── . . . 𝐁𝟎𝟏𝐄𝟎𝟏: 𝐖𝐄𝐋𝐂𝐎𝐌𝐄 𝐓𝐎 𝐑𝐄𝐏𝐔𝐁𝐋𝐈𝐂 𝐂𝐈𝐓𝐘
❝a república unida das nações, uma sociedade ondedominadores e não dominadores de todo o mundo viveme prosperam em paz e harmonia. eles nomearam a capitaldesta grande cidade, cidade república.❞
❝BEM-VINDO Á CIDADE REPÚBLICA❞
— Ikki, querida, nós precisamos ir e Jia precisa ir para casa. — dizia Tenzin para a filha, que no momento estava agarrada aos braços da irmã mais velha, não querendo ir e deixar a outra em Cidade República.
— Não! Eu não quero ir sem a Jia! — Ikki gritava em tom de irritação, enquanto escondia o pequeno rosto no espaço que tinha entre o ombro e o pescoço da irmã.
— Deixa ela aí, papai, vamos logo! — Jinora dizia, já irritada com o comportamento da irmã mais nova.
— É, ela é uma chata! — Meelo soltou, mesmo sem entender sobre o que estava acontecendo ali, afinal ainda estava sonolento por acordar tão cedo.
— Crianças, parem com isso, por favor. — pedia Pema, tentando não se estressar por conta de sua gravidez.
Tenzin respirou fundo e soltou o ar de forma cansada, precisavam chegar no Polo Sul logo e a birra que Ikki estava fazendo não estava contribuindo com o tempo que tinham. Jia sorriu gentil para o mais velho e sinalizou com a cabeça, dando a entender que resolveria aquele assunto —, Tenzin concordou com a cabeça e esperou a primogênita conversar com a do meio:
— Ikki, maninha, olha para mim. — Jia pediu carinhosamente para a irmã mais nova, que lhe olhou com carinha de choro e um bico formado nos lábios. Ikki era bem mais apegada com Jia do que seus outros dois irmãos, então acabou ficando chateada quando Jia disse que não poderia ir na viagem até o Polo Sul, por mais que fosse uma viagem curta. — Que tal um acordo, hm? — Jia perguntou com um sorriso brincalhão e Ikki confirmou silenciosamente com a cabeça. — Se você for com o papai, quando você chegar, eu te levo para Cidade República para irmos no Narook's, que tal? — Jia ofereceu, ela sabia que Ikki sempre quis provar macarrão de alga marinha, mas nunca teve a oportunidade de levar a mais nova, Ikki não iria recusar essa oferta. A pequena dobradora de ar olhou desconfiada para a irmã mais velha e depois coçou o queixo, como se ponderasse aceitar ou não aquela oferta.
— Promete de dedinho? — Ikki perguntou e ofereceu o dedo mindinho para a irmã mais velha, Jia sorriu e confirmou com a cabeça antes de juntar o próprio mindinho com o de Ikki.
— Promessa de dedinho. — Jia disse e Ikki gritou de felicidade, usando sua dobra de ar para desvencilhar-se da mais velha e subir em Oogi, o bisão voador de Tenzin, este que suspirou aliviado e se dirigiu até a filha mais velha para se despedir.
— Tem certeza que não vai, filha? — Tenzin perguntou, ainda esperava que a filha mudasse de ideia.
— Tenho sim, papai, infelizmente com essa crise do Amon e seus equalistas, a delegacia está uma loucura e mamãe está cada vez mais estressada, preciso ficar aqui para ajudar ela. — Jia disse em um meio sorriso, queria muito ir visitar sua avó, fazia um tempo que não visitava a matriarca, esta que estava lhe cobrando essa mesma visita há um certo tempo —, mas infelizmente Amon aconteceu e Jia não poderia deixar Lin sozinha na delegacia. — Além disso, já mandei uma carta para a vovó e para tia Kya avisando que irei no próximo Festival dos Espíritos Glaciais. — Jia disse e Tenzin concordou com a cabeça.
— Certo, por favor cuide-se e ajude sua mãe. — Tenzin disse antes de abraçar sua primogênita, que retribuiu o abraço do mais velho sem muito esforço, afinal Jia tinha alguns poucos centímetros de altura de diferença para a do mais velho.
— Dê um abraço em Korra por mim. — Jia pediu, ela e Korra acabaram se tornando boas amigas, afinal Jia costumava passar alguns dias de suas férias no Polo Sul com a avó e sua tia paterna, Kya, e consequentemente conheceu Korra, apesar de ser estranho na época pensar que seu avô agora era uma garotinha três anos mais nova que ela.
— Irei. — Tenzin disse antes de usar sua dobra de ar para subir em seu fiel companheiro voador, acenou mais uma vez para filha mais velha e gritou "Yip! Yip!" para que Oogi voasse pelos céus de Cidade República.
Jia sorriu e respirou fundo, observando seu pai, madrasta, irmãos e Oogi virarem um pequeno ponto flutuante no céu escuro porém iluminado pelas luzes da cidade. A Beifong girou os calcanhares, estava na hora de deixar a calmaria do Templo do Ar da Ilha para o barulho da cidade que morava e jurou proteger.
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A delegacia estava uma bagunça, cadetes andavam de um lado para o outro com papeladas na mão, enquanto os telefones tocavam incansavelmente. O relógio não estava marcando nem meio dia ainda e Jia já sentia uma possível enxaqueca chegando em sua cabeça, a jovem Beifong revisava alguns relatórios antigos sobre os equalistas para juntar com suas outras pistas, as quais ainda não lhe levavam em nenhum lugar, Jia se sentia frustrada com tudo aquilo:
— Detetive Beifong! — escutou a voz grave de sua mãe lhe chamando do outro lado da sala. Jia levantou a cabeça e olhou na direção da mais velha, observando uma pequena pasta amarela em suas mãos; a jovem detetive levantou rapidamente e caminhou até onde a mãe estava.
— Sim, Chefe? — Jia perguntou em tom de respeito para com sua superior.
— Me acompanhe. — Lin disse antes de sair andando na frente e Jia lhe seguiu, obedecendo ao pedido.
As duas Beifongs andavam pelo corredor extenso lado a lado. Jia estava inquieta, esfregando as mãos, querendo saber a situação, seus olhos atentos todo tempo na pequena pasta nas mãos de Lin:
— Mãe, poderia me explicar para onde estamos indo? — Jia perguntou, falhando na formalidade, e Lin lhe olhou de canto antes de lhe entregar a pasta, a qual Jia não perdeu tempo em abrir e ler.
— Não acredito nisso. — Jia disse quando terminou de ler a ficha de Korra, entregando a mesma de volta para a mais velha logo em seguida. — Já ligou para o papai? — Jia perguntou.
— Pedi para um cadete telefonar. — Lin disse antes de parar na frente da porta metalizada, esperando um dos seus subordinados abri-la, o que foi feito imediatamente. Jia teve a visão de Korra sentada em uma mesa de interrogação com os braços presos em algemas de metal.
— Jia! Você está aqui, ainda bem! — Korra exclamou quando viu a amiga entrar na pequena sala de metal logo após Lin. — Por favor, me tira daqui. — Korra suplicou, Jia abriu a boca para falar mas a voz de Lin saiu primeiro.
— A detetive não irá lhe ajudar, jovem. — Lin disse antes de começar a ler a ficha de Korra novamente. — Vejamos, múltiplas acusações de destruição de propriedade particular e municipal, sem falar na sua resistência à prisão. — Lin listou todos os crimes de Korra. — Você está bastante encrencada, mocinha. — finalizou a mais velha ao bater a ficha na mesa e encarar Korra furiosamente. Jia sugou o ar por entre os dentes, não tinha muito poder no momento para ajudar a mais nova, e bom, sua mãe não se importava muito se Korra era o Avatar ou não, ainda havia cometido pequenos crimes, mesmo que sem querer.
— Mas tinha uns bandidos ameaçando um lojista e eu- — A Avatar tentou se explicar mas Lin a interrompeu.
— Calada! — Lin disse em tom alto. — Você deveria ter chamado a polícia e ficado fora do caminho. — a mais velha continuou.
— Mas eu não poderia ter ficado parada sem fazer nada. — Korra disse. — É meu dever ajudar as pessoas, sabe? Eu sou o Avatar. — Korra tentou se explicar usando seu status. Jia sentiu pena da amiga.
— Ah! Eu sei muito bem quem você é! E seu título de Avatar pode impressionar alguns mas não a mim. — Lin disse em tom de desinteresse, e Jia coçou a cabeça de leve em forma de desconforto, realmente não sabia o que estava fazendo ali.
— Certo! Então eu quero falar com a pessoa que está no comando. — Korra exigiu, e Jia quase quis rir da mais nova negando com a cabeça.
— Ela está na sua frente, Korra. — Jia falou pela primeira vez naquela sala e Korra fez uma feição de confusão.
— O que a detetive disse. — Lin falou. — Eu sou Chefe Beifong. — Lin apresentou-se e se sentou na cadeira em frente à Korra.
— Espera! Beifong? Lin Beifong? Você é a filha da Toph! — Korra exclamou, achando que aquilo fosse lhe ajudar de alguma forma. Jia travou os dentes ao ouvir o nome da sua avó materna ser mencionado, Toph Beifong não era o assunto favorito de sua mãe, Korra estava indo pelo caminho errado.
— O que tem isso? — Lin perguntou.
— Então porque está me tratando como criminosa? — Korra perguntou. — Sua mãe e o Avatar Aang eram amigos, eles salvaram o mundo juntos. — Korra falou o óbvio. — E além disso, a Jia é minha amiga e filha do Tenzin, não é? — Korra perguntou e Jia sorriu sem graça quando Lin olhou para ela. Korra não sabia que Lin era mãe de Jia, ela achava que a mãe de Jia fosse outra pessoa.
— Isso é história antiga e não tem nada haver com a confusão a qual você está metida agora. Além disso, sua amizade com a detetive e o parentesco dela com Tenzin não estão em discussão no momento. — Lin disse irritada. — Você não pode chegar aqui e bancar a justiceira como se a cidade fosse sua. — Lin exclamou mas antes que continuasse, um de seus subordinados abriu uma pequena janela na parede de metal.
— Chefe, o Conselheiro Tenzin está aqui. — O homem avisou para sua superior e Jia soltou um ar de alívio ao ouvir o nome do mais velho. Lin olhou para a filha e sinalizou para que ela respondesse o outro.
— Deixe ele entrar. — Jia disse para o homem do outro lado da janela. Logo em seguida uma porta foi aberta e Tenzin passou por ela. Lin havia se levantado da cadeira e o encarava de forma séria, enquanto Jia se aproximava lentamente para cumprimentar o mais velho com um abraço, que foi retribuído pelo outro sobre o olhar fuzilante de Beifong.
— Parece que o Avatar desviou um pouco do caminho dela. — Jia disse e apontou para Korra, que sorriu sem graça e virou a cabeça de lado.
— Desculpa. — pediu a Avatar.
Tenzin respirou fundo e olhou para a chefe de polícia em sua frente. — Lin! Você está radiante como sempre. — Tenzin disse em um tom gentil e Jia quis rir mas foi impedida pelo olhar de canto da mãe.
— Deixa de bobagem, Tenzin. — Lin cortou o dobrador de ar de forma rápida, o fazendo tirar o sorriso do rosto. — Porque o Avatar está em Cidade República? Pensei que você tivesse se mudado para o Polo Sul para treinar-lá. — Lin perguntou ao outro.
— Meu remanejamento foi adiado. O Avatar, por outro lado, estará voltando para o Polo Sul imediatamente. — Tenzin disse olhando para Korra, que abaixou a cabeça de forma tristonha. Jia olhou para a mais nova e sentiu dó, ela conhecia Korra, sabia que ela não tinha feito aquilo com maldade. — Onde ela ficará quieta! — Tenzin finalizou. Korra tentou argumentar mas foi finalizada pelo mais velho. — Se puder ser gentil e tirar todas as queixas contra Korra, eu irei de assumir todas as responsabilidades dos eventos lamentáveis de hoje e pagarei por todo o dano causado. — Tenzin pediu.
Lin olhou para a Avatar e então para Tenzin antes de respirar fundo. — Tá, tire ela da minha cidade. — Lin disse e cruzou os braços, olhou para Jia, que estava de seu lado. — Pode soltar ela. — Lin disse para filha, que obedeceu, e levantou as mãos para cima, fazendo as algemas de metal que rodavam os pulsos de Korra abrirem. Korra não pensou duas vezes e correu para abraçar Jia.
— Eu senti tanto a sua falta. — Korra disse e Jia sorriu ao retribuir o abraço da mais nova.
— Eu também, Kor. — Jia disse.
— É sempre um prazer, Lin. — Tenzin agradeceu a mulher e então se virou para Korra. — Vamos logo, Korra. — Tenzin disse bravo e Korra se desvencilhou do abraço para seguir o mais velho. — Até mais, filha. — Tenzin disse carinhosamente para filha que sorriu.
Quando ambos saíram, Lin fez um sinal de que estava de olho em Korra e a Avatar retribuiu o mesmo gesto em forma de deboche. Jia riu levemente e Lin revirou os olhos. — Porque eu sinto que vocês ainda vão se dar muito bem? — Jia perguntou para a mãe, que lhe olhou e cruzou os braços.
— Eu espero nunca mais ver essa garota na minha frente. — Lin disse irritada, Jia balançou a cabeça em tom negativo e cutucou o ombro da mais velha.
— Eu sei que a senhora gostou dela. — Jia disse em tom de brincadeira.
— Chega dessa conversa! Trabalho agora, Jia Beifong! — Lin cortou a filha e deu um tapa leve na nuca da mais nova, que resmungou e massageou o local atingido.
— Isso é agressão, vou lhe denunciar. — Jia disse antes de sair da sala, fazendo a mais velha rir pela primeira vez naquela manhã turbulenta em Cidade República.
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— Não acredito que o Avatar fez uma bagunça em Cidade República. E a Beifong deixou ela passar? — Kaori perguntou incrédula para a melhor amiga, e Jia sorriu com o comentário da ruiva. Fazia um tempo que o expediente das duas havia terminado e ambas estavam no apartamento de Jia e Lin, esperando o jantar ficar pronto. Lin ainda estava resolvendo algumas coisas na delegacia e Jia veio para casa cuidar do mesmo.
— Ela não ia deixar, mas o papai chegou e disse que pagaria pelos danos. — Jia explicou para a outra. — Mas se houver uma segunda vez, tenho pena da Korra. — finalizou a dobradora de terra rindo um pouco e sendo acompanhada por Kaori.
— Mas, tipo, não era para seu pai se mudar para o Polo Sul e treinar ela? O que ela estava fazendo aqui? — Kaori perguntou confusa, enquanto Jia fazia a mesa para colocar o jantar.
— Esse era o plano. Mas com toda a confusão com o Amon, papai resolveu adiar o treino dela até resolver isso. — Jia explicou ao terminar de posicionar os pratos e talheres na mesa. — Conhecendo a Korra, ela provavelmente fugiu escondida e veio treinar em Cidade República. — Jia disse, ela conhecia Korra desde os seis anos de idade, a jovem Avatar não desistia fácil do que queria.
— Seria legal se ela pudesse ficar aqui, ela até poderia ajudar a gente com esses equalistas. — Kaori mencionou. — Já que tipo, é o dever dela, né?. — a dobradora de fogo falou o óbvio e Jia riu silenciosamente negando com a cabeça.
— Não é uma boa ideia, Kao. — Jia começou. — Korra ainda está em treinamento, o lado espiritual dela ainda está sendo trabalhado e ela ainda não domina o ar, não sei se ela está pronta ainda. — Jia disse, terminado de colocar o jantar em cima da mesa.
— Certo, agora vamos comer que eu est- — Kaori começou a falar mas foi cortada quando o toque inconveniente do telefone começou a tocar do outro lado da sala, e Jia correu para atender
— Alô? — Jia atendeu e arregalou os olhos quando ouviu a voz do outro lado da linha.
— Jia? Oi, sou eu, Korra. — a voz da Avatar foi escutada pela dobradora de terra.
— Korra? Oi, você já chegou no Polo Sul? — Jia perguntou curiosa, e Kaori chegou mais perto da amiga para poder escutar a conversa.
— Bem, sobre isso, eu vou ficar em Cidade República. — Korra explicou e Jia arregalou os olhos junto a Kaori.
— Como assim? Você conseguiu fazer o papai mudar de ideia? — Jia perguntou para a amiga.
— Bom, acho que sim, ele percebeu que a cidade precisa do Avatar, e decidiu deixar eu vir morar na Ilha para treinar minha dobra de ar, isso não é legal? — a Avatar disse animada e Jia riu com a empolgação da mais nova. — Mas eu vou ter que fazer um anuncio amanhã na frente da imprensa, já não estou achando isso tão legal, sendo sincera. — Korra disse apreensiva e Jia sorriu gentilmente mesmo que a outra não visse.
— Relaxa, Kor. Vai dar tudo certo, amanhã é meu dia de folga mas mamãe sempre me carrega para esses eventos, então vou está lá como seu apoio moral. — Jia disse sem perceber o que falou.
— Mamãe? — Korra perguntou confusa, Kaori segurou a risada e Jia estapeou o rosto.
— Chefe Beifong é minha mãe, Kor. — Jia explicou e pode ouvir Korra gaguejando do outro lado da linha.
— Perai! Você é neta da Toph?!!! Por que nunca me contou? — Korra perguntou exasperada, e Jia riu.
— Ah, nunca achei que fosse importante, mas tenho que desligar agora, falo com você amanhã, pode ser? — Jia perguntou, estava com fome e a comida iria esfriar.
— Claro, até mais, Jia. — Korra disse antes de desligar o telefone.
— Parece que a Beifong vai ter mais trabalho do que pensava. — Kaori falou e Jia coçou a cabeça em desconforto antes de rir levemente e se dirigir até a mesa de jantar.
— Nem me fale. — Jia disse. E então, a tranca da porta foi escutando e os passos de Lin puderam ser ouvidos, a Beifong mais velha adentrou o cômodo e puxou uma cadeira ao lado da filha.
— Aconteceu alguma coisa? — Lin perguntou e Jia negou com a cabeça.
— Nada, só o Avatar que vai continuar na cidade. — Kaori disse sem pensar e o som de talheres chocando-se contra o prato fora escutado. Jia olhou indignada para a melhor amiga, que bateu na boca quando ouviu o que disse, já Lin ficou paralisada.
— Kaori! — Jia gritou a melhor amiga.
— Como? — Lin perguntou.
E assim o jantar acabou no exato minuto em que começou.
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— Bom dia. — Jia disse sonolenta enquanto arrastava a cadeira para sentar e tomar seu café da manhã. — Me lembre novamente do porquê eu ter que ir nesses eventos no meu dia de folga, poxa mãe, eu sou só uma detetive. — a Beifong mais nova finalizou em um tom de frustração.
— Eu já disse, Jia. Eu estou preparando você para ser Chefe quando eu me aposentar. — Lin disse simples ao mesmo tempo em que lia seu jornal e bebia seu café preto. Jia suspirou alto de forma dramática.
— E a senhora conhece essa palavra? Aposentadoria? — Jia disse em tom de brincadeira, tentando provocar a mais velha, que apenas lhe olhou séria e jogou um pequeno pedaço de torrada contra a filha, que desviou perfeitamente.
— Muito engraçada, detetive. — Lin respondeu chamando a filha pela patente. — Se apresse ou vamos nos atrasar. — Lin disse e continuou lendo seu jornal.
— Você que manda, Chefe! — Jia disse fazendo uma continência e montando seu café da manhã rapidamente. Lin apenas sorriu com as bobagens da filha.
( . . . ✨️)
O dia em Cidade República estava consideravelmente quente, a pequena praça em frente à prefeitura estava lotada de repórteres fazendo perguntas à torta e à direita, enquanto Korra tentava respondê-las da melhor forma possível. Ela estava em frente à uma palanque oficial, ao seu lado direito estavam Naga e Lin, do lado direito estava Tenzin. Jia ficou um pouco mais ao fundo, observando a reencarnação de seu avô ter inúmeras perguntas atiradas contra si. Jia odiava atenção exagerada, multidões principalmente, talvez porque crescer sendo ovacionada por ser a primeira neta do grande Avatar Aang e da grande Mestra Katara, além de ser neta também da maior dobradora de terra, Toph Beifong, tenha contribuído um pouco com isso. Jia não podia sair de casa sem ser parada por alguém lhe perguntando como era ser neta do Avatar, ou se ela era uma dobradora de terra tão boa quanto a avó, era tudo demais para uma Jia Beifong de apenas dez anos de idade:
— . . . Olha, tudo que eu sei é que o Avatar Aang queria que esta cidade fosse o centro da paz e do equilíbrio para o mundo, e eu acredito que podemos tornar seu sonho realidade. Eu estou ansiosa para servir vocês. Estou muito feliz em estar aqui. Muito obrigada, Cidade República. — Korra finalizou seu discurso e acenou para o público em sua frente, enquanto flashes poderiam ser vistos tirando fotos da Avatar. Jia sorriu quando Korra mencionou o sonho de seu avô, por muito tempo Aang lutou pelo equilíbrio e a paz em Cidade República, muito antes de ela ser o que ela é hoje em dia. Por isso que Jia decidiu seguir carreira como policial, porque ela queria ajudar e proteger a cidade que seu avô e seus amigos ajudaram a construir.
— Falou bem, Avatar Korra. — Jia disse em tom de brincadeira, quando a amiga desceu do palanque dando lugar a Tenzin para encerrar os questionários dos repórteres. Korra sorriu e empurrou o ombro de Jia, fazendo a mais velha rir levemente.
— Você é uma engraçadinha, né? — Korra perguntou sarcástica ao cruzar os braços e levantar a sobrancelha esquerda para a outra. Jia sorriu e levantou levemente os ombros para cima.
— O que eu posso dizer? É o meu charme, sabe? — Jia respondeu de forma divertida, levantando as mãos na altura da cabeça, em forma de rendição, e Korra revirou os olhos.
Tenzin finalizou suas palavras para com os repórteres, que começaram a se dispersar pela praça. O Mestre de Ar se aproximou das duas jovens e sorriu:
— Vejo que vocês já estão se divertindo. — o mais velho disse brincando com as duas garotas em sua frente. Jia riu levemente concordando com a cabeça, sendo acompanhada por Korra. — Mas, infelizmente, precisamos voltar para a Ilha e iniciar o treinamento de Korra. — Tenzin disse e Korra choramingou, não esperava começar seu treinamento tão cedo.
— Ah, sério? Mas eu queria conhecer um pouco da cidade. — Korra disse em tom de emburrecimento, e Jia riu balançando os ombros.
— Para ter você bagunçado minha cidade novamente? Não, muito obrigada. — Lin disse de forma rígida ao chegar no meio da conversa, e Korra revirou os olhos. — Jia, vai precisar de carona? Já estou indo para a delegacia. — Lin perguntou gentilmente para a filha, mudando totalmente a expressão, e Jia sorriu balançando a cabeça em forma de não.
— Não, mamãe. Combinei de encontrar o Rhys daqui a pouco no Kwong's, eu pego um táxi, não se preocupe. — Jia respondeu a mãe no mesmo tom gentil, e Lin sorriu, se despedindo da filha e dos outros logo em seguida.
— A sua mãe me odeia, tenho certeza. — Korra disse observando a Chefe de Polícia ir embora. Jia e Tenzin riram levemente.
— Ela não te odeia, Kor. Vocês só começaram com o pé errado. — Jia explicou e Tenzin concordou. — Logo, logo, vocês vão está se dando bem. Não se preocupe. — Jia finalizou, e Korra deu de ombros.
— Acho difícil. — Korra disse desconfiada, e Jia riu novamente.
— Bom, eu preciso ir ou Rhys me mata, ele odeia atrasos. — Jia disse brincando.
— Quem é Rhys? — Korra perguntou confusa.
— Meu primo, sobrinho do papai e filho único do tio Bumi, irmão mais velho do papai. — Jia respondeu rindo e apontou para o pai, que revirou os olhos ao ouvir o nome do irmão ser mencionado.
— Graças a Raava, Rhys não puxou o comportamento de Bumi. — Tenzin disse cruzando os braços, e virando o rosto. Jia riu e revirou os olhos.
— Ah papai, para com isso. — Jia disse rindo do mais velho. — Enfim, até mais Korra, e papai avisa para Ikki que amanhã irei levar ela no Narook's. — Jia finalizou antes de sair do local, recebendo um aceno de Korra e um balançar de cabeça de Tenzin.
E então, Jia desceu as escadas da Prefeitura e seguiu até a calçada para esperar algum táxi passar e lhe levar até o Kwong's Cuisine.
( . . . ✨️)
— Como assim o vovô está na cidade e você não me disse nada? — Rhys perguntou para a prima, enquanto arrumava um dos pratos principais do restaurante. Jia riu divertida com a pergunta do outro, a jovem Beifong estava encostada na parede da cozinha que ficava perto da janela, onde observava o movimento do local, o qual estava bem cheio pela manhã.
— Não achei que ela fosse ficar aqui, descobri ontem pela noite. — Jia respondeu simples dando de ombros, e Rhys concordou com a cabeça, ao mesmo tempo que colocava alguns pratos na bandeja do pobre garçom, que parecia que ia desmaiar de cansaço. — E para de chamar ela de vovô, é estranho!. — Jia exclamou com uma careta e Rhys gargalhou.
— Mas ela é nosso avô, não é? — Rhys perguntou brincando e Jia revirou os olhos.
— Reencarnação, Rhys. — Jia disse.
— Dá na mesma, priminha. — Rhys disse dando de ombros. — Mas não foi para isso que eu te chamei aqui. — Rhys disse e Jia levantou uma das sobrancelhas desconfiada. — Adivinha quem conseguiu ingressos para a final de preliminares antes do Torneio Oficial de Pró-Dobra? — Rhys disse animado, retirando três ingressos de dentro do bolso e mostrando para Jia, que arregalou os olhos, aquilo era impossível.
— Como? As semifinais são amanhã, eles já estão vendendo os ingressos da final? — Jia perguntou, e Rhys sorriu de canto, enquanto se aproximava da prima.
— Tecnicamente não, mas eu tenho meus contatos, sabe? Privilégios de um ex-dominador profissional. — Rhys disse cruzando os braços e Jia revirou os olhos.
Rhys, antes de ser contratado no Kwong's, era um dominador profissional, começando aos treze e parando quando completou dezessete anos, porém era extremamente talentoso, tendo até mesmo um fã clube oficial, mas com o tempo, a diversão que sentia foi se esvaziando e então resolveu focar na sua segunda paixão, a gastronomia. Rhys era um excelente dobrador de fogo, considerado um prodígio, pois seu fogo havia evoluído para o tom azul. Jia tentou por muitas vezes trazer o primo para a força policial, mas Rhys sempre recusou, pois o mesmo nunca gostou muito de conflitos ou brigas, somente quando fosse o necessário:
— Sei que você e a Kao estão estressadas por conta de todos esses eventos, então resolvi ser um ótimo amigo e primo. — Rhys continuou com um leve sorriso de canto no rosto, fazendo Jia sorrir levemente e negar com a cabeça.
— Você não existe mesmo, né? A Kao vai surtar quando descobrir. — Jia respondeu, pegando dois dos três ingressos e guardando no bolso da jaqueta. — Lembra quando a gente brincava de Pró-Dobra e ela ficava furiosa porque o seu time sempre ganhava? — Jia perguntou rindo e Rhys acompanhou concordando com a cabeça.
— Ela sempre queria me queimar de alguma forma. — Rhys disse lembrando como Kaori sempre lhe lançava socos de fogo quando ele comemorava sua vitória. — Enfim, não precisa me agradecer, mas se vocês pararem de vir aqui comer de graça, eu agradeceria. — Rhys respondeu em falso tom sério e Jia revirou os olhos.
— Acho difícil, mas agora deixa eu ir, que preciso fazer algumas compras lá para casa. — Jia disse começando a se despedir do mais novo. — Te vejo por aí. — Jia disse antes de sair.
— Até, priminha. — Rhys se despediu, voltando ao seus afazeres assim que Jia saiu pelas portas.
( . . . ✨️)
Jia andava distraída pelas ruas de Cidade República, ela revisava mentalmente tudo que estava faltando em casa, acabou esquecendo de fazer uma lista mas confiava fielmente em sua memória fotográfica. Seguiu pela faixa de pedestres ainda distraida, sem prestar atenção se vinha algum carro ou não, aquela rua costumava ser deserta, então acabou não se preocupando tanto, porém, paralisou completamente quando ouviu uma buzina irritante, Jia olhou para o lado vendo uma única moto vir em sua direção, a jovem Beifong arregalou os olhos e sentiu seu sangue esfriar, fechou seus olhos, se preparando para ser atingida pela moto, e então, sentiu seu corpo rolar pelo chão do asfalto após a colisão. Jia gemeu de dor, sentido o corpo doer e a cabeça latejar, sentou no chão e levou a mão direita até o local dolorido, massageando levemente —, se assustou quando sentiu mãos lhe tatearem freneticamente e uma voz desconhecida preencher seus ouvidos:
— Está tudo bem com você? Meu Deus, me desculpa, não consegui parar a moto antes de te atingir. — A pessoa desconhecida falava, enquanto checava se estava tudo bem com Jia, esta que estava meio grogue e atordoada ainda pela colisão, então olhou para o lado e pensou que havia morrido, pois com certeza estava vendo um anjo naquele momento. — Aí Deus, você tá sangrando! — Jia saiu do transe quando ouviu a moça desconhecida exclamar assustada e os olhos verdes mais lindos que Jia já tinha visto se arregalaram completamente, enquanto mãos delicadas tocaram a lateral da testa de Jia, que gemeu de dor com o contato, fazendo a outra se preocupar ainda mais. — Vamos, eu vou te levar ao hospital, você pode ter tido alguma concussão. — Disse com a voz firme e preocupada, enquanto ajudava Jia a se levantar do asfalto.
A Beifong apenas se deixou ser levada pela outra, sua cabeça latejava irritantemente e sentia que fosse desmaiar.
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Jia agora estava sentada em uma cama de hospital enquanto a enfermeira finalizava os curativos de seu ferimento na cabeça. Jia veio até o hospital com a moça desconhecida, que descobriu ser Asami Sato, filha de Hiroshi Sato —, o mundo realmente era pequeno —, Jia havia sofrido uma concussão leve e alguns ferimentos superficiais no corpo, tomou alguns remédios e foi curada por uma enfermeira dobradora de água:
— Pronto, detetive Beifong. Você está novinha em folha. — A enfermeira disse gentilmente ao finalizar o curativo da jovem detetive, que sorriu de volta e desceu da camada com cuidado, pegando sua jaqueta que estava repousando ao lado e vestindo-a novamente. — Por favor, descanse e evite andar na frente de motocicletas novamente, detetive. — A mulher finalizou em tom de brincadeira e Jia apenas concordou com a cabeça e com um sorriso amarelo, saindo da sala logo em seguida. A Beifong andou pelos corredores do hospital até chegar na recepção e avistar Asami sentada em uma das muitas cadeiras ali, a mesma correu rapidamente até Jia assim que viu a mais alta.
— Oi, como você está? Tá tudo bem aí? — Asami disparou preocupada e apontou para a cabeça de Jia, que sorriu e acenou levemente com a cabeça antes de respondê-la.
— Foi apenas uma concussão leve e alguns ferimentos superficiais no corpo. — Jia explicou gentilmente e Asami respirou aliviada.
— Graças a Raava, me desculpa por tudo isso, eu vou prestar mais atenção quando estiver dirigindo. — Asami disse e Jia negou com a cabeça.
— Não precisa se desculpar, a culpa é minha por andar distraída, se tem alguém aqui que precisa se desculpar, essa pessoa sou eu por ter te colocado nesse local. — Jia disse sem jeito e coçando a nuca, Asami apenas sorriu e brincou com os dedos.
— Acho que nós duas temos parcelas de culpa aqui. — Asami disse em tom de brincadeira e Jia riu levemente. — Mas, ei, como eu posso te recompensar, detetive? — Asami perguntou em seguida, ainda em tom de brincadeira, e Jia sorriu sem graça novamente.
— Bom, eu preciso ir até o mercado mais próximo, se você pudesse me oferecer uma carona, eu agradeceria bastante. — Jia falou também em tom de brincadeira e Asami sorriu levemente, colocando o dedo indicador no queixo, olhando para cima, como se ponderasse sobre a questão.
— Bom, acho que posso sim. — Asami disse sorrindo para Jia, que retribuiu o mesmo sorriso. E então, as duas jovens saíram do hospital, lado a lado em uma conversa leve e divertida.
( . . . ✨️)
Jia abriu a porta de metal usando sua dobra, entrando com as muitas comprar que tinha feito —, Asami havia insistido em ajudar Jia a trazer as compras, mas a Beifong recusou pois já havia ocupado muito do tempo da herdeira Sato, que, mesmo emburrada, acabou aceitando e se despediu de Jia —. A jovem Beifong entrou em casa com quatro sacolas em cada braço, uma mais pesada que a outra, Jia não poderia agradecer mais por ser uma dobradora de terra. Colocou as sacolas em cima da mesa e começou a desembrulhar uma por uma, organizando os produtos em cima do balcão ao lado:
— Cheg- . .Por Raava, o que aconteceu, Jia? — A voz grave e preocupada de sua mãe se fez presente no cômodo e logo as mãos da mais velha estava no rosto da mais nova, checando o ferimento coberto pelo curativo branco, Lin tocou levemente e Jia grunhiu de dor, o local ainda estava um pouco dolorido por ter sido tratado recentemente.
— Tá tudo bem, mamãe, foi só uma concussão leve. — Jia disse calmamente, afastando as mãos da mãe de seu ferimento, tentando tranquilizar a mais velha.
— Concussão? Como você teve uma concussão, Jia Beifong? — Lin perguntou novamente, ainda preocupada e Jia suspirou leve antes de responder.
— Eu estava andando distraída e não prestei atenção quando fui atravessar a faixa de pedestres, então uma moto acabou me atrapalhando, eu caí e bati a cabeça no asfalto. — Jia explicou calmante, e Lin cruzou os braços enquanto escutava a filha explicar. — Mas já está tudo bem, okay? A Asami me levou ao hospital e a enfermeira tratou o ferimento. Não precisa se preocupar, mãe. — Jia finalizou sorrindo carinhosamente para a mais velha, que respirou fundo e se acalmou mais.
— Certo, só tome cuidado da próxima vez, okay? — Lin disse e puxou levemente a orelha da filha, que sorriu e concordou com a cabeça. — E como assim Asami? Asami Sato te atropelou? — Lin perguntou confusa e Jia concordou enquanto ria. — Que mundo pequeno. — Lin disse brincando e a filha riu novamente.
— E como. — Jia disse em tom de brincadeira, enquanto voltava sua atenção para a organização das compras que havia feito, recebendo a ajuda da mãe logo em seguida.
— Passei na oficina hoje, Lee disse que sua moto fica pronta amanhã pela tarde. — Lin disse enquanto organizava as sacolas vazias no porta-sacolas, que havia no canto da cozinha. Jia sorriu ao ouvir a notícia.
— Sério? Meu Deus! Finalmente! — Jia exclamou animada e fez uma dancinha desajeitada, recebendo risadas e uma negação com a cabeça de sua mãe.
Após finalizarem a organização de todos os produtos em cada uma das suas áreas determinadas, mãe e filha fizeram o jantar, e logo após terminarem foram descansar em seus determinados quartos, pois o dia seguinte seria puxado na delegacia, como todos os outros dias haviam sido depois do surgimento de Amon e seus equalistas. Porém, Jia passou a noite revirando sua cama, pois olhos verdes semelhantes a duas belas esmeraldas e um sorriso tão branco que refletiam a luz do sol preenchiam seus pensamentos e lhe causavam uma insônia insuportável. Jia apenas suspirava, Asami Sato já havia dominado sua mente tão rápido quanto um flash.
Obrigada por ler até aqui! Perdão qualquer erro e espero que tenha gostado, até a próxma! <333
CONTAGEM DE PALAVRAS: 5.710 — CAPÍTULO REVISADO.
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