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𝟢𝟢𝟣. 𝘋𝘰𝘯'𝘵 𝘠𝘰𝘶 𝘋𝘢𝘳𝘦 𝘊𝘳𝘺, 𝘠𝘰𝘶'𝘳𝘦 𝘯𝘰𝘵 𝘢 𝘉𝘢𝘣𝘺

20 anos depois
DEZEMBRO 2011
Sala Vermelha, Localização Desconhecida

Thessa saiu da sala de cirurgia, um pouco tonta, um pouco dopada. Graças à anestesia, ela sentia seu estômago enjoado a ponto de querer vomitar, sua visão ainda estava turva e seu corpo mole. Ela só queria se deitar no chão e dormir, por muitas horas. Ou para sempre.

— Como está se sentindo, senhorita Kuznetsov? — Dreykov pergunta, se aproximando dela com uma mulher mais velha que vestia um terno.

— Não muito bem, na verdade. — Thessa assume, sentindo as gotículas de suor se formarem em sua testa e as pernas bambeando um pouco.

— Olha, pelo lado bom, você não vai precisar mais menstruar ou sentir cólica. — A mulher diz rindo escandalosamente e dando um tapinha no ombro de Thessa, que só queria dar um tiro na cabeça da mulher. Mas mesmo se pudesse, não teria forças para isso.

— Certo, tanto faz. — Dreykov dá ombros, querendo ir direto ao ponto. — Quero que conheça uma pessoa.

— Alguém que vai te treinar. — A loira diz e revira os olhos.

—Meu treinamento já está concluído.

— Claro, claro... — Dreykov riu. — Nós sabemos, não somos idiotas. Seu treinamento na Sala Vermelha está concluído, agora vamos treiná-la para uma missão específica.

Thessa ergue os olhos cansados para ouvir as explicações de Dreykov e da mulher desconhecida ou pelo menos fingir que estava prestando atenção e não agonizando e querendo se jogar no chão. Mas parecia que o cérebro dela havia desligado a função russo e ela não estava entendendo nenhuma palavra.

— Você lembra que eu te disse que esse seria seu lar temporário, certo? — Dreykov diz e Thessa balança a cabeça positivamente, embora não ache que 20 anos seja o que as pessoas costumam chamar de temporário.

— Sempre te demos tratamento especial... — Ele ia continuar falando mas ela interrompeu.

— Deram é? — Não era para ele ter ouvido, foi só um pensamento sarcástico que inconscientemente saiu em voz alta. Mas para sorte dela Dreykov só ignorou com um olhar de desaprovação.

O que diabos ele considerava tratamento especial? Comer primeiro ou treinar por mais horas? Todo o resto era a mesma merda. Os abusos e as crueldades eram as mesmas para todas, e já era assim desde que Thessa se lembrava. 

Ela continuou o seguindo pelo corredor, sentindo os olhos pesarem e o estomago embrulhar mais forte. 

— Sim, demos. — Ele diz simplesmente, então volta para o discurso que planejou e começou. — Você esta conosco desde sempre mas chegou a hora de ajudar o lugar que você veio.

— O lugar que eu vim? — Ela pergunta confusa e com a voz rouca, enquanto levanta uma sobrancelha.

— A Hydra. — Dreykov responde.

— O que é isso? — Thessa perguntou, confusa, enquanto a mulher loira conteve uma risadinha e Dreykov apenas sorriu misteriosamente.

— Você descobrirá em breve. — Foi tudo o que Thessa obteve como resposta antes de Dreykov  guiá-la até uma sala. 

Ao entrarem, Thessa viu um ringue no centro. Em pé, em posição de sentido, esperando ordens, estava um homem. Seu braço esquerdo era de metal, com uma estrela soviética estampada nele. Ele tinha olhos azuis e cabelos pretos, uma expressão neutra e um olhar vazio.

Thessa sentiu um arrepio no corpo dela ao olhar para aqueles olhos azuis tão vazios. Não que os olhares das pessoas que ela costumava ver na Sala Vermelha fossem brilhantes e calorosos, mas os daquele homem faziam ela se questionar se ele ainda estava vivo. Dreykov se aproximou dela e disse em um sussurro em seu ouvido:

— Quero que lute com ele.

O mal-estar pós-cirúrgico de Thessa parecia aumentar a cada segundo. Ela tentou reunir forças para falar, para pedir a Dreykov que a deixasse descansar desta vez. Ela sabia que dessa vez o corpo dela não ia responder do jeito que deveria, independente do quando de treinamento que teve durante sua vida.

— Por favor. — Sua voz saiu fraca e trêmula, ela pelo menos tentou mas Dreykov simplesmente ignorou seu apelo. Thessa sentiu um nó de desespero se formar em sua garganta.

Os olhos de Thessa lacrimejavam, uma mistura de dor física e emocional, enquanto ela lutava para manter a compostura, fazia muito tempo que ela não reagia assim, normalmente ela só aceitava tudo que era imposto de primeira pois sabia que não existiam outras opções.

Ela nem sábia o motivo de estar tentando ou de estar reagindo ao fato de ignorarem ela como sempre.

 Antes que pudesse se preparar para o que viria a seguir, Dreykov deu um tapa firme em seu rosto, fazendo-a estremecer e seu rosto ir para o lado com a força do impacto.

— Não se atreva a chorar. Você não é um bebê — Dreykov rosnou com uma voz cortante.

Thessa engoliu em seco, ela fechou os olhos por um momento tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair novamente. Ela não podia demonstrar fraqueza, aquele tapa era só um pequeno lembre de que, naquele lugar, fraqueza era sinônimo de punição. Ela respirou fundo e caminhou até o ringue, talvez tivesse sorte e aquele soldado a matasse. 

A loira que acompanhava Dreykov falou algumas palavras para o soldado, que entrou no ringue atrás de Thessa, movendo-se com uma confiança silenciosa e uma determinação fria.

Com a visão turva, a morena avançou em direção ao soldado, usando os golpes que ela sabia fazer até dormindo, mas agora eles saíram um pouco desajeitados e mesmo assim o soldado bloqueou todos eles. Cada soco era um grito de dor e raiva contidos, uma tentativa desesperada de provar sua própria força, mas para si própria do que para Dreykov, mesmo quando seu corpo gritava por misericórdia.

Ela sentia a mão de metal do soldado esmagar seu punho cada vez que ele bloqueava um soco dela.  O soldado permaneceu impassível, sua postura inabalável diante dos ataques de Thessa. Ele parecia apenas observar, como se estivesse testando sua habilidade, sua resistência. Ele não estava dando tudo dele mas ela não podia se dar o luxo de hesitar. 

E então, num instante fugaz, o soldado reagiu. Sua resposta foi rápida, precisa, e antes que Thessa pudesse reagir, ela sentiu o impacto de seu contra-ataque. O golpe atingiu seu corpo com uma força avassaladora, derrubando-a ao chão com um baque surdo. O ar foi expulso de seus pulmões, deixando-a tonta e atordoada,  ergueu os olhos para encontrar o olhar frio do soldado. Ele não mostrava piedade, apenas uma determinação implacável.

Thessa se levantou mas antes que pudesse reagir, o soldado a derrubou novamente, com um golpe certeiro que a fez cair de cara no chão. O gosto metálico do sangue invadiu sua boca, enquanto ela se virava para encarar aqueles olhos azuis vazios novamente. 

Antes que a garota pudesse se levantar, ele já estava em cima dela novamente, tentando alguns golpes que ela conseguia desviar com movimentos de cabeça ou bloquear usando os braços enquanto tentava acertar uma cotovelada nele. 

No entanto, a resistência de Thessa logo começou a fraquejar enquanto a do soldado, imperturbável, apenas aumentava. Ele avançou com determinação e com um movimento rápido e preciso, ele envolveu o pescoço dela com sua mão de metal, apertando com força seus dedos frios em volta da garganta dela. 

A garota fraquejou de vez, sentindo tudo ficar escuro a sua volta e todo seu corpo ficar dormente, o ar ficando grosso demais para seus pulmões ardentes suportarem e a sensação do desmaio chegando com força, quando ela finalmente ouviu a voz de Dreykov:

— Chega. — Dreykov diz e revira os olhos, olhou para Thessa com desdém, parecendo não ter gostado do show. Thessa tenta se levantar, mas não consegue muito mais do que se por de joelhos, segurando o próprio pescoço para amenizar a dor local. — Você já foi mais que uma fracassada, Kuznetsov. — Ele murmura e sai da sala com a outra mulher, que provavelmente era da Hidra e provavelmente estava orgulhosa por seu soldado ter ganhado a luta.

O silêncio pairou pesadamente no ar, deixando Thessa sozinha com o soldado no ringue. Ele respirou fundo e passou a mão pelos cabelos, se aproximou dela e estendeu a mão para ajuda-la a se levantar, ainda com a expressão vazia.

 Thessa permaneceu imóvel, sua respiração pesada ecoando no vazio. Seu orgulho a impelia a recusar qualquer ajuda, mesmo que fosse oferecida pelo próprio soldado que a havia derrotado. No entanto, quando tentou se levantar por conta própria, suas pernas vacilaram sob o peso de sua própria fraqueza.

Ele se aproximou, mesmo com a recusa dela, colocando as mãos nos ombros dela e delicadamente a puxando para cima a colocando de pé. As mãos dele descem até a cintura dela por um minuto, a segurando firmemente para dar apoio, qual foi muito bem vindo, já que pouco depois disso, a exaustão finalmente a alcançou e ela subitamente desmaiou nos braços dele.

Horas se passaram antes que Thessa finalmente abrisse os olhos lentamente. Ao fazê-lo, foi recebida pelo cenário familiar da enfermaria da Sala Vermelha, onde médicos circulavam silenciosamente e o único som era o zumbido dos equipamentos de metal que eles manuseavam pelo cômodo. Ela ergueu o olhar e notou o soro conectado ao seu braço, e logo foi abatida pela lembrança incômoda de sua recente derrota no ringue.

Ao olhar ao redor, Thessa notou o soro conectado ao seu braço. Sem hesitar, ela arrancou o tubo com um puxão violento, sentindo uma ardência mas também um leve alívio ao se libertar daquele equipamento indesejado. Ela odiava coisas a prendendo. 

Seus olhos continuaram vagando pela enfermaria e, então, ela viu o soldado de mais cedo. Ele estava ali, recebendo algum tipo de manutenção em seu braço metálico. Thessa observou em silêncio enquanto os médicos trabalhavam, ela observou que ele não demonstrava dor ou incomodo e se perguntou se ele sentia algo. 

Ela tinha perguntas, se perguntava se ele falava,  se ele era um humano ou algum tipo de cyborg. Da onde havia vindo aquilo braço, de onde ele havia vindo. Quando todos saíram da sala, deixando apenas Thessa e o soldado dentro da enfermaria, ela sentiu a necessidade de se aproximar. Ela se sentou na cama e esperou um segundo, como se estivesse conferindo se estava consciente de todos os seus sentidos novamente e então se levantou com passos cautelosos, ela se aproximou dele, sentindo uma curiosidade misturada com uma pontada de irritação.

— Qual seu nome? — Ela perguntou com a voz firme, não era porque ele havia derrotado ela anteriormente que ela podia parecer frágil ou algo. Ele a olhou de baixo a cima, parando os olhos nos olhos dela e ela sentiu como ele estivesse tentando a intimidar, mas ela não se mexeu o recuou, apenas o encarou de volta.

— Não sei. — Ele respondeu sem hesitar, com a voz fria e rouca. Thessa franziu o cenho, surpresa pela resposta direta e vazia. 

— Como assim, não sabe? — Ele apenas deu de ombros enquanto vestia uma camiseta preta de mangas compridas, parecendo indiferente e alheio à sua própria falta de identidade. Um calafrio percorreu a espinha de Thessa, mas ela se forçou a continuar.

— Meu nome é Theresa Kuznetsov — ela disse, esperando uma reação dele. Ele olhou para ela por um momento, sua expressão inexpressiva como sempre e então finalmente disse:

— Eu sei. — Depois dessa resposta Thessa estava oficialmente irritada, era quase como conversar com uma parede. Ela engoliu seco e respirou fundo.

— Se eu estivesse em melhores condições mais cedo, teria te derrotado. — Ela disse, ainda querendo provocar uma reação nele. Ele a encarou por mais um momento, antes de responder com sua habitual indiferença.

— Mas você não estava. — Com essas palavras, ele se afastou, deixando Thessa sozinha na enfermaria, sua mente cheia de perguntas sem resposta. Enquanto ela observava ele se afastar, ela sentiu uma mistura de frustração crescer dentro dela, mas ela já estava acostumada com a falta de respostas para sua perguntas e com os sentimentos negativos constantemente crescendo dentro dela.


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