Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

𝟎𝟏. 𝒒𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒐 𝒔𝒊𝒍𝒆̂𝒏𝒄𝒊𝒐 𝒊𝒏𝒄𝒐𝒎𝒐𝒅𝒂




━━━━ CAPÍTULO UM

━━━━━━━ MELINA JÁ ESTAVA acordada fazia algum tempo, mas ela ainda se encontrava no chalé 7, usando uma roupa confortável de frio, com os cabelos recém lavados e penteados, sentada na parte de cima da beliche que dividia com Kayla Knowles. Sua meia irmã não se encontrava no chalé agora, e nem no acampamento, assim como a maioria dos campistas filhos de Apolo. Assim como a maioria dos campistas do acampamento meio-sangue.

        Morar ali, no CHB, durante todo o ano, era uma coisa... estranha. Claro, tinha a proteção, tinha as atividades do acampamento, tinha algumas poucas pessoas com quem passar o tempo. Mas também era muito doloroso ver a maioria dos campistas irem embora para suas casas, suas famílias.
Melina não tinha família alguma a não ser a divina, não tinha casa a não ser o acampamento. Por isso, vendo quase todos os semideuses indo para suas casas, ela lembrava do porquê ela mesma não tinha para onde ir. Era muito difícil ver os campistas indo e vindo enquanto ela continuava ali, presa no acampamento e presa às memórias dolorosas de seu passado.

        Melina, de cabeça baixa, não notava o cabelo molhando suas costas, e não notava as lágrimas escorrendo por suas bochechas, porque estava imersa nos próprios pensamentos. Presa na própria mente. Isso sempre acontecia. Acontecia mais frequentemente ainda na época em que o acampamento se esvaziava quase que por completo.

        O barulho que várias crianças e adolescentes juntos fazia trazia, de certa forma, conforto à Hayes, que odiava quietude. Ela odiava silêncio porque, sempre que tudo estava silencioso, sua mente ia de volta à noite em que acordou de madrugada e sua casa pegava fogo. Quando ela e sua irmã estavam quase conseguindo fugir, mas algo matou Alice antes. Quando o último pedido de sua irmã foi que Melina corresse e sobrevivesse. Quando Melina fugiu sem saber para onde ir e ficou vagando pelas ruas, sozinha, por dias, semanas.

        O silêncio, a sensação de não ter com quem conversar, lembrava Melina dos dias que se seguiram àquela trágica noite. Por esse motivo, ela definitivamente preferia o acampamento meio-sangue quando estava cheio de semideuses. Era em tal época que ela tinha menos tempo sozinha com os pensamentos para que pudesse pensar muito sobre suas dores. Era nessa época que ela tinha para quem fingir estar bem com mais frequência, e isso tornava mais fácil fingir para si mesma.

        A mente de Melina foi impedida de continuar, naquele momento, com os pensamentos de culpa e saudade quando os irmãos Stoll e Pamela Morgan, três semideuses do chalé de Hermes, apareceram na porta do chalé sete.

— Ei! Você precisa sair daqui, Percy, Grover e Thalia acabaram de chegar com mais um montão de gente — Pamela disse, entrando no chalé e indo até Melina.

        Pamela podia não ter sido reclamada por Hermes ainda, mas se encaixava tanto no chalé 11 que todo o acampamento presumia que ela deveria mesmo ser filha do deus. E também tinha o fato da Morgan ser tão próxima de Travis e Connor Stoll ao ponto de realmente parecer irmã deles.

        Melina e ela chegaram ao acampamento em datas próximas, mas nunca chegaram a serem muito próximas. No entanto, o CHB era como uma grande família — não só por parte divina, mas pela maneira como a maioria dos campistas se tratavam, também —, então elas se tratavam como se fossem melhores amigas, mesmo que raramente conversassem de verdade.

— Já estou saindo! — Melina disse, levantando da cama e sendo puxada para fora por Pamela.

        Assim, Meli saiu do chalé de Apolo juntamente de Pamela e os irmãos Stoll.
O humor da Hayes já tinha melhorado bastante. Era engraçado como simplesmente conversar com outras pessoas já a deixava mais animada.

── ⋅ ⋅ ── ❀ ── ⋅ ⋅ ──

Passando em frente à Casa Grande, Melina avistou Percy e Thalia, juntos de um menininho que parecia encantado com tudo ao seu redor, conversando com Quíron e sr. D. E, prestando mais atenção ao que eles estavam falando do que aos semideuses de Hermes ao seu lado, ela entreouviu Dioniso falar algo como "mais um perdido?", e isso a intrigou. Melina sabia sobre o semideus que estava desaparecido, sim, e tinha esperanças de que fosse encontrado logo. No entanto, ela não tinha ouvido sobre nenhum outro desaparecido, o que queria dizer que era algo recente. Então, quem estaria perdido?
Foi aí que Melina percebeu mais uma coisa: Desde que Thalia Grace havia voltado a forma humana, ela e Annabeth não desgrudaram nem por um minuto sequer. Mas Annabeth não estava ali, ao lado de Thalia e Percy. E aparentemente não estava em lugar algum no acampamento. Sendo assim, ou Annabeth estava em sua casa, com seu pai, madrasta e meios-irmãos, ou...

— Terra para Meli! — Pamela estralou os dedos na frente do rosto de Melina, chamando sua atenção. A filha de Apolo piscou rapidamente, e olhou para aqueles que conversavam com ela.

— Oi?

— Estamos indo lanchar, você vem? — Pam disse.

— Uhm, não tô com muita fome agora. Podem ir na frente!

        Travis e Connor levantaram, juntos, uma sobrancelha. Mas no fim apenas deram tchau pra Melina e foram correndo até o pavilhão do refeitório. Eles dois eram tão parecidos que Hayes tinha que se esforçar para lembrar que eles não eram gêmeos. De qualquer forma, logo depois dos irmãos Stoll, Pamela se despediu brevemente de Melina e seguiu os amigos.

        No mesmo momento que Melina começava a se aproximar mais dos recém chegados, Grover apareceu correndo e se juntou aos outros. O fato do sátiro parecer ter levado uma bofetada no rosto e ainda assim estar sorrindo feito um louco foi o que fez Meli se apressar ainda mais para se juntar a ele e ao resto. Ela chegou na Casa Grande no mesmo momento que Grover terminava de dizer algo sobre as Caçadoras já estarem acomodadas.

— Caçadoras? — ela disse, olhando para Grover. Tudo estava muito confuso, e ela tentava entender o que estava acontecendo, mas isso era difícil quando se tinha tão poucas informações.

        Quando disse isso, Melina recebeu uma onda de olhares vindos de todos ali. Percy a olhava como se dissesse "oi", Thalia a olhava como se estivesse tentando entender o motivo de sua presença ali, Grover a olhava surpreso, provavelmente por não ter percebido sua presença antes, Quíron a olhava em forma de comprimento, senhor D. a olhava entediado e, por fim, o menininho cujo nome Meli não sabia a olhava animado, e acenou com igual animação para ela.

        Depois de um tempo em silêncio, Grover respondeu à Melina.

— É... As Caçadoras de Ártemis... sabe?

Tal fala, no entanto, deixou Meli mais confusa ainda. O que Caçadoras de Ártemis faziam no acampamento?

— Bem, se as Caçadoras estão aqui, vejo que temos muito o que conversar — Quíron disse, e olhou para o menininho. — Melina, talvez você devesse levar Nico para o gabinete e mostrar a ele nosso filme de orientação. — foi com essa fala que a filha de Apolo descobriu o nome do menino animado.

— Mas... — Melina queria protestar. Ela queria saber o que estava acontecendo. Então, o diretor de atividades lhe lançou um olhar e ela entendeu que o assunto prestes a ser discutido não era muito recomendado para Nico ouvir. — Ah, claro. — e então foi para o lado do pequeno.

— Filme de orientação? — foi a fala de Nico — A classificação é livre para todas as idades? Porque Bianca é um pouco rigorosa...

— Bianca...

— Minha irmã — o menino esclareceu.

— Bem, sua irmã não precisa se preocupar. É livre para todas as idades, sim.

— Legal! — ele disse, animado. A animação do menino contagiava Melina cada vez mais. Assim, eles dois começaram a sair do local.

Meli teve a ideia de se apresentar para o pequeno.

— Eu sou Melina. Seu nome é Nico, certo?

— Sim! Bom, na verdade é Niccolo di Angelo, mas só me chamam de Nico! — Niccolo sorriu, e Melina também. Eles continuaram conversando enquanto a mais velha guiava o pequeno até o gabinete.

── ⋅ ⋅ ── ❀ ── ⋅ ⋅ ──

Quando o filme de orientação acabou, Melina já havia se apegado à Nico como se ele fosse seu irmão mais novo. O pequeno era tão inocente, e estava tão empolgado com a recente descoberta sobre o mundo de divindades gregas e todo o resto... Ela tinha medo de que aquelas coisas no início tão empolgantes fossem quebrar o coração de Niccolo assim como fizeram com Melina.

        Os dois saiam do gabinete e iam em direção aos outros enquanto Nico falava animadamente sobre tudo que tinha visto no filme de orientação e Melina ouvia com atenção.
"Você é mesmo filha de algum deus?" e "de qual deus será que eu sou filho?" foram algumas das perguntas que Nico fez.

        Chegando onde Percy, Grover, Thalia, Quíron e sr. D estavam, Nico automaticamente se dirigiu a Quíron.

Super legal! — ele disse — Você é um centauro!

        Pela maneira como Percy e Dioniso se encaravam e pelo ar tenso no local, Melina pôde notar que ela e Nico haviam interrompido brutalmente uma discussão. Talvez Percy fosse grato por isso, porque os olhos de sr. D emanavam poder, como se ele estivesse prestes a transformar o filho de Poseidon em algo nada legal.

        Provavelmente tentando aproveitar a interrupção para acabar com a discussão que acontecia, Quíron deu um sorriso para Nico — um sorriso nervoso, mas ainda assim um sorriso.

— Sim, senhor Di Angelo. Embora eu prefira me manter na forma humana nesta cadeira de rodas durante os, hum, primeiros encontros.

— E você... Uau! Você, o cara do vinho? Não acredito! — Melina fechou os olhos com força quando ouviu a fala que Nico direcionou ao sr. D.

        Dioniso tirou os olhos de Percy e moveu seu olhar até Nico. Melina conteve o impulso de pôr o Di Angelo atrás de si.

— Cara do vinho?

— Dioniso, né? Ah, uau! Eu tenho sua estatueta.

— Minha estatueta.

— No meu jogo, Mitomagia. E uma carta holográfica também! E, mesmo você tendo apenas uns quinhentos pontos de ataque e todos pensando que você é a pior das cartas de deuses, eu acho seus poderes o máximo, mesmo! — Nico falando completamente empolgado sobre Mitomagia levou Melina para anos atrás, quando ela era uma menininha que só sabia falar sobre o jogo, e quando ela o vivia jogando com sua irmã.

— Ah. Bem, isso é... gratificante — talvez a perplexidade de sr. D tenha salvado a vida de Nico.

— Percy — Quíron disse, depressa — quero que você, Thalia e Melina desçam para os chalés. Informem aos outros campistas que teremos jogo de captura da bandeira amanhã ao anoitecer.

— Captura da bandeira? — Jackson questionou — Mas não temos muitos...

— É uma tradição. Uma disputa amistosa, sempre que as Caçadoras nos visitam.

— É, aposto que vai ser mesmo muito amistosa — Thalia murmurou.

        Melina não prestara atenção ao que Quíron lhe pedira para fazer, ela estava muito concentrada vendo Nico falar sobre quantos pontos de defesa todos os deuses tinham em seu jogo e acrescentava alguns detalhes. Ela, afinal, sempre seria uma nerd de Mitomagia. Senhor D mantinha a testa franzida enquanto ouvia a Hayes e o Di Angelo.

— Vão agora — Quíron disse. Melina, novamente, não prestou atenção.

— Ah, ok. Venham, Percy, Melina. — e então Thalia arrastou os dois para fora da Casa Grande antes que Meli tivesse a chance de entender que deveria parar de tagarelar sobre Mitomagia.

— O quê...

— Quíron nos pediu para avisar aos outros campistas sobre o caça bandeira.

— Caça bandeira?

— Você estava lá, não estava?

— Estava, mas...

— Ai, não importa. Se precisar, depois Percy te explica. — o citado olhou para Thalia com as sobrancelhas levantadas — Aliás, você já está na lista negra de Ares. Precisa de outro inimigo mortal? — a filha de Zeus lembrou a Percy.

        E com isso Melina concordava. Ela já não estava entendendo mais nada, mas sabia que, no primeiro verão de Percy como campista, ele se envolvera numa luta com Ares. Por quê? Isso era algo que só os que estavam presentes durante o acontecido entendiam, mas agora tanto o deus quanto seus filhos tinham vontade de matar o loiro. Não seria muito legal se isso acontecesse com o deus do vinho também.

— Desculpe. Mas não consegui evitar. É tão injusto!

        E, sim, era tudo muito injusto naquele mundo.

        Thalia parou de andar perto do arsenal e olhou ao longo do vale. Melina e Percy seguiram seu olhar e notaram que a Grace encarava o topo da Colina Meio-Sangue. O pinheiro de Thalia ainda estava lá, e o Velocino de Ouro brilhava no galho mais baixo. A magia da árvore ainda protegia os limites do acampamento, mas já não usava o espírito de Thalia como força.

— Percy, tudo é injusto. As vezes eu queria... — Thalia não terminou a frase, mas sua voz estava tão triste que Melina sentiu vontade de chorar.

— Vamos trazer Annabeth de volta. — ela prometeu.

— Como você sabia...

— Tenho um raciocínio rápido. Juntei as peças e aparentemente cheguei à conclusão certa. Infelizmente cheguei à conclusão certa.

        Percy ficou um tempo encarando Melina, mas no final concordou com ela.

— De qualquer forma, Melina está certa. Vamos trazer Annabeth de volta, não importa como.

— Primeiro descobri que Luke estava perdido. E agora Annabeth... — Melina não conseguia imaginar o quão difícil deveria estar sendo para Thalia. Acordar depois de anos e descobrir que tinha perdido seu melhor amigo para o lado errado da guerra, e logo depois sua melhor amiga simplesmente desaparecer...

— Não pense assim — Percy disse à ela.

— Tem razão. Vamos encontrar uma maneira — Thalia endireitou o corpo.

        Uns momentos depois, os três perceberam que, na quadra de basquete, acontecia uma discussão entre algumas Caçadoras e alguns filhos de Ares.

— Vou acabar com aquilo. Vocês, circulem pelos chalés. Falem a todos sobre a captura da bandeira amanhã — Thalia ordenou.

— Tudo bem. Você vai ser a capitã da equipe — Percy disse.

— Não, não. Você está no acampamento a mais tempo. Você é o capitão.

— Nós podemos, hum... ser cocapitães ou algo assim. — Thalia parecia tão desconfortável com tal ideia quanto Percy.

— Melina — Thalia se dirigiu à filha de Apolo —, você já passou mais tempo aqui no acampamento do que nós dois. Você vai ser a capitã da equipe.

— Oh... Ok. — Melina não se via como uma ótima líder, mas ela poderia tentar.

        Thalia ia saindo em direção à quadra quando Percy lhe chamou.

— Ei, Thalia.

— Sim?

— Sinto muito pelo que aconteceu em Westover. Eu deveria ter esperado vocês.

        Não sabendo o que havia acontecido em Westover, Melina mais se sentia como uma intrusa. O que, de certa forma, ela era, já que tinha ido até a Casa Grande sem ser chamada no assunto que estava sendo discutido.

— Tudo bem, Percy. Eu provavelmente teria feito a mesma coisa — por um momento, ela não disse mais nada, ficou apenas trocando o peso de um pé para o outro. Mas então completou a fala: — Sabe, você perguntou sobre minha mãe e eu respondi um pouco mal. É que... voltei para vê-lá depois de sete anos, e descobri que ela morreu em Los Angeles. Ela, hum... ela bebia muito, e parece que estava dirigindo tarde da noite há uns dois anos, e...

        Havia muitas coisas que faziam a mente de Melina voltar para o passado. Uma delas era isso que Thalia tinha acabado de falar sobre sua mãe, "ela bebia muito". Era bobo, mas qualquer mínima coisa fazia Melina se lembrar daquela noite, e dos anos de sua vida antes daquela noite. Para encurtar a história, foram momentos. Para encurtar a história, Melina estava sobrevivendo.

— Eu sinto muito — foi o que Percy disse. Melina queria dizer algo também, mas não sabia o que falar. Ela decidiu deixar a conversa apenas para Thalia e Percy.

— Sim, tudo bem. Não... não é como se fôssemos muito ligadas. Eu fugi quando tinha dez anos. Os melhores dois anos da minha vida foram quando estava andando por aí com Luke e Annabeth. Mas ainda assim...

— Foi por isso que teve dificuldade com a van do sol. — Thalia olhou para Percy de maneira desconfiada.

— O que quer dizer com isso?

— A maneira como você ficou rígida, sem querer assumir o volante. Devia estar pensando na sua mãe.

— É — Thalia respondeu, depois de um tempo olhando Percy de forma que parecia perigosamente mortal. — É, deve ter sido isso.

       Então ela foi em direção à quadra, para separar uma briga entre um campista de Ares e uma caçadora que tentavam se matar com uma espada e uma bola de basquete. E Percy e Melina voltaram a caminhar em direção aos chalés.

        Depois de um tempo em silêncio, Melina não aguentou mais ficar calada. Estar em silêncio quando estava sozinha já era ruim, mas estar em silêncio mesmo estando acompanhada de outro alguém era pior ainda.

— Eu não quero ser intrometida nem nada, mas... pode me explicar o que aconteceu?

— Por que você se importa tanto? Não quero soar ignorante, é que...

— Eu sou assim. Me importo com tudo ao meu redor. E também... Eu e Annabeth não conversamos muito recentemente, mas desde que cheguei no acampamento, anos atrás, ela tem sido uma das pessoas mais importantes pra mim. Ela me ajudou a ficar bem, ou o mais próximo de bem que algum semideus pode estar. Então... eu me preocupo muito com ela, quero ver ela bem.

        Percy assentiu, e ficou quieto por alguns segundos. Depois, começou a explicar para Melina o que tinha acontecido. No final, eles dois concordaram que Annabeth estava, sim, viva. E eles iriam trazer ela de volta.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro