
𝟢𝟢𝟪. 𝘉𝘶𝘥𝘢𝘱𝘦𝘴𝘵 𝘖𝘱𝘦𝘳𝘢𝘵𝘪𝘰𝘯
Capítulo 08: operação Budapeste. ✅
Assassinato. Em resumo, era isso que Alexander Pierce queria dizer com "Uma missão mais rápida antes da missão principal."
A tensão pairava no ar da nave enquanto ela cortava os céus, rumo a seu destino. Sentada na nave, Theressa ajustou o cinto de segurança, sentindo a familiaridade desconfortável de uma roupa casual, porém estratégica. Um colete à prova de balas por baixo da jaqueta, uma arma na cintura, munição extra nos bolsos e um canivete na bota, tudo em tons de preto para evitar chamar atenção.
O piloto da nave permanecia desconhecido, enquanto outros homens a observavam. Essa vigilância excessiva parecia contradizer o que Pierce havia prometido: que ela estaria no comando da operação. Mas ela não ficou surpresa, desde o começo soube que era apenas uma tentativa dele de faze-la pensar que tinha algum poder, quando obviamente não tinha nenhum. As coisas sempre funcionaram desse jeito.
A HYDRA permitiu que o Soldado Invernal fosse junto com ela, como ''apoio''. Mas enquanto os olhares dos homens os cercavam, qualquer interação entre eles era impossível. Kuznetsov também não sabia o quanto poderia revelar ao Soldado Invernal, afinal ele normalmente ia lá e executava, não recebia detalhes sobre a missão, era sempre ''Elimine esse alvo'' e estava feito.
Theressa olhou para ele, que estava usando uma espécie de mascara no rosto. Era um material preto e aparentemente pesado, cobria do seu queixo até o nariz. Não parecia ser exatamente confortável, na verdade parecia uma focinheira , a qual ele deixou Rostova colocar sem reclamar, parecendo um cachorro domado.
A nave pousou na Hungria, numa área remota a 50 km de Budapeste. Theressa e James saltaram, enquanto a nave ativava seu filtro de invisibilidade e decolava novamente, desaparecendo na escuridão da noite.
Apesar da escuridão, Theressa sentia a antecipação crescer. Ela consultou seu relógio, contando os minutos até o amanhecer. Além disso, recebera uma série de itens: uma bússola digital, armamento, dinheiro, documentos falsos e o mais importante, um localizador interno, implantado em seus braço direito e no do soldado invernal também.
Ela conhecia aquele tipo de dispositivo, já havia usado um daquele uma outras vezes em missão para sala vermelha e era capaz de reconhecer com facilidade aquela dor aguda e latejante daquela injeção em especifico. Era diferente de qualquer outro tipo de agulha ou seringa que usavam normalmente para procedimentos médicos.
Era um lembrete constante da rede de controle que a HYDRA tecia ao seu redor. No entanto, Theressa encontrava conforto no conhecimento de que aquilo não era permanente; durava pouco mais de quarenta horas, o tempo concedido para realizar sua missão.
Dessa vez, seu objetivo era claro: eliminar os alvos na base secreta da S.H.I.E.L.D. em Budapeste e hackear seus dispositivos. Uma vez feito isso, ela liberaria para outros agentes da HYDRA, posicionados em localizações estratégicas, toda a tecnologia Asgardiana apreendida após o ataque em Nova York.
Kuznetsov ajustou o colete à prova de balas embaixo da jaqueta e fez um último check em seu equipamento. Ao lado, o Soldado Invernal permanecia impassível, seus olhos quase ocultos pela máscara, mas ela podia sentir a tensão no ar. Ele no entanto, parecia não se sentia nada. Havia um entendimento silencioso entre eles, uma conexão forjada nas sombras da HYDRA e da Sala Vermelha.
Eles tinham pleno conhecimento de que aquela missão, assim como tantas outras não dava espaço para erro. Logo, começaram a caminhar pela floresta densa, movendo-se com precisão e cuidado para não fazer mais barulho que o necessário, o som suave das folhas sob seus pés era quase imperceptível.
Theressa liderava o caminho, a bússola guiando-os na direção correta enquanto relógio em seu pulso marcava o tempo com uma pontualidade implacável.
— Lembre-se, temos menos de quarenta horas. — sussurrou ela, mais para si mesma do que para o Soldado Invernal, mas ele assentiu levemente, indicando que compreendia, mesmo que no fundo ele estivesse dividido entre odiar que ela estivesse no comando, pois para ele, isso significava que ela estava se tornando um deles.
As primeiras luzes da madrugada começavam a aparecer no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e rosa. Theressa estava quase emocionada, fazia tanto tempo que não via a luz do sol e sentia o vento bater no rosto que pensava que podia ficar tonta com essa sensação, no entanto, sabia que o momento mais crítico estava prestes a chegar.
Chegando à borda da floresta, avistaram a entrada disfarçada da base. Theressa sinalizou para James, e os dois se abaixaram, observando os guardas patrulhando a área. Eles estudaram os movimentos dos guardas, aguardando o momento perfeito para agir.
Eles tinham um alvo especifico, a outra ordem era matar qualquer um que entrasse no caminho, no entanto Thessa gostava de trabalhar fazendo o mínimo de bagunça possível, já o Barnes, bem, ele não tinha muita opinião a respeito disso, apenas fazia o que era mandado que ele fizesse.
James e Theressa passaram bons minutos aguardandonas sombras, observando os guardas completarem suas rotas. A eficiência de seus movimentos era sincronizada e silenciosa, que ambos conheciam muito bem. Quando o momento certo chegou, eles avançaram com precisão.
Kuznetsov se moveu primeiro, usando agilidade, ela se aproximou furtivamente do primeiro guarda, atingindo-o com um golpe certeiro na nuca, desmaindo-o antes que ele pudesse emitir um som. James, com sua força bruta e rapidez, eliminou o segundo guarda com um golpe do braço metálico. Os corpos foram arrastados para as sombras, escondidos de vista.
A cada corredor, encontravam mais resistência. Os agentes da S.H.I.E.L.D estavam bem treinados, mas nada comparado ao treinamento brutal que Theressa e James receberam. Eles se moviam como fantasmas, abatendo qualquer um que ousasse cruzar seu caminho.
Theressa disparou contra dois agentes que surgiram em uma esquina, as balas de sua arma atingindo os alvos com precisão. James, por sua vez, usava a força esmagando crânios e quebrando pescoços com uma eficiência fria e mecânica. O sangue se misturava ao chão, mas nenhum deles parecia se importar. Estavam focados - e sufocados - em seu objetivo, mesmo que mas mais tarde, tudo isso fosse os assombrar.
Os corredores pareciam um labirinto de aço e concreto, mas Thessa se mantinha concentrada na rota que havia memorizado, guiando James pelos pontos estratégicos, até que finalmente chegaram a uma sala de controle, onde mais agentes aguardavam. A batalha foi rápida, a SHIELD atirou primeiro, então eles devolveram, minutos depois, estavam ilesos, mas sujos de sangue.
A mais nova correu e conectou o dispositivo ao terminal central, hackeando o sistema enquanto James ficava de guarda. O bip suave do dispositivo indicou que o download dos dados estava em andamento, mas o processo levaria alguns minutos e Thessa respirou fundo, esperando cada segundo que parecia propositalmente se arrastar.
O Soldado Invernal continuava na porta dando cobertura e eliminando mais alguns guardas que tentavam entrar na sala, sem muito esforço e sem demonstrar nada. Thessa estava acostumada com profissionalismo, mas ele era tão inexpressível que chegava a ser incomodo.
Finalmente, o dispositivo emitiu o som final, indicando que o processo estava completo, assim sendo, Theressa desconectou o aparelho e o guardou, fazendo sinal para James seguir.
Com a primeira parte da missão concluída, avançaram para encontrar o alvo principal. Cada passo os aproximava da sala onde o alvo, um cientista da S.H.I.E.L.D. com acesso aos dados Asgardianos, estava escondido. Quando chegaram à porta reforçada, Thessa usou um dispositivo dado pela HYDRA para abrir a fechadura, uma vez que a trava derreteu, eles entraram silenciosamente, avistando o cientista trabalhando em um terminal.
Sem perder tempo, a Kuznetsov apontou a arma para a cabeça do cientista.
— Não se mexa. — Ela ordenou com a voz rouca e o cientista congelou de medo, suas mãos levantadas em rendição.
— O que você quer? — ele gaguejou levemente, claramente não estava esperando aquela ''visita''.
— Precisamos dos dados. E depois...— começou, mas antes que pudesse terminar, James já havia se movido. Com um movimento rápido, ele agarrou o cientista pelo pescoço, levantando-o do chão, em um movimento rápido ele estalou o pescoço do homem e o soltou, o derrubando no chão em um baque surdo.
— Para que fazer uma cena, Kuznetsov? — James disse e Theressa revirou os olhos, enquanto se abaixava para revirar os bolsos do homem, pegando tudo que encontra, torcendo para que os Agentes da HYDRA tenham conseguido invadir as bases quando ela liberou e desligou a segurança na outra sala. — Vamos logo, eles já devem estar mandando reforços.
Sem aviso, James agarrou Theressa pela cintura. Ela mal teve tempo de reagir antes que ele se jogasse pela janela de vidro, levando-a junto com ele. O vidro estilhaçou-se ao redor deles, brilhando como fragmentos de cristal nos primeiros reflexos de luz do sol que estava nascendo no horizonte. A queda foi vertiginosa, e por um momento, Theressa sentiu o coração subir até a garganta.
Eles aterrissaram com um baque surdo, mas a força do impacto foi amortecida pelo corpo de James. Theressa caiu sobre ele, com uma perna de cada lado de seu corpo, ainda segurando a cintura dela firmemente. Ela estava chocada, os olhos arregalados enquanto tentava processar o que acabara de acontecer.
— Você está louco? — Ela sussurrou com raiva enquanto tentava controlar a respiração ofegante.
O Barnes não respondeu imediatamente, mas seus olhos azuis a observavam, enquanto a metade do rosto ainda estava debaixo da máscara. Ele a segurava firmemente, como se a queda não tivesse sido nada.
— Não tínhamos tempo para outra rota. — Barnes respondeu finalmente, após alguns segundos a encarando em silêncio.
Theressa bufou, mas sabia que ele estava certo. Ela tentou se levantar, mas ele ainda a segurava. Por um breve momento, seus olhos se encontraram, e algo indescritível passou entre eles.
— Pode me soltar agora? — Ela perguntou, tentando recuperar sua postura profissional.
James a soltou lentamente, ajudando-a a se levantar. Eles estavam em uma área mais baixa do complexo, cercados por escombros e vidro quebrado. Quando de pé, Theressa avaliou rapidamente o ambiente, verificando se estavam seguros, ao menos por enquanto.
— Vamos. -— Ela disse firme, tentando ignorar a adrenalina que ainda corria em suas veias. Eles começaram a se mover novamente com passos rápidos e silenciosos enquanto se misturavam pela floresta e eliminavam, ou pelo menos derrubavam, quem aparecia pela frente. — E da próxima vez que for fazer algo assim, me avise. Eu continuo no comando.
— Ainda não superou, Kuznetsov? — O Soldado perguntou enquanto eles diminuíam a velocidade dos passos, agora que aparentemente a barra estava limpa. Já dava para ver o sol brilhando entre as árvores.
Ela o ignorou, concentrando-se em limpar os resíduos de sangue em sua roupa. Pegou um lenço do bolso e começou a passar pelos braços e rosto, retirando a sujeira com movimentos rápidos e sem cuidado. James a observava em silêncio, com os olhos acompanhando cada movimento dela.
A mais nova então virou-se para ele, e sem aviso tirou a máscara que cobria seu rosto. Ele não protestou, apenas manteve o olhar intrigado enquanto ela usava outro lenço para limpar o sangue e a sujeira do rosto dele. Seus movimentos eram firmes, quase dominantes, enquanto a raiva ainda era visível em seu rosto.
— Aquilo foi completamente desnecessário. — Thessa murmurou ela, enquanto limpava o último resquício de sangue do queixo do homem. James segurou a risada, notando o quanto ela estava irritada e o quanto ainda não conseguia parar de pensar na forma como caíram juntos.
Quando terminou de limpar, tirou a própria jaqueta, entregando-a para ele.
— Vamos, vista isso. Estamos chegando à área metropolitana, e você precisa esconder esse braço de metal com a porra de uma estrela soviética.
James pegou a jaqueta, um quase sorriso leve brincando nos lábios, mas não disse nada. Ele, apesar da raiva dela, ainda estava achando aquela situação, no mínimo, cômica.
O Soldado vestiu a jaqueta, escondendo o braço metálico, era grande o suficiente para servir nele, mas ficava bem justa e apertada. Se ele precisasse socar alguém, com certeza ele teria que arrancar aquela manga.
Os dois adentraram a área metropolitana de Budapeste depois de cerca de uma hora de caminhada, finalmente mergulhando na multidão que se movia com pressa nas primeiras horas da manhã. O barulho da cidade os envolveu, uma mistura de vozes, motores e passos apressados. Ambos falavam húngaro fluentemente, resultado de seu extenso treinamento como espiões, então suas mentes automaticamente começaram a captar fragmentos das conversas ao seu redor.
Por um instante, Thessa quase sorriu. Havia algo reconfortante em estar cercada por pessoas comuns, vivendo suas vidas diárias. Fazia tanto tempo que ela não via cenas assim, pessoas indo ao trabalho, crianças indo para a escola, casais discutindo planos para o dia. Era um lembrete de uma normalidade que ela nunca havia experimentado.
Ela não podia, no entanto, afastar a imagem persistente de sua queda com James, aterrissando em seu colo de maneira tão inesperada. A lembrança fazia seu rosto aquecer ligeiramente, um raro vislumbre de vulnerabilidade que ela rapidamente reprimiu com frieza. O Soldado Invernal, atrás dela, parecia sentir sua leve tensão, mas manteve seu olhar profissional e vigilante, com a postura sempre alerta.
Kuznetsov consultou o dispositivo fornecido pela HYDRA, um pequeno aparelho que emitia um sinal indicando o destino final. O mapa mostrava um ponto específico no centro da cidade, e apesar de não conhecer Budapeste, não demonstrou estar perdida. Anos de treinamento a ensinaram a navegar qualquer ambiente com confiança.
A dupla seguiu pelas ruas estreitas, passando por mercados lotados e lojas recém abertas. Theressa mantinha a postura firme, os olhos atentos a cada movimento ao redor. James, ao seu lado, estava igualmente atento, a tensão em seu corpo denunciava sua incapacidade de relaxar, mesmo em meio à multidão.
—Figyelj, ez nem olyan rossz ár a piacon. (Veja, este não é um preço ruim no mercado.)— um homem comentou para sua esposa enquanto examinavam frutas frescas em uma banca.
Thessa fez uma nota mental de cada rosto e voz ao redor, um hábito que não conseguia abandonar. Ela olhou rapidamente para James, que permanecia silencioso, seu olhar constantemente varrendo a área em busca de ameaças, mas ele também parecia um pouco admirado. A jaqueta que ela havia lhe dado cobria o braço de metal, ajudando-o a se misturar melhor na multidão.
Finalmente, chegaram ao edifício indicado pelo dispositivo. Era um hotel elegante, sua fachada de pedra refletindo o sol matinal. Theressa respirou fundo e entrou com confiança, James a seguiu de perto.
Ao entrar, foram recebidos por um saguão espaçoso e bem decorado, com mármore brilhante e arranjos de flores frescas. O ambiente era acolhedor, mas Theressa sabia que não podia baixar a guarda. Ela se dirigiu à recepção, onde um jovem atendente sorridente os aguardava.
— Bom dia! Como posso ajudá-los?—perguntou ele no idioma local, com um sorriso amigável.
Theressa entregou os documentos falsos que a HYDRA havia fornecido, exibindo um ar de simpatia.
— Bom dia! Temos uma reserva. — Ela disse casualmente, enquanto preenchia o nome falso com naturalidade e um sorriso caloroso.
O atendente verificou os documentos e, em seguida, olhou para James, que estava emburrado atrás dela, as mãos enfiadas nos bolsos da jaqueta, os cabelos longos caindo sobre o rosto enquanto ele olhava ao redor com desconfiança.
— Seu namorado está de mau humor? — brincou o atendente, levantando uma sobrancelha.
A agente deu uma risada educada, tentando manter a aparência descontraída, apesar da tensão que sentia. James resmungou algo inaudível, provavelmente em russo, enquanto mantinha o olhar fixo em um ponto distante.
— Sim, foi uma longa viagem. — Thessa respondeu, ainda em um tom leve e casual.
— Entendo. Bem, a reserva está em ordem e o quarto já está pago. — O atendente disse entregando-lhes as chaves. — Por favor, sigam-me.
Os dois soldados seguiram o atendente pelo saguão até o elevador, subindo até um andar alto. O rapaz os conduziu por um corredor elegante até uma porta de madeira maciça, que se abriu para revelar um quarto luxuoso, decorado com bom gosto e equipado com todas as comodidades modernas.
— Aqui estamos. Aproveitem a estadia! — Declarou o atendente com um sorriso, e logo em seguida se retirou fechando a porta atrás de si, deixando Theressa e James sozinhos.
Theressa soltou um suspiro de alívio assim que ficaram sozinhos no quarto. Ela caminhou até a janela, observando a vista panorâmica da cidade enquanto tentava organizar seus pensamentos, depois analisou o cômodo com cuidado.
O quarto era luxuoso e espaçoso, decorado em tons neutros de bege e marrom, com toques de uma elegância cara e discreta. O piso era de madeira polida, as paredes eram adornadas com obras de arte modernas e uma grande janela de vidro proporcionava uma vista panorâmica de Budapeste, além de permitir que a luz natural inundasse o ambiente.
O centro do quarto era dominado por uma imponente cama de casal, com uma cabeceira estofada de couro marrom escuro. O lençol era de algodão branco de alta qualidade, complementado por almofadas decorativas em tons de dourado e marrom. Uma colcha de seda estava dobrada aos pés da cama, conferindo um toque final de luxo. Ao lado da cama, havia duas mesas de cabeceira de madeira escura, cada uma com um elegante abajur de vidro.
Na parede oposta à cama, havia uma grande televisão de tela plana montada acima de um aparador de madeira, que abrigava um minibar bem abastecido e um conjunto de copos de cristal. Um tapete macio cobria parte do chão e duas poltronas confortáveis estavam dispostas em frente à janela, acompanhadas por uma mesa de café feita de vidro.
Mas a mente da espiã estava focada em encontrar possíveis armadilhas ou câmeras ocultas, rapidamente ela começou a vasculhar o ambiente com precisão meticulosa.
Primeiro, verificou as luminárias, inspecionando cuidadosamente os abajures das mesas de cabeceira, depois se moveu os móveis ligeiramente, procurando por quaisquer sinais de dispositivos ocultos. Em seguida, examinou a área ao redor da televisão, passando os dedos pelo aparador em busca de câmeras disfarçadas.
Theressa se aproximou da cama, ajoelhando-se para verificar embaixo dela. Suas mãos percorreram a moldura e o colchão, procurando qualquer coisa fora do comum. Depois, foi até as poltronas e a mesa de café, verificando cada centímetro com a mesma atenção.
Enquanto a mulher trabalhava, James apenas observava em silêncio, ainda mantendo a postura de vigilância. Ele estava encostado contra a parede, com as mãos nos bolsos da jaqueta e os olhos atentos percorrendo o quarto.
Ela puxou uma cadeira para perto da janela e subiu nela para examinar as cortinas e a moldura da janela, procurando qualquer coisa que pudesse ser uma câmera oculta. Depois de alguns minutos, ela desceu da cadeira e se virou para James.
— Parece que está limpo.
James caminhou até a janela, olhando para a vista de Budapeste, mas seus pensamentos estavam claramente em outro lugar. Ela verificou mais uma vez o dispositivo da HYDRA, garantindo que estavam no local certo e aguardando o próximo passo. Thessa se sentou na cama e sentiu o colchão macio afundar.
Kuznetsov suspirou surpresa ao sentir o quão confortável aquela cama era. O cansaço da luta e da longa caminhada a invadiu subitamente. Ela deitou as costas na cama e sorriu para si própria, permitindo-se um breve momento de alívio. Quando olhou para frente, viu James a encarando fixamente.
O Soldado limpou a garganta e desviou o olhar, visivelmente desconcertado. Theressa se sentou de novo e suspirou, tentando dissipar a tensão.
— Senta aí. — Ela disse firmemente, mas sem a intenção de soar mandona. — A cama é bem confortável. — Thessa completou tentando parecer casual. — E eu não mordo.
Barnes, acostumado a seguir ordens, obedeceu. Ele se aproximou e sentou-se ao lado dela na cama, com um sorriso ladino aparecendo em seu rosto, algo que Theressa não estava acostumada a ver.
- Se você morder, eu mordo de volta. - disse ele, com um brilho nos olhos.
A espiã quase sentiu um rubor subir em seu rosto, mas manteve a compostura. Ela não sabia como lidar com esse lado inesperado de James, mas também não podia deixar-se distrair. No entanto, não conseguiu conter um sorriso surpreso.
— Quando foi que você ficou tão atrevido? — Ela perguntou, encarando-o ainda com aquela expressão divertida, porém inegavelmente bastante surpresa.
— Talvez você esteja me contagiando. — James disse firmemente, como se alguém tivesse desligado o Soldado Invernal.
Era simplesmente loucura para ela. Theressa estava acostumada a mal ter respostas da parte dele e, quando tinha, elas eram em sua maioria curtas e rudes. Mas agora ele estava ali, em uma postura de algo quase parecido com um flerte?
— Acho que tomar um ar fresco te fez bem. — ela comentou ainda chocada com a mudança de comportamento.
James deu um meio sorriso, mas logo voltou ao seu semblante sério, confuso. A proximidade de Theressa e a audácia de suas próprias palavras o deixavam perplexo. Ele nunca havia experimentado esse tipo de interação com ela, ou com qualquer outra pessoa desde que se lembrava.
O Soldado Invernal era uma máquina de combate, uma ferramenta precisa e letal mas a audácia de sua própria resposta o deixava desconcertado, mas a presença dela fora das instalações da HYDRA , a leveza que trazia, era inegável.
O homem a observou, tentando decifrar o que exatamente estava sentindo. Theressa era uma espiã habilidosa e determinada, mas também alguém com quem ele havia compartilhado momentos de confiança e lealdade. A linha entre camaradagem e algo mais estava se tornando cada vez mais tênue.
"Talvez você esteja me contagiando." ele havia dito, e ainda estava processando o impacto de suas próprias palavras. Sem saber porque disse isso, afinal era ridículo e ele não sabia exatamente o que isso significava, mas sabia que algo estava acontecendo ali.
A mais nova, também sentindo o peso do momento, se levantou da cama e começou a vasculhar o quarto em busca de câmeras ou armadilhas novamente, checando se deixou passar algo, mas na verdade era apenas para passar o tempo e evitar futuras aproximações.
Os olhos dele continuavam observando seus movimentos, cada passo meticuloso e cada movimento decidido, mas sua mente estava em um turbilhão, lutando para entender suas próprias emoções.
De repente, sem pensar muito, James se moveu. Ele se levantou e, em um impulso que ele mal compreendia, puxou Theressa para si. Seus olhos se encontraram, e por um momento, o tempo pareceu parar. Antes que qualquer um dos dois pudesse hesitar, ele a beijou.
Foi um gesto inesperado, mas cheio de uma certa urgência que parecia ter sido contida, embora ele nunca houvesse se sentido assim por ela. Ou pelo menos notado que sentia.
Ele estava acostumado a seguir seus instintos em combate, mas esse impulso era diferente. Era algo que ele não entendia completamente. Sua mão metálica segurou levemente o braço dela, enquanto a outra segurou a nuca de Theressa, puxando-a suavemente para mais perto.
Theressa mal teve tempo de processar o que estava acontecendo antes que os lábios de James encontrassem os dela. Foi um beijo inesperado, mas não rejeitado. Pelo contrário, ela se encontrou respondendo ao gesto com a mesma intensidade, como se aquele momento fosse inevitável desde o início. O choque inicial deu lugar a um calor inesperado, uma mistura de desejo e alívio enquanto ele deslizava a língua pelos lábios dela e explorava cando centímetro de sua boca.
Ele desceu as mãos para o quadril dela, apertando levemente e soltando um grunhido abafado enquanto desfrutava da sensação do calor dos corpos juntos e do gosto dos lábios dela.
James empurrou levemente o corpo dela contra a parede e levou novamente a mão até o rosto dela, erguendo seu queixo levemente.
Então de repente ouviram as batidas na porta e se separaram rapidamente. Como se fossem dois adolescentes pegos no flagra. Ela o empurrou e ajeitou os próprios cabelos. A extração da HYDRA havia chegado.
— O que foi isso? — Ela perguntou em tom de repreensão enquanto caminhava em direção a porta, checando se ela ainda possuía a arma na cintura.
Thessa ouviu James murmurar algo como "Não sei" e ficou sem saber se ele estava se referindo ao beijo ou as batidas na porta. Ela se referiu ao primeiro.
A garota respirou fundo e abriu a porta, com parte dela já se sentindo profundamente chateada por saber que em breve estaria na HYDRA de novo. No quarto frio e pequeno com todas aquelas pessoas pelas quais ela sentia repulsa.
Girou a chave e abriu a porta girando a maçaneta brilhante. Mas uma vez que a porta estava aberta, seus olhos se arregalaram, não era a equipe de extração da HYDRA.
James olhou em direção a porta e viu Thessa dando passos para trás, com as mãos levemente erguidas enquanto a figura de um homem desconhecido destrava uma pistola apontada para testa a dela.
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