconfortante em suas palavras e na maneira como ele se importava genuinamente com as pessoas ao seu redor. Isso fez com que ela se sentisse menos solitária.

- Obrigada, Steve. - disse ela, sinceramente. - É bom saber que posso contar com você.

Steve assentiu, seu sorriso caloroso refletindo seu apoio.

- Claro, estamos todos no mesmo time, afinal.

As horas passaram se arrastando lentamente, era um daqueles dias monótonos e intermináveis na SHIELD, onde as horas se arrastavam e as tarefas pareciam não ter fim. 

Theressa passou o dia entre relatórios enfadonhos e reuniões burocráticas, cada minuto mais tedioso que o anterior. O escritório estava quieto, exceto pelo som ocasional de teclados e o murmúrio distante de conversas em outros departamentos.

Theressa não viu Brock Rumlow o dia todo. Ela sabia que ele estava evitando-a, provavelmente por causa da missão no navio sequestrado. Até agora, ele não tinha revelado se a situação dos piratas tinha alguma ligação com a HYDRA. A ideia de ser deixada de fora a irritava profundamente.

Talvez ele estivesse tentando protegê-la ou ainda estivesse com raiva por causa da dogtag. Mas, na opinião dela, era só uma dogtag que nem ela mesmo sabia o significado, mas talvez ele tivesse ficado com ciúmes imaginando que ela estava usando algo de outro homem.

Quando o relógio finalmente marcou o fim do expediente, Theressa suspirou de alívio. Guardou suas coisas, pegou o celular e mandou uma mensagem para Brock: ''Onde você está?''

A resposta chegou quase imediatamente: ''Tive que resolver um assunto. Pegue um táxi e vá direto para casa.''

Ela leu a mensagem e, com um suspiro, entendeu a implicação. "Assunto" claramente significava algo relacionado à HYDRA. Isso só aumentava sua frustração. Guardando o celular, ela saiu do escritório e dirigiu-se para a saída da SHIELD.

Ao atravessar o átrio principal, seus olhos encontraram a figura imponente de Rogers. Ele estava prestes a sair também, e ao vê-la, um sorriso simpático se formou em seu rosto.

— Theressa, quer uma carona? — ele perguntou, sua voz calorosa e amigável.

Kuznetsov hesitou por um momento. Brock havia pedido para ela pegar um táxi e ir direto para casa, mas a ideia de uma carona com Steve parecia mais convidativa. Além disso, ela não estava com humor para seguir as ordens implícitas de Brock.

— Claro, por que não? — Ela respondeu, sorrindo de volta.

Steve sorriu e gesticulou para que ela o seguisse. Theressa ficou surpresa ao ver que ele a levou até uma motocicleta, uma clássica Harley-Davidson que parecia ser bem cuidada. Ele tirou o capacete e o entregou a ela.

— Fique com o capacete. Segurança em primeiro lugar. — Disse Steve, com um sorriso confiante.

A mais nova colocou o capacete e subiu na garupa da moto, sentindo-se um pouco fora de sua zona de conforto. Steve montou na frente dela, ligou o motor com um ronco suave e esperou até que ela se acomodasse bem antes de partir. 

 Ele dirigia com cuidado, respeitando todas as regras de trânsito e mantendo uma velocidade segura. Ela se segurou firme, sentindo o vento fresco da noite bater em seu rosto e apreciando a sensação de liberdade que a moto proporcionava.

Conforme a cidade passava ao redor deles, Theressa começou a relaxar. O dia monótono e a frustração com Brock pareciam se afastar a cada quilômetro que percorriam.

De repente, ele diminuiu a velocidade e parou a moto na beira da estrada.

— O que aconteceu? — Theressa perguntou, tirando o capacete e olhando ao redor.

— Acho que temos um pneu furado. — Respondeu Steve, inclinando-se para examinar a roda traseira da moto. — Sim, definitivamente furado.

Theressa suspirou, um pouco frustrada, mas também aliviada por estarem em um local seguro.

— Bem, isso é um problema. — Ela disse, olhando para a rua deserta.

Steve se levantou e deu um sorriso tranquilizador.

— Pelo menos estamos perto da minha casa. — Disse ele, tentando suavizar a situação.

Theressa soltou um suspiro de alívio, percebendo que a situação não era tão ruim quanto poderia ser.

— Bem, isso é um alívio. — Ela respondeu, tirando o capacete e passando os dedos pelo cabelo.

— Que tal irmos para o meu apartamento? Podemos chamar um táxi de lá. — Sugeriu Steve, apontando na direção do seu prédio.

Theressa olhou ao redor, considerando a ideia. Andar algumas quadras com Steve, mesmo que ele estivesse empurrando a moto, não parecia tão ruim.

— Claro, por mim tudo bem. — Respondeu ela, dando de ombros.

Steve sorriu e começou a empurrar a moto enquanto Theressa caminhava ao seu lado. A noite estava tranquila, o ar fresco e agradável. As ruas estavam relativamente desertas, com apenas algumas pessoas indo e vindo. Os sons da cidade eram um pano de fundo distante, criando uma atmosfera pacífica.

— Sabe, não esperava terminar a noite assim. — Theressa comentou, tentando manter a conversa leve.

Steve riu suavemente.

— Às vezes, as melhores noites são as que não planejamos. — Ele disse, olhando para ela com um sorriso.

Theressa sorriu de volta, apreciando a companhia dele. Caminhar ao lado de Steve, conversando sobre trivialidades, era uma pausa bem-vinda da monotonia do dia. Eles falaram sobre várias coisas, desde as missões recentes até os pequenos detalhes do cotidiano na SHIELD.

Enquanto caminhavam, Theressa não pôde deixar de notar a postura relaxada de Steve e a maneira como ele interagia com o mundo ao seu redor. Ele parecia genuinamente feliz e confortável, algo que ela admirava nele. Por um momento, ela se perguntou como seria ter essa mesma tranquilidade em sua própria vida, mesmo apesar da dor e dos problemas.

Finalmente, chegaram à frente do prédio de Steve. Ele parou a moto e sorriu para ela.

— Vou chamar um táxi para você. — Disse ele, pegando o celular. Theressa não pôde evitar uma brincadeira.

— Olha só, você sabe chamar um táxi. — Ela disse com um sorriso divertido. Steve riu suavemente.

— Até mesmo um cara de 96 anos sabe usar um aplicativo de táxi. — Respondeu ele, piscando para ela.

Ele começou a procurar um táxi, mas nenhum motorista parecia estar aceitando a corrida. Theressa observou enquanto ele tentava mais uma vez, sem sucesso. De repente, uma mulher loira apareceu na entrada do prédio, acenando para Steve.

— Olá, Steve! — Cumprimentou ela, com um sorriso amigável. Eles conversaram por alguns minutos mas Thessa não prestou atenção na conversa. — Acho que você deixou o som ligado.

Steve agradeceu e acenou para mulher, Theressa sabia que na verdade ela era uma agente da SHIELD disfarçada, que Fury havia colocado ela ali para ficar de olho em Steve e ver se ele estava se adaptando bem, Theressa só esperava que ela não fosse uma fofoqueira e que o fato dela estar ali com Steve não chegasse fora de contexto nos ouvidos de Brock.

Quando ela entrou, Steve franziu a testa, claramente surpreso e lançou um olhar para Theressa.

— Tenho certeza de que não deixei. — Disse ele, olhando para Theressa com uma expressão de confusão.

Theressa arqueou uma sobrancelha.

— Parece suspeito. — Comentou ela, cruzando os braços. — Vamos dar uma olhada.

Steve assentiu, concordando com a sugestão dela. Os dois caminharam ao redor do prédio até a parte de trás, onde havia uma escada de incêndio que levava até a janela do apartamento de Steve.

— Depois de você. — Disse Theressa, gesticulando para a escada.

Steve subiu primeiro, movendo-se com a graça e a agilidade de alguém acostumado a essas situações. Theressa o seguiu de perto, seus sentidos alerta. Quando chegaram à janela, Steve a abriu silenciosamente e entrou no apartamento. Theressa seguiu logo atrás, observando o ambiente cuidadosamente.

Dentro, o som estava realmente ligado, tocando uma música suave dos anos 40. Era uma melodia nostálgica, provavelmente de um disco de vinil, que preenchia o ambiente com uma sensação estranha e anacrônica. O apartamento de Steve parecia em ordem, sem sinais evidentes de invasão, mas ambos estavam em alerta máximo, movendo-se com cuidado.

Steve fez um gesto para Theressa, indicando para ela avançar com ele. Eles se moveram silenciosamente pela sala, seus olhos vasculhando cada canto à procura de qualquer coisa fora do comum. A música antiga continuava a tocar, criando um contraste inquietante com a tensão no ar.

Quando se aproximaram da sala de estar, ambos pararam abruptamente. Lá, repousando casualmente em um sofá, estava Nick Fury. Sua presença era inesperada e surpreendente, e ele parecia estranhamente à vontade, considerando a situação.

Steve franziu a testa, confuso e um tanto irritado.

— Não lembro de ter te dado uma chave, Fury — disse ele, cruzando os braços e olhando diretamente para o diretor da SHIELD.

Fury levantou uma sobrancelha, um leve sorriso jogando seus lábios para cima.

— Você acha mesmo que eu preciso de uma? — respondeu ele com um tom de voz calmo, mas carregado de subentendidos. — Vocês dois viraram amiguinhos, é?

Theressa permaneceu em silêncio, observando a interação entre os dois homens. Ela sabia que algo sério estava acontecendo, e a presença de Fury confirmava isso. Steve não respondeu.

— O que está fazendo aqui? — Steve perguntou.

— Minha esposa... me expulsou — Fury respondeu, ainda sentado na poltrona no escuro da sala com as luzes apagadas.

— Não sabia que era casado.

— Tem muita coisa que vocês dois não sabem a meu respeito — ele disse, balançando levemente a cabeça em resposta a Rogers.

— Pois é, Nick, esse é o problema. — Theressa viu a postura de Steve mudar enquanto ele proferia essa frase e avançava para dentro da sala de estar, acendendo a luz. Fury apagou a luz pelo abajur, e uma expressão de confusão tomou conta do rosto de Steve.

O diretor da SHIELD digitou algo no celular e mostrou para Steve e Theressa.

"Ouvidos em todos os lugares."

— Eu sinto muito ter que fazer isso, mas eu não tinha onde ficar — disse, tentando obviamente enganar as escutas. Ele mostrou outra mensagem em seu celular, uma que fez os batimentos de Theressa se elevarem.

"SHIELD COMPROMETIDA"

A mente de Theressa se transformou em uma nevoa densa durante o restante da conversa. As palavras de Fury pareciam distantes, abafadas, como se viessem debaixo d'água. "SHIELD COMPROMETIDA." A frase ecoava em sua mente, repetindo-se incessantemente. 

O plano da HYDRA havia começado, e isso a deixava ansiosa, aterrorizada até. Ela sabia o que isso significava, mas não estava preparada para enfrentar a realidade que se desenrolava diante de seus olhos.

Enquanto Steve e Fury continuavam sua conversa, Theressa mal conseguia prestar atenção. A sala ao seu redor parecia fechar-se, tornando-se uma prisão opressiva de incerteza e medo. Ela estava perdida em seus pensamentos.

De repente, um estrondo violento sacudiu o apartamento. Theressa foi arrancada de sua névoa mental e viu Fury no chão, ferido gravemente. Ele olhou para Steve com olhos cheios de dor e urgência, sussurrando suas últimas palavras: "Não confie em ninguém." Fury então parou de respirar.

A porta do apartamento foi aberta com força, revelando a vizinha loira de antes, agora armada e  com uma expressão de determinação. Ela correu até Steve, identificando-se rapidamente como agente 13 e dizendo que tinha ordens de Fury.

Steve, com uma expressão de raiva e resolução, partiu em perseguição ao atirador. Theressa, movida por puro reflexo, seguiu atrás dele. Seus pés mal tocavam o chão enquanto ela corria, o mundo ao seu redor tornando-se um borrão indistinto de movimento e som.

Ela correu tão rápido quanto Steve, aproveitando o caminho que ele abria. Vidros quebrados, portas arrombadas, papéis espalhados. Seu treinamento entrava em ação automaticamente.

O som dos passos de Steve à frente dela era seu guia, uma batida rítmica que a mantinha focada. O ar frio da noite cortava seu rosto, mas ela ignorava a sensação, concentrando-se apenas em alcançar o atirador. 

Theressa viu Steve pular de uma janela para a varanda de outro prédio, e sem hesitar, ela o seguiu. O salto era longo e perigoso, mas ela confiava em suas habilidades. Suas pernas impulsionaram seu corpo no ar, e por um momento, ela sentiu-se flutuar, o vento gelado cortando sua pele enquanto a gravidade puxava-a para baixo. Aterrissou com um impacto surdo, os joelhos dobrando-se para absorver o choque.

À sua frente, o atirador estava ali, uma figura misteriosa com cabelos longos e uma máscara que ocultava suas feições. Imediatamente, Theressa sentiu uma tontura ao vê-lo, acompanhada por uma estranha sensação de déjà-vu. Algo sobre ele mexia com suas memórias, algo que não conseguia exatamente definir.

Steve, decidido a não deixar o atirador escapar, arremessou seu escudo com precisão mortal. O atirador, no entanto, moveu-se com uma rapidez sobrenatural, agarrando o escudo no ar com uma mão de metal que brilhava à luz fraca da lua. O olhar frio que ele lançou a Steve foi penetrante, quase inumano, e depois de meio segundo, ele arremessou o escudo de volta.

Theressa viu o escudo voando em sua direção. Seu treinamento entrou em ação, e ela levantou os braços para se proteger. O impacto foi brutal, quase a derrubando do telhado. Seus pés escorregaram, e por um momento, ela se viu balançando perigosamente na beira. Com um esforço tremendo, ela conseguiu se equilibrar, segurando o escudo com força.

Steve, tomado pelo choque, hesitou. A visão do homem mascarado também havia provocado uma sensação estranha em seu peito, uma lembrança que ele não conseguia exatamente acessar. Ele viu Theressa lutando para se manter de pé e imediatamente correu até ela, esquecendo momentaneamente o atirador.

— Theressa, você está bem? — A preocupação em sua voz era palpável.

Ela respirava pesadamente, ainda segurando o escudo como se fosse sua tábua de salvação. Seu coração batia descontroladamente, e por um segundo, ela não conseguiu responder. Finalmente, ela olhou para Steve, seus olhos encontrando os dele com uma mistura de medo e determinação.

— Estou... estou bem. — Respondeu ela, a voz tremendo ligeiramente.

Steve ajudou-a a se endireitar, seu toque firme e reconfortante. Ele olhou ao redor, mas o atirador já havia desaparecido na escuridão. A frustração e a inquietação tomaram conta dele, mas a prioridade no momento era garantir que Theressa estava realmente bem.

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