𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐄𝐍
" LARS FAMILY "
— Eu não gosto desse lugar — Rhaenyra sussurrou enquanto o transporte parou.
A Hoffnung ajeitou o vestido azul e seu capuz enquanto se levantava para descer, recebendo uma mão de Anakin para a ajudar, logo o jedi fez o mesmo com Padmé que usava roupas que facilmente a fariam se misturar na multidão.
— Eu também não, muitas pessoas sofrem aqui — Padmé respondeu começando a andar ao lado do casal.
Anakin não disse nada, na verdade, não disse nada desde que desceram da nave e o motivo era óbvio. Tatooine foi onde Anakin sofreu muito, é considerado um lugar amaldiçoado por Rhaenyra assim como Padmé, por mais que tenha seus lados bons.
Rhaenyra entortou o nariz ao sentir o calor do planeta de dois sóis, ela chutou levemente os pés ao notar a areia se acumulando nos lado. O olhar da Hoffnung se ergueu quando ouviu uma voz já conhecida por ela e a qual ela não gosta nada.
— No chuba da wanga, da wanga — Watto reclamou. ( Não, esse não. Aquele! )
Anakin deu passos lentos até a criatura azul que batia na cabeça de um dróide quebrado, tentando concertar e falhando miseravelmente. Nenhuma surpresa, pensou Rhaenyra que analisava a criatura.
— Chut, chut, Watto — Anakin falou. ( Com licença, Watto )
Watto ergueu seus olhos amarelos na direção de Anakin - não o reconhecendo de início - A criatura soltou um rosnado baixo saindo em um tom gutural, assim como sua voz quase envelhecida.
— Ke Booda? — Watto rosnou. ( O que? )
— Ding mi chasa hopa. — Anakin repetiu dando mais um passo a frente. ( Deixe-me ajudá-lo com isso.' )
Anakin levou a mão até a cabeça do dróide o tirando das mãos azuis de Watto e então pegou a peça redonda na ponta dos dedos, com habilidade impressionável começou a concertar o dróide facilmente.
Watto pisca surpreso.
Rhaenyra olhou pelo canto de olho e Padmé fez o mesmo fazendo seus olhares se encontrarem antes de voltarem a olhar a interação entre Watto e Anakin.
— Ke booda? Yo baan pee hota. No wega mi condorta. Kin chasa du Jedi. No bata tu tu. — Watto disse aparente com um certo... Medo. ( O que? Não te conheço... O que posso fazer por você? Você parece um Jedi. Seja o que for... não fui eu. )
— Mi boska di Shmi Skywalker. — Anakin disse ainda concertando o dróide ( Estou procurando Shmi Skywalker. )
Watto semicerrou os olhos olhando na direção de Anakin o analisando, antes de esbugalhar os olhos surpresos. Suas asas saltaram e ele soltou um " Oh! " gutural e surpreso.
— Ani?! Pequeno Ani?! — Watto ergueu ambas sobrancelhas.
Anakin não respondeu, apenas terminou a cabeça do dróide e esticou os braços colocando na pequena mesa em frente a Watto. A criatura olhou a cabeça do dróide e então esbugalhou os olhos novamente ao ver que o " estranho " havia concertado o dróide.
— Você é o Ani! — Exclamou com firmeza — É você!
Watto voou até Anakin ficando na altura da cabeça do mesmo enquanto ria, sua risada saindo gutural assim como sua voz.
— Você espichou em! — Watto riu. — Uh, um jedi, mas quem diria. Talvez, talvez possa me ajudar com alguns caloteiros que me devem um monte de dinheiro.
— Onde está Shmi? — Rhaenyra indagou por cima do voz de Watto, atraindo o olhar amarelo para ela.
— Ah sim, Shmi — Watto coçou a nuca nervosamente — Ela não me pertence mais, eu a vendi.
— Vendeu ela? — Anakin deu mais um passo a frente.
— Faz alguns anos. Desculpe Ani, sabe como é — Watto gesticulou — Negócios são negócios. Eu a vendi para um fazendeiro chamado Cliegg Lars, pelo menos eu acho que era Lars.
Rhaenyra colocou a mão na cintura respirando fundo se virando de costas para os demais. Ela olhou em volta coçando a testa com a mão direita pensando que agora teriam que começar novamente a busca por Shmi, tudo de novo.
— Ao menos sabe onde eles estão agora? — Rhaenyra se virou para Watto.
— Ah, bem longe daqui — Watto pensou — Em algum lugar do outro lado de Mos Eisley, eu acho.
— Eu quero saber — Anakin ordenou com a voz séria.
— Ah, claro, com certeza! — Watto soltou uma risada — Vamos ver nos meus arquivos.
Watto levou a mão até o ombro de Anakin o guiando para dentro enquanto Padmé, Rhaenyra e R2 os seguiam.
— Padmé, fique na nave com R2, é mais seguro, não sabemos que iremos encontrar — Rhaenyra pediu olhando a amiga.
Por mais que Watto tivesse dado o endereço, não se sabia se poderia ser alguma emboscada, não poderiam confiar em ninguém muito menos em uma missão para proteger uma senadora muito importante e que sofre tentativas de assassinato recorrentemente.
— Ficarei segura, aqui tem armas e a nave ficará trancada — Padmé os tranquilizou enquanto entrava para a nave.
Rhaenyra agora usava uma vestimenta que cobria quase todo seu corpo, menos a cintura e tinha um leve tom fraco de azul. Na cintura havia uma segunda camada por cima da saia, onde estava escondido o sabre de luz onde Rhaenyra pudesse ter acesso facilmente, mas ninguém conseguiria notar. Por cima da vestimenta havia uma capa no mesmo tom de azul, com detalhes dourados.
O cabelo castanho de Rhaenyra estava encaracolado e preso a um acessório prata que não prendia todo o cabelo apenas os lados, o resto do cabelo estava solto como uma cascata pelas costas da Hoffnung.
— Oh, olá! Em que posso ajudá-los — Um dróide cinza chamou a atenção do casal que se aproximava da casa — Eu sou C3-
— PO — Anakin completou, reconhecendo o dróide criado por ele
— Oh! — C3PO exclamou surpreso olhando Anakin — Mestre Ani, eu sabia que retornaria, eu sabia! E Srta. Padmé, oh céus, onde está Rhaenyra?
Rhaenyra soltou uma risada nasal quando o dróide a confundiu com Padmé, oque era a intenção, mas não deixou de ser engraçado para a Padawan Jedi. Dessa vez Rhaenyra não usava maquiagem, apenas um capuz escuro e os acessórios de Padmé, ainda assim o confundindo.
— Olá C3PO — Rhaenyra o cumprimentou sorridente. — Rhaenyra ficou em Coruscant.
— Benditos circuitos, estou tão feliz em ver os dois, mas gostaria de reencontrar com Rhaenyra — O dróide disse.
— Eu vim encontrar minha mãe — Anakin disse direto
— Oh, acho melhor entrarmos — C3PO disse em um tom cauteloso.
O dróide guiou a dupla para dentro da casa onde Rhaenyra olhou em volta sentindo um sentimento difícil de distinguir, mas ela sentia, ela sentia que havia algo ali, algo que despertou uma curiosidade dentro dela.
— Mestre Owen, gostaria de lhe apresentar dois visitantes muito importantes — C3PO entrou enquanto Rhaenyra tocava a parede atrás dele.
— Eu sou Anakin Skywalker e essa é Rhaenyra Hoffnung — Anakin disse.
Rhaenyra arregalou os olhos beliscando o braço do garoto que gaguejou tentando concertar seu erro, mas Rhaenyra apenas o lançou um olhar mortal antes de abaixar o capuz revelando o rosto para todos, arrancando um " Oh " surpreso de C3PO.
— Srta. Rhaenyra, que bom ver você! — C3PO exclamou animado, se não fosse um dróide estaria pulando.
— Sou Owen Lars — Um homem se apresentou e logo Rhaenyra olhou a garota atrás dela — Essa é Beru, minha namorada
— Oi — Beru disse olhando ambos e Rhaenyra apenas acenou com a cabeça.
— Sou seu meio-irmão, sempre pensei que um dia apareceria — Owen disse olhando Anakin enquanto segurava um pano limpando as mãos.
Anakin olhou em volta, ignorando a fala do meio-irmão enquanto varria o local com os olhos em busca de Shmi, mas ela não estava em lugar algum deixando o casal aflito.
— Minha mãe está aqui? — Anakin indagou.
— Não, não está — Cliegg respondeu aparecendo em uma cadeira de rodas improvisada. — Cliegg Lars.
O senhor estendeu a mão na direção de Anakin, inclinando o corpo para frente. Anakin olhou para ele e logo desviou o olhar para a mão do senhor, apertando antes de dar um passo para trás esperando respostas.
— Shmi é minha mulher, é melhor entrarmos temos muito oque conversar — Cliegg disse guiando o casal até a cozinha. — Sentem-se.
Rhaenyra foi para o canto com a ajuda de Anakin e logo se sentou ajeitando a capa, e a cadeira para que não fique desconfortável.
— Foi pouco antes do amanhecer que Shmi desapareceu do nada, um grupo de caçadores, o povo da areia — Cliegg começou — Sua mãe tinha saído de casa cedo como ela sempre fazia para pegar cogumelos que crescem nos evaporadores. Pelos rastros ela estava meio caminho de casa, quando a pegaram.
Rhaenyra suspirou estendendo a mão em baixo da mesa e pegando a de Anakin que aceitou, apertando a mão dela enquanto claramente segurava o choro olhando para a mesa com a mandíbula cerrada.
— Aqueles seres parecem homens, mas são... Selvagens, verdadeiros monstros — Cliegg continuou — Trinta pessoas foram resgata-lá, só quatro de nós voltaram. Eu queria ter tentado outra vez, mas... depois que perdi minha perna eu não posso mais pilotar até me curar. Eu não quero desistir dela, mas já faz um mês, há pouca esperança de que ela tenha resistido.
— Se a amasse jamais teria desistido — Rhaenyra olhou Cliegg apertando com força a mão de Anakin.
Anakin soltou a mão de Rhaenyra bruscamente e então empurrou a cadeira se levantando sem olhar para ninguém na mesa. Rhaenyra ergueu a cabeça o olhando preocupada.
— Achar a minha mãe — Anakin disse com firmeza.
— Sua mãe está morta, filho, aceite isso.
Anakin apenas negou com a cabeça e saiu da casa em passos pesados, sua cabeça baixa e ombros caídos. Rhaenyra pegou a capa e então também se levantou prendendo a capa novamente.
— Vou falar com ele — A padawan disse antes de sair.
Rhaenyra foi para o lado de fora onde viu Anakin parado olhando os sóis em frente a um enorme buraco na areia. A Hoffnung respirou fundo antes de andar até ele apoiando uma perna na parte elevada, também olhando os sóis.
— Vai ter que ficar aqui — Anakin disse se virando para sua namorada. — Precisa proteger Padmé na nave e também essas pessoas.
Rhaenyra pegou as mãos de Anakin nas dela e então ergueu a cabeça encontra a imensidão azul e penetrante de seus olhos. A Hoffnung o olhou através dos cílios antes de fechar os olhos pressionando os lábios nos dele em um beijo terno e amoroso.
— Estarei te esperando — A padawan disse apertando as mãos dele.
Anakin inclinou sua cabeça para baixo e ergueu as mãos pegando o rosto da garota nas mãos, ele se inclinou pressionando os lábios na testa dela em um gesto amoroso antes de encostas a testa na dela.
— Eu te amo — Anakin sussurrou.
— Eu te amo — Ela respondeu de volta.
Anakin então a soltou dando alguns passos para trás sem tirar os olhos antes de se virar andando em direção a Speeder Bike com sua capa preta voando com o vento.
— Voltarei logo — Anakin avisou subindo na moto e sumindo em menos de um minuto.
A Hoffnung respirou fundo antes de se ajoelhar na areia em frente ao grande buraco. A Hoffnung colocou a mão na areia e fechou os olhos por alguns segundos sentindo o calor do sol, e a brisa batendo contra o rosto dela.
Quando Rhaenyra iria tirar a mão ela sentiu uma vibração percorrendo seu corpo e uma voz distante em sua mente junta da imagem de um garoto loiro, imediatamente ela tirou a mão da areia limpando as mãos na capa.
— Estranho.
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