|Capítulo 39|
P.O.V Narradora
O sol começava a invadir o quarto, iluminando suavemente o rosto de Adeline. Ela foi a primeira a acordar, os olhos pesados, mas atentos. Olhando para o lado, viu Bella ainda profundamente adormecida. Com cuidado, levantou-se da cama, tentando não fazer barulho, e caminhou até a porta, saindo silenciosamente.
Ao entrar em seu próprio quarto, Adeline quase gritou de susto. Lá estava Aiko, deitado despreocupadamente em sua cama, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
— Aiko! Como você entrou aqui?! — exclamou ela, fechando a porta rapidamente atrás de si. O garoto abriu um sorriso travesso e se sentou na cama.
— "Vim ver você, ué— respondeu, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
— A essa hora?! — Adeline resmungou, ainda tentando processar. — São só sete da manhã, Aiko.
—Treino de magia não tem hora, diabinha.—le deu de ombros e se levantou. —Vamos lá.
Adeline passou a mão pelo rosto, já sentindo o peso da insistência de Aiko. Antes que pudesse retrucar, ouviu passos no corredor. A porta do quarto se abriu abruptamente, e Charlie surgiu, com o semblante curioso.
— Com quem você estava falando, Adeline? — perguntou ele, olhando para dentro do quarto.
Adeline se virou para onde Aiko estava, mas ele havia desaparecido. Com um sorriso nervoso, ela apontou para o celular em sua mesinha.
— Ah... eu estava no telefone. Uma amiga me ligou cedo.— respondeu ela,
Charlie estreitou os olhos por um momento, mas não fez mais perguntas.
— Certo... vou preparar o café da manhã.— ele deu um leve sorriso antes de fechar a porta e voltar para o corredor.Assim que Charlie desapareceu, Aiko surgiu de trás da porta, ainda sorrindo.
— Viu só? Sou discreto.
—Como você fez isso?—Adeline cruzou os braços, encarando-o—Ele nem te viu!
— Magia, é claro—respondeu ele, com um tom teatral. — Agora, sem mais enrolação. Se arruma, toma café e me encontra lá fora. Hoje o treino vai ser intenso.
— Você vai me enlouquecer.—Adeline suspirou, balançando a cabeça.
— Esse é o plano, diabinha.— ele piscou e saiu do quarto sem fazer barulho.
(...)
Adeline desceu as escadas rapidamente, ajustando a barra da blusa amarela que combinava com sua calça jeans preta e as botas que ecoavam levemente a cada passo. Ao entrar na cozinha, encontrou Bella e Charlie já sentados à mesa. O cheiro de panquecas recém-feitas enchia o ambiente, convidativo e familiar.
— Bom dia! — cumprimentou Adeline, sentando-se ao lado de Bella.
— Bom dia—respondeu Charlie, dando uma rápida olhada para a sobrinha antes de voltar à sua xícara de café. Bella apenas murmurou algo inaudível, ainda meio sonolenta.
Sem perder tempo, Adeline pegou um prato e começou a servir-se de panquecas, empilhando-as com pressa. Ela cortava pedaços generosos e comia rapidamente, mal tomando fôlego entre uma garfada e outra.
— Ei, calma aí, Adeline.—Charlie franziu o cenho, observando o ritmo acelerado da garota.—As panquecas não vão sair correndo.
— Desculpa, tio Charlie.—Adeline engoliu apressadamente antes de responder, com um sorriso culpado.—Mas estou com pressa hoje.
— Pressa pra quê?— perguntou Bella, agora mais atenta, levantando as sobrancelhas com curiosidade.
— Ah, só umas coisas que preciso resolver.— respondeu Adeline de forma vaga, desviando o olhar.
— Certo, mas não vá se engasgando.—Charlie olhou para ela por um momento, mas não insistiu
—Pode deixar.Adeline riu baixinho, levantando-se da mesa e levando o prato vazio para a pia— Obrigada pelo café, estava ótimo
Com isso, ela se apressou para pegar sua mochila no corredor, pronta para sair antes que Bella ou Charlie fizessem mais perguntas.
(...)
A floresta estava silenciosa, exceto pelos sons ocasionais das folhas sob os pés de Adeline enquanto ela se levantava, sacudindo a poeira de suas roupas. Ela havia sido arremessada com força ao chão, e a sensação da terra fria contra a pele ainda estava fresca em sua memória. À frente, Aiko arrumava casualmente as mangas de sua blusa, o semblante calmo contrastando com a intensidade do momento. Ele a observava como um professor impaciente avaliando um aluno desatento. Adeline riu baixo, um som nervoso escapando enquanto ela se erguia completamente.
—Você tem mania de exagerar, sabia? — ela comentou, esfregando o ombro dolorido.
— Você está muito tensa—dsse Aiko, ignorando a provocação. — Precisa se libertar. Se continuar com esse medo todo, nunca vai alcançar seu verdadeiro potencial.
— E se eu não quiser?— Adeline parou, a expressão séria substituindo o tom brincalhão—No fundo, Aiko, acho que... eu tenho medo.
Aiko suspirou, cruzando a distância entre eles. Ele inclinou a cabeça ligeiramente e, com um movimento rápido, deu um peteleco na testa dela.
— Ai, Aiko! — resmungou Adeline, esfregando o local e lançando um olhar irritado.
—Não se segure— ele falou, um sorriso confiante surgindo em seu rosto. — Mais cedo ou mais tarde, sua verdadeira aura vai se libertar, e você não vai ter escolha a não ser enfrentá-la. Melhor se acostumar agora.
Adeline cruzou os braços, prestes a retrucar, quando um som de passos ecoou pela floresta. Os dois congelaram, os olhos se voltando para o mesmo ponto entre as árvores. Um grupo de lobos enormes emergiu das sombras, seus olhos brilhando com intensidade.
O maior deles, um lobo negro com olhos que pareciam arder de raiva, rosnou, avançando alguns passos em direção a eles. Adeline prendeu a respiração, seus olhos se fixando em um dos lobos castanhos, que de alguma forma parecia estranhamente familiar.
Aiko, ao invés de recuar, sorriu, um sorriso travesso que parecia desarmar até o ar pesado ao redor. Ele estendeu a mão e segurou a de Adeline, fazendo-a olhar para ele com surpresa.
— Eles não são uma ameaça.— ele declarou, olhando diretamente para os lobos. —E nós também não somos.
Os lobos continuaram encarando os dois, mas, após um momento de tensão sufocante, recuaram, desaparecendo novamente entre as árvores. Adeline observou o local onde eles sumiram, sua mente cheia de perguntas.
— O que foi isso? — perguntou ela, finalmente voltando-se para Aiko, os olhos arregalados.Aiko deu de ombros, seu semblante ainda descontraído.
— Você só está descobrindo mais sobre o mundo sobrenatural.— ele pausou, olhando para ela com uma expressão quase cúmplice. — E há muito mais que você vai aprender.
Adeline voltou o olhar para o ponto onde os lobos haviam desaparecido, ainda sentindo o peso dos olhares sobre ela. Mesmo com o silêncio restaurado, algo dentro dela dizia que aquilo era apenas o começo de tudo sobre o mundo sobrenatural.
Mais um capítulo amores amores, espero que gostem amores ❤️ 🥰 ❤️ 🥰
Meta 30 curtidas amores.
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Até o próximo capítulo amores ♥️ 🥰 ♥️
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