━━━ CAPÍTULO TRINTA E OITO.
preciso dela.

ANNABETH SENTIU SEU CORAÇÃO APERTAR AO VER O ESTADO DO GAROTO, os olhos dele vermelho por conta do choro e seu moicano foi cortado, parecia ter sido cortado a força. Haviam resquícios dele em sua cabeça feito buracos.

─── Que mancada!

Ela viu todos se aproximando, Annabeth se sentiu tão mal que poderia jurar que começaria a chorar junto dele.

─── Quem fez isso com você, Eli? ─ Perguntou com a voz mansa.

Johnny se aproximou, parando ao lado da filha.

─── O Cobra kai. ─ O menino respondeu triste.

Annabeth sentiu sua respiração travar.

─── O Kreese e o Silver vão pagar por isso. ─ Johnny garantiu.

─── Meu Deus Johnny! Por favor. ─ Daniel interveio ─ Kreese tentou te matar da última vez, vai enfrentar os dois?

─── Claro que sim, olha o que fizeram!

─── Apagar o fogo com gasolina, por que não estou surpreso? ─ Ironizou.

─── Sensei, para. ─ Miguel pediu olhando Johnny.

Annabeth ainda estava quieta, olhando para Falcão, a expressão do garoto era tão perdida, parecia que poderia quebrar a qualquer momento.

─── Você ficou orgulhoso quando molharam os caras no outro dia, se tivessem encarado e partido para cima como eu ensinei isso não aconteceria. ─ Johnny rebateu irritado.

─── Onde eles vão parar se brigarem sempre que forem provocados, no hospital? Na cadeia? Só porque você passou pelos dois lugares não quer dizer que-

─── Cala a boca! ─ Annabeth falou alto atrás do pai o defendendo.

Daniel a olhou surpreso.

─── Anna tem razão pai, chega. ─ Samantha falou chegando perto do pai ─ O Johnny está certo. ─ Afirmou ─ Não importa quantas vezes enfrentamos o Cobra Kai se a gente não revidar, eles vão continuar atacando. ─ Falou frustrada.

Daniel engoliu seco desviando olhar da filha.

─── E você está preocupado com a minha influência com o seus alunos. ─ Ironizou ─ É isso que você quer Johnny? Que a minha filha e a sua, todos os alunos sejam como você?

─── Não precisa mais se preocupar com isso. ─ O Lawrence garantiu ─ Isso aqui acabou!

─── Por mim tudo bem!

Annabeth observou os dois e suspirou cansada.

─── Presas de Águia, vamos. ─ Chamou.

Os adolescentes se olharam frustados, Miguel olhou com pesar Samantha e Daniel antes de caminhar indo com Johnny.

Annabeth olhava Falcão, vendo o mesmo desolado como se precisasse de ajuda, e precisa. Se iria se arrepender ela só saberia depois, mas agarrou delicadamente o pulso do garoto que estava parado mas começou a caminhar com ela quando a mesma o puxou.

─── Annabeth?! ─ Daniel chamou confuso.

Samantha ergueu a mão impedindo o pai de ir até a amiga.

─── Deixa, ela vai voltar, isso é coisa deles, não a briguinha patética de vocês dois. ─ A LaRusso defendeu a amiga e Daniel olhou a filha abismado.

A Lawrence caminhava devagar trazendo Falcão consigo, a mão dela acabou escorregando e os dois entrelaçaram os dedos. Mas não se incomodaram com isso.

Ela caminhava calma com o mesmo, ambos desfrutando a sensação ótima que era a presença um do outro mesmo que indiretamente.

Quando chegaram na entrada do dojô, viram os amigo indo embora enquanto Johnny entrava no carro com Miguel, o Lawrence viu os dois juntos e estava prestes a se aproximar.

─── Não. ─ Miguel negou puxando o homem ─ Eles vão se resolver, vamos embora. ─ Pediu e mesmo que relutante Johnny foi com ele.

A loira viu que a moto de Falcão não estava lá, e de carros só haviam quatro, os dois de Samantha e Daniel, e mais dois dela e Johnny.

Então caminhou até seu carro, e soltou a mão do garoto, fazendo os dois sentirem saudades do calor das mãos entrelaçados um do outro, ela pegou a chave do veículo no bolso e destravou o carro.

─── Entra, eu te levo em casa. ─ Explicou.

Falcão assentiu desanimado enquanto deu a volta no carro, abriu a porta se sentando no banco do carona passando o cinto silenciosamente encostando sua cabeça no assento do veículo.

Annabeth entrou e se-sentando no banco do motorista, se ajeitou e passou o cinto ligando o carro para levar o garoto em casa.

Ela não ligaria se pudesse se arrepender por isso, era uma ajuda, ela sempre ajudou os amigos quando precisaram e com Eli não seria diferente.

Longos minutos de viagem até chegarem na frente da casa do menino, em nenhum momento os dois falaram algo, Annabeth queria muito conversar com ele assim como ele com ela, mas sabia que não era o momento certo.

─── Entregue. ─ A loira brincou desanimada parando na frente da casa do mesmo.

Falcão curvou os lábios olhando ela, sentiu o medo lhe invadir mas não perderia o oportunidade, precisava dela.

─── M-Me ajuda, a arrumar isso. ─ Pediu baixo.

Annabeth o encarou em silêncio.

─── Tudo bem.

Ele sorriu de leve.

Os dois saíram do carro quando ela desligou, Annabeth fechou a porta vendo ele fazer o mesmo, e deu a volta no carro começando a seguir ele.

Subiram os degraus de entrada na varanda, Falcão retirou o pequeno molho de chaves do bolso no moletom e abriu a porta dando espaço para a garota passar.

A casa dele não era enorme, mas também não era pequena, e parecia ser bastante aconchegante nas cores claras com algumas flores no ambiente o decorando com um estilo moderno.

Todos os ambientes pareciam estar escuros, o que fez se perguntar se os pais do menino estavam dormindo.

─── Meus pais não estão em casa. ─ Ele contou como se pudesse ler a mente dela ─ Vem. ─ Chamou depois de fechar a porta.

A loira o seguiu vendo ele caminhar até as escadas em passos calmos, quando terminaram de subir os degraus chegaram em um corredor e na primeira porta à direita entraram no quarto de menino.

Annabeth nem prestou muita atenção já que ele passou direto e entrou no banheiro do cômodo e ela seguiu ele, parou no batente da porta observando Falcão abrir o pequeno armário em baixo da pia e colocar uma caixinha em cima da mesma.

Chegou perto e observou ser uma maquininha de cortar cabelos, o garoto retirou o moletom ficando apenas de camiseta e Annabeth também retirou a jaqueta pondo do lado de fora do quarto em um canto do cômodo.

─── Certeza? ─ Perguntou cautelosa.

Ela sabia o que ele queria que ela fizesse, se aproximou vendo o mesmo concordar que sim, ele foi até o quarto e voltou com um pequeno banco colocando no centro do banheiro ficando de frente para o espelho.

Annabeth pegou a máquina na caixinha e viu ser elétrica, seu pai tinha uma igual que usava para cortar a barba e ela já havia feito isso para o mesmo então saberia usar.

Ela ligou o aparelho, Falcão sentiu os dedos leves e habilidosos dela se moverem cuidadosos por seus cabelos. Cada toque um suave carinho. Eles sentiam a tensão no cômodo, mas não se incomodavam por isso.

Os olhos de Falcão estavam fixos em Annabeth atrás de espelho, enquanto ela trabalhava, com preocupação em seu rosto. Mordendo o lábio concentrada.

A maneira em como ela cortava o cabelo dele e os tufos roxos caiam no chão, fazia se sentir cuidado, ela não estava lá apenas para o ajudar, está porque se importa.

─── Você está bem? ─ Annabeth perguntou com a voz reconfortante quando notou o olhar do mesmo sobre ela.

Falcão mordeu o lábio inferior.

─── Não, mas vou... obrigado. ─ Respondeu com a voz baixa.

Annabeth concordou compreensiva, com sua postura mais gentil com ele naquele momento, estavam tão próximos um do outro que eles sentiam o calor deles. Se abraçando em uma perfeita dança.

Quando ela terminou de cortar, desligou a maquinhina e colocou na pia, se pôs na frente dele limpando os restos de cabelos e em seus ombros e agora acariciando sua cabeça raspada sentindo seus cabelos baixos.

Lindo.

Anna conseguiu o achar mais lindo ainda de cabelos raspados, cada cafuné de leve que ela fazia na cabeça dele era um gesto de carinho, a sensação das mãos calmas dela lhe devam borboletas.

─── Qual deles fez isso com você, Eli? ─ Perguntou baixinho.

O garoto engoliu seco. Não posso.

Ele não iria falar, não contaria que todos do cobra kai o seguraram enquanto Robby entregava um canivete a Andrew. Os dois garotos foram os principais disso, não contaria para ela.

Mesmo não gostando dos dois, um era irmão dela e outro uns de seus melhores amigos, Falcão jamais a queria ver triste e ainda mais por sua causa. Já que ele colocou a culpa disso tudo em si mesmo.

─── Não importa, já aconteceu. ─ Falou perdido.

Annabeth sentiu seu coração apertar vendo uma lágrima solitária descer pelo rosto do mesmo, ela chegou perto do menino e com cuidado limpou a lágrima dele e abraçou seus ombros.

Falcão agarrou a cintura da mesma, e nem se deu conta de quando começou a chorar com soluços baixos enquanto estava agarrado nela.

─── Shiuu... tudo bem, eu tô aqui. ─ Annabeth falou calma afagando a cabeça dele deitada em seu peito.

O garoto a apertou mais, e sentiu os beijos suaves que ela lhe dava em sua cabeça

Ele estava tão nervoso por tudo, queria muito conversar com ela mas estava tão vulnerável que não saberia nem o que dizer, e os toques dela, ela tão perto. Annabeth o tinha na palma de suas mãos.

Falcão sentia que não merecia aquele cuidado, os afagos em seus cabelos, o carinho em sua costas, as palavras reconfortantes a atenção. Depois de tudo que ele tinha feito. Todas as coisas que fez, tudo que ele disse, não era merecedor de tudo isso, Annabeth estava sendo tão gentil e amorosa com ele que fazia parecer injusto.

Mas isso o mostrou, para os dois na verdade, que ambos estavam dispostos a se resolverem.

Annabeth continuou abraçada com ele, em pé ao seu lado tendo ele colado ao seu corpo agarrando sua cintura, vendo a expressão desolada dele pelo espelho.

─── Posso conversar com você depois? ─ Ele perguntou com voz embargada.

Anna olhava ele pelo espelho, ela pareceu paralisar mas saiu do transe rapidamente falando.

─── Sim, pode.

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Annabeth deu um soco tão forte no saco de pancadas que Demetri segurava, que o menino acabou indo para trás pelo impulso.

Raiva. Estava morrendo de raiva depois do que fizeram com o cabelo de Falcão, ela poderia estar muito confusa sobre o que sentia mas o menino era seu amigo apesar de tudo é isso a irritou, passou a noite inteira pensando nisso.

Mexam comigo mas não com os meus.

E o pior de tudo que quem mexeu com ele foi dois dos seus. Ela perguntou a Demetri se ele sabia de algo é claro que sabia, quem tinha feito tudo aquilo com Falcão foram Robby e Andrew. Céus. Ela não sabia nem como agir, mas estava com raiva e muita.

Ela deu um chute forte no alto, Demetri arregalou os olhos quando quase caiu pelo saco de bancadas bater nele e Samantha ao lado dele riu.

─── Calma ai! Guarda um pouco pro Cobra kai. ─ Brincou.

─── É, isso se a gente puder enfrentar eles. ─ A loira ironizou dando outro chute forte.

Todos os alunos do Miyagi-do agora treinavam, o treino que sempre estavam habituados, depois do Lawrence e o LaRusso romperem.

─── Oi gente, todos aqui? Tenho novidades. ─ Daniel falava chegando até eles.

Os alunos pararam de treinar, e caminharam até o homem formando uma pequena roda.

─── O comitê do campeonato regional anunciou grandes mudanças para o torneio. ─ Contou Feliz.

─── Que mudanças? ─ Samantha perguntou curiosa.

─── Bom, vejam vocês mesmos. ─ Sorriu entregando o folheto para a filha ─ É uma coisa completamente nova. ─ Afirmou.

Annabeth se apoiou no braço de Samantha sentindo Demetri fazer o mesmo com ela e Chris fazer com ele, observando o papel, eles viram que agora tinha diversas categorias com habilidades.

─── Estão introduzindo competições de habilidade? ─ Demetri falou descrente.

─── É. ─ Daniel assentiu.

─── Kata, quebra de tábuas... exibição de armas. ─ Annabeth leu com olhos levemente arregalados.

Daniel riu.

─── Vai ter uma divisão feminina. ─ Samantha leu virando o rosto para amiga ─ Isso quer dizer que...

─── Vão ter dois, dois campeões regionais. ─ A loira afirmou seguindo seu raciocínio.

Ambas olharam-se confusas quando Daniel
Confirmou o pensamento delas.

─── Mas peraí, e a aposta com o Cobra Kai? ─ Chris perguntou tendo o mesmo pensamento que todos.

─── O dojô que tiver mais pontos será o grande campeão. ─ O LaRusso contou.

─── Bom, a divisão feminina é nossa. ─ Samantha afirmou confiante entregando o papel para o pai.

O homem olhou as adolescente sorridente pela confiança que ambas exalavam.

─── Então nos resta as de habilidades e as masculinas. ─ Daniel se virou para os garotos ─ Conto com vocês. ─ Chamou.

Chris arregalou os olhos.

─── Oi? A gente?! ─ Exclamou assustado.

─── É, nós somos um bando de otários. ─ Demetri falou tão assustado quanto ─ Claro, somos bons nas horas inspiradoras mas, não somos as atrações principais. ─ Afirmou.

─── Temos mais chances com Miguel e o Falcão. ─ Chris sugeriu.

Annabeth suspirou alto.

─── Ou com aquele que não deve ser nomeado... rima com Dobby. ─ Demetri falou.

A Lawrence mesmo com raiva, teve de rir.

─── Olha, eu sei que vocês sentem falta de alguns amigos é claro que eu queria que o Robby estivesse aqui, não só eu. ─ Daniel falava olhando Annabeth vendo a menina assentir levemente ─ Mas é a hora de virar a página, tá bom? Não se preocupem, quando chegar a hora do torneio vocês vão perceber que foi a melhor coisa que aconteceu com a gente. ─ Garantiu.

A Lawrence assentiu levemente, nervosismo, ela amava seus amigos mas sabia que tudo que Demetri havia falado era verdade. Precisavam achar alguém durão.

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Annabeth estava muito próxima de Moon, tanto que quando a garota realmente pediu para ela fazer o teste de líder de torcida a loira fez e não foi surpresa passar. Moon era a capitã delas.

Então ela estava bastante ocupada a partir dos próximos dias, treinos de karatê, precisava se preparar para o torneio que seria no próximo mês, e também cuidaria de sua vida acadêmica.

E querendo ou não, ter atividade extracurriculares como líder de torcida ou participar de algum clube, ajudaria a entrar na faculdade. Que ela nem havia escolhido.

─── Próximo treino quero todas com o uniforme novo, Anna eu ajustei o seu pra você. ─ Moon falava no campo com a prancheta em mãos.

─── Obrigada. ─ A Lawrence agradeceu com um sorriso sincero.

O uniforme novo das líderes de torcida para treino era um pequeno short saia azul, com um top amarelo mas Annabeth não queria vestir o top. Não estava segura de si mesmo, com sua cicatriz.

Moon sabia disso, e não tardou em subsistir o top por uma body amarelo que a mesma pediu. Ela achava o corpo de Anna lindo, mas se a amiga estava insegura, ajudaria no que fosse possível.

─── Miguel?! ─ Annabeth riu supresa.

O Diaz estava junto de Johnny, o homem estava vestido feito um adolescente e com uma faixa na cabeça fazendo ela rir.

─── Eai?! Beleza?! ─ Miguel falou sorridente chegando perto da amiga no campo.

Annabeth bufou irritada.

─── Acredita que tinha um tarado mexendo com as meninas? Vamos terminar treinar lá dentro. ─ Contou vendo o rosto dos dois se contorcerem ─ Oi Johnny. ─ Falou sorridente.

─── Esse short ta curto. ─ Observou com uma careta fazendo a filha revirar os olhos ─ Podia usar uma calça. ─ Reclamou.

─── Está calor. ─ Justificou olhando para seu short de treino amarelo ─ O que estão fazendo? ─ Perguntou curiosa.

─── Recrutando pro nosso dojô. ─ Miguel contou.

─── Uh! Está feio mesmo, divisão feminina, certo?. ─ Annabeth fez careta.

─── Podia vir com a gente.

Johnny olhava sugestivo fazendo a mesma querer rir.

─── Não. ─ Negou vendo os dois bufarem ─ Mas, tem garotas duronas aqui, espera só... Moon. ─ Gritou chamando a amiga.

A morena que ajudava as meninas a levarem algo para dentro, sorriu amigável parando o trajeto e chegando perto deles.

─── Essa é ela?

─── Não, a Moon não gosta de briga. ─ Annabeth afirmou enquanto passava o braço pela cintura da amiga ─ Porém, a ex-namorada dela ama, conta pra eles. ─ Pediu.

Moon riu de leve lembrando de Piper.

─── Ela é a melhor atleta da escola, não tem medo de se meter em briga. ─ Contou.

─── O que estão procurando. ─ Annabeth sorriu vendo eles animados ─ Estão procurando meninas para recrutarem ao dojô deles. ─ Explicou para a amiga vendo a careta confusa dela.

─── Ah! Então é melhor usarem uma abordagem diferente. ─ Moon alertou passando o braço pela cintura de Annabeth ─ Querem umas dicas? ─ Ofereceu.

─── Com certeza.

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Marcy estava sentada na mesa da cozinha, resolvendo algumas pendências no trabalho, havia sentido um leve mal estar de manhã então optou por trabalhar de casa mesmo.

Na residência, apenas ela e Charlotte, a menina havia acabado de chegar em casa, Jason estava trabalhando e Annabeth avisou que estaria na escola por conta das líderes de torcida. A mulher estava tão concentrada que pulou de susto ouvido a campainha tocar.

─── Mãe. ─ Charlotte gritou resmungando do sofá.

Marcy revirou os olhos se levantando, a mais nova costumava ser a preguiça em pessoa quando chegava da escola e a loira olhou tediosa ao passar pela sala e ver a filha deitada no sofá com a cabeça enterrada em algumas almofadas.

Caminhou calma até a porta, abriu sorridente e seu sorriso caiu sendo tomado por uma expressão supresa.

─── Que civilizada.

Marcy comentou vendo Brooke em pé em sua porta, a adolescente tinha um rosto de cachorrinho pidão enquanto sentia seu estômago se revirar.

─── Sra. Sinclair... preciso de ajuda. ─ Falou com a voz quebrada.

A mulher entreabriu os lábios, e respirou fundo com um leve sorriso, abrindo mais a porta dando espaço para ela passar.

─── Tudo bem, vem, entra. ─ Chamou.

Brooke entrou na casa da mesma, e seguiu a mulher quando ela fechou a porta, passava pelos enormes cômodos observando tudo. Lindo. A casa era linda, em tons claros com uma decoração moderna, deixando ela admirada.

Ela parou na cozinha junto da mulher, vendo Marcy afastar uns papéis enquanto fechava um notebook, enquanto puxava uma cadeira para ela se sentar na mesa da cozinha.

─── Então quer alguma coisa? Digo, água, chá? Um suco? ─ Marcy ofereceu educada.

─── Não, obrigada. ─ Brooke recusou.

A mulher assentiu passando as mãos nervosas na calça jeans enquanto se sentava, Brooke parou para admira-lá também. Marcy é tão linda, e mesmo vendo ela em casa vestida casualmente, com uma camisa larga e um jeans antigo, cabelos presos em um coque bagunçado que escapavam alguns fios a mulher estava linda. Como Annabeth.

Odiava a adolescente mas ela não podia negar, a Lawrence era linda e tinha uma confiança que fazia ela sentir inveja. Uma tola. Era uma farsa, Anna poderia ter tudo no momento menos confiança com ela mesma.

─── Do que precisa, querida? ─ Perguntou amorosa.

Céus. Brooke jurou que poderia chorar na frente da mulher só por sua forma carinhosa, ou em como ela estava com um olhar maternal a ajudando.

─── Antes que pense algo, não é dinheiro. ─ Brooke falou calma vendo a mulher assentir de leve por ela começar a falar ─ Na verdade e-eu quero me formar. ─ Gaguejou nervosa ─ E o diretor disse que pode deixar eu e a Tory voltarmos para escola, por conta das nossas situações em casa mas a família de vocês tem que permitir, os LaRusso também. ─ Contou abaixando a cabeça.

Marcy suspirou fundo.

─── Olha, eu fico feliz que queira tomar um rumo na vida, voltar a estudar é um grande passo. ─ A loira falou admirada ─ Mas precisam prometer uma coisa-

─── Ficamos longe. ─ Brooke falou rapidamente erguendo olhar para a mulher ─ Tory e eu ficamos longe, eu prometo não chegar perto da Annabeth. ─ Afirmou.

─── Isso é ótimo mas, eu quero que você tenha apoio. ─ Marcy falou calma vendo a adolescente fechar os olhos com força em um bufo ─ Fala com alguém, você lida com tanta coisa, isso é sério, e já faz tempo. ─ Falou preocupada depois de procurar a vida da garota e descobrir o necessário ─ Deveria falar com um terapeuta, um orientador, o Dalai-lama... não importa. ─ Disse firme ─ Fale com alguém que não esteja, ligado ao karatê.

Brooke entreabriu os lábios supresa, Marcy estava lhe dando tanta atenção, sua tia lhe dava isso mas a loira tinha um ar tão maternal que a fez se sentir acolhida.

─── Tá, eu faço o que tiver que fazer. ─ Concordou ─ Eu preciso disso. ─ Afirmou.

Elas não perceberam, mas Annabeth tinha chegado do treino e entrava sorridente na cozinha ao lado do pai que coincidentemente tinha chego junto com ela em casa.

Jason ouvia atentamente ela contar como tinha sido seu primeiro dia como líder de torcida, o homem ouvia feliz, sua filha precisava viver como uma adolescente normal depois de tanto tempo.

─── Você tinha que ver pai, a Moon quase caiu em cima de mim quando eu... Que merda é essa?!

Annabeth falava animadamente entrando com o pai na cozinha, mas parou ao ver a presença de Brooke e a olhou incrédula.

Jason tinha uma feição supresa, Brooke se remexeu desconfortável e Marcy tinha olhos arregalados como se fosse uma criança sendo pega fazendo coisa errada.

─── Não acredito! Sai da minha casa. ─ Annabeth gritou irritada indo na direção da garota.

─── Ei, ei, calma Anna. ─ Jason segurou a filha pelo braço ─ Marcy, pode explicar isso? ─ O homem perguntou nervoso enquanto segurava a menina que olhava a outra sentada na mesa com um rosto irritado.

Charlotte que dormia no sofá, acordou em um pulo e correu para cozinha ouvindo os gritos e não pode deixar de se surpreender ao ver a cena.

─── Não precisa, eu já estou indo. ─ Brooke falou envergonhada se levantando.

─── Calma. ─ Marcy chamou ─ Charlotte, leva ela até a porta. ─ Pediu.

─── Mãe? ─ A morena exclamou inconformada assim como a irmã.

─── Charlotte, vai. ─ Mandou.

A garota bufou antes de ir até a porta sem se importar muito com Brooke a seguindo, ela não gostava da garota, também pudera, deixou sua irmã passar por diversos traumas.

Ficando apenas os pais e Annabeth na cozinha, ela puxou o braço que Jason segurava e se virou para mãe irritada.

─── Anna, eu só estou ajudando, a Brooke passou por muito também. ─ Falou calma.

Annabeth riu incrédula.

─── No que você tava pensado? Eu passei por muito, muito mesmo. ─ Falou irritada.

─── Ela só quer voltar a estudar. ─ Marcy explicou.

Jason observava as duas, ambas parecendo estarem prestes a entra em colapso mas ele não deixaria, se meteria antes disso.

─── Você queria ela no reformatório, agora quer que ela volte a estudar?! ─ Exclamou apontando para a mãe nervosa.

─── Eu não quero mais que essa rivalidade domine sua vida! Meu amor. ─ Marcy falava alto atônita.

Annabeth olhou incrédula.

─── E por isso eu tenho que estudar com uma psicopata, Sério? ─ Explodiu.

─── Annabeth, abaixe o tom de voz. ─ Jason mandou não gostando de como ela falava.

A Lawrence o ignorou e chegou mais perto da mãe.

─── Você quer me ver eu me odiando ainda mais não é? Quer ver ela rasgar outra parte do meu corpo. ─ Annabeth falou nervosa.

Os olhos da adolescente estavam perdidos, ela se sentia traída. Pela própria mãe.

─── Enquanto elas estiverem na escola, vão ter algo a perder, Annabeth ela não vai machucar você! ─ Marcy garantiu nervosa.

Annabeth olhou descrente.

─── Elas? Não acredito, isso é um pesadelo. ─ Falou alto puxando os cabelos para trás ─ E você acredita nela? Escuta o que ela tem a dizer mas não veio me perguntar antes ou escutar o que eu tenho a dizer. ─ Disse frustrada ─ Inferno. ─ Gritou.

Jason olhava com uma careta assustado vendo a menina ir na direção da sala, para ir até as escadas e se trancar em seu quarto, pouco segundos depois Charlotte apareceu mas o homem fez um sinal com a mão pedindo um tempo e a mais nova entendeu perfeitamente.

─── Marcy, ela pirou com razão. ─ Jason falava cauteloso chamando atenção da mulher agora encostada na pia ─ Por que tá ajudando ela? ─ Perguntou calmo.

A mulher suspirou.

─── Jason, ela perdeu os pais em um acidente de carro aos doze anos, mora de aluguel com a tia que é garçonete e ganha menos que um salário mínimo. ─ Marcy falava calma ─ Eu sei que ela fez tudo isso, mas eu também sei como ela se sente, eu já fui ela.

A Sinclair tem uma ótima condição, porque estudou muito e batalhou bastante por isso, mas sua infância e adolescência foram difíceis, pais divorciados e não tinham tanta grana. Passou por coisas que não desejava a ninguém, e entedia Brooke de certa forma.

─── E ela só quer voltar a estudar, ela não vai mexer com a Anna, eu tenho certeza. ─ Marcy falou calma ─ Confia em mim?

O homem suspirou assentindo.

─── Claro que confio, meu amor. ─ Jason falou calmo caminhando até ela ─ Mas precisava perguntar a Anna primeiro, ela que vai conviver com essa garota na escola, sabe como ela ficou depois de tudo. ─ Explicou se encostando ao lado da mulher.

Marcy assentiu deitando a cabeça no ombro do marido, enquanto sentia ele a abraçar de lado.

─── Sei que queria ajudar, mas agora tem uma adolescente chateada em casa. ─ Jason falou vendo ela suspirar ─ Esses dias ela tem se sobrecarregado, isso não foi legal, essa menina fez um trauma nela que vai ficar pelo resto da vida.

─── Eu sei. ─ Marcy assentiu triste ─ Eu vou falar com ela. ─ Decidiu.

─── Agora não. ─ Jason alertou ─ Ela me falou que iria na casa de um amigo, espere ela chegar e se não lhe der abertura, espere mais um pouco. ─ Explicou.

Marcy respirou fundo.

─── Tudo bem.

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Annabeth estava tão irritada, jurava que poderia explodir algo só com seu pensamento. Traidora. Sua mãe nem tinha lhe avisado nada, apenas jogou a bomba em seu colo e esperou que agisse normal.

Obviamente que não iria fazer isso, ela tomou um banho rápido e colocou uma roupa básica, short jeans brancos e uma camiseta preta de sua banda favorita, tênis brancos nos pés e saiu de casa apenas com a chave do carro e o celular na mão. Bateu a porta com tanta força na hora, que ouviu os gritos o pai dentro de casa mandando ela bater com mais força para quebrar a porta de uma vez.

Se não estivesse tão chateada com sua mãe poderia ter dado risada, mas não deu, estava irritada demais para rir.

─── Vai devagar. ─ Resmungou enquanto Demetri puxava seu braço.

Após sair de casa, ela buscou o amigo na dele, e os dois foram até a casa de Falcão verificar o mesmo, Annabeth esperava que Demetri apertasse campainha mas se assustou ao ver ele retirar a chave de baixo de um duende de decoração na varanda.

─── Isso é invasão de privacidade. ─ A loira brincou vendo ela abrir a porta.

─── Eu sou da família. ─ Justificou.

Annabeth riu e se assustou quando o menino a puxou para dentro da casa, Demetri fechou a porta e arrastava a loira pelos cômodos.

Quando chegaram na sala, avistaram Falcão triste sentado no sofá com um notebook no colo, o menino escutou os passos e ergueu o olhar supreso por vê-Los.

Sorriu.

Então ele sorriu de leve por ver Annabeth, a loira estava em pé na sua sala, junto de seu melhor amigo, a menina sorriu de volta educada.

─── Onde é que você estava cara? ─ Demetri gritou preocupado soltando o braço de Annabeth no ar a fazendo resmungar.

Ele tinha sumido depois da última ligação que eles tiveram de manhã, só não sumiu para Annabeth óbvio, toda mensagem que ela mandou ele havia respondido, mas não tinha ido à escola e nem aparecido em lugar nenhum. Deixando Demetri preocupado.

E Annabeth não contou que ele aparentava estar bem, já que ela tinha cortado os cabelos dele para o mesmo, aquele momento foi tão íntimo entre os dois. Que ela desejou guardar somente com ela.

Falcão também faria isso.

─── Como você entrou aqui? ─ O menino perguntou calmo.

─── Há! Sua mãe deixa a chave em baixo do duende desde sempre. ─ Falou alto ─ Vocês tem que melhorar a segurança agora por causa da guerra de karatê! ─ Gritou inconformado.

Falcao estava muito triste para dizer algo, Annabeth achava os surtos diários de Demetri engraçados então ficou quieta observando como o menino e indo se sentar no sofá perto dele.

─── Mas isso não é o importante! ─ Trocou de assunto enquanto andava em círculos pela sala.

─── E o que é o importante? ─ Falcão perguntou desinteressado.

Demetri se virou para ele desesperado.

─── Não soube? O torneio de karatê agora tem divisões de gênero. ─ Gritou afobado ─ Acha que eu sou a esperança do Miyagi-do para derrotar Robby Keene?!

Annabeth e Falcão sentados no sofá, olhavam o menino, o garoto tinha um rosto desconfortável no rosto e a loira comprimia os lábios.

─── O Sr. LaRusso fala que qualquer um pode ser um herói mas, eu não sou o batman! Eu tô mais para o Alfred. ─ Divagava feito doido ─ Você é o batman. ─ Apontou para Falcão sentado ─ E a mulher gato do seu lado! ─ Apontou para Annabeth.

Ambos olharam o menino tediosos.

─── Ah! Esqueci que não curtem muito DC. ─ Resmungou Demetri ─ Esquece o batman! Você é o Falcão do moicano. ─ Bateu as mãos na perna.

O garoto suspirou.

─── É, eu não sou mais. ─ Falcão falou retirando o boné e o capuz que usava.

Ele revelou a cabeça raspada com os cabelos baixos, Annabeth já tinha visto, era obra dela. Demetri fez careta olhando por não estar acostumado.

─── Aí, pelo menos tá melhor da última vez que eu vi. ─ Demetri tentou consolar.

A menina balançou a cabeça em negativo.

─── Todo mundo sabe o que aconteceu, é uma vergonha. ─ Falcão falou cabisbaixo

─── Quem liga para o que eles pensam? ─ Anna revirou os olhos ─ Cabelo cresce. ─ Garantiu.

Falcão se virou, vendo ela sentada ao seu lado, deu um leve sorriso vendo o olhar acolhedor.

─── Não importa. ─ Falou teimoso ─ Arruinei minha reputação, falei muita besteira e provei que sou um babaca. ─ Suspirou pesado ─ Com o Miguel, com você... e ainda mais com você.

Annabeth sentiu seu coração bater forte vendo o menino desviar o olhar de Demetri, para ela.

─── Eu mereci isso. ─ Afirmou.

─── Olha só, eu já te perdoei, lembra? ─ Demetri falou.

A Lawrence permaneceu quieta, ela ainda não estava com todos os caquinhos recuperados para dizer isso e Falcão entendia.

─── Não estou nem aí se você usa, moicano, mullet ou... rabo de cavalo. ─ Demetri gesticulava ─ Vem ajudar o Miyagi-do. ─ Pediu.

─── Eu não vou voltar para o Miyagi-do. ─ Falou Falcão.

─── Ah! Beleza, vai escolher o Presas de Águia do que seu melhor amigo-

─── Também não vou voltar para os presas de Aguia. ─ Falcão falou alto perdendo a paciência ─ E-Eu, cansei do karatê. ─ Contou ─ Estou fora.

Annabeth trocou olhares apreensivos com Demetri, ambos preocupados com o garoto mas a loira deixou o trabalhar de pressionar com o amigo.

Ela sabia que Falcão era forte, só precisava um empurrãozinho para se tocar, mas ele estava tão nervoso e eles haviam se afastado tanto, que ela não se sentia bem de fazer isso.

Então no sofá, sentada entre os amigos, ela observava o garoto jogar fortnite pelo notebook o fazendo rir vez o outra pelos comentários dela e Demetri revirar os olhos.

─── A Charlotte joga isso, mas parece tão complexo. ─ Annabeth contava encostada com a cabeça no sofá ─ Ela tentou me ensinar, mas perdeu a paciência e me chamou de burra. ─ Resmungou rindo se lembrando da irmã gritar inconformada por ela não saber a sequência dos botões no controle de videogame.

─── Eu posso te ensinar se quiser. ─ Propôs.

Annabeth arregalou os olhos animada.

─── Sério? ─ Falou e riu quando o menino balançou a cabeça em concordância ─ Ah, então tá! Mas eu sou meio lenta pra essas coisas. ─ Avisou.

─── Fica tranquila-

─── Você não pode desistir! ─ Demetri exclamou os interrompendo.

Annabeth teve de prender o riso vendo o rosto frustado no garoto, vendo que amigo tinha atrapalhado os dois e voltado no assunto anterior.

─── Eu já disse. ─ Falcão falou com a voz calma ─ Já tomei minha decisão.

Demetri se desencostou do sofá, olhando os dois, inconformado com o que o amigo dizia.

─── Você que me levou para o karatê, tá lembrado? Eu tava feliz da vida jogando Dungeon Lord depois da aula mas aí você me colocou em uma situação que eu tinha que entrar em um dojô. ─ O garoto falava irritado ─ E sabe de uma coisa? Foi a melhor coisa que aconteceu comigo. ─ Demetri afirmava fazendo o casal de amigos olharem ─ Fiquei mais forte, ganhei confiança, peguei a garota dos meus sonhos... mesmo que ela acabe me trocando por um gostosão australiano que conheça por lá. ─ Resmungou.

Annabeth sorriu ladino, ele havia falado com ela que estava inseguro já que Yasmine tinha viajado para um casamento de um parente. Mas a loira afirmou que não tinha nada a temer, Demetri era o primeiro menino que a menina estava sendo ela mesma, e a Lawrence sabia disso.

─── Caramba eu estou empolgado com um torneio de karatê! ─ Reclamou ─ Eu nunca pensei que ia falar isso, mas não vai ser tão legal se você não estiver lá. ─ Demetri expressou afobado.

Falcão continuou quieto e voltou a jogar com Annabeth o observando, Demetri respirou fundo pegando o celular no bolso.

─── Tá legal, você me obrigou. ─ Ele se levantou e sentou no meio dos dois.

Annabeth riu do bufo alto de Falcão enquanto Demetri a afastava e abraçava o amigo, o garoto fechou a tela do notebook no meio do jogo e colou a tela de celular a frente deles com um vídeo antigos no YouTube.

─── Não falou que tinha deletado? ─ Questinou Falcão.

─── Ah! Eu falo muito, esse é o meu lado bom e o meu lado ruim. ─ Demetri brincou.

O garoto deu play no vídeo e Annabeth gargalhou, era um vídeo antigo dos dois vestido com roupas esquisitas enquanto fingiam tocar instrumentos de brinquedos e uma musiquinha tocava de fundo.

─── Vamos, vamos nessa... ─ Demetri cantarolava feliz.

Falcão olhava desanimado.

─── Animador. ─ Annabeth comentou quando o vídeo acabou.

─── Por que tá mostrando isso? ─ Perguntou a Demetri.

─── Porque esse é quem você é. ─ Explicou.

─── Um nerd?

─── O meu melhor amigo! ─ Rebateu irritado.

Annabeth respirou fundo olhando os dois.

─── Olha, eu não queria me intrometer, eu sei que você acha que o moicano definia quem você era, mas não define. Não pra nós. ─ A loira falava calma vendo eles olharem para ela

Demetri concordou com a amiga.

─── Eli, Falcão... Pode até se chamar de Cornélios, nada disso muda o fato de você ser meu irmão binário. ─ Ele falou calmo ─ Seja número um, ou zero.

Falcão observou os dois, ele não se sentia merecedor do apoio deles depois de tudo, mas foi impossível não curvar os lábios pelo carinho que recebia.

Demetri viu os dois se encararem por muito tempo, bufou e iria fazer uma piada se não fosse pelo celular de Annabeth tocando, o nome de Marcy brilhou na tela fazendo a menina revirar os olhos e recusar a chamada.

─── Então? Por favor, vamos. ─ A loira se virou para o menino afinando a voz fazendo ele rir de leve ─ Eu amo o Demetri e tudo que ele falou é verdade, as únicas pessoas duronas no momento no dojô sou eu e a Sam. ─ Riu vendo o rosto ofendido do menino ─ Por favor...

Annabeth tinha um rosto de criança pidona e um sorriso ladino, Falcão revirou os olhos em brincadeira vendo ela se levantar e parar em sua frente. Ela juntou as mãos como se fizesse algum pedido, e o garoto prendeu o riso.

─── Posso pensar.

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Charlotte estava na escola, voltou para a mesma pois assistiria o debate de Devon, a pedido da amiga, ela estava até pensando em faltar porque era entediante mas a amiga gritava tanto durante eles que se tornava engraçado.

E o clima em casa não era dos melhores com sua irmã e sua mãe, então ela preferia passar o tempo que fosse fora de casa até que isso se resolvesse.

─── Ei. ─ Charlotte falou amigável parando ao lado de Miguel ─ Tá fazendo o que aqui? Ah é! Nerd. ─ Ela apontou com um sorriso cinico.

O Diaz revirou os olhos rindo enquanto ela se sentava ao seu lado.

─── E esse deve ser seu outro amigo nerd. ─ Charlotte falou olhando Bert.

Os dois estavam prestes a retruca-lá, mas Johnny chegou perto deles se sentando ao lado de Charlotte fazendo todos olharem estranhos.

─── Tá fazendo o que aqui? Aqui só tem otário.─ A Sinclair comentou risonha.

─── Eu sei, por isso vim buscar eles. ─ Ele explicou olhando os meninos ao lado dela ─ Você tem razão, não estou saindo da competição feminina, estou pensando fora da caixa. ─ Johnny falou olhando Miguel fazendo o menino sorrir ─ Da uma olhada. ─ Pediu lhe entregando uma bolsa.

Charlotte observou passar a bolsa no colo de Miguel, colocou as mãos na boca para evitar a gargalhada que queria sair quando viu uma peruca loira junto de um vestido.

─── Já viu um time bom de bola? Tive que ver uma vez com uma gata, longa história. ─ Johnny contou. ─ Tem um treinador que não é respeitado pelos caras, eles tem um time feminino de futebol que é terrível, ele pede pro enteado se vestir de garota e começam a vencer.

─── Vai ficar bonito loiro Miguel. ─ Charlotte ironizou.

─── O que? Não! Ele não vai se vestir de garota, precisa vencer a categoria masculina. ─ Johnny negou ─ Estou pensando no bafo de pica. ─ Opinou.

Charlotte ergueu a sobrancelha com apelido.

─── Não é o melhor lutador, mas acho que tem uma boa chance com as garotas, o que acham? ─ Perguntou esperançoso.

─── Nem conheço ele, mas já sei que meteria a porrada. ─ Charlotte falou indiferente.

Johnny sorriu e os dois fizerem um toque, pela primeira vez em tempos agindo normalmente.

─── E-eu...

A voz alta de Devon no microfone tirou a atenção deles, Charlotte se virou vendo a menina tirar sarro do adversário a fazendo rir.

─── Que se-dane o decoro! Quer saber o que eu acho da pena de morte? ─ Devon exclamou irritada.

Ela saiu de seu púlpito indo no do garoto, pegando um livro dele, e rasgando no meio com toda a força soltando um grito irritado. Charlotte sorriu vendo.

─── Engole ele. ─ Falou irritada quando o menino reclamou ─ Encerro os argumentos. ─ Afirmou no microfone dele e voltando para se lugar.

Charlotte era a única de todos do teatro a começar bater pequenas palminhas orgulhosa pela amiga, e Johnny notou elas trocarem sorrisos.

─── Aí sensei! Essa é a garota que te falei, ela adora atividades extracurriculares-

─── Cala essa boca. ─ Johnny pediu quando Bert falava animado ─ Achamos a garota mais casca grossa da região. ─ Sorriu animado ─ E você vai ajudar a gente. ─ Se virou para Charlotte.

A menina sorriu de volta.

─── Vamos negociar!

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Annabeth terminou de vestir seu kimono e andava calmamente para a sala de meditação onde se alongaria com Samantha, prendeu os cabelos em um coque bagunçado alto e se sentou ao lado dela.

─── E o que a sua mãe disse? ─ Perguntou curiosa.

Samantha passou o final de semana irritada também. Amanda tinha conversado com Tory, e assinaria os papéis para ela voltar a estudar, na verdade a Nichols e a Gomez tinham que ter as assinaturas de ambos pais das garotas, conseguiram isso.

─── Elas vão voltar a estudar. ─ Samantha resmungou.

Annabeth bufou enquanto esticava a perna, tocando a ponta dos pés com a mão se alongando.

─── Dessa vez nós estamos no comando, elas sabem disso. ─ A loira consolava ─ Elas podem voltar a estudar, mas nós estamos com as rédeas da situação. ─ Afirmou.

─── Pelo menos isso. ─ A morena respirou fundo.

As duas se viraram olhando para trás, vendo Daniel abrir a porta principal e entrando no cômodo surpreso por ver elas.

─── Ah! Oi. ─ Cumprimentou feliz ─ Não sabia que estavam aqui. ─ Comentou.

─── Não queríamos atrapalhar seu clube do bolinha. ─ Samantha descontraiu.

Daniel riu baixo, ele treinava os garotos ao lado de fora, fazendo o máximo possível para que eles estivessem bom até o torneio. Mas uma boa supresa o interrompeu.

─── Olha filha, sobre ontem-

─── Não pai, tá de boa. ─ Samantha cortou.

Annabeth se levantava vendo os dois prestes a pedirem desculpa um com outro, bom, pelo menos eles estavam bem. Diferente dela com sua mãe.

─── Você e a mamãe estão certos, hora de virar a página. ─ Samantha sorriu de leve.

Como? Anna ergueu a sobrancelha com uma careta confusa, isso não tinha nada a ver com que elas haviam conversado.

─── É, estou orgulhoso de você filha, de vocês. ─ Colocou a mão no ombro das duas com um sorriso ─ Sei como é difícil deixar isso pra lá. ─ Afirmou.

A loira assentiu com um sorriso amarelo, ela nem havia falado nada. Mas então olhou para Samantha e viu ela piscar o olho, é um plano.

─── Tá legal, eu vim buscar um kimono pro Falcão. ─ Daniel contou feliz.

Annabeth arregalou os olhos.

─── Como assim um kimono?! Ele tá aqui?! ─ Falava surpresa.

─── Ta, ele tá... lá fora. ─ Daniel falou lento vendo a menina desviar deles e correr até a porta fazendo Samantha rir.

A loira abriu a porta, e sorriu verdadeiramente observando de longe o garoto rodeado pelos amigos perto ao deck de treino. Ela desceu as escadas da entrada, e andou rápido até eles animadamente.

Falcão curvou os lábios de leve vendo a mesma, indo até ele, com seu brilhante sorriso. A animação dela era contagiante, e como ela parecia brilhar em sua frente lhe dando borboletas em sua barriga.

Suspirou apaixonado.

─── Você veio. ─ Annabeth falou animada.

Falcão sorriu.

─── Você pediu.

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Annabeth fechou a porta de casa com um sorriso feliz, ela havia tido um treino produtivo com os amigos, com Falcão. Estava radiante pelo menino ter aceitado seu pedido e ir até o Miyagi-do. Teriam muito mais chances contra o Cobra Kai agora, não era só por isso também, mas a garota era muito teimosa para admitir.

Ela caminhava em passos rápidos até as escadas, mas não subiu os degraus quando Marcy parou em sua frente bloqueando o caminho.

A mulher tinha o rosto de um cachorrinho arrependido, a menina ficou querendo rir mas prendeu a risada o máximo que poderia.

─── Você não podia ter feito isso sem me pedir, ela me atacou, não você. ─ Annabeth começou calma ─ Mas agora tanto faz, você já assinou os papéis mesmo. ─ Falou indiferente.

Marcy entreabriu os lábios nervosa.

─── Eu ia te contar...

─── Quando ela jogasse outro armário em cima de mim? Olha, já foi. ─ Resmungou vendo olhar culpado da mãe ─ Eu fiquei bem, se ela vir pra cima de mim de novo vai levar. ─ Alertou.

─── Ela não vai Annabeth, eu já disse. ─ Marcy afirmou.

─── Ótimo, posso passar agora? ─ Pediu impaciente.

─── Depende, já me perdoou? ─ Perguntou com a voz mansa.

Óbvio que já. Annabeth odiava ficar brigada com os pais, no máximo durava um ou dois dias, quando ela ficou mal com Jason por semanas foi o terror para ela.

─── Já. ─ Falou calma vendo a mãe sorrir de leve ─ Posso passar? ─ Pediu novamente.

─── Pode. ─ A mulher riu aliviada.

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O final de semana havia passado, e mesmo que tenha sido turbulento, ela ficou feliz por ele, alguns acontecimentos tiveram mais atenção do que outros óbvio.

Agora ela estava na escola, conversava com as meninas animadamente mas parou ao ver Samantha sair ao seu lado, olhando para frente, sentiu seu lábio tremer de raiva.

Brooke e Tory entravam na escola após a revista, todos olhavam as garotas alarmados e cochichavam, certamente passariam por tudo que Annabeth e Samantha passaram.

─── Anna. ─ Moon chamou.

Ela tentou segurar a amiga pelo braço, mas a Lawrence se soltou e caminhou até as duas garotas com uma fúria enorme dentro de si.

Annabeth parou na frente de Tory dessa vez, observando Brooke por cima do ombro da menina enquanto Samantha fazia o mesmo atrás da amiga observando a Nichols.

─── Eu soube que nos deixaram voltar. ─ Tory falou calma olhando as duas. ─ Então deveríamos-

─── Eu não sei o que vocês duas estão planejando, mas não temos medo de vocês. ─ Annabeth cortou secamente olhando a garota ─ As duas não controlam nada, nós controlamos. ─ Falou confiante ─ Nossos pais caíram no papinho triste de vocês, mas se olharem torto pra nós duas, se você encostar nela... vou quebrar as duas. ─ Falou firme.

Annabeth tinha tanta raiva que chegava a respirar rápido, Brooke e Tory engoliram seco reprimindo a irritação vendo a loira as confrontarem e não puderem fazer nada.

─── Vamos arrebentar vocês, vadias.

maratona (4/6)

AS MIGALHAS VIRARAM
UM PÃO GIGANTE!!!

Marcy errou? sim, mas
perdoarei pq ela é a nossa milf

gostaram do capítulo? COMETEM E VOTEM MUITO!!! assim eu tenho como saber se gostaram ou não e me incentiva mais a escrever, são os comentários de vcs que fazem isso aqui acontecer :))

bjoo amo vcs
até amanhã <3