𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟐𝟑
━━━ CAPÍTULO VINTE TRÊS .
você é a primeira opção.
ANNABETH AGRADECEU SAMANTHA QUANDO A MESMA AJUDOU DESCER DO CARRO, PEGOU SUA BOLSA QUE A AMIGA HAVIA LHE ENTREGADO. E começaram a andar, pouco devagar por conta da loira e ficaram confusos ao ver a pequena fila na entrada da escola, mas foram até lá. A Lawrence riu, patético. Agora eles estavam revistando os alunos na hora da entrada, como se isso impedisse eles de brigar com algum aluno e usar qualquer outra coisa para ferir eles.
Ela entregou sua bolsa a mulher, enquanto outro homem usava um detector de mental em seu corpo e apitou alto quando passou na frente da muleta dela, fazendo o homem a olhar e a loira erguer a sobrancelha.
─── Não vou usar minha bengala para bater em ninguém. ─ Foi ácida vendo o homem assentir envergonhado.
Suspirou aliviada quando a deixou passar, e pegou sua bolsa que lhe foi entregada pondo no ombro e vendo Samantha sair da sua revista que era ao lado de onde foi a sua.
─── Isso é ridículo, como se eu não pudesse pegar aquele extintor no canto da parede e tacar na cabeça de alguém. ─ A loira falou irritada.
─── Também acho desnecessário, mas não podemos fazer nada. ─ Samantha suspirou frustada.
─── Eu sei. ─ Annabeth falou desanimada ─ Qual sua primeira aula? ─ Perguntou nervosa.
─── Física. ─ Samantha respondeu ─ E a sua?
─── Química.
As duas suspiraram frustradas, como no outro ano, pareciam que teriam poucas aulas juntas e isso era péssimo. Desde que haviam entrado no local, os alunos ao redor apontavam e cochichavam baixinho, isso era chato e não queriam ter que aturar isso sozinhas.
─── Você vai ficar bem? ─ A loira perguntou para a amiga.
Samantha sorriu de leve assentindo, não. Ela não ficaria e sabia, mas sua amiga estava sobrecarregada demais e passando por muitas coisas, assim como ela, ambas precisavam lidar com isso é a morena entendia.
─── Você vai? ─ Perguntou vendo a loira assentir.
─── Nós vemos no intervalo? Ou antes disso, talvez. ─ Anna sorriu fechado para a amiga.
As duas deram um leve abraço, antes de se separarem, a sala de Samantha ficava no segundo andar da escola e a de Annabeth uma das últimas salas no primeiro andar.
A loira andava com calma para ir até sua sala, por conta de sua perna e a muleta, evitava os olhares maldosos dos alunos e os cochichos e pequenas risadas. Merda. Havia se esquecido de como ser o centro das atenções era ruim, agradeceu por chegar no corredor de sua sala, bastava virar a curvar para chegar até lá mas ela travou com o que viu. O armário de troféus.
Estava intacto, parecia ser um novo mas a madeira era a mesma, a loira sentiu sua respiração ficar ofegante quando flash's da briga apareceram em sua mente. Sangue. Ela viu a enorme poça de sangue no chão, ou como seu pé havia ficado virado o fazendo quebrar. Ela sentiu seus olhos arderem quando lembrou de olhar sua barriga no momento, e a mesma olhou para baixo vendo que estava tudo bem, ali agora, não como duas semanas atrás. Trauma. Estava traumatizada e teria de lidar com isso.
Saiu de seu transe, quando um garoto passou apressado ao seu lado dando um leve empurrãozinho nela mas não o suficiente para a fazer cair já que a mesma se segurou com sua muleta. Porém, batendo em seu ombro a alça de sua bolsa caiu e um livro dela foi ao chão.
─── Idiota. ─ Annabeth resmungou baixo.
As pessoas perto dela, deram risada e apenas observavam para ver como a garota pegaria o livro já que não conseguia se agachar direito. A loira sentia que choraria de raiva a qualquer momento, mas algo a ajudou, ou melhor, alguém.
Ela olhou para baixo vendo o moicano vermelho de Falcão, fazendo ela ficar nervosa. O garoto se levantou com um livro dela em mãos, e Annabeth comprimiu os lábios pegando das mãos dele e pondo rapidamente de volta em sua bolsa.
─── V-você tá bem? ─ O garoto perguntou gaguejando nervoso.
Falcão nas últimas duas semanas também passou por alguns problemas, minúsculos perto dos de Annabeth obviamente.
O menino queria a visitar no hospital, mas se frustou assim que soube que apenas a família poderia vê-la e quando a mesma teve alta, não pode ir na casa dela como Demetri e Moon fizeram, simplesmente por saber que não era bem-vindo e não faria nenhum sentindo. E outra, seria chutado longe pelo pai dela. Então, ele ficou esperando ansiosamente para o dia que a veria na escola, como agora.
Olhando para a mesma, em pé, usando uma muleta e o pé direito engessado, o fez ficar chateado. Minha culpa. Se sentia culpado por tudo que aconteceu, ele sabia que era culpa dele.
─── Tô. ─ A loira respondeu após alguns segundos em silêncio.
Ela não queria conversar com ele, muito menos ver em sua frente, não era o Eli Moskowitz e sim Falcão. Annabeth não conseguia se conformar de que o menino doce por quem havia se apaixonado, tinha virado o garoto que machucado um de seus melhores amigos e havia quebrado seu coração.
─── E-eu, tentei te visitar, mas não deu...
─── Que bom, meu pai eventualmente teria chutado você para fora da minha casa. ─ A loira rebateu com um sorriso irônico ─ Minha mãe e a Charlotte também. ─ Afirmou.
O garoto respirou fundo.
─── Annabeth, eu quero...
─── Não! ─ A loira negou o calando ─ Você não quer nada, eu tô assim por sua culpa. ─ Apontou com raiva.
Dor. Em messes, já fazia messes que os dois haviam terminado mas a ficha dele só havia caído na festa de Moon vendo ela bem, sorrindo feliz e conversando com outro garoto. Quando ela estava bem, e superando. Só se deu conta de que havia perdido tarde demais. Então ele foi lá, e fez errado. De novo. Na noite em que tudo aconteceu desde o beijo que ele deu, até o pé na bunda que havia levado, o fez cair na realidade. Havia errado muito e seria quase impossível ter Annabeth de volta.
E escutar da boca da mesma, que tudo que havia acontecido com ela era sua culpa, doeu mais do que ele mesmo se tocar disso.
─── Me desculpa. ─ Ele pediu e sentiu seus ombros caírem ao escutar a risada irônica dela ─ Gatinha, eu...
─── Para! Não faz isso, não me chama assim. ─ A loira balançou a cabeça negativamente nervosa ─ Você namora, não pode me chamar desse jeito e você causou tudo isso. ─ Annabeth apontou para ele ─ Eu não quero falar com você, não quero ouvir sua voz, não quero ficar perto de você, e espero que faça o que eu estou pedindo e me deixe em paz. ─ Falou com a voz falha.
Cansada. A loira estava cansada, de tudo, naquele momento a mesma desejava sumir por se dar conta de que havia começado a chorar. Não se importava com os adolescentes que os observavam, já estava tudo dando errado e isso ao menos a afetava.
─── Eu não quis fazer isso tá legal? Se eu soubesse que você iria ficar assim. ─ O menino falou afobando ─ Eu não tinha feito. ─ Afirmou rápido.
A hipótese de ficar longe dela, mesmo separados, lhe causou arrepios, o plano era ter a mesma de volta, como iria conseguir se Annabeth não o queria nem pintado de ouro.
─── Não me importo, não mais. ─ A loira falou dando de ombros ─ Só fica longe de mim, tá bom? Isso vai ser bom para nós dois. ─ Afirmou.
Ela se virou, caminhando apressada não se importando de estar desajeitada. Não tô pronta. Pensou, achou que seria fácil voltar as aulas mas parecia que seria pior do que imaginava. Não se importou com uma lágrima grossa descer por sua bochecha, só queria poder correr naquele momento porque se pudesse ela mesma faria.
Os alunos observaram, o conflito entre os dois e não se assustaram, alguns deles sabiam que Falcão ainda gostava da loira, bastava interpretar quando os dois estavam no mesmo lugar. E outra, Brooke havia terminada com ele depois que foi expulsa da escola. Ninguém sabia do paradeiro da mesma, ela é Tory haviam sumido nas últimas duas semanas.
Annabeth suspirou aliviada por estar chegando perto da entrada da escola, mas acabou esbarrando em alguém e iria cair no chão se a pessoa não segurasse seus braços, estava prestes a dar um grunhido irritado mas parou ao ver o rosto conhecido.
─── Annabeth?! ─ Andrew exclamou surpreso vendo quem ele havia segurado.
O garoto havia começado a estudar na escola fazia alguns dias, e estava ansioso para ver a loira novamente, ele foi um dos sortudos que havia perdido o primeiro dia de aula.
Foi a partir do segundo, e descobriu por Moon e pelos cochichos dos alunos o que tinha acontecido com a loira e ficou surpreso em saber o motivo. Não conhecida Annabeth direito, mas ela não parecia do tipo que ficava com um garoto que namora.
─── Andrew. ─ Ela falou surpresa fazendo o menino sorrir de lado por ela se lembrar de seu nome ─ Oi. ─ Cumprimentou enquanto se soltava dele.
O menino viu ela se ajeitar, e olhou o pé engessado da garota com uma careta. Jesus. Haviam até quebrado o pé dela, ficou surpreso por uma garota fazer tudo isso por conta de um menino.
─── E-eu, preciso ir. ─ A loira falava indo desviar dele ─ Desculpa, preciso ir. ─ Falou com a voz falha.
Andrew a segurou pelo braço impedindo de continuar.
─── Ir a onde? Que houve? Tá tudo bem? ─ Perguntou preocupado pelo estado da garota.
─── Eu preciso ir embora, vou ligar para minha mãe. ─ Ela falava nervosa com a respiração frenética.
Céus. Não poderia ter uma crise, não ali agora, quando mal sabia o que estava acontecendo com ela.
─── Eu te levo? Você quer ir a onde? Para casa? ─ O moreno falava calmo vendo ela assentir chorando ─ Vamos, eu te levo. ─ Andrew disse tranquilo.
Ele se permitiu por a mão de leve nas costas dela, enquanto andava do seu lado a levando até a entrada da escola onde eles iriam ao estacionamento para irem ao carro do mesmo. A loira estava nervosa e precisava de ajuda, ele não fazia isso por interesse nela, fazia por que se sentiu na necessidade de ajudar.
Alguns metros longe, Falcão assistiu a interação dos dois e sentiu seu coração quebrar. Droga. E mais uma vez, sentiu-se mais um pouco distante de ter a loira de volta.
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Annabeth estava a meia hora dentro do carro de um desconhecido, não por completo, mas ainda sim desconhecido. Ela explicou o caminho de sua casa, e ele dirigia em silêncio respeitando o momento dela, a mesma agradeceu por isso.
Não sabia entender, a dor no peito que sentiu em relembrar tudo perfeitamente da briga em sua mente ou a troca de palavras com Falcão. Crise. Nunca havia sequer sentido uma, e se deu conta que estava a beira de uma crise de ansiedade. Não se reconhecia mais. Quando ela sentiu o veículo parar, observou pela janela sua casa e esqueceu que apenas Charlotte estaria na residência, mas não queria incomodar sua irmã e estava chateada com a mesma mas sabia que ela apenas era uma criança, a perdoaria obviamente, apenas não queria incomodar.
Suspirou alto encostando a cabeça no banco do carro, e olhando para o teto, teria que ir a primeira sessão de fisioterapia sozinha.
─── Eu sinto muito pelo que aconteceu. ─ Andrew falou calmo vendo a menina virar seu rosto para ele ─ Da briga e tudo mais, eu fiquei sabendo. ─ Contou. ─ Sabe, deve ser difícil estar pronta para voltar a estudar depois de tudo...
Annabeth suspirou sentindo seus olhos arderem, o menino a olhou compreensivo vendo o rosto dela começar a ficar vermelho junto de seu olhar.
─── Eu achei que tava pronta mas... ─ A loira parou.
Se deu conta que estava prestes a se abrir com alguém que mal conhecia, não sabia se queria demonstrar a fraqueza que escondeu de todos seus amigos e família nos últimos dias. E mostras individuais para um menino que não a conhecia direito.
─── Mas...? ─ Andrew continuou calmo.
Annabeth olhou nos olhos dele, buscando algo, e não encontrou nada além de solidariedade. O menino parecia querer ajudar, e ela sentiu que seria bom falar com ele, assim não se sentiria incomoda em conversar com alguém próximo.
─── Todo mundo ficou me olhando e o Falcão veio falar comigo... eu precisei ir embora. ─ Ela falou com a voz embargada ─ Então eu esbarrei em você. ─ Tentou sorrir.
O menino sorriu de volta, mas ainda sim preocupado vendo o rosto choroso dela.
─── Sabe, na minha antiga escola eu acabei brigando algumas vezes. ─ Contou fazendo a loira o olhar ─ Sei como é. ─ Garantiu.
─── Não, você não sabe. ─ Annabeth rebateu vendo ele erguer a sobrancelha ─ Quando você é uma garota, mesmo ganhando você não é legal ou durona. ─ Ela listou nos dedos ─ As pessoas acham que você é louca. ─ Afirmou firme se lembrando dos cochichos que escutou quando chegou na escola ─ E quando você perde, é pior ainda.
Annabeth suspirou fundo, levando a mão trêmula até os olhos limpando às lágrimas enquanto fungava. Andrew observava quieto.
─── E eu vejo meu irmão, meu melhor amigo, se eu tivesse parado com aquilo poderia ter ajudado. ─ A loira falou com olhar perdido ─ Eu me sinto culpada por isso. ─ Sentiu a voz falhar.
Semanas antes, ela havia prometido a si mesma que jamais se sentiria culpada pelas coisas que aconteciam ao seu redor e não tinham nada com ela. Mas depois disso tudo, era meio impossível.
─── Pelo que eu escutei, você não é culpada por nada disso. ─ Andrew afirmou vendo o rosto dela com um olhar perdido ─ E outra, não tem problema nenhum em ser louca. ─ Comentou.
Annabeth riu, e o menino riu junto feliz por ter conseguido feito ela rir.
─── Você tá tentando me ajudar? ─ Perguntou irônica.
─── Depende, está funcionando? ─ Rebateu vendo ela assentir com um sorriso leve ─ Então, sim, eu estou. ─ Afirmou.
Eles ficaram por alguns segundos, em um silêncio calmo, e a loira estava começando a se sentir bem pela primeira vez desde que havia acordado.
─── Bonita casa. ─ Elogiou o menino ─ Perto da minha, uns dez minutos de carro. ─ Explicou.
─── Somos quase vizinhos. ─ A loira brincou fazendo ele sorrir ─ Obrigada por me trazer até em casa. ─ Agradeceu ─ Agora eu vou entrar, e chamar um carro de aplicativo, preciso ir ao hospital. ─ Explicou enquanto se esticava para pegar a bolsa no banco de trás.
─── Não, não precisa, eu te levo. ─ Ele negou rapidamente pegando a mão dela e pondo a bolsa da mesma de volta no lugar.
─── Tem certeza? Eu posso chamar, é rápido. ─ Anna afirmou apreensiva ─ Você deveria estar na escola, não vou te fazer perder aula para me levar até o hospital.
─── Agora é artes, você tá me fazendo um favor e eu te faço outro. ─ O garoto a olhou sugestivo fazendo ela estreitar os olhos ─ É serio, tá tudo bem. ─ Ele riu vendo o rosto desconfiado dela.
Seus olhos estreitos e o nariz franzido a deixavam fofa, mas foi um pensamento sem nenhuma intenção porque era realmente verdade. E não só ele achava isso.
─── Tudo bem, mas só por hoje. ─ Ela falou cedendo ─ Não quero incomodar.
─── E não está. ─ Andrew afirmou.
Annabeth olhou para o mesmo, e sorriu agradecida, pelo menos no meio de todo aquele caos, ela poderia estar fazendo um novo amigo.
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A Lawrence se achava teimosa, até conhecer Andrew. Assim que chegaram no hospital, o garoto foi atencioso ajudando ela descer do carro e levantado até a entrada, Annabeth garantiu que a mesma conseguiria se virar sozinha a partir da li mas o garoto não escutou e entrou com ela no local. Ela ainda teria que ir até a recepção, ou falar com seu pai se poderiam adiantar o horário da sua sessão já que ainda estava de manhã e se não conseguisse preferiria esperar lá mesmo do que voltar até a escola.
Nesse momento, já estavam dentro do hospital e a menina emburrada discutia mandando o menino ir para escola por estar perdendo aula e Andrew ignorava despreocupado super bem de estar matando aula.
Indo até a recepção, Annabeth deu uma cotovelada na barriga dele quando o mesmo a ignorou fazendo o menino rir supresso.
─── Vai embora logo. ─ A loira falou firme.
─── Fingida! Você tá bem fortinha pra' quem precisa de fisioterapia. ─ O moreno falava descreditado passando a mão na barriga.
─── Minha perna tá ruim, não meu braço. ─ Anna falou com um sorriso despreocupado.
O garoto revirou os olhos.
─── Annabeth?!
A loira se virou, encontrando Jason que caminhava até ela confuso por ver a mesma no hospital naquele horário e ainda mais acompanhada.
─── Oi. ─ Ela falou com a voz surpresa mesmo sabendo que seu pai estava lá ─ Eu acabei sendo liberada mais cedo, então eu quis vir agora. ─ Mentiu.
Jason chegou ao lado dela, e assentiu desconfiado. Ele olhou para o menino ao lado dela, com uma sobrancelha erguida e intimidador mas o menino pouco se importou fazendo ele ficar abismado.
─── Jason, esse é o Andrew, meu amigo. ─ Annabeth os apresentou.
O homem olhou para a filha, vendo a mesma a chamar pelo nome e sentiu seus ombros caírem, mas nem poderia reclamar, ele cooperou para que isso acontecesse.
─── Sou o pai. ─ Ele falou para o garoto vendo o mesmo assentir ─ Eu ia te ligar agora, um paciente acabou desmarcando então adiantaram sua consulta. ─ Contou com um sorriso calmo se virando para filha ─ Então eu vou poder te acompanhar, vamos? ─ Chamou.
A loira assentiu entregando sua bolsa para o pai quando ele pediu, e o mesmo pegou a bolsa pondo em seu ombro.
─── Valeu pela carona, e pela companhia. ─ Anna agradeceu com um sorriso leve ao garoto ao seu lado.
Andrew sorriu de volta.
─── Estudamos no mesmo lugar agora, vai ser fácil te encontrar. ─ O garoto brincou fazendo ela rir ─ Nós vemos amanhã? ─ Perguntou esperançoso.
─── Claro. ─ Ela assentiu.
Jason observava a interação dos dois, irritado, se havia uma coisa que ele mais odiava era quando um menino chegava perto de suas filhas.
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A sessão de fisioterapia havia acabado, Annabeth agradeceu a médica com um sorriso calmo enquanto se levantava da e se sentava na maca da mesma. Foi uma sessão leve ainda pelo gesso no pé da garota, assim que chegou no consultório da médica ela trocou de roupa por uma mais leve. Colocou um short molinho azul, e ficou de camiseta, deitada na maca a médica estimulava a perna de Anna enquanto Jason ficou apenas assistindo a colega de trabalho cuidar de sua filha.
Viu a frustração no rosto da garota quando a médica forçava ou massageava a perna dela, e ela nem sentia dor, não sentia nada direito. Fizeram alguns exercícios na bola de pilates que também havia lá, mas não tiveram tantos avanços e a médica vendo o cansaço da adolescente resolveu parar.
Era apenas a primeira sessão, Annabeth teria três por semana até se recuperar completamente, tinham chances, bastavam ser pacientes. Uma coisa que a Lawrence odiava. Paciência.
─── Anna, eu vou na enfermaria buscar alguns remédios que te receitei. ─ A médica de cabelos ruivos explicava ─ Prometo não demorar, tá bem? Ainda preciso conversar com você antes de ir embora viu. ─ Alertou com um sorriso.
─── Tudo bem. ─ A loira falou com um sorriso desanimado no rosto.
Jason esperou a mulher sair, e aproximou se dando a liberdade de subir na maca e se sentar ao lado da filha. Ambos ficaram em um silêncio desconfortável, o que era desconhecido para eles, os dois eram pai e filha, havia uma ótima relação e intimidade jamais se sentiram desconfortáveis na presença um do outro.
Ele estava arrependido, muito mesmo de todas as palavras que havia dito a Annabeth mas não conseguiu evitar, tinha medo. Ele morria de medo da filha se afastar dele, e vendo como ela estava tão bem com Johnny, o homem não demonstrava mas sentia ciúmes e era protetor com a sua filha. Jason lidou durante todos esses anos com uma criança chateada pelo abandono paterno e viu uma adolescente chateada pelo abandono paterno novamente, ele só queria a proteger, de tudo e todos. E quando aconteceu a briga na escola, ver Annabeth naquela mesa de cirugia sendo operada, como ela tinha sido afetada isso tudo por uma aluna do pai dela, ele sentiu seu sangue ferver, não pensou duas vezes antes de proibir a mesma de ver o próprio pai.
Só que agora se arrependia, sua filha estava se afastando dele e foi inteligente de notar isso cedo para tentar consertar. A situação de manhã, ver Anna sair chorando, Charlotte chateada e Marcy furiosa parecia ter feito ele acordar de tudo que estava acontecendo em sua casa. Em sua relação com sua filhas.
─── A-Anna, me desculpa tá bom? Eu errei. ─ Jason começou com o tom de voz calmo chamando atenção da filha que virou o rosto em sua direção ─ Ver você naquela mesa de cirurgia e cheia de sangue... eu senti medo filha, medo de te perder. ─ Sentiu a voz falha.
A adolescente sentada ao lado do pai, sentiu vontade de chorar só de ver os olhos do homem vermelhos demonstrando o choro que denunciava vir. Ela só parou para prestar atenção agora.
Estava tão absorta em si mesma nas últimas semanas, que mal havia notado a aparência do pai, a barba rala que ele nutria no rosto agora estava um pouco maior e seus cabelos que estavam sempre arrumados estavam bagunçados, seu rosto estava extremamente cansado com bolsas a baixo dos olhos. Exausto. Jason parecia exausto, o trabalho, sua filha sendo operada, lidar com a escola pondo a culpa nela, foi impossível para ele não pensar só nas últimas coisas que aconteceram na última semana quando apenas isso aparecia em sua vida.
Annabeth se sentiu mal, o rosto de seu pai conseguiu estar pior é mais cansado que o seu, ela se sentiu mau e entendeu. Proteção. Jason queria apenas a proteger, mas foi tão pouco conversado que eles acabaram nessa situação.
─── Você estava tão amiga do s-seu, seu pai. ─ Jason riu triste limpando os olhos ─ E depois tudo aconteceu tão rápido, uma aluna que ele treinou te machucou e eu acabei não pensando. ─ Explicou respirando fundo ─ Você estava se afastando, e fiquei com mais medo de te perder, de não confiar em mim para algo ou não ser sua primeira opção. Eu não pensei direito, ele é seu pai, v-você pode ir ver ele se quiser. ─ Ele sorriu triste desviando o olhar dela para a parede.
A adolescente viu uma lágrima escorrer pela bochecha do homem, em todos esses anos ela só havia visto Jason chorar poucas vezes, e vê-lo tão vulnerável em sua frente, a fez chorar também.
─── Mas eu nunca vou fazer isso. ─ Anna falou com a voz embargada chamando atenção do homem que virou seu rosto para ela ─ Eu nunca tive a opção de conhecer o Johnny e quando ele deu abertura, eu resolvi deixar meu rancor de lado e tentar conhecer ele. ─ Explicou sincera ─ Estava almoçando sempre com ele, e sempre nos víamos quando podíamos mas, ele não é minha primeira opção. Você é. ─ Falou firme com a voz chorosa fazendo o homem sorrir em meio às lágrimas no rosto.
Os dois choravam feito dois bebês, e mal perceberam Marcy com Charlotte no batente da porta do consultório. Jason havia ligado para mesma uma hora antes, avisando que já estavam na sessão e a mulher avisou que estaria aí para buscar a filha e levaria a mais nova junto.
Ela observava os dois, conversando civilizadamente e emocionados um com o outro, a fazendo sorrir orgulhosa. Charlotte, tinha um rosto confuso vendo os dois chorarem, até que ela se soltou da mãe e caminhou calma até eles.
─── Pai? Por que vocês estão chorando? ─ Charlotte chegou na frente dos dois e perguntando confusa
Gatilho. Annabeth odiavam quando perguntavam a ela, o por que ela está chorando quando a mesma está porque aí ela desaba e foi o que aconteceu. Charlotte arregalou os olhos, sua irmã já estava chateada com ela e agora a mesma começou a chorar ela pensou que havia sido sua culpa.
─── Desculpa. ─ Ela pediu rapidamente como uma criança desesperada e começou a chorar junto com eles ─ Desculpa por sair batendo o pé da cozinha hoje, pai. ─ A menina soluçou culpada.
Jason riu em meio ao choro, percebendo que o consultório havia sido tomado por soluços e lágrimas, de suas filhas e a dele já que o mesmo também chorava. Seria cômico se não fosse trágico.
─── A gente fez o papai chorar. ─ Annabeth falou soluçando.
O homem sentiu mais lágrimas descerem por sua bochecha, vendo que sua filha havia se dirigido a ele por 'papai. A sensação que ele sentiu, foi a mesma de quando ela tinha onze messes e lhe disse a primeira palavra. Papa.
O corpo de Jason enfraqueceu sentado ao lado da filha, seu nariz começou a coçar segurando a vontade de chorar mais ainda e quando escuto a voz de Anna carregada de ternura, pensou que nunca ficaria tão feliz como está agora, apenas por escutar essa simples palavra.
─── Você me chamou de papai? ─ Jason perguntou com a voz embargada.
─── Porque você é nosso papai. ─ Charlotte falou com a voz fina pelo choro.
Marcy riu feliz observando da porta, e fez cara feia para médica quando a mesma fez menção de entrar.
─── Espera, de cinco minutos a eles. ─ A loira pediu, ou melhor, mandou afastando a médica.
Dentro do consultório, Annabeth se jogou nos braços do pai e Charlotte também se agarrando a cintura do mesmo que a abraçou as duas sentados. Ambos três, chorando juntos, tinham pontos de personalidade parecidos, três manteigas derretidas.
É bem ali, abraçados, sentiam que pelo manos a paz da família reinaria de voltar, pelos menos por enquanto.
CHEGA DE CHOROOOOO (disse eu me preparando para escrever mais
um capítulo triste
quem pegou a referência de modern family? sério, p mim o Jason é o nosso Phill Dunphy!!!
gostaram do capítulo? domingo
estou de volta com vocês!!!
não se esqueçam de votar e
comentar muitoooo!!
bjo amo vcs <3
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