𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟔
━━━ CAPÍTULO 6.
descobertas.
Annabeth estava sentanda no sofá de casa, era de tarde e a garota estava com seu pijama desde a hora em que acordou, com seus cabelos presos em um coque bagunçado com alguns fios soltos e vendo um filme qualquer que passava na televisão.
Ela prestava certa atenção até seu celular fazer um barulho de notificação, pegando o aparelho curiosa, ela o desbloqueou e entrando no Instagram, vendo uma nova marcação em seu perfil, era uma foto onde tinha duas meninas com a boca cheia de salsichas e com os nomes "Sam + Anna" em desataque. A menina revirou os olhos vendo as curtidas da publicação de Yasmine subirem, ela jogou o celular no sofá, irritada. Ela odiava isso, tinha faltado a escola hoje por esse mesmo motivo.
─── Carrapato. ─ Chamou Jason.
Annabeth arregalou os olhos, quando escutou passos de seu pai se aproximando da sala, ele deveria estar no trabalho e não em casa. A garota se apressou em deitar no sofa, de barriga para baixo com a melhor desculpa de todas.
─── Annabeth?! O que está fazendo aí?! Você deveria estar na escola. ─ Dizia Jason chegando na sala e vendo sua filha deitada com uma careta de dor ─ Tá doente? ─ Perguntou preocupado largando suas coisas na mesa e indo ate ela.
─── É só cólica pai. ─ Mentiu.
Jason mesmo assim chegou até ela, pondo a mão em sua testa, pescoço e abaixo de sua axila, checando sua temperatura.
─── Já tomou remédio, querida? Posso pegar um no armário da sua mãe pra você. ─ Falou preocupado a fazendo sorrir suave.
─── Não precisa, já tomei dois. ─ Mentiu, novamente.
─── Tem certeza de que está tudo bem? ─ Perguntou recebendo um aceno em resposta ─ Ou você não quer ir à escola por que anda brigando?
Annabeth arregalou os olhos enquanto Jason deu uma risada, merda, claro que iam contatar um de seus responsáveis. Ela deu sorte que foi Jason, porque se fosse Marcy, céus, estaria completamente ferrada.
─── Fica tranquila, eu pedi que não contassem a sua mãe porque eu mesmo iria falar. ─ Contou fazendo a menina suspirar de alívio ─ Mas eu quero saber, o que houve?! Você nunca brigou na escola querida.
─── Não foi nada pai, só tinham algumas pessoas mexendo comigo e a Sam, um dos meus amigos nos defendeu e eu não briguei com ninguém, só me envolvi demais. ─ Contou anulando o detalhe de parcialmente ela ter iniciado o conflito quando deu um soco em Kyler.
─── Tem certeza que foi só isso?
─── Sim.
Annabeth olhou seu pai, o vendo com um olhar de dúvida a fazendo sorrir e acenar positivo. O homem suspirou sorrindo antes de assentir, e se sentar puxando a garota, colocando a cabeça dela em seu colo a fazendo rir.
─── Então o que estamos vendo? ─ Perguntou começando a mexer nos cabelos dela e olhando a televisão.
─── Não sei, mas tem o Tom cruise, deve ser legal. ─ Contou Annabeth fazendo o homem assentir ─ Não deveria estar no trabalho?
─── Não tinha muita coisa hoje pra mim, sai mais cedo. ─ Explicou ─ Mas não significa que meu pager não pode tocar a qualquer momento. ─ Disse monótono a fazendo rir.
─── Adoro como o senhor demonstra amar seu trabalho. ─ Brincou recebendo um leve tapa na cabeça.
─── Mas eu amo, ser cirurgião é incrível. ─ Falou Jason ─ Já ia me esquecendo, amanhã você tem que buscar sua lata-velha no Daniel.
Annabeth riu ofendida ao se lembrar de seu antigo carro, era um Toyota corolla 2005, ele foi dado de presente por seu avô como seu primeiro carro, mas estava com diversos problemas, então ela mandou para o conserto e Marcy lhe deu um novo.
─── Eu vou contar pro vovô que o senhor chamou a betty de lata-velha. ─ Ameaçou vendo o homem rir e rolar os olhos.
Alguns longos minutos se passaram com Jason fazendo leves carinhos na cabeça de sua filha, hora ou outra fazendo alguns comentários engraçados sobre o filme, Annabeth riu em um certo momento deixando seu pensamento cair em Jhonny.
O Lawrence parecia pouco arrependido na visão dela, mas não era totalmente convincente, e ela não estava disposta a perdoa-alô em um dia. Ele causou anos de dor e sofrimento, Jason estava lá por Annabeth mas não era a mesma coisa, e nunca seria pra ela, amava muito seu paidrasto, porém nunca parou de desejar em ter uma boa relação com seu pai biológico.
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Era dia seguinte e infelizmente Annabeth tinha que ir pra escola, mesmo não querendo ir ela foi. Era insuportável estar naquele ambiente com pessoas sorrindo e rindo dela, cochichando e as xingando de puta ou nojenta, agora ela sabia como os outros se sentiam em relação ao bullying. Anna tinha vontade de sumir, encheram a mochila dela de bananas ao longo do dia a fazendo se irritar. Ela queria ir embora, mas não podia.
Ela não estava muito bem com o nome na diretoria, Jason poderia ter a livrado mas ela não poderia cogitar a diretora tocar em seu nome na próxima reunião. Então lá estava ela, entrando na sua terceira aula do dia, antes do intervalo, em que ela iria se esconder na biblioteca junto de Samantha.
Bastou Annabeth por o pé na sala, que os burburinhos começaram a fazendo revirar os olhos e indo se sentar na ponta da sala como sempre.
─── Bom, hoje não vou passar nada elaborado mas peço que se preparem, formarei duplas. ─ Falava o professor de língua estrangeira fazendo os alunos bufarem.
Annabeth rolava os olhos vez ou outra enquanto escutava as pessoas dizerem seu nome baixinho, ou apontando para ela.
─── Muito bem, Lawrence e Moskowitz. ─ Chamou o professor fazendo Annabeth o olhar confusa ─ Vai ficar com o Eli, ele está... Ah, ali no fundo. Farão uma boa dupla, os próximos são...
Enquanto o professor voltou a dizer os nomes dos alunos que ficariam juntos, Annabeth se levantou pondo sua mochila em seu ombro, vendo onde Eli estava sentado, no fundo da sala, o garoto que a olhava desviou seu olhar no momento em que foi pegou.
A Lawrence reprimiu o sorriso e caminhou até a mesa em que os dois dividiriam juntos, Annabeth chegou perto de Eli e abriu sua mochila pegando seu material calmamente enquanto o menino tentava disfarçar vez ou outra seu nervosismo. Anna finalmente se sentou ao lado de Eli, fazendo o menino ficar mais ainda nervoso.
Eles prestaram atenção no que o professor dizia, e alguns minutos depois do homem explicar, eles estavam fazendo seu teste de língua italiana. Era normal na escola, eles tinham Francês, Espanhol e italiano. Eles começaram a fazer o teste em dupla que lhe foi passado, na verdade Annabeth apenas observava Eli, já que ele tinha pego a folha e tomou iniciativa.
─── É buona fortuna. ─ Falou Annabeth fazendo Eli a olhar inseguro ─ Você tava em dúvida?
Ela o viu ficar preso em uma questão e o teste era em dupla afinal, não iria deixá-lo fazer sozinho, ainda mais em uma coisa que ela é fluente.
─── Não. ─ Respondeu Eli olhando para baixo na direção do teste evitando a olhar nos olhos ─ E-eu só...
─── Tudo bem ter dúvida, italiano não é tão fácil assim. ─ Assegurou Annabeth chegando mais perto dele com sua cadeira ─ Olha, eu vi que tem algumas questões que você trocou. Posso arrumar? ─ Perguntou vendo o menino assentir.
Eli congelou quando sentiu a mão da garota encostar na sua para pegar o lápis, ele a olhou nos olhos pela primeira vez desde que ela tinha sentado ao seu lado. Annabeth deu um sorriso simples para o garoto, fazendo o lábio de Eli se curvar também.
A garota pegou a folha colocando de modo que os dois pudessem responder e dividir opiniões, bom, acabou que só Annabeth falava e Eli escutava a admirando. Ela ensinava tudo que sabia para ele, pronomes, sinônimos, palavras, até palavrões, conseguindo arrancar um riso baixo do garoto.
─── Viu não foi tão difícil?! Já acabamos, primeiro que todos eles. ─ Falou Annabeth orgulhosa vendo todos os alunos ainda fazendo seus testes ─ Somos demais. ─ Ela se virou sorrindo.
─── Na verdade, v-você fez tudo sozinha. ─ Falou Eli fazendo Annabeth rir e ele corar.
─── Não, nós fizemos juntos, eu só completei algumas coisas e ajeitei outras. ─ Disse Annabeth e era verdade, só algumas perguntas que ele não tinha respondido é as outras que estavam erradas, de resto estava bom ─ Sabe, eu tenho facilidade com italiano por conta dos meus avós. ─ Contou vendo Eli a olhar esperando que continuasse ─ Eles são italianos, e consequentemente o Jason- quer dizer, meu pai, ele também é fluente na língua assim como eles. E eles sempre tem costume de trocar algumas palavras em casa, e também sempre me ensinavam algo quando podiam. Isso me fez aprender rápido ainda criança, a minha irmã também é fluente em- Ah meu Deus, me desculpa eu tô falando demais. ─ Falou Annabeth envergonhada.
Eli sorriu quando a garota desviou o olhar, Annabeth não estava acostumada com ninguém a ouvindo atentamente sem ser sua amiga ou sua família. Kyler por exemplo, nunca a deixou falar e quando deixava não prestava atenção em nada.
É bom, Eli a olhava tão profundamente e acenava em concordância para cada palavra em que ela dizia, que Annabeth se sentiu estranha. Não era pra acontecer, mas aconteceu.
─── A sua irmã?... ─ Perguntou Eli curioso. Ele gostava de Annabeth e a ver falar com ele, a forma de como ela soltava cada palavra animadamente fazia seu coração se derreter.
Annabeth sorriu olhando para frente, e se virou para o menino. Ele a olhava curioso é com felicidade, era nítido. Bastou cinco segundos para em que ela começasse a falar pelos cotovelos. Mas Eli não ligou, ele gostou. Estava ali para ouvir a doce voz dela e suas histórias.
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Annabeth conversava com Samantha animadamente, as duas estavam indo em direção a LaRusso auto-peças. Samantha iria encontrar sua mãe é bom, Anna iria buscar seu outro carro.
─── Sabe, precisamos marcar uma noite das garotas. Como das outras vezes, só nós duas. ─ Falou Annabeth enquanto Samantha entrelaçava seu braço com o dela ─ Precisamos disso, tem tanta coisa que eu preciso te contar.
─── Eu também, podíamos fazer isso hoje? O que acha? Dorme lá em casa. ─ Sugeriu Samantha vendo a Lawrence assentir ─ Perfeito, eu comprei um kit de skincare, nós vamos testar ele enquanto colocamos o papo em dia.
─── Eu levo os filmes e cuido dos doces. ─ Falou Annabeth.
Ambas continuaram a conversar coisas banais, entrando na loja. As duas sempre se deram muito bem, era incrível como a conexão delas só se fortificou durante os anos. Eram melhores amigas e nunca haviam tido uma briga séria, nenhuma discussão nada, a LaRusso sempre soube escutar e a Lawrence também. Eram melhores amigas, e assim permaneceriam.
─── Ei, mãe. ─ Chamou Samantha assim que entraram na loja.
Amanda que conversava com a recepcionista, se virou para elas sorridente indo de encontro com as adolescentes.
─── Ei meninas, como estão? ─ Perguntou a mulher dando um abraço em cada uma delas.
─── Bem, eu vim te encontrar como você pediu, e a Anna veio buscar o carro dela. ─ Informou Samantha.
─── Ah claro, seu carro. ─ Falou Amanda pegando Annabeth pelos ombros e entrelaçando o braço livre com o de Samantha e começando a caminhar em direção a recepcionista com elas ─ Anna querida, me perdoe pela demora, era pra ter ficado pronto semana passada mas isso aqui está uma loucura. ─ Pediu.
─── Sem problemas, tia. Eu quase não uso ele, tirando as vezes que a mamãe me faz rodar com ele uma fez por semana. ─ Contou ela fazendo a mulher dar um sorriso.
─── Tá certo, eu vou te deixar com a Brigitd, ela vai indicar alguém pra te levar até seu carro. ─ Falou a mulher se soltando das duas e dando algumas instruções a recepcionista ─ Prontinho, agora eu vou ir lá dentro, tenho que resolver algumas coisas e você vem comigo. ─ Chamou Samantha que bufou.
Annabeth riu dando um rápido abraço em Samantha se despedindo, vendo a menina sair resmungando com sua mãe. A garota caminhou até a recepcionista, esperando ser chamada.
Alguns pequenos minutos tinham se passado e a senhora que cuidava da recepção, já tinha arrumado alguém para buscar o carro de Anna, enquanto isso, a menina esperava sentada no pequeno sofá da sala de espera que eles tinham ali.
─── Annabeth Campbell Lawrence... ─ Robby travou ao ler a ficha em suas mãos.
A garota que até então estava sentada, quando ouviu seu nome, deu um suspiro aliviado por a chamarem rápido. Ela guardou seu celular no bolso, e andou até o garoto, que tinha dito seu nome.
─── Ei, sou eu. ─ Falou ela vendo o menino travado a sua frente a fazendo ficar confusa ─ Aconteceu alguma coisa com meu carro? ─ Perguntou vendo o menino não responder ─ Tá tudo bem com você?! Eu posso chamar alguém.
Robby entrou em completo transe, ele estava de frente de sua irmã mais nova, não tinha muita diferença de idade era apenas um ano. O garoto soube da existência dela ainda criança, quando sua mãe resolveu contá-lo, ele ficou feliz em saber que tinha uma irmã e queria saber mais sobre ela, foi aí que quando ele já era um adolescente resolveu ir até Annabeth, mas desistiu vendo que ela estava muito bem sozinha, sem saber de sua existência.
Ele sabia que seu pai não era presente na vida de ambos, e quando viu como ela tinha ficado na frente do dojo, repensou sua ideia, eles eram irmãos, poderiam se ajudar se Annabeth soubesse.
─── Olha eu vou chamar...
─── Não! Não, precisa. ─ Respondeu Robby se recompondo rápido e dando um suspiro ─ Eu só, me desculpa, eu ando meio desligado esses dias. ─ Pediu sem graça.
─── Tudo bem. ─ Annabeth respondeu com um sorriso gentil fazendo o menino sorrir também ─ Mas o meu carro? ...
─── CLARO! Seu carro, me desculpa. ─ Falou atrapalhado a fazendo rir.
Eles caminharam até para fora da loja, onde já tinha outro funcionário com o carro de Annabeth onde ela reconheceu e caminhou animadamente até ele. Observando que a cor azul escuro dele estava mais brilhante, as rodas limpas, e o funcionário disse que o ruído no motor tinha sumido a fazendo sorrir animada. Mais alguns minutos com o funcionário lhe mostrando o carro, depois disso ele lhe entregou a chave e a deixou apenas com Robby.
O garoto evitava não tremer enquanto, anotava a nota fiscal dela. Ele estava pensando em contar a verdade para ela ali agora, mas estava lhe faltando coragem.
─── Bom, acho que realmente está tudo certo com a Betty. ─ Falava Annabeth olhando o carro vendo Robby confuso ─ É o nome dela. ─ Apontou para o carro o fazendo rir.
─── É um nome bonito, você quem escolheu?
─── Não, era do meu avô, então foi ele. ─ Contou o vendo assentir ─ Ele sabe dar nomes bons aos carros, ele tem um Impala 1967, ele o chama de Verônica. ─ Falou sorrindo ao se lembrar do seu avô.
─── Criativo. ─ Elogiou Robby.
─── Sim muito, bom, eu já vou indo. Posso? ─ Perguntou sobre a nota fiscal que Robby segurava já por alguns segundos.
O menino assentiu lhe entregando o papel relutante, Annabeth lhe agradeceu e ela estava prestes a entrar no carro. Tinha que ser agora, pensou. Então em um choque de coragem que passou por seu corpo, ele disse.
─── Annabeth. ─ Chamou fazendo a menina se virar confusa ─ Eu sei que isso pode ser loucura, eu não sei se você sabe mas, eu sou seu irmão.
─── Que?
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Nervosismo. Esse era o sentimento mais forte que os irmãos sentiam agora, nesse momento, sentados em uma mesa de restaurante. Annabeth quando Robby lhe contou a notícia no estacionamento da Larusso auto-peças, ela ficou surpresa e chocada mas não conseguiu dizer uma palavra. Apenas o convidar pra almoçar, ela literalmente disse "- Quer almoçar? -" e ele aceitou.
Agora os dois estavam sentados, esperando seus pedidos olhando um para o rosto do outro, sem saber o que dizer. Annabeth estava muito nervosa para iniciar algo, e Robby estava com vergonha.
─── Então?... você quer, me fazer alguma pergunta? ─ Falou Robby reprimindo a vergonha.
─── Quantos anos você tem? ─ Perguntou curiosa.
─── 17, e você?
─── 16. ─ Contou o vendo sorrir de leve e assentir ─ Me desculpa ficar assim é que eu realmente não sabia que ele tinha outro filho, e nem sei se você realmente é filho dele.
─── Pai ausente, alcoolismo e problemas de raiva. ─ Contou Robby fazendo Annabeth arregalar os olhos ─ Eu disse.
─── Cacete. Você é mesmo filho do Jhonny?! ─ Exclamou nervosa o vendo dar um riso nasal e assentir ─ Sinto muito, aposto que foram anos de merda.
─── Pode apostar.
Annabeth soltou um riso sincero fazem o menino sorrir e ficar pouco aliviado, Robby não tinha irmãos então não sabia como agir.
─── Desculpa, é que eu sou meio novo nesse lance de irmãos. ─ Comentou Robby.
─── Por que não foi me procurar antes? ─ Perguntou curiosa.
─── Eu fui. ─ Contou fazendo Annabeth prestar atenção ─ Uma vez eu fui até o escritório da sua mãe, fiquei o dia inteiro pra ver se via você, e no fim da tarde eu vi. Você saindo com ela é um cara, aparentavam estar bem felizes já que riam abraçados.
─── E por que você não foi falar comigo?
─── Achei melhor não.
─── Não?! Robby fala sério, você é meu irmão, não teria momento certo pra falar comigo, todos os momentos são. ─ Falou Annabeth lhe arrancando um sorriso ─ Sabe eu não sabia de você mas a gente pode... se ajudar?! Não sei, eu quero muito ter contato com você.
Robby sentiu seu coração se encher de alegria, ele pensou que Annabeth o rejeitaria assim como Jhonny, mas não, desde o momento em que eles se sentaram naquela mesa, ela estava disposta a ouvi-lo e aceitá-lo.
─── Eu também quero muito, mesmo. ─ Falou Robby empolgado.
─── Que bom! Olha, a gente pode marcar alguma coisa? ─ Sugeriu o vendo assentir ─ Quer almoçar amanhã?! Eu posso passar no seu trabalho depois da escola.
─── Claro, seria ótimo. ─ Falou Robby animado.
─── Perfeito, irmão.
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Annabeth chegou em frente a sua casa radiante, depois de deixar Robby no trabalho onde eles também foram conversando tudo que podiam repondo esses anos de ausência. Ele era um cara legal, estava feliz em poder dizer que era seu irmão.
Mas ela estava furiosa com uma coisa, como sua mãe não tinha lhe contado?! Ela não podia, deveria contar que ela tinha um irmão. E Robby sendo um ano mais velho que ela fazia a garota ter a certeza de que sua mãe sabia. Afinal, quem se relacionaria com um cara sem saber que ele tem filhos.
Annabeth saiu do carro que tinha estacionado na garagem ao lado dos outros, batendo a porta com força. Já indo entrar em casa, ela escutava vozes de seus pais e sua irmã. A fazendo caminhar mais rápido, alguns segundos depois ela chegou na cozinha encontrando sua mãe sentada na ilha junto de sua irmã, quando seu pai parecia fazer algo no fogão.
─── Quando iria me contar que eu tenho um irmão? ─ Intimou assim que colocou os pés na cozinha.
Todos pararam de conversar animados e se calaram, olhando a garota em pé, que aparentava estar irritada.
─── Querida, hoje foi um dia difícil no escritório. ─ Falou Marcy ─ Espero que entenda e não faça nada de errado. ─ Comentou sobre Annabeth aparentar estar nervosa.
─── Errado. Assim como você errou não me dizendo que eu tenho outro irmão?
Todos congelaram, principalmente Marcy que tinham uma feição indecifrável no rosto.
─── Você tem um irmão?! Eu pensei que fosse a única. ─ Falou Charlotte supresa mas chateada. Ela não gostava muito de dividir, e em pensar de ter dividir sua irmã mais velha com outra pessoa a deixava chateada.
─── Eu também pensei que você fosse a única, char. ─ Falava Annabeth entredentes olhando sua mãe ─ Mas mentiram pra mim, por dezesseis anos.
A mulher nunca tinha contado a Annabeth porque achava indiferente e sabia que Robby tinha mais contato com Jhonny - quase nada - mas ainda sim tinha, e não queria Anna perto dele. Jason sempre foi contra, afinal não se esconde família uns dos outros, mas se sua esposa queria assim ele estava lá para apoiar.
─── Em mãe?! Que foi?! Não vai me responder?
─── Annabeth, primeiro abaixe o tom de voz é vamos conversar. ─ Pediu Marcy se levantando e caminhando até ela.
─── Conversar?! Pra que?! Para você também anular o fato de me contar outras coisas importantes que você esconde da minha vida? ─ Retrucou ─ Eu não quero conversar com você.
─── Uuh, clima tenso. ─ Observou Charlotte tomando um gole de seu achocolatado.
Jason iria adverti-la mas ele estava muito ocupado de olho em Annabeth e Marcy, que discutiam.
─── Não é assim, você tem que me entender.
─── Não tem nada pra entender, você deveria ter me contado. A quanto tempo você sabe sobre o Robby? ─ Perguntou entredentes ─ Em, a quanto tempo?!
─── Desde sempre. ─ Contou baixinho.
Annabeth olhou sua mãe incrédula e soltou uma risada, não pode ser, ela pensou. Sua mãe, que é sua melhor amiga também, havia lhe escondido isso. Durante todos esses anos.
─── Por que?!
─── Porque o Jhonny via o Robby as vezes, bem, pouquíssimas, muito poucas, quase nada, mas ele via. E eu não queria você perto dele. ─ Explicava Marcy indo até Annabeth ─ Eu não quero você perto do Jhonny...
─── Tá?! Mas quem decide isso sou eu. ─ Falou Annabeth recuando quando sua mãe estava vindo em sua direção.
─── Annabeth, tente entender sua mãe. ─ Falou Jason compreensivo quando viu o quão chateada Marcy tinha ficado quando Annabeth se afastou dela.
─── Você também sabia?! ─ Exclamou incrédula ao ver o homem assentir com pesar ─ Incrível, vocês se merecem Jason. Dois mentirosos.
─── Annabeth fale direito conosco, volte aqui agora. ─ Mandava Marcy nervosa vendo a menina sair da cozinha nervosa feito um raio.
Assim que eles escutaram a porta do quarto de Annabeth no segundo andar da casa, bater com força. Suspiraram.
─── PAI TÁ QUEIMANDO. ─ Gritou Charlotte.
Jason arregalou os olhos vendo que tinha esquecido duas panquecas nas frigideiras, indo tirá-las de lá, vendo a fumaça e o cheiro de queimado
Subir e as duas completamente escuras.
─── Merda. ─ Praguejou o homem.
─── Essas são da Annabeth, ela quem as estragou.
Jason é Marcy olharam Charlotte em advertência, vendo a menina levantar as mãos em rendição, enquanto voltava a mexer no seu celular.
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Annabeth saiu de casa ignorando todos os chamados de seus pais, que tentavam falar com ela algumas horas desde a discussão na cozinha. Ela iria falar com eles, moram na mesma casa não dá pra ficar muito tempo sem se falarem. Mas ela queria um tempo, pra pensar.
Então ela saiu de casa, passando no quarto de Charlotte antes e dizendo apenas para ela que dormiria em Samantha. A mais nova assentiu alegando que contaria caso seus pais ficassem loucos atrás dela, bom, é o que iria acontecer.
A garota já estava longe de casa, nem tão longe, como Samantha e ela morava no mesmo condomínio, era apenas alguns minutos de sua casa para a dela, então Annabeth foi andando mesmo. Já era a noite mas não era tão perigoso já que o condomínio era do pessoal da alta. Assim que a garota chegou na frente da casa de sua amiga, retirou sua chave reserva do bolso, era da porta principal que Samantha tinha lhe dado, ambas tinha chaves de suas casas. A garota entrou, e fechou a porta atrás de si, e caminhou até as escadas.
─── Annabeth? ─ Questionou Daniel confuso. ─ Como entrou?
─── Minha chave reserva da porta. ─ Explicou balançando o objeto no ar.
─── Uau. Me surpreende, e me surpreende mais ainda não ficar assustado com isso. ─ Confessou o homem a fazendo rir sem graça ─ Sam está lá em cima.
─── Valeu, sr LaRusso. ─ Agradeceu dando um rápido abraço em Daniel ignorando o reclamar por ela ter lhe chamado de senhor.
A garota subiu as escadas rapidamente, indo até a porta no final do corredor onde ela já sabia ser de Samantha. A garota deu duas batidas antes de entrar, encontrando sua amiga sentada na escrivaninha enquanto sorria para seu notebook.
─── No paraíso, LaRusso? ─ Brincou.
Samantha se virou vendo que Annabeth tinha chego e deu um sorriso sem graça na direção de sua amiga, fechando seu notebook e indo até ela. As poucos as duas foram se ajeitando no quarto, colocando seus pijamas e com máscara de argila rosa no rosto. Enquanto conversavam como tinha sido o dia de ambas, a LaRusso contava como Miguel e Demetri tinham sido legais com ela durante a aula de biologia.
─── Ele são ótimos, sempre foram legais comigo. ─ Falou a Lawrence.
─── Ah, é que com tudo que acontecia e as pessoas que nós andávamos. ─ Argumentava Samantha ─ Não tínhamos oportunidade de conversar. ─ Explicou.
─── Óbvio que tínhamos, eu falei com eles, isso vem de nós mesmo Sam. ─ A LaRusso deu de ombros enquanto a menina continuava a falar ─ Eu vi meu pai esses dias. ─ Contou anulando o fato de
também ter descoberto um irmão.
Annabeth não era burra, sendo amiga de Samantha a anos ela cansou de escutar as histórias de karatê de Daniel e ela até se arriscou em aprender um pouco com ele. Então, ele sendo seu mentor, ela sabia da rixa que eles tinham e Robby trabalhava para Daniel, e o mais velho não sabia que seu pai era Jhonny, igualmente com ela. Os únicos LaRusso que sabiam do pai biológico de Anna, eram Amanda e Sam. Amanda sabia por Marcy, ambas eram melhores amigas e a Campbell mais velha lhe confidenciou esse segredo assim como Annabeth fez com Samantha.
E o mais importante para elas era Daniel não saber, ambas sabiam que isso não mudaria nada pois o LaRusso mais velho já tinha criado apreço pela garota, e ele saberia que ambos eram pessoas completamente diferentes, mas era melhor previnir. Assim como Robby, Annabeth sabia que Samantha não contaria nada mas primeiro ela perguntaria a ele se poderia falar, caso não, ela o respeitaria e não contaria.
─── Sério?! Como foi?! ─ Perguntou Samantha em relação a Jhonny.
─── Péssimo. O mesmo de sempre, ele me pedindo desculpas e eu saindo com raiva ou triste. ─ Falou dando uma risada sem ânimo fazendo Samantha por a mão em sua coxa em apoio.
─── Você pensa em dar uma segunda chance pra ele? ─ Perguntou curiosa. Ela sabia que provavelmente não, porque Annabeth guardava muito rancor do pai. Mas se ela fizesse, a apoiaria como sempre fez.
─── Não sei. ─ Disse sincera ─ Ao mesmo tempo que eu quero parar de culpá-lo eu... não consigo. Tenho medo de me machucar de novo, não quero passar pela sensação de abandono paterno pela segunda vez. ─ Confessou.
─── Sabe, eu sempre vou estar do seu lado para o que você precisar e nunca vou te julgar por nada que fizer. ─ Dizia a LaRusso fazendo a menina sorrir fechado ─ Somos amigas desde o fundamental 1. Sempre apoiamos as decisões de uma das outras, não importa o que você escolher eu te apoio. ─ Falou firmemente ─ E se você der uma segunda chance e ele não for legal, fica tranquila, estarei aqui pra chutar a bunda dele.
Annabeth riu por fim, antes de pegar a mão de Samantha e dar um beijo em agradecimento pela palavras.
─── Obrigada, melhor amiga. ─ Agradeceu.
─── De nada, melhor amiga.
Notas finais:
Oi gente?! Como estão?! Espero que bem viu?
Tava meio sumindinha porque eu tô focada em terminar ILYTI ( i love you too inifinity ). Então por isso o sumiço, mas fiquem tranquilos que sempre tento atualizar pelo menos uma vez na semana :)
Gostaram do capítulo?! Não se esqueçam de votar e comentar bastante, me ajuda a saber o Feedback de vocês e me incentiva a escrever ainda mais!
Beijo, amo vcs <3
─── Gabi.
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